Mostrando postagens com marcador DISNEY PIXAR. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador DISNEY PIXAR. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

COISAS DE CRIANÇA...


Criança sempre nos ensina algo bem fresquinho. Fora a sensibilidade que eles têm em captar, com a maior naturalidade - graças a ausência de preconceito... até a gente começar a passar para eles... -, as "verdades" e as incoerências do mundo que lhes cerca.


Pois bem, estavamos eu e Peu - meu filhote lindo e gostosão - assistindo Pocahontas e ele curtindo muito. Volta e meia ele me perguntava: "lá na curva, o que é que tem, mãe?" E eu não entendia... Até que prestei atenção ao filme e vi que se tratava de uma música... Lição 1: estar atenta só, não basta, tem que mergulhar... - risos.


Daí, ele desandou a perguntar o que são os "índios"; a cantar os trechos das músicas que mais lhe tocaram, como, na hora da preparação para o combate entre brancos e índios, os índios falam que os brancos não são humanos, que o dinheiro é o deus deles... enfim, essa parte ele percebeu bastante e me perguntou: "Por que dinheiro é Deus, mãe?" E, mais uma vez, mamãe não havia prestado a devida atenção... Então, expliquei-lhe que, na verdade, muitas pessoas são "escravas" do dinheiro e, em vez de abrirem seus corações para a vida, fecham-no para a ambição e prendem-se ao dinheiro como lema. Vi que havia falado "adultês" e refiz minha colocação: "é que, em vez deles amarem e ajudarem uns aos outros, filho, muitas pessoas perdem a vida toda querendo só ter dinheiro para comprar um monte de coisa... esquecendo de dar carinho, atenção... e, pior, que a gente faz isso sem perceber. Tem muita gente que só pensa no dinheiro, esquece de idolatrar aquilo que não se compra...". E, só para reforçar, tempo não é algo comercializável... Precisamos saber organizar o nosso para trabalhar, receber dinheiro e investir muito tempo naquilo que nos dá prazer.

Ah, sei que comecei a ver Pocahontas de outra maneira. Já o havia assistido com meus primos - quando ainda eram criança - e, para mim, mais um filme bonitinho e bem feito da Disney, com uma leve mensagem de cunho reflexivo por trás. Assistindo após os comentários de Peu - alguns já nem me recordo - vi que a intenção era mostrar o outro lado da verdade. Coisa que a gente sabe quando é adulto, mas, que as escolas esquecem de permitir se conhecer as duas partes: os "brancos civilizados" se acham. Eles se acham mais espertos; mais capazes; donos do mundo! Dizimaram - dizimam - quantas milhares de pessoas para conseguir o que querem: O NOVO MUNDO - novo para eles... Já era um lugar habitado por seres humanos. E isso é "civilidade"? Pedro perguntava: "Por que ele chamou ela de selvagem, mãe?" Como eles podem esquecer de respeitar as diferenças? Engraçado que, de maneira bem superficial e discreta, o filme tenta resgatar isso: RESPEITO ÀS DIFERENÇAS. Não existe cultura superior ou inferior - existem culturas diversas. Lógico que essa mensagem fica muito por trás do romance entre um branco inglês e uma índia norte-americana. O mote do "amor proibido" pelas diferenças raciais é o destaque. Mas, a mensagem de convivência pacífica, do respeito à natureza, da força de uma amizade... tudo isso está lá. Está na hora em que o indío Kocoum pensa que Pocahontas está sendo atacada e vai "salvá-la" e, ao mesmo tempo, Thomas o mata - demonstrando a supremacia branca das armas de fogo, que, primeiro atiram, para, depois, perguntar - para proteger Capitão John Smith. Este, por sua vez, redefine sua vida e sua maneira de ver os índios através da convivência com Pocahontas e do amor que brota dessa amizade. Até os animaizinhos acabam se entendendo.


Não fosse a limitação que a indústria cinematográfica impõe, o filme poderia explorar mais a mensagem do respeito às diferenças e de que civilização é apenas um termo inventado pelo homem branco, para justificar seus ataques às etnias diferentes. De qualquer maneira, já aborda o tema, quebrando aquele paradigma dos clássicos, onde os brancos eram sempre as vítmas dos índios "maus" e as crianças cresciam acreditando que os índios são os vilões.

