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sexta-feira, 26 de abril de 2013

COTIDIANO - O GRANDE DESAFIO


Um dos maiores desafios de uma mãe é entender e respeitar a linha tênue entre estar certa e o filho também estar certo - dentro dos parâmetros dele - e, esclarecer para ele que o "certo" dele interfere nele e nos demais... Que socialmente o prejudica, bem como aos demais. E que ele entenda.

Esse grande mistério se torna maior a cada dia... ele cresce, entende e apreende muita coisa com tamanha sensibilidade que choca pela força da emoção, do sentido lindo e inovador e da consciência do seu papel e de que as estruturas demagógicas precisam ser abaladas, mas, por outro, apela para o "destrambelhamento" de se agir impulsiva e agressivamente... Onde encontrar o botão do equilíbrio.?Como proceder, sem ter que ser no nível de culpa, culpados, culpadores e vítimas?

Como manter parceria com a escola que, de cara, parte do princípio limitado de que os pais são os causadores de tudo. Isso é óbvio, todos os pais têm esse "quê" de culpa, sim. Qual não o tem? Mas, a maneira como colocam, esperando e idealizando que os pais sejam ricos - para bancar e custear tudo o que é "necessário" para o bom desenvolvimento da criança - e perfeitos - para que a criança possa se desenvolver melhor - é muito pesada e inflexível, ainda que com vozes suaves e discursos bem amarrados... 

Pelo amor de Deus, isso é tortura para os pais... essa condenação e limitação obstrutiva de visão onde apenas e somente apenas, os pais têm essa "culpa", caso o filho não se encaixe nos padrões. E, me pergunto: então, os pais das crianças padronizadas são exemplo de perfeição? E os reflexos de uma relação mal conduzida no ano passado, por eles, não interfere no hoje? E isso não faço em tom de "culpados" mas de algo a ser considerado, também.

Até onde é por falha dos pais, e a partir de onde é carga genética, reação social, característica própria, reação ao que fora vivido e como se estabeleceu essa relação criança-escola? Isso tudo compõe um ser humano, desde a gestação até sempre, todo dia a cada dia, todos os dias e em cada lugar.

Mas, essa espada apontada para a cabeça dos pais como únicos causadores dessas dores, é demais! Não estou, com isso, afirmando que o esforço dos pais - e leia-se pais como pais e mães - deva ser diminuído por qualquer outro fator. Somos responsáveis, sim, mas não milagreiros capazes de enfiar cabeça a dentro da criança que ela precisa se encaixar. E isso não quer dizer que não vejamos a necessidade de que algo seja feito e ir fazendo.

Ao menos, este ano, como nos anteriores - exceto ano passado, faço questão de registrar... também sou imperfeita e tenho minhas arestas a aparar, mas isso não me impede de ter lembrança/memória, ainda que contaminada pela raiva... - estamos tendo a colaboração da professora e a capacidade dela em assumir que, para ela, também existe um limite e não soa como "vocês é que são os culpados". Ela consegue expressar, simplesmente, como uma coisa direta: minha parte vai até aqui. E ela faz mmmuuuiiiittttoooo mais do que a parte dela, apenas. Lógico que nós, pais, é que temos a obrigação, no sentido de dever, mesmo, de responsabilidade, de se refazer e resignificar o tempo inteiro. 

É de suma importância que estejamos ao lado dos nossos filhos, abertos e honestos. Se, mesmo com todo empenho e com todo apoio que recebemos, trata-se de uma luta árdua, desafiadora e desgastante, imagina se cruzássemos os braços? Mas, para nós, também há um limite pessoal de força, mas que se recarrega rapidinho quando vemos que não estamos sós! De ver que ele responde positivamente em muitas coisas. 

Atire a primeira pedra aquela mãe, aquele pai... que NUNCA errou, mesmo querendo acertar?

