terça-feira, 30 de abril de 2013

NOVO - DESCONHECIDO E IGNORADO



Muita coisa ainda não é estudada porque a ciência nem faz idéia da existência.

Até lá... tudo que é novo, das duas, uma: ou quem sabe da existência é doido, ou, vai agindo como ditam as normas antigas...

O novo sempre assusta, porque a gente tem mania de querer controlar tudo com base em alguma teoria sobre o que se sabe até antes de ontem. Se usássemos mais a compreensão e o acolhimento de nós para conosco, agiríamos assim para com o outro e com o novo.

É assim mesmo, depois dos empíricos errarem e conseguirem acertar um ponto - tentativa e erro, até acertar -, aí, sim, surgirão os cientistas para comprovarem cientificamente aquilo que já sabemos na prática e deixaremos de ser loucos para nos tornarmos precursores do cotidiano - os verdadeiros guerreiros do dia a dia e dessa nova geração!

Pat Lins.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

COTIDIANO - O GRANDE DESAFIO


Um dos maiores desafios de uma mãe é entender e respeitar a linha tênue entre estar certa e o filho também estar certo - dentro dos parâmetros dele - e, esclarecer para ele que o "certo" dele interfere nele e nos demais... Que socialmente o prejudica, bem como aos demais. E que ele entenda.

Esse grande mistério se torna maior a cada dia... ele cresce, entende e apreende muita coisa com tamanha sensibilidade que choca pela força da emoção, do sentido lindo e inovador e da consciência do seu papel e de que as estruturas demagógicas precisam ser abaladas, mas, por outro, apela para o "destrambelhamento" de se agir impulsiva e agressivamente... Onde encontrar o botão do equilíbrio.?Como proceder, sem ter que ser no nível de culpa, culpados, culpadores e vítimas?

Como manter parceria com a escola que, de cara, parte do princípio limitado de que os pais são os causadores de tudo. Isso é óbvio, todos os pais têm esse "quê" de culpa, sim. Qual não o tem? Mas, a maneira como colocam, esperando e idealizando que os pais sejam ricos - para bancar e custear tudo o que é "necessário" para o bom desenvolvimento da criança - e perfeitos - para que a criança possa se desenvolver melhor - é muito pesada e inflexível, ainda que com vozes suaves e discursos bem amarrados... 

Pelo amor de Deus, isso é tortura para os pais... essa condenação e limitação obstrutiva de visão onde apenas e somente apenas, os pais têm essa "culpa", caso o filho não se encaixe nos padrões. E, me pergunto: então, os pais das crianças padronizadas são exemplo de perfeição? E os reflexos de uma relação mal conduzida no ano passado, por eles, não interfere no hoje? E isso não faço em tom de "culpados" mas de algo a ser considerado, também.

Até onde é por falha dos pais, e a partir de onde é carga genética, reação social, característica própria, reação ao que fora vivido e como se estabeleceu essa relação criança-escola? Isso tudo compõe um ser humano, desde a gestação até sempre, todo dia a cada dia, todos os dias e em cada lugar.

Mas, essa espada apontada para a cabeça dos pais como únicos causadores dessas dores, é demais! Não estou, com isso, afirmando que o esforço dos pais - e leia-se pais como pais e mães - deva ser diminuído por qualquer outro fator. Somos responsáveis, sim, mas não milagreiros capazes de enfiar cabeça a dentro da criança que ela precisa se encaixar. E isso não quer dizer que não vejamos a necessidade de que algo seja feito e ir fazendo.

Ao menos, este ano, como nos anteriores - exceto ano passado, faço questão de registrar... também sou imperfeita e tenho minhas arestas a aparar, mas isso não me impede de ter lembrança/memória, ainda que contaminada pela raiva... - estamos tendo a colaboração da professora e a capacidade dela em assumir que, para ela, também existe um limite e não soa como "vocês é que são os culpados". Ela consegue expressar, simplesmente, como uma coisa direta: minha parte vai até aqui. E ela faz mmmuuuiiiittttoooo mais do que a parte dela, apenas. Lógico que nós, pais, é que temos a obrigação, no sentido de dever, mesmo, de responsabilidade, de se refazer e resignificar o tempo inteiro. 

É de suma importância que estejamos ao lado dos nossos filhos, abertos e honestos. Se, mesmo com todo empenho e com todo apoio que recebemos, trata-se de uma luta árdua, desafiadora e desgastante, imagina se cruzássemos os braços? Mas, para nós, também há um limite pessoal de força, mas que se recarrega rapidinho quando vemos que não estamos sós! De ver que ele responde positivamente em muitas coisas. 

Atire a primeira pedra aquela mãe, aquele pai... que NUNCA errou, mesmo querendo acertar?

Sou uma mãe de um filho mega capaz, mega inteligente, mega sensível e mega desrotulado. Ele não se enquadra em padrões existentes, mas a maneira como desafia o mundo é perturbardor, principalmente pelos ímpetos e reações agressivas. É bom ver que, cá fora, isso tem diminuído, porque, assim, é de se entender que algo foi transformado. Mas, na escola, existe um tempo e um ritmo que ele não quer seguir e se revela e se mantém com poucos avanços nesse sentido de se compreender e respeitar. 

Pois é... nem sempre saber o que é certo e errado pela cartilha que nos ensinaram a vida inteira é o certo e o errado mesmo... Como saber quem está certo e quem esté errado se, na cabeça dele, ele está certo? Como fazê-lo entender que o certo dele machuca as pessoas? Como fazê-lo entender que o certo dele pode ser perigoso?

