sábado, 12 de outubro de 2013

QUANDO CRESCER, QUERO REALIZAR MEU SONHO DE INFÂNCIA!




Quando crescer, quero realizar meu sonho de infância, de, um dia, ser uma super pessoa, incrível e capaz de ajudar tantas outras com meus livros e poesias.

Quando me perguntavam o que queria ser quando crescesse, eu, criança, também sonhava em ser várias coisas, como professora, escritora e poetisa, mas, no geral, só valia e os adultos só queriam escutar se eu falasse de alguma profissão que "desse dinheiro", como advogada e médico...  Hoje, depois de adulta - numa idade, como bem diz a cantora Sandy: "muito velha para ser jovem e muito jovem para ser velha..." - me questiono: existe alguma profissão que "dê" dinheiro, assim, de graça? E qual o motivo de ninguém gostar de escutar uma criança falar: "adulto!"?! Por que podamos os sonhos e dizemos que tudo é impossível, que só é feliz aquele que "ganha dinheiro"? Já vi muita gente com contas pagas e sem amor dos filhos, porque não deu amor... Mas, também tem muita gente com grana e que tem amor, também... ou seja, não é o dinheiro, é o sentimento!

Pois é, é por essas e outras que me questiono mais: o sonho de infância tem que caber em, no máximo 2 páginas - ou 1 e meia - de um belo curriculo? Só pode sonhar com a vida profissional? E, é errado sonhar com uma profissão brilhante? É errado sonhar em ser professor? Médico? Bombeiro? Policial? Astronauta? Artista? Raramente, escutamos alguma criança falar que quer ser diplomata, político, presidente de uma multinacional... falar dois, três idiomas... Isso é coisa de adulto que coloca na mente da criança - ou, filho de alguém que trabalhe nessas áreas.

No geral, criança quer brincar - quando deixamos e quando as permitimos serem crianças, mesmo nos dias de hoje e dentro da concorrência feroz no mercado de trabalho... isso é coisa de adulto!

Criança demanda de boa orientação, limite, bons exemplos - com os quais elas aprendem muito mais... - , ambiente saudável e AMOR. Criança precisa do lúdico, da fantasia, e precisa  crescer, sim, no tempo de cada fase, num processo saudável e natural - nem infantilizar eternamente e prender no mundo ilusório e de fantasia, nem os tornar mini adultos... nada antes da hora!

No dia das crianças, tudo é alegre e colorido, cheio de bombons e jujubas... como se só pudesse ser nesse dia. E nos outros dias? As frutas são coisas chatas, de todo o dia; e guloseima é coisa legal, só para dias especiais... é isso?!

Sou super a favor de tecnologia, desde que não exageradamente e que não deixem de viver a vida lá fora para se fechar no virtual. Sou a favor de atividades física e extracurriculares, desde que seja uma parte do dia e que a criança sempre tenha tempo e muito para lazer e diversão.

Achei super interessante uma conversa que tive com uma senhora muito distinta, que teve 5 filhos e, hoje,  ainda trabalha e ajuda a cuidar dos netos e ela perguntou a Peu: "E você, rapazinho lindo e encantador, como vai? Adoro conversar com você, sabia? Você é muito espertinho para a sua idade. E, me diga, quando você chega da escola em casa, o que você faz? Você tem tempo para brincar?...". Conversamos muito e ela me disse o quanto se preocupa com essa geração atual, que só fica com fone de ouvido e celular e sem tempo para mais nada de lazer e diversão. Concordei com ela, lógico! Não existe "choque" de gerações, quando se há amor e necessidade de compreensão. Ela me disse que hoje existe muita coisa melhor do que antes, mas que o banal é algo a ser considerado. E, cá entre nós, seja a época que for, mais espertos e "high-techs" que sejam, são crianças! Hoje, ontem ou amanhã, criança é criança! Com ou sem estatuto, criança é criança! E criança não tem que ter seus horários numa agenda diária de atividades mil. Uma conhecida, certa vez, me disse que a filha de 6 anos estava estressada, com a patologia, mesmo, quais com estafa... aí, ela me disse: "...deve ser o ballet 3 vezes na semana, a natação nos outros dois dias, a aula de inglês após a natação... Ela chega em casa exausta. Não sei de quê? Não faz nada, só se diverte!". Será que o excesso de atividade é saudável? Exigir tanta qualificação da criança, é bacana?

Assim, que possamos realizar nossos sonhos de infância, resgatar a parte boa da nossa essência e nos tornarmos adultos mais legais, em vez de seres estressados e estressantes, que querem deixar esse legado para as novas gerações!

Também, não é largar a criança sem observação... largar à toa, relegado à sorte. A criança precisa da presença do adulto, sim. Não como carrasco, mas como orientador, mediador... referência!

Correr, brincar, gritar - ainda que me enlouqueçam os gritos exagerados do meu filho... -, perguntar, ser curioso... tudo isso faz parte do mundo de descobertas da infância. Com pais mais conscientes do seu papel e, incluir neste, a condição de entender que criança demanda de liberdade - uma liberdade vigiada, como toda e qualquer liberdade, onde seu direito termina onde começa o meu, sabe como é? - e limite! E isso não é contraditório, isso é dualidade e uma das melhores condições desses dois lados de coisas boas!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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