Sou uma mãe de um filho mega capaz, mega inteligente, mega sensível e mega desrotulado. Ele não se enquadra em padrões existentes, mas a maneira como desafia o mundo é perturbardor, principalmente pelos ímpetos e reações agressivas. É bom ver que, cá fora, isso tem diminuído, porque, assim, é de se entender que algo foi transformado. Mas, na escola, existe um tempo e um ritmo que ele não quer seguir e se revela e se mantém com poucos avanços nesse sentido de se compreender e respeitar. 

Pois é... nem sempre saber o que é certo e errado pela cartilha que nos ensinaram a vida inteira é o certo e o errado mesmo... Como saber quem está certo e quem esté errado se, na cabeça dele, ele está certo? Como fazê-lo entender que o certo dele machuca as pessoas? Como fazê-lo entender que o certo dele pode ser perigoso?

Essa é a lição de sempre e mais forte, hoje, porque outras já alcançamos vitórias... mas, essa ficou. E é a hora e a vez de se fazer novos ajustes. E sempre será assim. Só não aceito ser culpada como errada. Eu tento e me doou. Se não é o suficiente, vou buscar mais forças e reforço. Mas, me tornar perfeita, ainda assim, não será o suficiente para transformar o outro - no caso, meu filho. 

Saudações maternais, de uma mãe que cansa, sim; que desanima, sim; mas que se recupera e nunca deixa de entender  e aceitar o papel de mãe, muito menos a minha responsabilidade. Já aprendi muito, até aqui e ele também, e todos nós - família, amigos, equipe profissional de apoio e que não deixam de estar envolvido com amor - porque nesses movimentos de abalos sísmicos, o que fica após a destruição é o esforço e a descoberta de um novo mundo, reconstruído. O novo, dentro do já existente!

Vivendo e aprendendo! Esse é o meu caminho.

Pat Lins.

domingo, 5 de agosto de 2012

COMO ENTENDEMOS "LIMITES"?


"O CÉU É O LIMITE". Essa questão sobre limites sempre rende pando para a manga. Isso porque, eu - Patricia - em minhas observações do cotidiano - ou, na prática diária da maternidade e/ou paternidade e/ou "avoternidade"... - que os "limites" não são muito bem definidos em nossas cabecinhas. A gente ou acredita que limite é medo, como os limites impostos com rigor e a disciplina militar; ou que limite é sempre berrar com a criança; ou, ainda, que limite é aquilo que só é necessário se a criança for agitada... onde, se a criança apenas for chorona e quiser muito uma coisa, é só dar o que ela quer que ela para...; ou, criança com limite nunca testa os pais e pede novos limites... Enfim, muito confundimos muito o que vem  ser limite porque nós mesmos temos medos dos nossos para nossa melhoria pessoal e muito nos foi imposto como limitação e não sabemos bem o que limite significa, daí, como dar aquilo que a gente não tem de verdade?

Uma amiga sempre me disse que eu deveria ser mais flexível com Peu e menos rígida, que para educar e dar bons limites é muito melhor e menos desgastante se for baseado em um movimento sincero, consciente, firme, com atitudes coerentes ao que "estipulamos" como limite e com amor. Ou seja, coisa simples, simples, mas que acaba sendo nada fácil. E, não é que é verdade? Como ela disse: "não fui eu quem inventou isso, basta ver como as coisas realmente são.". Bom, esse é o nosso ponto: a gente tem dificuldade em ver as coisas como realmente são. No geral, vemos aquilo que nossos olhos nos limitam a ver e acreditamos que somos capazes de enxergar - usando apenas um dos órgãos dos sentidos... sozinho, não faz tanto sentido assim... -. Nossa dureza pessoal dificulta essa processo. Nossas carências, nossos tabus, nossos pensamentos e mentes bloqueadas dificultam a simplicidade do processo. Ficamos presos ao fato de nos terem imposto e, por não conseguirmos nos esforçar em nos libertar e seguir nosso rumo, acabamos presos a esse dilema de "culpa e culpado" onde nossos pais são os algozes de nossas prisões emocionais. Como passar algo livre para os nossos filhos? Acabamos repetindo o molde de limitação, sem percebermos. Acabamos sendo levados muito mais pelo medo de ser julgado um pai ou uma mãe sem pulso, do que observar a real necessidade do filho.

Como dar limites se nós somos limitados?

Venho observando em meu dia a dia o quanto LIMITE tem muito mais relação com os valores éticos e morais do que com uma imposição de medo, em vez de respeito. Primeiro: o que vem a ser respeito? Nós colocamos muito o respeito como um medo disfarçado... Já perceberam isso? Ou, já se perceberam assim? Como respeitar algo se em nossa cultura vigora a "lei da vantagem"? Como ensinar "respeito" num ambiente onde se coloca que seres respeitosos são "otários", "maricas", "manés"... ou qualquer termo pejorativo incorporado ao nosso cotidiano? Os limites têm base no RESPEITO. É muito mais um trabalho a longo prazo, é um trabalho constante... demanda diária. Para mim é um trabalho de construção de base, de formação moral, mesmo. Se tivermos claros os bons valores, se isso fizer parte do nosso dia a dia, o limite será algo natural - e ninguém entenda "natural" como algo sem esforço, sem dificuldade. Senão, se ainda temos muito que entender e aprender, esse processo natural será mais lento, porque precisaremos reconstruir nossas próprias bases pessoais para termos a mínima condição de firmar essa base em nossos rebentos. Mas, somos reflexos de nossos arquétipos, digamos, confusos... mas, somos seres livres para buscar apoio - lógico, antes de tudo é necessário identificarmos em nós algo que requer atenção e mudança, senão, nos mantemos nesse ambiente e gravitamos nessa órbita sem sentido... - e transformarmos nossa condição. Eu admito: dói! Dói, muito! Mas, vale a pena. A dor vai passar, mas, o que fica de bom é para sempre. Assim, conseguimos nos focar no que importa: no limite natural pela moral e pela boa conduta, pela ação correta e pelos pensamentos elevados e as comparações com "os amiguinhos" ou com "os outros" - que não é, nem deveria ser critério para avaliação - deixa de existir

Ontem, voltando do aniversário vivenciei algumas situações conflitos com crianças, escutei algumas "conclusões" baseadas em julgamentos pessoais - aqui eu "julgo" baseado em minhas conclusões pessoais, mas, com uma diferença, estou refletindo... - e vi, mais uma vez o quanto a gente julga e o quanto se dividir gera um tipo de avaliação com dois pesos e duas medidas e o quanto isso é perigoso. Vou explicar: assim que chegamos, fui cumprimentar o aniversariante. Como já sei como ele é, o quanto é arisco, não forcei o contato e fiz um "venha de lá" e ele veio bater forte em minha mão. Eu apenas brinquei e disse: "cuidado, rapaz, com essa força toda você pode machucar a sua mão...". Ele quis testar e comprovou: a mão dele doeu - fora que eu estava com um anel e, diante da minha observação, troquei de mão para não ser mais dolorido para ele. Ele me pediu para fazer de novo e que ele faria mais devagar. Repetimos o cumprimento e foi beleza! Ele bateu mais devagar. Quando meu marido chegou, abraçou o menino e o carregou. Levou dois socos no rosto. Bom, criança toma susto. A gente tem que chegar de leve. Isso justifica os socos? Não. Até aí, tudo bem. O problema foi que, a criança quando viu que sua ação teve reprovação - os olhares ao redor o fizeram ver isso - se jogou no chão e começou a chorar. A avó e a mãe correram para vê-lo. Uma senhora que fora "testemunha", avisou a avó - que já fitava o filho com uma certa reprovação e condenação, onde, pelo olhar, ela dizia: "o que você fez com o seu sobrinho?"... ou seja, mãe que não conhece o próprio filho, pois ela sabe que o filho dela adora criança e tem um filho pequeno, também... - e a senhora explicou que o tio carregou o sobrinho, todo amoroso e o sobrinho o socou. Bom, a avó do menino sequer se aproximou, quando viu que havia sido injusta com o próprio filho, mudando de ambiente e optando por não ver e não fazer parte daquele momento... A mãe do menino foi escutar o filho e ele babava, gritava/berrava tudo muito embolado - dava para ver que ele queria confundir - e dizia: "ele me fez uma coisa... ele me fez uma coisa...". Quem estava de fora era capaz de acreditar que o menino havia sido machucado pelo adulto. Hoje em dia, é bom termos sempre "testemunhas", porque as crianças, sim, elas sabem "criar" umas "mentirinhas" para salvar a pele... Pois bem, a mãe teve a atitude de escutar os dois lados e advertiu o filho: "Meu filho, por que você fez isso? Peça desculpa ao seu tio.". O menino relutou, inventou mais uma desculpa... segundo ele: "eu não reconheci ele". Alguém falou, na hora e ele repetiu: "ele deve ter estranhado" e ele aproveitou e usou... Alguma criança é santa? Não. A gente já nasce sabendo sobre julgar e ser julgado... Está no ar que a gente respira desde o nascimento. Nós, adultos, é que precisamos ter mais "jogo de cintura" para saber lidar de maneira mais justa e imparcial.