Essa é a lição de sempre e mais forte, hoje, porque outras já alcançamos vitórias... mas, essa ficou. E é a hora e a vez de se fazer novos ajustes. E sempre será assim. Só não aceito ser culpada como errada. Eu tento e me doou. Se não é o suficiente, vou buscar mais forças e reforço. Mas, me tornar perfeita, ainda assim, não será o suficiente para transformar o outro - no caso, meu filho. 

Saudações maternais, de uma mãe que cansa, sim; que desanima, sim; mas que se recupera e nunca deixa de entender  e aceitar o papel de mãe, muito menos a minha responsabilidade. Já aprendi muito, até aqui e ele também, e todos nós - família, amigos, equipe profissional de apoio e que não deixam de estar envolvido com amor - porque nesses movimentos de abalos sísmicos, o que fica após a destruição é o esforço e a descoberta de um novo mundo, reconstruído. O novo, dentro do já existente!

Vivendo e aprendendo! Esse é o meu caminho.

Pat Lins.

sábado, 20 de abril de 2013

ESCOLHAS - "EU SÓ FAÇO O QUE EU QUERO!"


Como de costume, preciso falar e repetir que a vida é um eterno aprendizado. Afinal, somos demandas demais para a vida inteira. 

Pois bem, em meu processo de aprendiz como mãe e, ao mesmo tempo, de orientadora/educadora como mãe, na prática diária, entendo o que a máxima: "escute seu filho para depois falar", é verdadeira. Isso não quer dizer: acate o que ele diz, mas saiba qual a demanda dele, através de uma escuta ativa, para exercer bem o papel.

Olha a situação... ai, ai...

Pedro havia "aprontado" algo na escola - garças a Deus, este ano ele está se encontrando e com o apoio necessário retomado, haja vista que exceto ano passado, ele recebeu todo apoio nos anos anteriores... e ele está mais centrado ou centrando-se. Afinal, trata-se de um processo e não de passe de mágica. A professora - essa, sim, um Professora, vocacionada e dedicada, consciente do seu papel - chama meu marido e conta o que houve, na frente de Pedrinho, para que ele entenda que as atitudes dele geram consequências.

Enfim, para não ficar muito extenso, vou pular para a parte onde ele chega em casa e eu sou notificada:

- Pedro, você quer me contar tudo o que aconteceu? Por quê você arremessou o livro, gastou todo o sabão do banheiro, etc, etc, etc?

- Ah, porque eu quis!

- Então, tá! Vamos fazer um novo combinado, pode ser?

- Pode, sim!

- Você pode, então, ir tomando seu banho que eu te encontro no banheiro e vamos conversando.

Deixei-o lá, por alguns minutos. Normalmente, o shampoo, condicionador e sabonete dele ficam ao alcance. Nesse dia, em especial, coloquei no alto e lá deixei. Daí...

- Mãe, você pode, por favor, pegar meu shampoo? Está muito alto e não alcanço sozinho.

- Eu sei, filho! Muitas vezes, a gente não alcança sozinho o que quer e precisa pedir ajuda a alguém mais alto, mais experiente... alguém que saiba mais do que precisamos para poder nos ajudar. O que você QUER, agora, mesmo?

- Que você, POR FAVOR, pegue meu shampoo, porque você é maior e meus bracinhos não alcançam.

- Tem uma coisa... EU NÃO QUERO PEGAR... AGORA NÃO VOU, SÓ QUANDO EU QUISER!

- E eu vou ficar aqui, todo molhado e sujo, é? Você não quer ver seu filhinho limpo e cheiroso, não?

- Quero, sim. Mas, agora eu quero fazer só o que eu quero. E eu quero ficar aqui, parada, olhando para o teto, fazendo nada...

- Mas, mãe, eu não posso sair daqui assim... 

- Eu sei. Eu também sei que posso te ajudar e, agora, está me dando vontade de te ajudar. - entreguei o shampoo.

- Obrigado, mãe!

- Por nada filho! Mas, pronto para nossa conversa, enquanto toma banho?

- Tá, vou te contar...

Contou tudo e deu sua versão, onde o "não sei o que me deu, eu estava enfurecido...", também adentrou a conversa. Apenas escutei. Quando ele se calou, falei:

- Agora, eu vou falar e preciso que escute até o final, bem como fiz com você, pode ser?

- Tá, mãe...

- Filho, você quer fazer apenas o que você quer, não quer? E você sabe que a gente, quando faz algo de ruim, machuca a gente e aos outros, não sabe? Já percebeu que sempre que você faz uma coisa ruim, vem outra ruim? É assim, meu bem... a gente escolhe o que quer para a gente. Eu me esforço e muito para não te bater, porque eu não acredito que resolva. Eu gosto de conversar com você, porque sempre deu certo. Mas, eu preciso que você me diga agora o que você está querendo voltando a fazer bobagens na escola. Outra coisa, nosso novo acordo é o seguinte: vou deixar você fazer TUDO O QUE VOCÊ QUER. Agora, mesmo, eu ia te levar para fazer a ginástica e, não vou fazer o que eu quero, que era terminar um material do trabalho. Tudo bem, eu escolhi fazer a sua rotina, porque você é criança. Como você está agindo feito um bobo e não merecendo que eu faça algo legal por você, vou fazer o que quero e você vai se vestir, descer e ir lá para o meio da rua e faz o que você quiser. Eu te peço que não machuque, nem maltrate ninguém, porque aí, será com você a polícia. A polícia prende pessoas que não respeitam o coletivo, aquilo que é do bem comum, aquilo que é para todo mundo e quem não respeita o espaço do outro. O meu espaço não aceita certas atitudes que você vem tendo... mas, como é VOCÊ QUE QUER, vai viver na rua, sozinho, porque os malucos, coitados, vivem assim, na rua, sozinhos, fazendo a maluquice que querem e ninguém chega perto, com medo. Olha, só, eu vou sair, mais tarde e só volto após as 22horas, aí, você, se quiser voltar para casa e não estivar preso ou num hospital machucado, eu te recebo para você tomar um banho e dormir. No dia seguinte, você não vai à escola, nem a lugar algum que eu se pai pagamos, porque a gente não quer mais pagar nada que você não queira ir e, mais legal, não vamos te pagar mais nada! Porque a gente não quer! Pois, pela manhã, abro a porta, você desce, vai lá para o meio da rua de novo e vai vivendo sua vida, como VOCÊ QUER! Porque eu e seu pai, vamos vivendo a nossa como a gente quer e como a gente consegue, porque nem tudo que a gente quer a gente pode ou deve fazer! ...

