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sexta-feira, 19 de abril de 2013

E QUANDO OS FILHOS CRESCEM E OS PAIS DEIXAM DE SER OS HERÓIS IMORTAIS E INVENCÍVEIS?



Estava conversando com uma pessoa muito especial para mim, uma grande amiga e mãe de um menino maravilhoso, sensível, super inteligente e, ao mesmo tempo, insolente - bem tipo Peu... - e ela me falava da mãe dela e da relação das duas.

Pedi licença para publicar aqui as suas impressões, pois podem enriquecer a outras mães, como eu e as amigas que lêem e ela apenas me pediu que não revelasse o seu nome, o que respeito e entendo. Como o espaço é para troca de experiências reais, não importam os nomes e sim, as situações. Neste caso, ela fala não como a mãe do pequeno, mas como filha da mãe... - por favor, entenda, apesar de ser brincadeira o uso dessa expressão, eu respeito muito a mãe dela, por ser uma pessoa que viveu muita coisa boa, no âmbito financeiro, porém, muita dificuldade no âmbito amor de família. Pois bem, vamos lá:


A MÃE QUE TAMBÉM É FILHA DE UMA MÃE
Uma história realmente emocionante, de amor, desafio e superação 
dentro da escolha de como se proteger

"Amiga" tem - isso ela me autorizou revelar - 49 anos e explicou que sempre amou a mãe e sempre compreendeu sua carência afetiva. Por muitos anos esteva ao lado da mãe, mesmo tendo esta feito as suas escolhas na vida e ter morado 20 anos nos EUA, após segundo casamento e pouco tenha entrado em contato com a filha. Como não tinham mais posses materiais "com folga financeira", não conseguiam manter esse contato. Na época, em que a mãe decidiu morar fora, ela já não era nenhuma criança - estava para completar 25 anos - e apoiou a decisão, por ver a mãe como vítima da relação com o pai. Naquela época, telefone era muito caro - ainda é... - e não havia a facilidade da internet, nem das passagens aéreas mais em conta e parceladas em 10 vezes. Foi uma ruptura dura de segurar para ela, que se viu sozinha com a irmã caçula - dois anos mais nova - e com problemas e transtornos emocionais sérios. O baque foi de derrubar a irmã que "surtou". Sem perceber, ela assumiu o papel de mãe, para a irmã e foram "tapando os buracos", motivadas pela alegria de saber que a mãe estava "livre" do passado e dos seu sofrimento no casamento opressivo. Depois de 5 anos, a mãe conseguiu visitar as filhas e conheceu o primeiro neto - o que cito no início do texto - e essa nova condição de "ser avó" mexeu com ela. Simplesmente, ela se revelou insegura e carente. Queria atenção 24 horas da filha mais velha e tratava a mais nova como uma pessoa incapaz - no que esta se tornou de fato, por falta de incentivo ao tratamento psicoterápico e neurológico. A mais velha, hoje, separada do marido, na época se viu "rodada" com a mãe carente e manipuladora e às voltas com um filho de um mês, um marido maravilhoso, mas que estava sufocado com a presença da sogra tão esperada e que se revelou em desequilíbrio emocional - ele tentou ajudar, mas foi ali que o casamento começou a ceder às pressões e tensões - e deprimiu. Pois é! Deprimiu, por estar sem forças.

Quando a mãe partiu, ela assumiu a irmã. Seu trabalho era cansativo, mas dava conta. Quando casou com o noivo de 5 anos, ela precisou deixar a irmã segura de que não a estava abandonando, mas precisava ir morar com o marido. A caçula estava em tratamento e com a mesada que a mãe mandava dos EUA, conseguia se manter sem trabalhar - é um tipo de esquizofrenia, uma psicose séria que não era bem aceita pela mãe e que "empurraram" com a barriga até explodir com a escolha da mãe de partir e, de certa forma, sumir, já que não mantinha mais contato frequente... nada que ultrapassasse uma ligação por mês e cartas quando "tinha tempo". Ela - a mãe - tinha sua vida, seu trabalho, mas sempre meio que manipulou as situações para que ninguém percebesse que não sabia lidar com o problema da caçula e vivia enchendo-a de cursos de motivação, viagens, presentes... para poupá-la e poupar-se ("sem emissão de julgamento, mas eu precisie enxergar o que mamãe fez", relata amiga), do mundo real e acreditando que estava ajudando a filha, só não admita levar a filha ao psicólogo. Quando a mãe voltou, 5 anos depois, ela "fez" com que a filha deixasse o tratamento, que começou meses após a sua partida e adentrou numa linha espiritualista diversificada, meio que um tratamento ecumênico, ora no candomblé, ora numa abordagem mais esotérica... enfim, nos quase 6 meses que passou no Brasil, ela procurou  de um tudo, desde que a filha não fosse mais ao tratamento psicoterápico. A jovem, já com uns 28 anos, regrediu extremamente e nunca mais foi a mesma... Com a "cobertura" da mãe, ela se sentiu "forte". Não tinha amigas - como na época da eclosão dos transtornos seu comportamento era difícil de lidar no social - com ciúme excessivo, inveja e mania de inventar e criar casos, gerando fofocas e conversas emboladas e denotando uma realidade fantasiosa... sem muito nexo - ela, como dizer, meio que foi excluída do contexto social... isolada, procurava amizades com pessoas de baixo poder aquisitivo, as quais a procuravam com interesse em ir a baladas e festas de "gente chique". Ou seja, ela estava sozinha. Com a volta da mãe, ela que já havia conseguido desenvolver um vínculo de amizade com duas jovens bem bacanas, e que foram um apoio para a mais velha sair de casa sem maior impacto na vida da caçula, desceu ribanceira abaixo e decidiu ter um filho - qualquer semelhança é mera coincidência, que fique claro - que era o que faltava na vida dela. A mãe enlouqueceu... ela sabia dos problemas da filha e que não eram apenas de ordem emocional... e temia pela integridade dela e de um filho. Desesperada, a mãe grita por socorro à filha mais velha e ao genro: "Vocês precisam resolver essa situação, afinal, eu moro longe e vocês são os pais dela agora...". Observação: não vou entrar muito nessa seara, por ser de ordem pessoal e muito extensa, mas ela colocou como uma frase importante e que deveria ser escrita, por revelar muita coisa represada. Pois bem, o ex-marido - na época atual... que confusão eu estou fazendo... - "chutou o pau da barraca" e explodiu, depois de tanto a sogra "azucrinar" e jogar para eles as consequências, mais um vez, de suas escolhas, e disse: "Sua filha tem pai e mãe vivos e, te digo, meu sogro enxerga muito mais do que a senhora. Quem tem que resolver é a senhora que, não estou te condenando, porque também te apoiei em sua escolha, porque voltou e agiu como se o tempo não tivesse andado por aqui e desrespeitou todo empenho que tivemos em colaborar com o progresso 'dela' e quebrou com a conquista e o tratamento de 4 anos intensos. A menina, porque ela pode ser adulta na idade, mas é uma menina carente e doente, está perdida, agora. Totalmente, perdida! E, me perdoe, minha sogra, saiba que te amo muito, mas a senhora errou e feio. Pelo visto, quem mais precisa de tratamento é a senhora, até mesmo para poder ajudar a sua filha!...".  Para ele falar daquele jeito, pelo que conheci dele, olha, a coisa foi séria!