Para incrementar, Peu pergunta a minha mãe, no dia seguinte: "Vó, por que eu nasci branco? Eu queria ser preto." Chegamos a pensar que fosse pelo fato do meu pai ser negro e Peu o idolatrar. Mas, na verdade, quando ele veio me perguntar, ele falou: "Mãe, por que eu nasci branco? Eu queria ser da cor de Vitinho - um coleguinha dele -. Branco é mau. Você viu que eles mataram os índios, em Pocahontas?". Eu disse: "Nem todos filho. Existem pessoas boas e pessoas más. A cor não é a gente que escolhe..." Fica a mais uma lição: respeitar ao próximo é muito mais do que dizer que respeita, é saber que o outro é diferente, mas, igual.

Sei que, ao menos, ele já percebe que destruir a vida dos outros para construir a sua não é um caminho do "bem". Aquilo me chamou a atenção. Uma criança de 4 anos perceber isso é muito lindo. Sinal de que educar um filho é perceber que eles já trazem muita sabedoria. E que nós precisamos nos reeducar para termos a mínima capacidade de passar uma boa orientação.

Fica mais uma dica de filme, para quem quiser assistir e passar a mensagem positiva do respeito ao próximo. E fica mais uma lição para refletirmos.

Saudações maternais,

Pat Lins.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

UP - ALTAS AVENTURAS - dica de filme


Up - Altas Aventuras é um filme lindo! Com cores alegres e estória incrível, Up nos lembra que a aventura de viver com alegria não pode ser esquecida.

Tudo começa com Carl Fredericksen ainda criança e seu sonho de viver altas aventuras, como do seu programa favorito  "Almanaque de Aventuras - A Aventura está lá fora", apresentado por Charlie Muntz. Este, um cientista famoso, que abordo do seu dirigível "Espírito de Aventura", percorre lugares incríveis e inimagináveis. Infelizmente, uma de suas descobertas é contestadas pela "ciência" e sua credibilidade, posta em dúvida. Magoado e ofendido, ele decide dedicar toda a sua vida para encontrar, com vida, o animal que todos acreditam ser "invenção" sua.


Mas, Carl e as outras crianças não estão preocupadas com o que a ciência atesta ou contesta. Ele sonha em ser um aventureiro. E, num de seus devaneios fantasiosos, depara-se com uma casa velha e uma pequena aventureira a explorá-la. Curioso, o tímido e solitário menino entra, sorrateiramente, como um verdadeiro explorador. Pego de surpresa, pela "capitã" Ellie, uma menininha esperta, falastrona e de bem com a vida, Carl é convidado a fazer parte do clube de aventureiros. Ali, começa a melhor aventura de suas vidas. Eles crescem juntos e se casam, sempre alimentando o sonho de conhecer o "Paraíso das Cachoeiras", uma terra perdida no tempo, que fica na América do Sul. Mas, na aventura diária, os obstáculos e as responsabilidades são muitas, fazendo com que os sonhos sejam protelados e as prioridades estabelecidas. Como todo adulto, os sonhos de criança tornam-se sonhos de criança e vão parar em algum lugar no maleiro, até que, um dia, ouve-se o chamdo da vida. Como não puderam ter filhos, o casal envelhece junto fazendo de cada dia, uma dia aprazível. Até que Ellie falece e Carl se vê sozinho, novamente.


A partir daí, começa sua verdadeira aventura. Mantendo a rotina de anos, porém, com idade já avançada e feições quadradas - bastante diferente das feições arredondadas de sua infância -, Sr. Fredericksen se torna um velho ranzinza e isolado. Não fosse a especulação imobiliária te importunando a todo instante, para que venda sua casinha, a mesma que ele e Ellie se conheceram, na infância e transformaram em lar. Diante da pressão de homens sem rostos e mulheres masculinizadas pelo "poder", grudados em seus celulares - isso é uma interpretação minha, tá... através dos personagens que representam os "poderosos" que querem comprar a casa -, Sr. Friedericksen precisa conviver com todo o transtorno e barulho da vida "moderna". Após receber a visita de um pequeno "explorador da natureza", chamado Russell, Sr. Fredericksen é, mais uma vez importunado pela construtora, que destrói sua caixa de correspondência, num pequeno acidente. Sisudo e mal humorado, ele tenta recuperar "seu" objeto. E, por conta de um pequeno mal entendido, ele "agride" o funcionário, com sua bengala. Levado à polícia, é sentenciado a se mudar para um azilo de velhinhos - tudo isso com muita leveza, por se tratar de um filme infantil.