Fui interrompida com um:

- Licença, mãe, posso falar?

- Pode sim, por favor!

- Eu já entendi o que você quer dizer. Pode parar de falar. Eu quero ir para a ginástica e fazer o que precisa ser feito e quero ir para a escola amanhã, porque eu quero aprender a ler e escrever. Você pode me levar?

- Claro, filho! Mas, que fique claro: você está ESCOLHENDO FICAR AQUI, COMIGO E COM SEU PAI. E escolher isso quer dizer entender que nós somos um grupo, como sua escola, sua ginástica, seus amigos no play... E isso quer dizer que o que você faz, nos atinge também. E te atinge, também. Se você quer ficar, a gente vai ficar feliz, porque eu te amo muito e acima de tudo o que você faz, eu sei que tem muita coisa boa aí, também que você sabe e quer fazer. Por isso, ficar aqui tem um custo...

- Qual é?

- Respeitar os limites do que pode e deve do que não pode e não deve, e como sempre, sempre te explicarei as razões. Você topa fazer parte desse grupo?

- Sim, mãe! Mas, você vai ter que me ajudar!

- Peu, isso é tudo o que eu mais QUERO!

E, pronto. Ele não virou um santo. Mas, em cada momentos especiais como esses, mesmo que após ele ter aprontado com seu gêniozinho, ele se abre mais e se revela mais sensível ao perceber o que faz. Nem sempre ele tem real noção dos seus atos... O fato dele querer muito algo é tão importante que, entender que não é bacana conseguir algo passando por cima do outro não é o melhor caminho. Como ele tem dado saltos em progresso, como pessoa, acredito que ele se apaziguar na escola será o próximo. Tudo é uma questão de tempo e de tempo bem monitorado com amor e com apoio, porque eu não conseguiria isso sozinha. Como gosto de agradecer, tenho uma equipe maravilhosa de família, marido, amigos, psicóloga dele, minha terapeuta, outras mães na prática e de Deus - como chamo essa força superior e de equilíbrio de forças, esse Ser supremo e criador - acima de tudo!

É a cada dia! É a cada momento em que respiro fundo e digo: "filho, não é fácil segurar a onda, mas por amor a você e como quero o seu bem, precisamos conversar e sério!". E, nesse movimento sincero e verdadeiro, ele entende. Quando eu apenas bradava e ordenava, exigindo dele um comportamento exemplar... só acirrava a sua ira e não o tocava. Precisei aprender ao escutá-lo mais. Ao observá-lo mais. Ao sentí-lo mais e mais. Ao me aproximar de coração e alma, deixando de lado o que a sociedade espera e vendo o que ele tem de bom para contribuir com esse social carente de mudança e revolução. E, nesse ínterim, a gente aprende juntos a como viver nessa mesma sociedade fechada e tacanha, nada acolhedora e super manipuladora, superficial e hipócrita, na demagogia de que "todos somos um"e  ninguém respeita as diferenças... todo mundo julga e condena, em vez de colaborar. Foi esse entrave que vivemos na escola, ano passado, onde ninguém via ou ouvia os apelos das crianças que pediam: "me oriente com amor. Escute o que tenho para falar, porque não sei como me expressar.". 

Não é fácil ser diferente. Mas, isso não é desculpa para incentivar a irresponsabilidade nos atos e não dar limites com amor!

Tenho aprendido muito nessa caminhada com Peu e ele, também.

É isso, ensinar é escutar a demanda e agir em cima dela.

Saudações maternais,

Pat Lins.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

E QUANDO OS FILHOS CRESCEM E OS PAIS DEIXAM DE SER OS HERÓIS IMORTAIS E INVENCÍVEIS?



Estava conversando com uma pessoa muito especial para mim, uma grande amiga e mãe de um menino maravilhoso, sensível, super inteligente e, ao mesmo tempo, insolente - bem tipo Peu... - e ela me falava da mãe dela e da relação das duas.

Pedi licença para publicar aqui as suas impressões, pois podem enriquecer a outras mães, como eu e as amigas que lêem e ela apenas me pediu que não revelasse o seu nome, o que respeito e entendo. Como o espaço é para troca de experiências reais, não importam os nomes e sim, as situações. Neste caso, ela fala não como a mãe do pequeno, mas como filha da mãe... - por favor, entenda, apesar de ser brincadeira o uso dessa expressão, eu respeito muito a mãe dela, por ser uma pessoa que viveu muita coisa boa, no âmbito financeiro, porém, muita dificuldade no âmbito amor de família. Pois bem, vamos lá:


A MÃE QUE TAMBÉM É FILHA DE UMA MÃE
Uma história realmente emocionante, de amor, desafio e superação 
dentro da escolha de como se proteger

"Amiga" tem - isso ela me autorizou revelar - 49 anos e explicou que sempre amou a mãe e sempre compreendeu sua carência afetiva. Por muitos anos esteva ao lado da mãe, mesmo tendo esta feito as suas escolhas na vida e ter morado 20 anos nos EUA, após segundo casamento e pouco tenha entrado em contato com a filha. Como não tinham mais posses materiais "com folga financeira", não conseguiam manter esse contato. Na época, em que a mãe decidiu morar fora, ela já não era nenhuma criança - estava para completar 25 anos - e apoiou a decisão, por ver a mãe como vítima da relação com o pai. Naquela época, telefone era muito caro - ainda é... - e não havia a facilidade da internet, nem das passagens aéreas mais em conta e parceladas em 10 vezes. Foi uma ruptura dura de segurar para ela, que se viu sozinha com a irmã caçula - dois anos mais nova - e com problemas e transtornos emocionais sérios. O baque foi de derrubar a irmã que "surtou". Sem perceber, ela assumiu o papel de mãe, para a irmã e foram "tapando os buracos", motivadas pela alegria de saber que a mãe estava "livre" do passado e dos seu sofrimento no casamento opressivo. Depois de 5 anos, a mãe conseguiu visitar as filhas e conheceu o primeiro neto - o que cito no início do texto - e essa nova condição de "ser avó" mexeu com ela. Simplesmente, ela se revelou insegura e carente. Queria atenção 24 horas da filha mais velha e tratava a mais nova como uma pessoa incapaz - no que esta se tornou de fato, por falta de incentivo ao tratamento psicoterápico e neurológico. A mais velha, hoje, separada do marido, na época se viu "rodada" com a mãe carente e manipuladora e às voltas com um filho de um mês, um marido maravilhoso, mas que estava sufocado com a presença da sogra tão esperada e que se revelou em desequilíbrio emocional - ele tentou ajudar, mas foi ali que o casamento começou a ceder às pressões e tensões - e deprimiu. Pois é! Deprimiu, por estar sem forças.

Quando a mãe partiu, ela assumiu a irmã. Seu trabalho era cansativo, mas dava conta. Quando casou com o noivo de 5 anos, ela precisou deixar a irmã segura de que não a estava abandonando, mas precisava ir morar com o marido. A caçula estava em tratamento e com a mesada que a mãe mandava dos EUA, conseguia se manter sem trabalhar - é um tipo de esquizofrenia, uma psicose séria que não era bem aceita pela mãe e que "empurraram" com a barriga até explodir com a escolha da mãe de partir e, de certa forma, sumir, já que não mantinha mais contato frequente... nada que ultrapassasse uma ligação por mês e cartas quando "tinha tempo". Ela - a mãe - tinha sua vida, seu trabalho, mas sempre meio que manipulou as situações para que ninguém percebesse que não sabia lidar com o problema da caçula e vivia enchendo-a de cursos de motivação, viagens, presentes... para poupá-la e poupar-se ("sem emissão de julgamento, mas eu precisie enxergar o que mamãe fez", relata amiga), do mundo real e acreditando que estava ajudando a filha, só não admita levar a filha ao psicólogo. Quando a mãe voltou, 5 anos depois, ela "fez" com que a filha deixasse o tratamento, que começou meses após a sua partida e adentrou numa linha espiritualista diversificada, meio que um tratamento ecumênico, ora no candomblé, ora numa abordagem mais esotérica... enfim, nos quase 6 meses que passou no Brasil, ela procurou  de um tudo, desde que a filha não fosse mais ao tratamento psicoterápico. A jovem, já com uns 28 anos, regrediu extremamente e nunca mais foi a mesma... Com a "cobertura" da mãe, ela se sentiu "forte". Não tinha amigas - como na época da eclosão dos transtornos seu comportamento era difícil de lidar no social - com ciúme excessivo, inveja e mania de inventar e criar casos, gerando fofocas e conversas emboladas e denotando uma realidade fantasiosa... sem muito nexo - ela, como dizer, meio que foi excluída do contexto social... isolada, procurava amizades com pessoas de baixo poder aquisitivo, as quais a procuravam com interesse em ir a baladas e festas de "gente chique". Ou seja, ela estava sozinha. Com a volta da mãe, ela que já havia conseguido desenvolver um vínculo de amizade com duas jovens bem bacanas, e que foram um apoio para a mais velha sair de casa sem maior impacto na vida da caçula, desceu ribanceira abaixo e decidiu ter um filho - qualquer semelhança é mera coincidência, que fique claro - que era o que faltava na vida dela. A mãe enlouqueceu... ela sabia dos problemas da filha e que não eram apenas de ordem emocional... e temia pela integridade dela e de um filho. Desesperada, a mãe grita por socorro à filha mais velha e ao genro: "Vocês precisam resolver essa situação, afinal, eu moro longe e vocês são os pais dela agora...". Observação: não vou entrar muito nessa seara, por ser de ordem pessoal e muito extensa, mas ela colocou como uma frase importante e que deveria ser escrita, por revelar muita coisa represada. Pois bem, o ex-marido - na época atual... que confusão eu estou fazendo... - "chutou o pau da barraca" e explodiu, depois de tanto a sogra "azucrinar" e jogar para eles as consequências, mais um vez, de suas escolhas, e disse: "Sua filha tem pai e mãe vivos e, te digo, meu sogro enxerga muito mais do que a senhora. Quem tem que resolver é a senhora que, não estou te condenando, porque também te apoiei em sua escolha, porque voltou e agiu como se o tempo não tivesse andado por aqui e desrespeitou todo empenho que tivemos em colaborar com o progresso 'dela' e quebrou com a conquista e o tratamento de 4 anos intensos. A menina, porque ela pode ser adulta na idade, mas é uma menina carente e doente, está perdida, agora. Totalmente, perdida! E, me perdoe, minha sogra, saiba que te amo muito, mas a senhora errou e feio. Pelo visto, quem mais precisa de tratamento é a senhora, até mesmo para poder ajudar a sua filha!...".  Para ele falar daquele jeito, pelo que conheci dele, olha, a coisa foi séria!