Continuando: o aniversariante tem uma característica que os pais não dão importância. Ele costuma fazer o que quer. Se você o deixar fazer o quer, ele fica quieto no canto dele, o que, para eles é "não dá trabalho, nenhum...". Se você disser um "não" - ainda que não use a palavra "não", uma negatividade simples - ele se transforma, grita, chora, baba e, em alguns momentos, faz xixi nas calças - isso, para eles, é besteira...-. Durante a festinha, uma menina - que não deveria ter 2 anos - e não fala direito, se aproximava dele e dava um gritinho, tentando estabelecer contato. Ele chorava. Quando mais ele chorava, mais a menininha se assustava e se aproximava dele, como quem quer saber o que está acontecendo. Ele chorava mais. A avó estava nitidamente nervosa e culpando a menininha. E dizia: "ele tá chorando por causa dela. Ela grita e ele se assusta e chora...". Eu perguntei, para introduzir uma reflexão: "ele está com sono?", no que ela me responde: "Não. Ele está assustado é com a menina mesmo. Tem que tirar ela dali...". Ou seja, os adultos "compram" um briga que não existe e, em vez de ajudar a criança, a estabelecer o tal limite, alimenta uma limitação. A avó do menino não queria que nada fizesse o neto chorar, mas, em momento algum permitiu que o bom senso imperasse e sentou para abrir diálogo com o menino. Ele era a "vítima" e pronto. E o esclarecimento? Isso ajuda no limite, também. Quando a criança entender que aquilo não é um ataque, ele vai chorar? Resultado, nem deu tempo de tentar conversar com a criança, ela foi "arrancada" de lá e levaram-no para outro ambiente. Isso resolve? Mudar o ambiente, mudar de lugar, resolve? O que não soluciona, para mim, não resolve. O problema está lá. Houve ambiente para um crescimento aí? Os adultos demonstraram toda a fragilidade e falta de limite próprio. As carências e os medos falaram mais alto. O "resolver", explicar, nem passou perto.

Pois bem, já de volta para casa, estávamos levando a avó do aniversariante, quando o meu filho, diante de um comentário que fiz - sobre um parque que ele ia, todo ano, e fora vendido - não gostou e se irritou, arremessando o brinquedo no chão do carro. Quando eu fui começar a estabelecer contato com meu filho - lógico, uma atitude de demonstração de raiva com arremesso de objeto, para mim, não é uma boa atitude e, não é porque é meu filho que vou agir diferente -, de explicar para ele que isso era algo que estava fora do alcance dele e que a irritação não o ajudaria a resolver, ela falou: "Você precisa ser pró-ativo. Quando eu vou a praia, por exemplo, e vejo lixo no chão, eu cato. Não vou mandar o lixeiro catar, nem jogar na casa do prefeito...". Bom, sem saber como conectar uma coisa com a outra, eu tentei dar um sentido: "Nem jogar areia para o alto, ou chutar a areia... Porque não iria resolver. Agora, quem vai ficar sem o brinquedo é você e não mudou nada no parque...". Ela nos questionou: "Tem que ver. Ele arremessa as coisas assim, quando está irritado, é? Isso não é bom!". Lógico que não é bom! E a gente não deixa passar em branco. Estabelecemos o que chamamos de limite com o levantar de questões que façam Peu enxergar as próprias ações. De nada adiantaria eu agir como agia e reclamar com ele, dizendo: "Não faça isso, Pedro. Isso é errado! Coisa feia, ficar jogando o brinquedo no chão de raiva!". Era essa a minha tática. Hoje, o levo a refletir. E tem funcionado melhor. Sou uma mãe melhor do que as outras? Pedro mudou de uma hora para outra? Não. Estou aprendendo. Mudando em mim e observando mais. Vendo quem é meu filho e vendo qual a melhor maneira de ajudá-lo. Meu intuito é dar uma boa base de formação moral ao meu filho, para isso, tenho que me ver, o ver e nos ver. Como estávamos na frente dele, apenas agi como ajo e não dei grandes explicações para ela - não era o momento -, que me julgou uma mãe sem "pulso", por apenas dizer: "Meu filho, agora, quem está sem brinquedo é você. A raiva te fez perder e não resolver...". Primeiro, fui interrompida quando começava a falar com ele - detectei e agi - o que demonstrou a invasão e ela, sequer se deu conta de que eu tenho minha - nova - maneira de agir; muito menos, respeitou esse espaço mãe-filho... - fora que ficou evidente os dois pesos e duas medidas com a qual ela "julga"... Tentei não alimentar essa parte, para não perde o foco que era educar Peu. Quando eu vejo uma situação-conflito entre pais e filhos, me recolho a observadora. O primeiro contato é entre eles. Quando agi, não a satisfiz, onde ela nos contou: "Eu penso que o problema das  crianças, hoje em dia, seja o fato dos pais não saberem dar limites...". Pode parecer que tenha sido indireta, mas, não acho... Eu conheço a pessoa e sei que foi muito mais um pensamento desarticulado... Não creio que ela não tenha visto como ela agiu com o neto e como eu estava agindo com meu filho - eu vi que ele teve um comportamento ruim e ia agir, quando fui interrompida... Não ia brigar com ela, esperei ela concluir e continuei, com meu filho. Nem ela sabe o que quer dizer limite. Isso ficou nítido quando ela tirou o neto do ambiente, sem deixar a própria mãe do menino esclarecer - no episódio onde o menino chorava com o gritinho da menininha. Ou seja, é uma pessoa que não vê as próprias ações e age como a maioria de nós: o erro só está nos outros. Ela deu sequência: "Estava num ponto de ônibus e um pai e um filho mascavam chiclete. O menino terminou e jogou no chão. O pai chamou a atenção do garoto e o mandou jogar no lixo. O menino foi, jogou, depois, chutou o lixo, jogando-o no bueiro. Daí, eu me questionei: falta os pais darem limite as filhos, hoje em dia...". Bom, deu um leve nó em minha cabeça. Para mim, as coisas precisam ter um mínimo sentido lógico. Como não entendi indaguei - existe outra maneira de esclarecer uma dúvida? -: "Mas, o pai deu um 'limite' quando orientou que o filho jogasse o lixo no lixo. Pelo que entendi, o filho testou esse limite, criando uma nova situação. E o pai, como reagiu, diante desse teste?". Não obtive resposta, apenas um: "o lixo havia caído no bueiro, não tinha como fazer mais nada...". O que eu queria saber era: "como o pai conduziu, como agiu diante dessa nova investida do filho?". Então, coloquei: "...filhos, você bem sabe, porque tem 2, sempre testam nossos limites, quando tentamos 'dar-lhes' limites. O 'como' vamos agir ou reagir é que faz a diferença. Por isso que levo Pedro a refletir, para que ele entenda que o que ele fez é prejudicial. É a maneira que encontramos e tem surtido efeito, mesmo assim, ele não para de criar novas situações para nos testar...". A conversa parou aí, assim, mesmo. Outro assunto foi puxado e o "fim" fora imposto: "caiu no bueiro".

Em geral, fazemos isso: mudamos o superficial - como tirar o menino do lugar, sem diálogo, sem esclarecimento... apenas afirmando para ele, em forma de ação: "faça o que quiser" - ou, mudamos de assunto, para não olharmos o que precisamos ver, já que "o lixo caiu no bueiro". O não pensar em soluções limita muito uma ação de "limite". Sem identificar o que corrigir, corrigir o quê? A diferença está na AÇÃO: NA CONSCIÊNCIA DE QUE UMA AÇÃO SE FAZ NECESSÁRIA  e na CONSCIÊNCIA DE QUAL AÇÃO TOMAR.

Quantos de nós já passou - em shoppings centers é muito comum, ambiente favorável para os pequenos testarem nossas forças mentais... oh, Deus! - por uma criança fazendo birra, se jogando no chão e dissemos: "Se fosse meu filho ele iria ver..." ou "Isso é falta de pulso dos pais, que não sabem dar LIMITE..."? E, quantos de nós, ao passar pela mesma situação nos arrependemos dos comentários cruéis e dizemos: "Ai, meu Deus, agora eu sei o que os pais que julguei passaram...".

Gente, educar um filho é brinquedo? Fale sério. Mas, falta um pouco de boa vontade da gente, falta não? Seria bacana se entendêssemos que, para começar, somos criaturas imperfeitas querendo ver a perfeição em nossas - que não são nossas, na verdade - criaturinhas. 


Estou revendo os meus próprios conceitos, mexendo muuiiitttoo em mim mesma, para saber ser um exemplo para meu filho. Isso é garantia de que ele siga o mesmo caminho? Não. Entretanto, ele saberá que pode escolher, assim como a mãe dele fez. E, finalmente, entendi que LIMITE é algo que se baseia nos bons valores - estes são os verdadeiros limites humanos e não limitações -, principalmente, com RESPEITO e na CONSCIÊNCIA DE QUE PODEMOS ESCOLHER SEGUIR UM CAMINHO MELHOR. O limite, para mim, tem muito mais a ver com o (re)conhecimento do DEVER. Falta em nossa cultura humana, o entendimento de que somos responsáveis por nossas ações e suas consequências e isso gera um dever para conosco e para com o outro.

LIMITE É SABER ATÉ ONDE PODEMOS IR, SEM INVADIR, MACHUCAR O OUTRO. Aqui, faço uma ressalva: machucar é algo questionável, porque tem gente que se dói por tudo e tem mania de perseguição, então, agir com uma pessoa dessas sempre será um risco... porque caberá a cada um lidar com os próprios melindres e tentar se livrar deles. Ou seja, se cada um fizer a sua parte de autobusca e reconhecimento dos próprios limites - ou, nesses casos, das próprias limitações - para estabelecer um caminho mais razoável e menos doloroso, abre-se caminho para o estabelecimento natural do LIMITE. Baseamos o limite em muita dor. Em nossas dores, em nossas vergonhas... em nossos medos de julgamento.

LIMITE é um desafio, porque não é fácil estabelecer o que não entendemos direito... O LIMITE - esse que tentamos conceituar - está diretamente ligado a LIBERDADE - não libertinagem -, onde CÔNSCIOS de nossos DEVERES e das nossas AÇÕES  e suas consequências, podemos agir, sabendo para onde e por onde ir. O LIMITE liberta. Ele norteia uma ação. A confusão com o podar como limite já deveria ter sido superada, mas, como ainda não foi, caba a cada um de nós ir construindo esse caminho do bem, pelo bem e para o bem! Só assim, seremos capazes de separar o "joio do trigo" de nossas ações.








Saudações maternais,

Pat Lins.

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