Resumindo: "amiga", naquele período, se viu perdida, também. A mãe disse que o marido dela estava louco, que precisava de tratamento e que ela entendia a reação dele, mas que via nitidamente que se tratava de uma pessoa estressada, que acumula muita raiva em si e que ela não iria abrir mão de toda "felicidade" que construíra por causa da infelicidade deles... E se foi. Um mês depois, tentando se segurar com sua depressão, com o marido - ela nunca tirou a razão dele e sabe que ele fez o melhor que pôde - querendo se distanciar daquela "zona" - como ele mesmo descreveu para ela -, com filho pequeno, sem contato com a mãe e com a irmã "caçando" um pai gerar um filho nela... recorreu ao pai - com quem, é importante situar, não falava direito desde o divórcio com a "mãe vítima". Nesse reencontro, ela conseguiu ouvir o outro lado da história e viu que a mãe também semeou muito dos problemas com omissão, colocando as filhas como válvula de escape - ela não nega o amor que a mãe lhes deu e entende o mecanismo de defesa da mãe - e viu que o desequilíbrio da mãe já vinha há muitos anos, só que o pai de "amiga", brigava com a esposa - eram as brigas que elas presenciavam - exigindo que ela se tratasse, porque ela estava vendo coisas que não existiam. E, diante dessa novidade e em busca de um sentido para sua vida - alguns depressivos, quando querem sair do estado deprimido, usam desse subterfúgio, de se ocupar com o problema alheio em busca de "sentido" para a vida - foi investigar. Descobriu uma mãe que ela nunca teve acesso. Concluiu que conheceu apenas a personagem que a mãe criou e que é até hoje para quem não a conhece, de pessoa super astral e que não se prende ao material, que busca se conhecer... "Tudo fachada! Minha mãe é um engodo para ela mesma! Chegou a um ponto que ela não se assume, não se vê...", concluiu "amiga", após "conhecer" sua mãe pelos olhos dos outros: família materna, pai, amigos de juventude dela, colegas de trabalho... Foi um choque muito forte, para ela, mas ela acordou! 

Uma curiosidade: a gente se conheceu por conta daqui do blog e do que eu chamo de DS - distância saudável - e nos encantamos mutuamente. Por ela não ser da minha cidade, continuamos nossos contatos via mundo virtual.

Pois bem, ela obteve a ajuda do pai, no cuidado com a irmã que, àquela altura, estava grávida... Nessa de se reaproximar do pai, ela levou a irmã e foi com o filho pequeno. Pediu uma licença não remunerada no trabalho - porque já havia acabado a licença maternidade - e estava "dando um tempo", no casamento, a pedido do marido... Pois, nesse meio tempo, enquanto ela desenvolvia uma relação com o pai, a irmã ia "a caça" e conseguiu um "doador de semén". Em troca de uns trocados,  esse cidadão se deitou com a irmã e, pronto, dia certo, hora certa e temperatura adequada, o encontro foi "batata". A irmã sabia, mesmo em seu mundinho, que tinha dificuldade para engravidar, mas estudou o que precisava e aprendeu até a medir a temperatura do "corpo" para o momento exato. E se fez o ápice! No alvo! Mas, não souberam de "cara", só após o terceiro mês é que a "bomba" fora revelada! O lado bom: ela conheceu o pai que nunca lhe fora permitido conhecer. A mãe, ao pedir o divórcio, com elas ainda adolescentes, mudou de cidade. O pai, cansado - como ela aceitou anos e anos depois - não ofereceu resistência. Entrava em contato, via cartas, para as filhas - cartas essas que elas encontraram, na volta do período que estiveram com o pai, nos pertences da mãe que ela havia EXIGIDO que nunca mexessem - e nunca obtivera respostas. Chegou a procurá-las, mas fora impedido por conta de um mandado judicial que não poderia se aproximar das filhas. Deveria manter uma distância lá. E assim, o tempo passou. Ele não teve outros filhos. Não quis. Também, se envolveu pouco com outras mulheres. Nessa época, era casado com uma pessoa muito boa e que o ajudou, com seu amor, a curar as feridas do passado.

A irmã de amiga continua surtando. Quando a mãe voltou ao Brasil, elas - a mãe e a caçula - começaram vivendo juntas, porque a filha caçula morava sozinha - o pai do filho lutou na justiça e ganhou a guarda compartilhada do filho e, depois de um tempo, conseguiu a guarda sozinho, ao provar a incapacidade mental dela educar uma criança, que já estava coitado, com um quadro sério de nervoso,  com problemas renais ou era na bexiga... o que gerou uma incontinencia urinária no pequeno e ele tinha que suar fralda descartável, com mais de 5 anos de idade... inclusive, as datas, aqui, são aproximadas, para não identificação, o que não interfere no conteúdo e algumas partes eu suprimi, diante do pedido dela, após leitura prévia do texto, antes da publicação - pois sim, mãe e filha caçula dividiram o mesmo teto inicialmente. Mas, depois de tantos atritos, a mãe, com um poder aquisitivo melhor e, ainda assim, como ela fala "segura" - no sentido de sovina, a ponto de, segundo ela, sentir fome na rua e, em vez de fazer um lanche, deixa de resolver algo que estava resolvendo, para voltar para casa e comer em casa.... gastando mais em transporte... -, comprou seu próprio apartamento. O que, de acordo com sua visão não compartilhada com a mãe, piorou tudo... pois ela deveria ter comprado uma casa. 

A mãe já não sabe mais se multiplicar entre as filhas e os 3 netos - amiga, na verdade, tem 2 filhos... um parêntese: ela e o marido tentaram uma segunda chance e tiveram o segundo filho, mas, parece novela, quando a sogra voltou de vez, tudo ruiu... faz quase 5 anos que se separaram de vez. Ela - a mãe de "amiga" - se "isola" em seu mundo próprio, indo em diversos eventos sociais e culturais, como gosta, e se inscreve em tudo quanto é palestra gratuita que vê. Amiga ri, apesar de ver que é um problema, e diz que a mãe é viciada em "entrada franca". Segundo ela, numa piada para extravazar, disse que, um dia ainda terá que socorrer a mãe num hospital público, porque até em igreja ela adentra, porque é de graça. A mãe não tem amizades com "raízes" sólidas. Apenas pessoas que ela conhece aqui e ali e por quem se tratam carinhosamente, desde que não passem mais de três horas juntas... Certa vez, recebeu uma dessas amigas em casa e a amiga, hoje, é ex-amiga, para que não corra o risco de voltar a ter que recebê-la em casa e custear comida para duas e gasto de energia... 

O desabafo de amiga:

"Eu sou mãe de 2 filhos, do gênero masculino; filha de uma mulher incrível, linda e inteligente; irmã de uma criatura que poderia ser melhor, mas que se tornou um ser insuportável e de convivência impossível, dentro de uma ótica de troca...; papai faleceu há poucos meses e sinto muita falta daquele homem íntegro e bom, que por não saber lidar com os transtornos da esposa, assinou sua falência como pessoa, diante de tudo que ela falava dele e do que sentia, por não se ver uma pessoa doente... e um homem que amei conhecer e que pude apresentar meus filhos! Mamãe e irmã são duas pessoas que amo, que doei muito de mim e que perdi muito, também, porém, não as condeno, não as culpo - elas perdem mais do que eu, pois perdem a cada dia o amor de quem se aproxima delas. Também, não sei conviver com elas, porque são tão instáveis que temo por nunca saber quem estará ali... Falam, falam e falam e nunca escutam que estão falando e nem a outro qualquer que fale... 

Nunca deixei meus filhos com elas, para isso, graças a Deus, tive e tenho o apoio do meu ex-marido, uma pessoa que amo muito e, em nome desse amor, deixo-o livre dos problemas que grudaram em mim e só hoje, após anos de auto-busca, consigo me libertar, mantendo o que aprendi aqui a chamar de DS - distância saudável - e com minha ex-sogra, que é uma pessoa mais equilibrada e alvo de um ciúme doentio de mamãe, pois ela tem uma relação muito linda de amor com a família e com todos os netos, sabendo amar a cada um, sem compará-los, como mamãe sempre faz... Como ela conviveu mais com meu sobrinho, e ele era um menino sonso - melhorou muito após conviver com o pai... e faz terapia até hoje - e mentiroso, com tão pouca idade... era a maneira dele conviver com elas, coitado. 

Por isso, se isso couber a alguém, tratem de suas carências. Mamãe fez tanto para nos afastar de papai, que conseguiu, mas como o Tempo é justo, ele nos permitiu um reencontro e um ajuste. 

Hoje, mamãe me afasta dela. Um misto de raiva, pena e compreensão. Ela não se abre a conversas, desde que seja para apenas me cobrar por não vê-la, nem procurá-la, nem deixá-la ver meus filhos - que gostam dela, mas eu evito essa convivência nada saudável... se estou errando ou acertando, não sei, mas é como me protejo dos ataques dela que ela mesma ignora. Nos encontramos em datas comemorativas e por pouco tempo. A família do meu ex me apóia e me recebe, daí, é para lá que me desloco mais, me sinto melhor e mais acolhida, bem como com meus amigos. Nem mesmo contato com minha família materna consigo manter... mesmo amando-os. Eles sabem meus motivos e me apóiam, também. Elas precisam sugar a alegria do ambiente e isso me inquieta... não é fácil se libertar disso, assim, tão rápido, mesmo numa idade mais madura. 

Mamãe está enlouquecendo, mesmo sendo tão inteligente. Está envelhecendo mais do que sua idade. Até pouco tempo, quando vivia conseguindo exercer sua pseudo felicidade e equilibrio - zen -, morando numa terra estranha, longe de quem pudesse refletir quem ela realmente é... ela aparentava ser mais jovem... hoje, esta muito acabada. Muito magra, mas uma magreza de tristeza. E diz que é culpa minha, que sou grosseira com ela... Só me liga e me procura em horário de trabalho e quer que eu esteja disponível para escutá-la... Em meio aos meus afazeres e resistente ao contato com ela, falo de maneira acelerada e ela sempre desliga com um: 'eu vou desligar, porque, para variar, você nunca tem tempo para sua mãe, quem te protegeu de tanta coisa, que te deu tanto amor e que abriu mão da própria vida, convivendo com um homem como seu pai... para isso, você é grosseira... Tudo bem. Eu te amo mesmo assim e vou desligar. Um beijo, minha filha amada! Eu estou acima disso, porque vi numa palestra muito boa que fui e você deveria ir, que quando a gente compreende as patadas dos filhos, a gente entende que a gente também errou, dando muito amor!'. E assim, ela finaliza, me jogando a culpa da infelicidade dela. 

Por muitos anos, minha mãe foi minha heroína. Até ela matar o verdadeiro herói que existia dentro dela, mostrando ser uma pessoa normal que queria se sentir acima do bem e do mal... Mãe, eu te amo, mas não sei conviver com você! Você precisa se ver, se ajudar! O impossível estarmos juntas, nós estamos estabelecendo e fortalecendo a cada dia. Por mais que te compreenda, você não deixa de ser e agir como é e como age. Você ataca, ainda que com sua voz mansa e baixa, e com suas palavras superficialmente doces, a todos que te amam, inclusive a sua própria mãe! 

Portanto, para você, para mim, para Patricia - uma amiga para quem envio esse meu desabafo -, para qualquer outra mãe, fica o alerta: nós somos falhas, em tudo, porque somos humanas! Eu sou mãe, filha de uma mãe que é filha de uma mãe e nessa cadeia, estamos presas apenas pelo laço sanguíneo, não pelo amor de uma relação bem firmada e desenvolvida. 

Aos meus filhos, que me amam, minhas crianças - na verdade, adultos... oh, meu Deus! - e me mostram o quanto me enxergam como eu sou e conseguem conviver harmonicamente comigo. Isso me dá muito orgulho de mim e deles, por terem seguido seus caminhos sem as neuroses, psicoses da minha família genética. 

Por isso, peço destaque para esse apelo: 

ASSUMAM-SE MORTAIS, HUMANAS E VENCÍVEIS, ISSO É QUE NOS DÁ FORÇAS PARA SUPERARMOS CADA DESAFIO DIÁRIO COM O SUPER PODER DO AMOR QUE NOS UNE - MÃES E FILHOS, BEM COMO PESSOAS HUMANAS COM OUTRAS PESSOAS HUMANAS!".

Pois é, fica a dica de "amiga"!

Obrigada por dividir conosco! 

Ia deixar para o "especial dia das mães", mas o mais justo, ao meu ver, era divulgar, hoje, não sei porquê... mas segui meu coração e pronto, retirei da data programada. Que possamos nos deixar tocar e apreender um pouco mais com a experiência de um ser humano tão lindo quanto "amiga", que, agora, é amiga de todas nós!

Saudações maternais,

Pat Lins.

domingo, 16 de setembro de 2012

"DIBS EM BUSCA DE SI MESMO"


Ainda estou emocionada! Por isso, decidi sentar e escrever!

Dentro de mim mexe-se algo, como uma lagarta andante. Meu coração dá-me umas alfinetadas boas, daquelas que sentimos depois de uma boa choradeira, do tipo "lava alma". Chorei em uma parte do livro, apenas. Não sinto mais essa vontade. Apesar da sensação de quando choramos muito, diante de forte emoção positiva.

Uma conhecida, vizinha e mãe de colega de Peu que me sugeriu, do nada, uma leitura bacana que, talvez, eu gostasse. Sim. Gostei! Aliás, amei!

O livro, após pesquisar nas maiores livrarias, está esgotado pelo fornecedor. Divulguei nas redes sociais como conseguir e um colega me sugeriu comprar pela internet, livros usados. Visitei um site - Estante Virtual - pois, já havia visto uma colega pesquisando por lá. Encontrei! Comprei! Recebi dia 13 de setembro, à noite. Dia 14 à noite li das 21h até as 23:30h, conduzida pela história real e envolvente. Me vi na metade de livro. Parei. Respirei. Fechei. Fui dormir. Abri mão de tudo, no sábado a tarde, para concluir a leitura. Tive, apenas, 3 horas, o que me fora suficiente para adiantar. Hoje, por volta das 01:10h, deleitei-me com o seu final! Meu livro é velhinho e, por isso, me trouxe um sabor especial. Gosto de sentir a vivência. A vida dos livros. A leitura, para mim, é um ato sagrado. Os bons escritores, para mim, são aqueles que escrevem seguindo um dom, uma habilidade natural, agregada ao desenvolvimento efetivo de técnicas de escrita para a transmissão de uma mensagem HONESTA. Não sei de quem foi este livro antes, mas, me veio cheio de força!

Assim conheci "Dibs" e assim, conheci o meu "EU Dibs", meu "EU mãe de Dibs", meu "EU avó de Dibs", meu "EU professora de Dibs"... me vi como suas empregadas, como Jake. Me vi em cada ser humano dessa história simples, como a vida é, através de sessões de "ludoterapia" de uma criança bombardeada desde a gestação, seu nascimento, seu primeiro suspiro de vida, seus primeiro passos... e sua força essencial, única e autêntica em busca de si que permitiu, diante de ajuda profissional e com afeto, seu reencontro consigo.

Vou começar do final, de onde senti a mensagem para nós, mães reais, mães na prática diária da arte de ser mãe, pessoa, imperfeita e, ainda assim, capazes de sermos mais e melhores a cada dia. Eis a mensagem que gostaria de partilhar:

"Uma criança, quando possibilitada a oportunidade, pode vivenciar a alegria de uma comunicação honesta e sem hipocrisias. Uma mãe, quando respeitada e aceita com dignidade, sabendo que não será criticada ou censurada, pode expressar-se com autenticidade sincera.". 
(Virgínia M. Axline)
Imaginemos um mundo novo e melhor. Onde as pessoas se respeitem e cobrem e exijam menos das outras porque estarão mais voltados para si e ocupados com seus reais deveres enquanto seres humanos. Esse é o meu sonho de mundo ideal. Onde RESPEITO seria base para toda e qualquer relação, em qualquer ordem, escala, gênero e etc.

Dibs é um menino. Uma criança. Um menino diferente, mas igual aos outros meninos. Era dotado de inteligência elevada. Foi subjugado e limitado a busca de conceitos, de modelos, de padrões... Seu lado afetivo-emocional havia sido forte e gravemente abalado. Portas foram fechadas em sua vida. Portas e paredes foram erguidas em suas relações familiares. Não por ele, mas, culminou nele e, em vez de consequência, era tratado como origem dos problemas daquela família. Na escola, ninguém sabia "diagnosticá-lo", muito menos acessá-lo. Não se sabia o que ele sabia. Muito menos, quem ele era, além do nome e sobrenome matriculados naquela instituição. Senti - sensação ao ler o livro... mesma explicação para os "sentir" que se seguem -  a vontade de Dibs, bem como sua confiança na psicóloga - uma pessoa nova em sua vida; vida esta que ele temia a aproximação e o contato com qualquer outro ser humano... Senti a angústia de sua mãe, ao descobrir-se co-responsável pelo fechar de tantas portas na vida daquele ser em crescimento, jogando neles suas frustrações pessoais e profissionais como "culpado máximo e cruel". Senti a angústia dela em resgatar esse encontro que não se permitiu com o filho em seu nascimento. Senti a sua vontade de fazer valer cada dia presente como um novo caminhar nesse novo caminho que se abria, sem portas ou janelas, mas na liberdade da vida e da nossa capacidade de se refazer, desde que haja vontade! Senti o que são barreiras que nos colocamos e a importância de não reclamarmos do ambiente em que vivemos, mas, sim de sabermos em nós lidar conosco e todo o resto se encaminhará, pela força resultante dessa busca de si e desse encontro constante. Senti o quão mais importante que tudo é o AMOR. Não essas partes de amor que nos debatemos em tentativas infundadas e teóricas de conceituar esse sentimento tão nobre e inexplicável, mas, "sentível". "Dibs em busca de si mesmo" nos ensina a amar. Nos reconhecermos como únicos e autênticos, porém, com algo a ser trabalhado e melhorado, sempre.

Não vou reproduzir minhas anotações aqui... reservo-me ao direito de permitir que essas boas lições me envolvam como o abraço que me dei ao ler esses relatos. Tenho o dever de não reproduzir em respeito a quem vai ler. Acabaria forçando um(a) amigo(a) leitor(a) a ir em busca dessas mensagens, em vez de irem em busca de si. 

O livro traz um universo psicológico desmistificante. O cuidado com que a psicóloga trata o "caso" nos remete ao seu objetivo de pesquisar para ajudar um encontro de respostas às suas perguntas e uma abertura de caminho para a vida de cada paciente, fortalecendo-os em si, para que não haja o apego ou a dependência de sua ajuda por toda a vida. 

Transcrevo, aqui, apenas um trecho que me tocou como peculiar - aliás, o livro inteiro. Existem alguns sites que disponibilizam em PDF, para quem tiver interesse em começar a leitura. E o trecho - que é longo... são quase três parágrafos - diz:

"...Nada se podia afirmar ou negar.

Sem os lampejos da evidência inequívoca, defrontava-me com o mistério daquele ser, numa atitude de respeito e humildade. Sabia que as trevas da ignorância proporcionam um espaço crescente para julgamentos incoerentes e acusações tendenciosas, expressas ao sabor das emoções. Nessa atmosfera, qualquer conclusão definitiva traz em seu bojo a ambiguidade. É daí que os benefícios da dúvida podem obrigar-nos a refletir melhor sobre os objetivos e limites da avaliação humana.

O estreitamento ou a ampliação do horizonte interior do ser humano não pode ser medido pode outra pessoa. O processo do desabrochamento pessoal só se torna compreensível à luz da experiência própria de procurar-se e encontrar-se, onde, então, de diferentes maneiras é sentida a posição axial da autoconsciência. A partir dessa base, espontaneamente, aceita-se que cada personalidade tenha o seu mundo muito particular de significações, gerado na integridade de sua estória, mesmo não dispondo de elementos para explicar as razões de ser de cada um.

(...)

Desconhecemos as regras prontas, elaboradas para dissolver bloqueios mentais. Cremos que muitas de nossas impressões são frágeis. Compreendemos o valor da objetividade, da calma do estudo ordenando. Sabemos que a pesquisa é uma fascinante combinação de intuição, especulação, subjetividade, imaginação, esperanças e sonhos mesclados com dados coletados objetivamente e submetidos à realidade da ciência matemática. Um elemento isolado não basta. O conhecimento da complexa causalidade ajuda-nos a construir a longa estrada que nos conduz á verdade."

(Trecho de "Dibs em busca de si", de Virginia M. Axiline)

E tanta coisa se desenrola... 

O ideal é ler. Qualquer comentário que faça aqui não terá muito sentido. A leitura desse livro, por si só, nos leva a questionar os nossos sentidos, a vontade de crescer como ser humano e recuperar a simplicidade e capacidade de ler e refazer a vida como uma criança. Nós, mães, não somos culpadas, mas, nossa responsabilidade é nos encontrarmos em nossos papéis. Esse é o nosso maior desafio. 

Houve um momento do livro onde aparece a ansiedade dos pais em provar que o filho não é um "retardado mental", como eles colocam e a criança, gênio, por sinal, fecha-se e não permite que ninguém o vanglorie apenas pela sua inteligência intelectual, ele queria apenas, ser criança e crescer no processo natural de amadurecimento. E vem esse levantar de questão sobre essa ansiedade de nós, pais, em nivelarmos nossos filhos pelo seu grau de conhecimento apreendido. É difícil saber o quanto sabemos, o quanto uma criança é capaz de saber. É preciso que saibamos lidar com nossa ansiedade. Isso me fez recordar um episódio que vivencie quando Peu era pequeno - dois meses, apenas - e minha sogra estava perto de voltar para a Holanda, país onde morava, e, colocou Peu para engatinhar. Quando via a cena onde ela estava comovida e ele engatinhando em cima do colchão, segurei o calor que me subia pelas costas e fui, calmamente, carregar meu filho. Com os olhos marejados pela emoção, vi que o grau de ansiedade dela extrapolava o limite que o respeito a idade do bebê requeria naturalmente. Perguntei o porquê daquela atitude e ela me respondeu, inocentemente: "Quando eu voltar ao Brasil ele já estará engatinhando... Queria ver antes e ter a sensação de relembrar ver uma criança começar a engatinhar...". Também me recordo que eu, ansiosa, queria Pedro lendo e escrevendo antes da hora, seguindo o meu exemplo de criança precoce - o qual eu nunca soube lidar... Me via sem saber como lidar com o comportamento diferente de Peu e procurei "doentificá-lo" para justificar sua maneira de agir... Nisso ele me lembra Dibs, buscando liberdade, mexendo  com todos que têm o prazer de conhecê-lo - inclusive aqueles que nem se dão conta do prazer que é conhecer Pedro Henrique. Me vi enaltecendo essa mega - inteligência dele como marco. Pedro com 2 anos estava quase lendo sozinho, juntando sílabas... Hoje, com 5 anos, estamos em trabalho de quebrar a resistência dele em ler e escrever... Logo ele que com 2 anos conhecia todas as letras do alfabeto, e ordenava certinho... Que cobrou da avó, nessa idade, onde estavam "K, W e Y" no livro de alfabeto que ela bordara para ele - um livro lindo, só vendo! Ele que com menos de 2 anos, cantava "o sapo não lava o pé"  com cada vogal, sem gaguejar... Sabia todas as cores, números de 1 a 15 e algumas palavras em inglês. Onde ele represou tudo isso? Logo ele que chamou a atenção preconceituosa de um casal mineiro, no restaurante, por quase ler a placa na loja ao lado, enquanto almoçávamos, no que eles, na cara dura, se aproximaram e perguntaram: "Ele é baiano?" e, diante de nossa afirmação: "Sim." eles exclamam: "Inteligentíssimo!" - sem comentários... Provavelmente, ele se sentiu muito enaltecido por sua capacidade e, de alguma maneira, quis lembrar que ele era uma criança. Me recordo que cobrávamos dele uma atitude mais madura, haja visto que era dotado de uma inteligência acima da média... Tudo bloqueado. Desde o ano passado, Pedro demonstra resistência no aprendizado escolar. Quando para, em poucos segundos, responde tudo, como quem quer ter tempo de crédito para, apenas, brincar. Diante disso, reconheci minha angústia ansiosa e me freei - não com facilidade efêmera e superficial, mas com consciência de uma mãe que se colocou no lugar do filho de acordo com as necessidades de sua idade e vi que eu estava exigindo demais dele. Era como se falássemos de igual para igual... de criança inteligente para criança inteligente... Resgatei a minha criança que não gostava de ser vista apenas pela inteligência... haviam outros como eu e porque todo mundo só via a mim? Refiz meu caminho. - hoje, colaboro com o resgate dele e, olha, é só dar oportunidade e tentar acessar seu mundo que conseguimos resultados rápidos. Isso é tudo? Não. Trabalhamos o seu emocional abalado e seu comportamental com ajuda profissional. Não agi totalmente como a mãe de Dibs, mas, em parte, sim... Mãe ansiosa e frustrada, com medo do que representava uma criança em minha vida. Não o rejeitei, até porque, na gravidez estava muito feliz. Até mesmo com a DPP eu não o rejeitei - inclusive, essa questão de mães que rejeitam o filho após o parto tem outro nome... Se não me engando é psicose puerpural... - mas, não foi fácil lidar com tudo de vez... Quantos de nós não cede aos apelos da ansiedade? E quantos somos capazes de reconhecer?  Meu filho precisa de mim e eu dele. Nós precisamos, cada um de si próprio. Cresço e me liberto à medida que me reconheço. Ele cresce e se liberta à medida que se conhece!

"Dibs" me fez refletir muita coisa. Ele queria ser como o vento que nunca parava e estava em todos os lugares! Dibs só queria ser quem ele era! Ele constrói um "mundo de pessoas amigas", ao final de sua terapia, onde ele mesmo determina o seu término. Ele, que só falava com objetos inanimados, aprende a falar com outros humanos, com muito respeito e integridade. Ele aprende a importância de uma amizade sincera. Nesse mundo, ele fala, que todas as pessoas são amigas. Ao final do livro, já com 15 anos, ele dá provas de quanto isso faz parte de seu ser! Muito lindo! Muito emocionante! Muito edificante! Muito tocante! Muito profundo! Mas, não é doloroso. Ao menos, eu não senti dor, nem sofrimento. Senti uma vontade de viver ainda maior! Senti um calor gostoso! Senti que tenho muito a aprender e muito a ensinar. Que o meu filho precisa ser respeitado como é. E ele é uma luz na vida de muita gente. Como toda luz, também incomoda... nem todos conseguem manter-se de olhos abertos diante dele. Ele mexe, mesmo. Mexe muito. 

Se nós bem soubéssemos, não necessitamos de reconhecimento e sim de mérito. Devemos reconhecer nosso EU e assumirmos nosso dever diante da Vida. Deveríamos viver mais. Criticar menos. Julgar nada, nem ninguém. Condenar apenas a não tentativa!

Reconhecer-se dói, muito! Revelar-se e desvelar-se, dói e muito. Mas, viver cego deve doer muito mais, porque a vida passa e, depois que tempo cronológico segue e Tempo de Vida finda... todo tempo que passamos se foi. Nada mais é, apenas o que É de Verdade. Verdade, dói? Não deveria! Ele revela, indica o caminho que devemos tomar. Mas, se revelar-se dói, a verdade vai doer, também? Será? Sugiro que tentemos!

Dibs fala de amizade sincera! De honestidade. De resgates de valores humanos. Fala de amor de uma maneira diferente. Fala de esperança, ainda que não se tenha indícios de que algo possa melhorar, como não saber o que fazer, para começar... Fala da importância de VIVER A VIDA!



Saudações maternais,

Pat Lins - uma mãe, uma mulher, uma pessoa em busca de si!








terça-feira, 7 de agosto de 2012

MELHORANDO O AMBIENTE FAMILIAR


"Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto."
Dalai Lama

terça-feira, 10 de julho de 2012

TER OU NÃO TER FILHO ÚNICO? EIS A QUESTÃO!


Estava subindo o elevador - no prédio da minha mãe - com Peu e um amiguinho, quando uma senhora - que nunca havia visto - me perguntou se eram meus filhos. Eu respondi que apenas um e ela ficou a observar. O amiguinho dele estava meio chateado, porque queria ir para casa - engraçado que na hora de ir para casa ele queria ficar... Peu também apronta dessas artes... - e estava meio sério e não queria papo. Ela, então, me perguntou se o menino era filho único. Afirmei que sim e ela disse:

- É por isso que ele está assim. Filho único não é bom, não... acaba ficando muito mimado e cheio de gosto.

Eu congelei. Tenho andado assim. Quando as pessoas manifestam esses pensamentos tacanhos e avaliam a situação pontual como geral, generalizando aquilo que viu como sendo de praxe, eu fico estarrecida. Eu expliquei que ele estava cansadinho, pois a mãe teve que resolver alguns problemas na rua e eu fiquei com eles e não tinha como levá-lo para a casa dele, mas, levei para o apartamento da minha mãe - onde estava naquele dia - e, por ser um lar, talvez ele pudesse ficar mais tranquilo. Enfim, enquanto lentamente o elevador subia, ela repetiu: "filho único é muito ruim, mesmo...". Pedro, por acaso, estava quieto, o que fez com que ela comparesse as crianças. E continuou: "o seu tem mais irmãos, não tem não?" e eu disse: "Não. Filho único.". Ela fez um "É? Que diferença...". Oxe! Tem gente que não se toca. Ela viu duas crianças subindo o elevador e criou um monte de coisa que não fiz questão de entender - por falta de tempo e por falta de saco, mesmo - colocando que para ser um bom filho, tem que ter irmão. Antes dela sair, eu soltei uma, porque não sou de ferro: "eu não sei a senhora, mas, eu conheço alguns filhos únicos que são pessoas fabulosas, sociáveis e não têm nada de mimados e chatos. Também conheço uns que são únicos e chatos. Também conheço uns que têm irmãos e são mimados e chatos. Também conheço uns que têm irmãos e são pessoas boníssimas. A senhora não conhece gente assim, não, de todo o tipo? Eu penso que vá muito do conjunto de educação que os pais receberam e como receberam; da educação que esses pais passam para os filhos; de como lidamos com a maternidade e a paternidade... com o ambiente maior; com as características de cada um...". Pronto, chegou o andar dela e foi "salva pelo gongo" e saiu tão rápido que deixou claro que não gostou do que eu disse. E olha que disse com a mesma naturalidade com que ela abriu o diálogo... Se é que era para ser um diálogo...

Fora quando a gente ouve coisas do tipo: "tem que dar um irmãozinho para Peu... melhor, uma irmãzinha..." e eu pergunto: "e quem vai falar direto com Deus e garantir o que vem uma menina é você? Aproveita e pede o pacote completo: a criança, com temperamento bom, equilibrada... ah, manda dinheiro, também, porque ele serve para a parte que o amor não paga...". Eu falo rindo, porque não entra em minha cabeça essa invasão e, pior, esses modelinhos mentais limitantes e irritantes da obrigação de ter filho, depois, da obrigação de ter um segundo filho... onde está o compromisso com a qualidade da pessoa que vai colocar e do que vai ser colocado no mundo?

Eu quero ter outro filho, sim, mas, se der, senão, não sofro, como várias vezes exponho aqui. Tentei ano passado e não era para ser. A cobrança veio em forma de "você aceitou a perda com muta facilidade...". É mole? Vou brigar com a natureza? Foi algo tão natural, que doeu, mas, arrastar um sofrimento? Fora que eu quero ter outro filho, não "dar um irmãozinho ou irmãzinha a Peu" isso é uma coisa meio óbvia: se eu tenho um filho e terei outro, eles, lógico, serão irmãos. É uma soma muito clara e direta. Não uma condição ou um presente para o mais velho.

O que me chateia não são as perguntas se vou ou não ter outro filho, mas, a visão dessas pessoas. Gente, eu tenho amigos que são filhos únicos e são pessoas de um caráter e de uma prestatividade impressionantes. E não são carentes, desses de grudar por não ter tido um irmão. Já, por outro lado, tem uma pessoa muito próxima a mim - coitada, serve de exemplo para tanta coisa... - que é o egocentrismo em pessoa. Nem para dizer que é filha mais velha, porque não é... nem essa desculpa ela tem. Ela é a caçula - na verdade, apenas ela e o irmão. E é um poço de ciúme, inveja, dificuldade de relacionamento social e etc. E aí? Chegou a hora de não nos permitirmos mais sermos conduzidos por esse tipo de pensamento. Um filho é algo muito maior do que isso. Essa de que a maternidade traz luz à vida da mulher não é assim tão bonitinha e fácil, assim. Traz luz? Traz. Mas, traz outras coisas, também, inclusive, as sombras que fugimos a vida inteira. 

Meu filho é meu tudo. Não consigo me ver voltar ao tempo e não tê-lo de novo. Isso porque ele FAZ SENTIDO em minha vida, não essa imagem de que o filho DÁ SENTIDO à minha vida. Quem tem que dar sentido a minha vida sou eu, e não jogar essa responsabilidade numa criança. E é isso que a maioria das mães acaba fazendo sem perceber: ter um filho para ver se encontra um sentido na vida. Francamente. Fora que nós alimentamos essa condição da obrigação de colocar filho no mundo para ser mulher. Poupe-me. Existem muitas mães que têm dezenas de filhos, juízo nenhum e valor para passar menos 10. Onde está a consciência do que é SER MÃE? 

Ter um filho é muita responsabilidade - e não me refiro, primordialmente, as questões financeiras e materiais, me refiro, primeiramente, em capacidade, em caráter, em valores a passar. Em compromisso consigo e responsável pela própria vida para entender que o filho que põe no mundo será um ser capaz de seguir o próprio rumo. Ter um filho não é um troféu de campeonato ou uma obra a ser exposta. É uma bela obra, sim, mas, para ser respeitado com o que traz para mostrar.

Através da maternidade eu tenho aprendido muita coisa. Mas, eu já me buscava como pessoa, como ser humano, antes mesmo de parir. Ainda assim, passei por tudo o que passei e superei, do jeito que superei. E, hoje, estou aqui, dividindo com outras mães essa questão de ser mãe na prática. Não é colocar e deixar, isso é muito comum: põe no mundo e deixa brotar sozinho, como semente lançada ao ermo e ninguém rega, ninguém zela, ninguém sabe para onde vai ou a quê veio. Isso, para mim, faz parte do processo de consciência de que ser mãe requer, em princípio, que abramos mãos de muitas coisas, sim, mas, não para sempre e que isso faz parte porque a criança nasce um ser indefeso e totalmente dependente de nós. Eu penso que muitas mães não saiam daí, da fase onde o cordão umbilical já foi cortado e elas não perceberam. Essas mães não deixam os filhos crescerem porque temem elas mesmas terem que crescer. Temem a solidão... Temem não ter mais o que fazer na vida... Temem ter que se deparar com o fato de que a criança nasce indefesa, mas, assim como nós, ela cresce e almejará seguir o próprio caminho. Filho não é propriedade. Muito menos, fundo de garantia. Tem mãe que põe filho no mundo já impondo a condição de que, quando for velha, terá alguém para cuidar dela... Para mim, isso será uma bela consequência da construção de uma relação bacana, honesta e com amor - o amor que é de verdade, que é livre e que deixa livre... assim, há união e não prisão -, fruto de algo que foi construído. 

Essa geração mais recente, que vem com os chips mentais avançadíssimos, em maioria, acabam sendo filhos únicos. Falei "em geral". Eu reconheço que minha limitação, hoje, para ter o segundo filho está totalmente atrelada à parte financeira material. Não tenho como bancar duas escolas, dois planos de saúde, dois isso, dois aquilo. Hoje, depois de tanto "perrengue", conseguimos manter uma situação onde conseguimos trabalhar e pagar as contas, usando uma escala de prioridade. O que dá, dá, o que não dá e não é NECESSÁRIO - portanto, não está inserido na escala de importância vital -, não dá. O que é necessário, dá-se um jeito. O que não, é supérfluo, não faz sentido, para mim, o endividamento. Me endividar para comprar aquele carro lindo, de controle remoto, enorme e que só falta ser de verdade... não entra. Comprar um notebook para meu filho de 5 anos... faz sentido isso? Para mim, não. Ele usa ou o meu ou o do pai. Pagar a escola em dia, o plano de saúde, isso não tem preço e não pago com credicard - nos organizamos. Tudo é uma questão de administração da verba. Só querer que dá. Eu tenho uma amiga que não tem filhos, mas, ajuda a família. Ganha pouco - professora do estado, é o mesmo que miséria, no que diz respeito a salário - e consegue fazer render. Como? Prioridade. Gente, a gente precisa saber onde estamos, onde queremos chegar e quanto estamos dispostos a pagar por isso. Pagar no sentido de entender que juntar por determinado tempo e usar X% do salário para lazer faz parte, porque nem tudo é só trabalho, mas, que, em alguns momentos, teremosn que optar por um lazer mais baratinho... Deixar de fazer uma coisinha, para faze outra... Agora, dentro de toda essa organização, eu sei que não dá para ter um segundo filho. Veja se eu vou entrar nessa onda de ficção de que a parte financeira não interfere? Lógico que interfere e limita muito o pensar e "calcular" um segundo filho. Não acho, nem penso, que essa parte seja a mais importante, ou seja, se eu fosse rica, milionária, mesmo sem caráter algum poderia colocar 10 filhos no mundo só porque poderia pagar?  

Filho único não é sofredor, nem anti-social como muitos dizem. Eu sou a mais velha de três e não me vejo sem meus irmãos. Meus pais tiveram estrutura emocional para terem 3 filhos. Eles se multiplicaram. Nunca tive a sensação de que eles estivessem se dividindo entre os filhos. Era como se nós 5 fôssemos 1 corpo único com várias cabeças pensantes e diferentes. Eu não tenho a mesma estrutura que a minha mãe tem. Ela deu conta. Meu pai fez acontecer. Ele, literalmente, tirou leite de pedra. Nunca nos faltou nada de necessário. Nunca vi meu pai se endividar por algo supérfluo. Isso é bacana de ter como exemplo, porque não éramos ricos, mas, tínhamos comida em casa, teto para morar, um carro e combustível - muita gente acaba se endividando para comprar um carro e esquece que precisa sustentar um carro - mas, meu pai sempre calculava tudo. Menos o amor deles por nós. Isso, meu Deus! e Deus é testemunha, nunca nos faltou e até hoje, jorra. Me lembro que meu pai trabalhava de turno e, nas horas vagas e de férias, chegou a rodar de taxi alugado para complementar a renda e sempre esteve ali, ao lado de minha mãe, como pai presente. E o trabalho dele era pesado. Cresceu na profissão, fruto de empenho. Eu, meu Deus, não consigo ser assim. E sei que muitos pais e mães de amigos e pessoas próximas não eram assim. Mesmo com toda essa bela referência dentro de casa, outro filho, para mim, agora, não dá. Me culpo por isso? Sou uma bruxa? Que nada. Já me esquentei muito, por me preocupar com a opinião dos outros. Fora que Pedrinho vale por 10 filhos "encapetados" - risos. Hoje, reconheço meus limites para não criar situações-problema para mim.

Tudo isso é para refletirmos. Ser ou não ser filho único não é a questão. Ter ou não ter filho único, eis a questão. É importante olharmos a realidade. Cada geração tem suas características e não adianta lamentar é para encarar, é a ordem da vida que criamos. Existem coisas que dependem de nós, outras não. Como no marketing: variáveis controláveis, incontroláveis, micro e macro ambiente, análise de potencialidades, fragilidades, oportunidades e ameaças. Tudo tem que ser levado em consideração. O cálculo, na Vida, não é algo tão preciso, porque, admitamos, nem tudo que pensamos ser ou queremos que seja é o que deve ser, ou é o que é... Eu penso que a gente dever refletir e entender que tudo tem seu ônus e seu bônus. Que precisamos saber lidar com o aqui e agora e, assim, projetar um futuro melhor. Não adianta querer mudar o amanhã, somente amanhã. É hoje, agora, que começa. Ter um filho é ter um filho. Ter dois filhos é ter dois filhos... e por aí vai. Saber onde está e buscar fazer acontecer mais. Tipo um risco calculado. Se sabe que não dá para ir mais, que é pesado, para quê forçar agora? Devemos nos questionar mais. Nem limitar, nem agir impulsivamente.


Espero que comecemos a refletir sobre isso para não entrarmos numa de dar continuidade a esse processo instalado aí e alimentarmos essa loucura que já vigora. Se queremos mudar algo para melhor, comecemos melhorando nossa maneira de pensar e agir. Vamos nos permitir questionar mais, respeitar mais... ir mais. Julgar menos, Condenar menos. Esperar menos. Fazer mais! Isso sim fará diferença para nossos filhos. Isso sim, fará diferença para nós e consequentemente, para os nossos filhos. Isso será coerente.

Há uma enorme diferença entre QUANTIDADE e QUALIDADE... É possível ter as duas. Como, ter uma e não a outra...

E, para finalizar, o questionamento não é bem a quantidade de filhos que se quer ter, mas, o que queremos de fato? Para identificar se queremos mesmo engravidar ou estamos grávidas de algo em nós que precisa ser parido? Isso pode confundir... 

Eu penso que ser feliz é saber ser e fazer a felicidade acontecer!

Saudações maternais,

Pat Lins.




domingo, 12 de setembro de 2010

MINHA MÃE FICOU DOENTE... LEMBREI QUE ELA, TAMBÉM, É GENTE!

mamis e eu
Interessante!

Falo tanto de mim e de minha dificuldade em reestabelecer minha vida após a chegada de minha preciosidade - Pedro Henrique -... conto tanto com a ajuda de minha mãe, que, mesmo sabendo - em teoria - que ela é humana, na prática, me esquecia... Precisou ela ficar doente - virose - para eu me lembrar disso...

Foi lindo quando eu perguntei: "mãe, você estava mal assim? E viajou assim mesmo, mãe?" E ela me respondeu, daquele jeito que só ela mesma - porque eu sou um "pedaço de cavalo"... kkkk -: "...foi. Mas, foi melhor. Se eu ficasse aqui, quem ia cuidar de mim? Lá, mainha fez sopa para mim; os meninos me traziam água de coco o tempo todo..." Gente, minha mãe é GENTE, também! Eu havia, em meio ao meu egocentrismo - eu sei, tá, é humano - só queria tê-la para mim. E, o que achei lindo, é que minha avó - MÃE DE MINHA MÃE - ainda cuida da filha! Já viu lição mais linda? Mãe, minha gente, é um ser a parte, mas, também adoece, tenha a idade que tiver e, quando tem a sorte de ter a própria mãe viva, ainda é uma mãe cuidada pela própria mãe.

eu e mamis
Colo de mãe é um santo remédio. Filha ingrata, eu sou. Vou me esforçar para melhorar. Mamis já está bem, graças a Deus e a "vóvis".

Quero dedicar esse post a essa jóia rara que é minha MÃEEEEE! E dizer para ela que a amo muito. E sim, aprendo muiiitttaaa coisa com ela - exceto criticar os torcedores do Vitória, viu?! kkkkk. Deus te abençoe e proteja, sempre!