Resumindo: "amiga", naquele período, se viu perdida, também. A mãe disse que o marido dela estava louco, que precisava de tratamento e que ela entendia a reação dele, mas que via nitidamente que se tratava de uma pessoa estressada, que acumula muita raiva em si e que ela não iria abrir mão de toda "felicidade" que construíra por causa da infelicidade deles... E se foi. Um mês depois, tentando se segurar com sua depressão, com o marido - ela nunca tirou a razão dele e sabe que ele fez o melhor que pôde - querendo se distanciar daquela "zona" - como ele mesmo descreveu para ela -, com filho pequeno, sem contato com a mãe e com a irmã "caçando" um pai gerar um filho nela... recorreu ao pai - com quem, é importante situar, não falava direito desde o divórcio com a "mãe vítima". Nesse reencontro, ela conseguiu ouvir o outro lado da história e viu que a mãe também semeou muito dos problemas com omissão, colocando as filhas como válvula de escape - ela não nega o amor que a mãe lhes deu e entende o mecanismo de defesa da mãe - e viu que o desequilíbrio da mãe já vinha há muitos anos, só que o pai de "amiga", brigava com a esposa - eram as brigas que elas presenciavam - exigindo que ela se tratasse, porque ela estava vendo coisas que não existiam. E, diante dessa novidade e em busca de um sentido para sua vida - alguns depressivos, quando querem sair do estado deprimido, usam desse subterfúgio, de se ocupar com o problema alheio em busca de "sentido" para a vida - foi investigar. Descobriu uma mãe que ela nunca teve acesso. Concluiu que conheceu apenas a personagem que a mãe criou e que é até hoje para quem não a conhece, de pessoa super astral e que não se prende ao material, que busca se conhecer... "Tudo fachada! Minha mãe é um engodo para ela mesma! Chegou a um ponto que ela não se assume, não se vê...", concluiu "amiga", após "conhecer" sua mãe pelos olhos dos outros: família materna, pai, amigos de juventude dela, colegas de trabalho... Foi um choque muito forte, para ela, mas ela acordou! 

Uma curiosidade: a gente se conheceu por conta daqui do blog e do que eu chamo de DS - distância saudável - e nos encantamos mutuamente. Por ela não ser da minha cidade, continuamos nossos contatos via mundo virtual.

Pois bem, ela obteve a ajuda do pai, no cuidado com a irmã que, àquela altura, estava grávida... Nessa de se reaproximar do pai, ela levou a irmã e foi com o filho pequeno. Pediu uma licença não remunerada no trabalho - porque já havia acabado a licença maternidade - e estava "dando um tempo", no casamento, a pedido do marido... Pois, nesse meio tempo, enquanto ela desenvolvia uma relação com o pai, a irmã ia "a caça" e conseguiu um "doador de semén". Em troca de uns trocados,  esse cidadão se deitou com a irmã e, pronto, dia certo, hora certa e temperatura adequada, o encontro foi "batata". A irmã sabia, mesmo em seu mundinho, que tinha dificuldade para engravidar, mas estudou o que precisava e aprendeu até a medir a temperatura do "corpo" para o momento exato. E se fez o ápice! No alvo! Mas, não souberam de "cara", só após o terceiro mês é que a "bomba" fora revelada! O lado bom: ela conheceu o pai que nunca lhe fora permitido conhecer. A mãe, ao pedir o divórcio, com elas ainda adolescentes, mudou de cidade. O pai, cansado - como ela aceitou anos e anos depois - não ofereceu resistência. Entrava em contato, via cartas, para as filhas - cartas essas que elas encontraram, na volta do período que estiveram com o pai, nos pertences da mãe que ela havia EXIGIDO que nunca mexessem - e nunca obtivera respostas. Chegou a procurá-las, mas fora impedido por conta de um mandado judicial que não poderia se aproximar das filhas. Deveria manter uma distância lá. E assim, o tempo passou. Ele não teve outros filhos. Não quis. Também, se envolveu pouco com outras mulheres. Nessa época, era casado com uma pessoa muito boa e que o ajudou, com seu amor, a curar as feridas do passado.

A irmã de amiga continua surtando. Quando a mãe voltou ao Brasil, elas - a mãe e a caçula - começaram vivendo juntas, porque a filha caçula morava sozinha - o pai do filho lutou na justiça e ganhou a guarda compartilhada do filho e, depois de um tempo, conseguiu a guarda sozinho, ao provar a incapacidade mental dela educar uma criança, que já estava coitado, com um quadro sério de nervoso,  com problemas renais ou era na bexiga... o que gerou uma incontinencia urinária no pequeno e ele tinha que suar fralda descartável, com mais de 5 anos de idade... inclusive, as datas, aqui, são aproximadas, para não identificação, o que não interfere no conteúdo e algumas partes eu suprimi, diante do pedido dela, após leitura prévia do texto, antes da publicação - pois sim, mãe e filha caçula dividiram o mesmo teto inicialmente. Mas, depois de tantos atritos, a mãe, com um poder aquisitivo melhor e, ainda assim, como ela fala "segura" - no sentido de sovina, a ponto de, segundo ela, sentir fome na rua e, em vez de fazer um lanche, deixa de resolver algo que estava resolvendo, para voltar para casa e comer em casa.... gastando mais em transporte... -, comprou seu próprio apartamento. O que, de acordo com sua visão não compartilhada com a mãe, piorou tudo... pois ela deveria ter comprado uma casa. 

A mãe já não sabe mais se multiplicar entre as filhas e os 3 netos - amiga, na verdade, tem 2 filhos... um parêntese: ela e o marido tentaram uma segunda chance e tiveram o segundo filho, mas, parece novela, quando a sogra voltou de vez, tudo ruiu... faz quase 5 anos que se separaram de vez. Ela - a mãe de "amiga" - se "isola" em seu mundo próprio, indo em diversos eventos sociais e culturais, como gosta, e se inscreve em tudo quanto é palestra gratuita que vê. Amiga ri, apesar de ver que é um problema, e diz que a mãe é viciada em "entrada franca". Segundo ela, numa piada para extravazar, disse que, um dia ainda terá que socorrer a mãe num hospital público, porque até em igreja ela adentra, porque é de graça. A mãe não tem amizades com "raízes" sólidas. Apenas pessoas que ela conhece aqui e ali e por quem se tratam carinhosamente, desde que não passem mais de três horas juntas... Certa vez, recebeu uma dessas amigas em casa e a amiga, hoje, é ex-amiga, para que não corra o risco de voltar a ter que recebê-la em casa e custear comida para duas e gasto de energia... 

O desabafo de amiga:

"Eu sou mãe de 2 filhos, do gênero masculino; filha de uma mulher incrível, linda e inteligente; irmã de uma criatura que poderia ser melhor, mas que se tornou um ser insuportável e de convivência impossível, dentro de uma ótica de troca...; papai faleceu há poucos meses e sinto muita falta daquele homem íntegro e bom, que por não saber lidar com os transtornos da esposa, assinou sua falência como pessoa, diante de tudo que ela falava dele e do que sentia, por não se ver uma pessoa doente... e um homem que amei conhecer e que pude apresentar meus filhos! Mamãe e irmã são duas pessoas que amo, que doei muito de mim e que perdi muito, também, porém, não as condeno, não as culpo - elas perdem mais do que eu, pois perdem a cada dia o amor de quem se aproxima delas. Também, não sei conviver com elas, porque são tão instáveis que temo por nunca saber quem estará ali... Falam, falam e falam e nunca escutam que estão falando e nem a outro qualquer que fale... 

Nunca deixei meus filhos com elas, para isso, graças a Deus, tive e tenho o apoio do meu ex-marido, uma pessoa que amo muito e, em nome desse amor, deixo-o livre dos problemas que grudaram em mim e só hoje, após anos de auto-busca, consigo me libertar, mantendo o que aprendi aqui a chamar de DS - distância saudável - e com minha ex-sogra, que é uma pessoa mais equilibrada e alvo de um ciúme doentio de mamãe, pois ela tem uma relação muito linda de amor com a família e com todos os netos, sabendo amar a cada um, sem compará-los, como mamãe sempre faz... Como ela conviveu mais com meu sobrinho, e ele era um menino sonso - melhorou muito após conviver com o pai... e faz terapia até hoje - e mentiroso, com tão pouca idade... era a maneira dele conviver com elas, coitado. 

Por isso, se isso couber a alguém, tratem de suas carências. Mamãe fez tanto para nos afastar de papai, que conseguiu, mas como o Tempo é justo, ele nos permitiu um reencontro e um ajuste. 

Hoje, mamãe me afasta dela. Um misto de raiva, pena e compreensão. Ela não se abre a conversas, desde que seja para apenas me cobrar por não vê-la, nem procurá-la, nem deixá-la ver meus filhos - que gostam dela, mas eu evito essa convivência nada saudável... se estou errando ou acertando, não sei, mas é como me protejo dos ataques dela que ela mesma ignora. Nos encontramos em datas comemorativas e por pouco tempo. A família do meu ex me apóia e me recebe, daí, é para lá que me desloco mais, me sinto melhor e mais acolhida, bem como com meus amigos. Nem mesmo contato com minha família materna consigo manter... mesmo amando-os. Eles sabem meus motivos e me apóiam, também. Elas precisam sugar a alegria do ambiente e isso me inquieta... não é fácil se libertar disso, assim, tão rápido, mesmo numa idade mais madura. 