No dia de sua mudança, a surpresa! Ao arrumar suas malas, ele encontra o antigo livro de aventuras de Ellie, onde ela colava fotos e recortes de suas aventuras e sonhos e sempre deixava espaço para as aventuras que iria viver, como morar no Paraíso das Cachoeiras. Quando os enfermeiros do azilo chegam, para conduzí-lo, ele pede para se despedir da casa. Ao fechar a porta, algo inimaginável acontece. Milhões de balões surgem e levantam a velha casinha. Sr. Fredericksen dá início a sua maior aventura: levar a casa e todas as suas lembranças com Ellie para a América do Sul, precisamente, ao Paraíso das Cachoeiras. Preso à promessa que fez a sua esposa, ele ganha os ares e segue o seu destino.

Na paz e quietude dos céus, alguém bate a porta. Surpreso, ele abre e se depara com o pequeno Russel, em sua varanda. Desse ponto em diante, a dupla vai viver inúmeras aventuras até chegar ao Paraíso das Cachoeiras - após sua chegada, também. Para Russell, o importante é ajudar um idoso a "atravessar alguma coisa", afim de receber seu distintivo e se tornar um "grande explorador da natureza".

Já em terra firme, ainda rumo ao Paraíso das Cachoeiras, eles conhecem Kevin e Dug, com quem viverão as mais fantásticas e surpreendentes aventuras. E, é em meio a esse mundo de fantasia que Sr. Fredericksen recupera sua alegria de viver e resgata seus sonhos de criança. Sr. Fredericksen, literalmente, leva a casa e todas as suas lembranças, nas costas. Mas, novos sonhos passam a fazer parte da sua atual realidade e, através do fulgor da juventude do pequeno escoteiro - Russell, Sr. Fredericksen se vê diante de uma escolha difícil e importante: segue seu caminho, preso ao passado ou, muda seus planos? Encontros insusitados e inesperados. É lindo quando ele abre o "livro de aventuras" de Ellie e vê que ela já havia preenchido o espaço: "coisas que vou fazer" com o que eles fizeram, desde o dia do casamento. Prova de que ela soube viver e aproveitar cada instante de sua vida, sem se prender ao que "poderia" ter feito. Senão, as coisas que quermos fazer, nunca chegarão e sempre ficará um espaço para o futuro, talvez, que nunca exista. 

Liberdade, união, amizade, qualidade de vida, sustentabilidade, a importância da tecnologia bem aplicada, respeito às diferenças, respeito ao mais velho - afinal, o velhinho de hoje, foi a criança de ante-ontem... -, respeito ao ser humano... questionamentos sobre "civilização", respeito à natureza, a importância de estar presente na vida dos filhos, amor, atenção, compromisso... um velho solitário, ranzinza e incompreendido com uma criança sem atenção do pai que se unem e se tornam uma família, são apenas algumas das mensagens que o filme passa. É muito lindo!

Para nós, adultos, fica a mensagem de que não podemos deixar morrer os sonhos, mas, que precisamos saber nos ajustar às mudanças, com o espírito de aventura e coragem sem entraves, da infância, com a sabedoria e o conhecimento adquiridos com o passar dos anos. A união perfeita do equilíbrio entre o vigor e a força da juventude com a experiência da 3ª idade. Fora a mensagem do desapego. Nos prendemos tanto ao passado que não nos damos conta do presente. No final, tudo dá sempre certo. Hora de recomeçar! E o melhor, viver o sonho é muito melhor do que sonhar! A gente pode conseguir muito mais, se mantiver aceso nosso "espírito de aventura"!!! Sempre há uma saída.

Para as crianças, um desenho animado cheio de aventuras e fantasia de um "velho" com cheiro de ameixa e seu novo amigo, um "carteiro tampinha" - como os chamam os cachorros na floresta!


Gente, tudo isso aliado à dublagem de Chico Anysio é show de bola! Fora os bônus, como "Parcialmente nublado", que é a coisa mais fofa e com uma mensagem riquíssima sobre a dualidade da vida, de maneira lúdica.

Embarque nessa aventura cheia de cores e mistérios. Divirta-se! Porque "a aventura está lá fora!".

Saudações maternais,

Pat Lins.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails