Como sempre, Peu me ensina algo novo e me faz AMPLIAR as perspectivas.
Pois é, assistindo "Ponyo - uma amizade que veio do mar" - uma animação infantil que traz uma belíssima mensagem, que não vou começar a falar, senão conto tudo... - pude perceber que, como qualquer mãe, tendencio a fechar, em vez de abrir o foco. Numa determinada cena, Ponyo - um peixinho dourado com cara de gente - decide realizar seu sonho de conhecer o mundo humano. Lá, avista um menininho e se encanta. No trajeto, um barco puxando uma rede sai arrastando tudo o que tem no fundo do mar - inclusive, muita sujeira - e a pequena Ponyo é arrastada, junto. Em meio ao lixo, fica com seu rostinho preso num pote de vidro, num retrato das consequências da poluição que fazemos no mundo vizinho e nunca nos sentimos responsáveis... Nesse momento, ela fica se debatendo e com a cara enorme. Eu só vi o se debater e a morte iminente. Peu, começou a rir. E eu, assustada, comento:
- Filho, ela pode morrer!
Ele, aprendendo a controlar seus excesso e a se expressar em palavras com mais propriedade e clareza, me diz num tom "natural":
- Eu sei, mãe. Eu não estou rindo por ela estar presa, não. É só um desenho e já, já ela sai daí. Eu estou rindo da cara grande e engraçada que ficou. - parou um pouco, como quem reflete e considera o que a MÃE fala e ensina e me perguntou: - Isso é errado, mãe?
Ele queria saber... de tanto aprontar e viver ouvindo reclamação, se viu como algoz, novamente, justamente num momento onde se esforça muito para melhorar sua percepção e suas ações. Vi e percebi o que se processava em sua mente ávida e continuei:
- Claro que está certo, filho! A carinha dela ficou muito engraçada mesmo!
Rimos juntos!
Me veio um pensamento "epifânico": A GENTE JULGA NEGATIVAMENTE E MUITO AS REAÇÕES DAS CRIANÇAS, SEM LHES DAR ESPAÇO E TEMPO PARA EXPLICAÇÕES.
É assim que surgem os estigmas: mantendo a postura fechada e a arrogância "empáfica" - redundância enfática - de que somos "sabedores inquestionáveis"! Somos mestres de quê, minha gente? Somos tão aprendizes quanto nossos filhos. A diferença é que somos mais andados - para não dizer: rodados... - e responsáveis por passar o que já aprendemos. Só não passamos que APRENDIZADO É ALGO QUE SE APRENDE PARA SEMPRE!
É assim que surgem os estigmas: mantendo a postura fechada e a arrogância "empáfica" - redundância enfática - de que somos "sabedores inquestionáveis"! Somos mestres de quê, minha gente? Somos tão aprendizes quanto nossos filhos. A diferença é que somos mais andados - para não dizer: rodados... - e responsáveis por passar o que já aprendemos. Só não passamos que APRENDIZADO É ALGO QUE SE APRENDE PARA SEMPRE!
Vi que a maioria de nós se apega tanto à vaidade, ao estigma surreal e desumano de que devemos ser perfeitas e infalíveis e que os nossos filhos devem ser a representação clara disso, diante do julgamento alheio, que basta escutar uma coisa "estranha", nos deixamos tendenciar pelo negativo... Mais vale esclarecer do que julgar. Vi Pedro retroceder e ficar com marcas muito fortes e pesadas, que o aprisionaram num mundo dele e de maneira agressiva, por conta de profissionais incompetentes que apenas o julgaram e nunca o enxergaram ou escutaram verdadeiramente... Isso me fez abrir os olhos para o "mais além, bem aqui!". Me fez deixar e dar o espaço e tempo para ele se expressar e se explicar. Tem ajudado. Contei/o, como gosto de deixar muito claro, com apoio de muita gente, para desfazer esse malfeito instalado no pequeno. Por isso que percebo, cada vez mais, a falta de ambientes acolhedores, com mais aceitação e, com isso, espaço para expressão. É assim que se esclarece... o julgamento só aprisiona a uma imagem não real.
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A criança tem a emoção como condutor e uma energia novinha e bem ativa para viver. Tudo fresquinho. Nós, adultos, é que desaprendemos com o tempo e alegamos nos tornar mais racionais... Bobagem, a razão existe para equilibrar a emoção, não
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPUM7AG35EaaRYE9089-FgTcdWpKXZ4Y4Mp5Ffx5XE0GitWaIuP0LqyLi5XttlKzZl_iE3hzsgtnCUQoRO14FwOQZQVCJibHoavyKnOaIyb1Uel0cW2vtDSVQ1I9fvr1YCMqoTiROpbqvn/s1600/2009_ponyo_on_the_cliff_by_the_sea_009.jpg)
Pois é, eu me assumo aprendiz e mestre, ao mesmo tempo!
É PRECISO DAR TEMPO E ESPAÇO PARA AS CRIANÇAS SE EXPRESSAREM. SÓ ASSIM, PODEM NOS OUVIR E, SÓ ASSIM, PODEMOS ORIENTÁ-LAS... QUANDO SABEMOS PARA ONDE QUEREM IR!
Saudações maternais,
Pat Lins.
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