Mamãe está enlouquecendo, mesmo sendo tão inteligente. Está envelhecendo mais do que sua idade. Até pouco tempo, quando vivia conseguindo exercer sua pseudo felicidade e equilibrio - zen -, morando numa terra estranha, longe de quem pudesse refletir quem ela realmente é... ela aparentava ser mais jovem... hoje, esta muito acabada. Muito magra, mas uma magreza de tristeza. E diz que é culpa minha, que sou grosseira com ela... Só me liga e me procura em horário de trabalho e quer que eu esteja disponível para escutá-la... Em meio aos meus afazeres e resistente ao contato com ela, falo de maneira acelerada e ela sempre desliga com um: 'eu vou desligar, porque, para variar, você nunca tem tempo para sua mãe, quem te protegeu de tanta coisa, que te deu tanto amor e que abriu mão da própria vida, convivendo com um homem como seu pai... para isso, você é grosseira... Tudo bem. Eu te amo mesmo assim e vou desligar. Um beijo, minha filha amada! Eu estou acima disso, porque vi numa palestra muito boa que fui e você deveria ir, que quando a gente compreende as patadas dos filhos, a gente entende que a gente também errou, dando muito amor!'. E assim, ela finaliza, me jogando a culpa da infelicidade dela. 

Por muitos anos, minha mãe foi minha heroína. Até ela matar o verdadeiro herói que existia dentro dela, mostrando ser uma pessoa normal que queria se sentir acima do bem e do mal... Mãe, eu te amo, mas não sei conviver com você! Você precisa se ver, se ajudar! O impossível estarmos juntas, nós estamos estabelecendo e fortalecendo a cada dia. Por mais que te compreenda, você não deixa de ser e agir como é e como age. Você ataca, ainda que com sua voz mansa e baixa, e com suas palavras superficialmente doces, a todos que te amam, inclusive a sua própria mãe! 

Portanto, para você, para mim, para Patricia - uma amiga para quem envio esse meu desabafo -, para qualquer outra mãe, fica o alerta: nós somos falhas, em tudo, porque somos humanas! Eu sou mãe, filha de uma mãe que é filha de uma mãe e nessa cadeia, estamos presas apenas pelo laço sanguíneo, não pelo amor de uma relação bem firmada e desenvolvida. 

Aos meus filhos, que me amam, minhas crianças - na verdade, adultos... oh, meu Deus! - e me mostram o quanto me enxergam como eu sou e conseguem conviver harmonicamente comigo. Isso me dá muito orgulho de mim e deles, por terem seguido seus caminhos sem as neuroses, psicoses da minha família genética. 

Por isso, peço destaque para esse apelo: 

ASSUMAM-SE MORTAIS, HUMANAS E VENCÍVEIS, ISSO É QUE NOS DÁ FORÇAS PARA SUPERARMOS CADA DESAFIO DIÁRIO COM O SUPER PODER DO AMOR QUE NOS UNE - MÃES E FILHOS, BEM COMO PESSOAS HUMANAS COM OUTRAS PESSOAS HUMANAS!".

Pois é, fica a dica de "amiga"!

Obrigada por dividir conosco! 

Ia deixar para o "especial dia das mães", mas o mais justo, ao meu ver, era divulgar, hoje, não sei porquê... mas segui meu coração e pronto, retirei da data programada. Que possamos nos deixar tocar e apreender um pouco mais com a experiência de um ser humano tão lindo quanto "amiga", que, agora, é amiga de todas nós!

Saudações maternais,

Pat Lins.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

PERFEITOS IMPERFEITOS



E assim, vamos nos ajustando, nos conhecendo, nos reconhecendo, nos reparando... juntos, caminhando, com muito amor, nos amando!

Em cada erro, um provável acerto. Em cada acerto, sinal de crescimento.

Juntos, amadurecendo. Construindo nossa relação.

Foi um grande desafio nos afinarmos, mas estamos aí, nos empenhando e juntos, sempre!

E de repente, ele me diz: "Mãe, sempre que eu estiver assim, triste, como estou agora, você em dá um abraço forte e um beijo, como sempre fez?". "Sim, filho! E se eu não estiver ao seu lado, por qualquer motivo que seja, sinta em seu coração porque é lá que a gente se une!". E eu me derreto, toda.

Com muito amor e nesse processo de ver, acolher, aceitar e agir para transformar, ele me deu as dicas e diretrizes de por onde ir, por onde alcançá-lo em si. E fui, entrei nesse mundo lindo e inovador. Perdi o medo do diferente e especial. Me rendi aos seus encantos, sem perder a autoridade e esta se fez ainda mais natural: ele sabe quem eu sou e o que mais desejo para ele, que ele seja uma pessoa do bem e feliz! Não para agradar ou se enquadrar em um padrão, mas, entendendo que existe um padrão, o qual ele precisa respeitar, mas que se exija respeito a ele, desde que não invada o espaço de ninguém. Esses são os meus valores... Posso estar certa ou errada, mas como não existe uma fórmula certa e nem um certo ou errado 100% certo, a gente vai se ajustando em nossas imperfeições.

A cada dia, um novo aprendizado. Os limites, como me ensinou uma amiga, se fazem na rotina bem estabelecida. O crescimento se faz. Mesmo assim, alto e baixos ainda acontecem... e tem como ser diferente?

Isso é ser mãe, minha gente! Isso é ser gente mãe de gente!

E hoje, como em todos os dias, o dia é nosso: mães, pais, filhos, escola, família, amigos, sociedade, cultura local... O aprendizado é resultado do empenho diário de todos!

Saudações maternais,

Pat Lins.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

SOMETIMES


Às vezes é difícil encontrar a palavra certa... daí, simplesmente, deixo o corpo guiar e abraço! Assim, os corações conseguem estar mais próximos e se entendem! 

Algumas vezes, também não sei como agir... daí, me calo e abro os braços, num abraço que fala por mim!

Às vezes dá certo... em outras, as palavras precisam intervir! Mas, sempre saem do coração!

