Ontem, no "Encontros, com Fátima Bernardes", mostrou a atitude de um casal com bebê de 8 meses e iam viajar de avião.
Eles distribuíram saquinhos com balas, chocolate, um fone de ouvido e um bilhetinho onde "a bebezinha" pedia desculpas, com antecedência, caso ela chorasse durante o voo, principalmente na decolagem e na aterrissagem. Daí, explica que o fone é para quem se sentir muito incomodado com o choro e os doces para que todos tivessem uma boa viagem com doçura. Coisa mais linda!
Mas, me espanta ver que bebê não pode mais chorar... Gentileza gera gentileza e foi o que o casal de pais tentou fazer: despertar a nobreza da gentileza antes da contaminação doentia que é a intolerância.
Me preocupa o rumo das coisas. Não falo em perfeição, ninguém é. Falo em, mesmo que irrite ou assuste momentaneamente, um grito de criança, aquilo não se torne uma resistência à liberdade da infância. Não falo em falta de limite, mas em permitirmos que criança seja criança na infância.
Não aguentar ouvir choro de bebês e criticar um bebê que chora, uma mãe que amamenta, uma criança que corre brincando é desejar não viver mais o natural ; é viver o artífice da vida moderna com culto ao caos; é falar num futuro de robôs, sem humanos, sem contatos, sem DIVERSIDADE, sem, sequer, diversas idades.
Como consequência da nossa "modernidade" com todo avanço tecnológico e científico, pouco evoluímos de fato e em valores. Já roubamos os espaços das crianças, agora, estamos por roubar seu tempo...
Criança feliz é criança criança.
Pat Lins