Em todas as vezes eu queria ser uma mãe perfeita, mas não sou. Assim, toco meu coração e me lembro: humana é que sou!

E peço ao Tempo que me guie até a melhor solução...

Pat Lins.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

DIFERENTES MAS IGUAIS



Crianças diferentes precisam ser reconhecidas como diferentes, não classificadas como diferentes!

Elas não são mais, nem menos, elas são, cada uma, como cada uma é!

Entender isso nos ajuda a parar de querer equiparar todas as crianças. Isso não altera a relevância do limite, de uma rotina prazerosa, porém com tarefas definidas e responsabilidades.

Nós precisamos parar de estigmatizar a tudo e a todos e cada um. Nós, enquanto pais dessa nova geração, ou apenas geração atual, podemos desempenhar um papel edificante na construção dessa nova era que surge, através de bons valores - não me refiro a valores subjetivos, como gostos pessoais... mas a valores, mesmo, aquele lance que todo mundo sabe o que é e nunca coloca em prática, na prática, como respeitar as diferenças, sem anular-se, onde respeito entende-se por saber que as pessoas são como são e não como nós queremos que elas sejam e respeito é algo que não invade o espaço do outro, não manipula, nem ofende ou se ofende. 

Nós, enquanto pais e mães, temos em nossas mãos, parceiros de construção. Toda criança traz o novo, a novidade do inesperado e sem fórmula pronta. Mas, a cada geração, novidades surgem e temos que nos adaptar, aprender. Eles nascem já conhecendo como algo comum o que nos é novidade. Nós, inclusive os educadores, que são nossos colaboradores nessa missão de educação, precisamos estar mais abertos ao novo, ao diferente. Romper paradigmas é desafiador, porém, necessário! Desafio maior é acatar e acolher as diferenças adentrando o mundo de cada um e agindo através do que se tem, para descobrir o que não tem e fomentar. É um trabalho de crescimento e aprendizado juntos. 

Meu filho tem me ensinado muita coisa nova e interessante. Inclusive, que eu não tenho que ficar preocupada por ele ser diferente... essa é a maior qualidade dele. Para quem convive com ele e percebe o progresso, consequência de uma parceria bacana entre nós, família, amigos e terapia, entende o que quer dizer: diferença não é doença. Ser mega inteligente não o impede de ser apenas uma criança. Sabe o que eu não faço? Não o forço a ser adulto antes da hora. Aprendi a permitir que ele seja, sim, uma criança feliz, para crescer um adulto saudável. Isso não me impede de errar, de muitas vezes não saber o que fazer. Mas, a confiança que ele tem em mim, quando alguém pergunta algo e ele fala: "pergunta para minha mãe, que ela sabe muitas coisas. Se ela não souber, ela te ajuda a procurar!" isso é conquista, é mérito da nossa relação franca e firme. 

Pedro tem sido o meu maior desafio e a minha maior fonte de inspiração e motivação para refazer minha vida, refazer meu caminho, refazer minha carreira profissional, acreditar que dá para ir em frente, sim e enxergar mais o que deve ser feito do que os obstáculos e que se realizar é fazer o que dá prazer, não o que arranca o couro e o sangue e o tempo e a vida! E isso, não tem preço! Ele se revela, a cada dia, uma surpresa. Nada convencional. Nada normótico. Apenas um ser em formação, como nós, adultos, pais e mães. 

Para ser mãe dessa criança, também eu tive que resgatar a  minha criança e lembrar do que era ser criança, do que era pensar como criança... do que era não ter noção do tamanho infinito do mundo, mesmo vendo tudo grande, é muito maior! 

O que adoece os adultos é esquecer que foram crianças - felizes ou não - e entender que, hoje, na fase adulta, deveria era se encontrar, não se perder!

Meu filho, muito obrigada por ser igual a todos nós, humanos e falhos! Mas, muito obrigada por ser tão, tão diferente e capaz de nos fazer entender que se erra, mas se pode acertar quando bem orientado!

Hoje, ao ver você, na ginástica, brincando com o professor que te amarrou todo, com aquela corda, de barriga para baixo e preso pelos pés e mãos para ver você escapar em alguns segundos e você, nem piscou, simplesmente, sabia o que fazer e fez, apenas sabia que era para se libertar e se libertou rapida e criativamente, vi que eu não devo ficar presa nas cordas da vida que a gente se enrola. Comecei desatando os nós mais próximos e soltando os braços e a cabeça. Não sou tão rápida como você, porque fui contaminada pela normose - ô palavra que uso e abuso e adoro usar - e tento me curar desse mal que padece a humanidade. Mas, assim que soltar a cintura, os pés se soltarão sozinhos e começarei a caminhar com muito mais gosto por essa vida de meu Deus!

Obrigada, filho! Obrigada pela parceria! Obrigada pela amizade! Obrigada por ser um ser surpreendente! Isso sim, encarar as situações como desafios e superações é que vai salvar a humanidade! Resgatar valores humanos, aprender a lidar com a dor... seguir em frente e deixar passar. Pedro apronta, aprontam com ele, ele lembra mas sem rancor. Ele sabe é ser feliz! Meu desafio é educar sem castrar. Dar o limite, sem podar. Nós nos ajudamos, nos multiplicamos e contamos com uma equipe multi pluri inter disciplinar com muito amor e boa vontade!

O que falta nesse mundo é AMOR! Aliás, o que falta na maioria das pessoas desse mundo é AMOR. É amar! É na união que se faz a força, não na separação! Iguais e diferentes, todos nós somos!

Saudações maternais,

Pat Lins.


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