Saudações maternais,

Pat Lins.
eu e mamis

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PAIS NA PRÁTICA - mãenifesto pelos PAIS

Nada mais justo do que lembrarmos que, nesse movimento para a maternidade consciente e a "re-valorização" da mãe,inlcuindo toda a abordagem e realidade contemprânea, dos PAIS. Se para tudo na vida, as referências primárias - binômio pai/mãe ou responsável - são as mais significativas, se desejarmos fazer algo para melhorar esse mundão de meu Deus, que comecemos pela base: família. E, família quer dizer pessoas individuais coexistindo num ambiente, praticamente, coletivo e social. Com papéis e funções legais para todos os envolvidos. Ambas as partes têm o direito de serem felizes juntos ou separados.

No MANIFESTO PELAS MÃES, do GRUPO CRIA, erguemos a bandeira para a chamada de atenção da importância e (re)valorização do papel da mulher, enquanto mãe.

Lógico, peculiaridades a parte, ser mãe muda completamente a vida da mulher - de dentro para fora e de fora para dentro. Outras mudanças em nossas vidas não são tão significativas e radicais quanto esta. Trata-se de um êxodo de nós mesmas para um mundo maior e mais amplo, repleto de diferenças, divergências, dicotomias e pluralidades... sem esquecer da divisa permanente e ainda de difícil ajuste entre individual e coletivo... risos. E isso não quer dizer que não gostemos. Não. Aliás, NÓS AMAMOS! Só não podemos mais continuar a negar o "outro lado" que aparece dia-a-dia em paralelo a todas as nossas tarefas diárias, a verdade que ser mãe é PADECER NO PARAÍSO. Se a "mulher-mãe" trabalha fora - realidade comum e cada vez mais crescente - ela não interrompe o papel de mãe... Já, quando ela sai do trabalho, ela deixa de ser a funcionária, empresária, seja lá o que for... até o dia seguinte e o recomeço do expdiente - salvo algumas situações, como reuniões de negócios e trabalhos informais... horas extras... Enfim... - Mas, não existe uma carga horária limite para ser MÃE, somos o tempo inteiro, estando ou não fisicamente ao lado do filho.

Com todo avanço no papel e reconhecimento - isso ainda é uma estrada longa e labuta constante - da importância e "utilidade" da mulher, os homens também passam por reajustes - ainda estão na fase do desajuste, mas, chegam lá... afinal, nós também estamos ajustando essa nova realidade diária de estabelecermos nosso espaço e exigirmos a justa igualdade, enquanto seres humanos e suas funções... E isso não só no âmbito profissional. No ambiente doméstico, também. Fora no ambiente INDIVIDUAL.

Pois bem, antes de começar o "MÃENIFESTO PELOS PAIS", proposto pelo BLOG DO DESABAFO DE MÃE preciso passar por uma questão de conflito de gerações, que interfere, e muito, em nosso avanço. A "aceitação" das gerações anteriores - nada contra, cada um tem seu jeito e sua(s) necessidade(s), além de maneiras de viver a realidade e saber tirar proveito - acabam sendo um entrave para o nosso avanço. Não radicalizo, afirmando que todas aceitavam e se encontravam no papel de submissão e/ou mãe/mulher. Sei que todo início dessa mudança que hoje despojamos originou-se de alguma precurssora - vixe! Parece discurso feminista... Mas, se cabe,que seja... risos. Não sou contra o feminismo, sou contra qualquer atitude radical. Não penso que precisemos desmerecer a "classe" masculina para "erguer" a feminina... Isso não é justiça, é vingança e igualdade, para mim, não é bem por aí... Por favor, nada de polêmica, apenas pincelo uma situação com fragmentos de minha maneira de pensar... o que pode dar margens para diversas conclusões... Portanto, não há outra conclusão, senão, a de que sou  A FAVOR DA IGUALDADE! - pois bem, de volta ao ponto, antes da interrupção - risos. Esse entrave não é pouca coisa. Uma das grandes dificuldades que a geração de mães atuais encontra é a eterna comparação entre as próprias mães de gerações anteriores, que, entre outros argumentos, acham que nós padecemos da "falta de paciência crônica", porque queremos ser "mulheres modernas" e antigamente não havia nada disso... VERDADE. Mas, também, não havia respeito às nossas vontades... Debates a parte, recebi um e-mail, quase um manifesto, onde mulheres desabafam e se colocam contra a realidade atual da mulher e expressam sua "saudosidade" à época em que o maior trabalho que a mulher tinha era "qual o menu para o jantar?" o que, é uma propagação e nutrição para o machismo, afinal, muitas mulheres são machistas! De fato, em respeito às diferenças, elas têm razão e todo o direito... Mas, diante de minha total parcialidade... ihhh, para mim, são um entrave gigantesco e voz ativa que gera resquícios da repetição de valores do tipo: "Menino veste azul e menina rosa. Meninos brincam de carro e bola. Meninas de boneca e têm que aprender a cozinhar..." Entre outros. Enquanto esse ecos durarem, nossa luta terá um agravante: conflito de interesses no universo materno. E a gente vai continuar a ser "mães diferentes"...

Ora, para os "pais" trata-se de um "prato cheio". Mas, não dá mais para aceitar isso. Meu marido me ajuda muito a cuidar de nosso filho. Arruma os brinquedos espalhados pela casa; falta de jeito a parte, lava os pratos, coloca roupa na máquina, esquenta comida, dá o café de Peu... algumas vezes, dá o almoço... Enfim, ele é companheiro mesmo. Como eu estou desempregada, a gente arruma a casa - na verdade, eu arrumo... Mas, é por uma questão de consciência - não é justificativa ao machismo - de que ele trabalha o dia todo e ainda tem que fazer o grosso das tarefas domésticas? A gente divide muita coisa. E, ele também não "exige" de mim a casa tinindo de limpa. Alguém precisa arrumar a deixar o ambiente limpo. Não é porque eu sou a mulher. Isso é um ponto positivíssimo para ele. Algumas vezes me pego sendo "mãe" dele e volto atrás. Essa questão de que toda mulher tem que ser "meio mãe" do marido é MITO. Balela! A gente é companheira, esposa... Do mesmo jeito que eles são nossos companheiros, esposos. Mas, existem algumas condições para se manter tudo em ordem e quem tem mais jeito estabelece as diretrizes. Em nosso caso, eu, porque ele tem a grande característica nata da bagunça. Mas, com olhares e "delicados" gritos de pedidos para não pendurar camisa nas portas e toalha de banho, após o uso é para estender, tudo se ajeita. Do mesmo jeito que evito deixar calcinhas penduradas no banheiro... DIVISÃO DE TAREFAS. Esse é o ponto do respeito e equilíbrio em qualquer lar. Mas, uma divisão justa. E, divisão justa é aquela onde se pode fazer o que gosta e, caso tenha que abrir mão e fazer o que não gosta, porque alguém tem que fazer, que cada um veja o que é "menos pior" para cada.


A gente conversa muito - algumas vezes não são bbeeemmmmm conversas, né?! Ops! Deixa para lá... risos - e isso ajuda. Ele é aberto e poucas coisas do machismo se entranharam nele. Nesse aspecto a conviência é mais harmoniosa e pacífica.

Ah, quando nos tornamos PAI e MÃE - ou MÃE e PAI... tanto faz - ele me ajudou muito com Peu e, quando eu agradecia, pelo fato de ter levantado para dar mamadeira, um banho ou qualquer coisa que fosse para nosso pequeno, ele sempre me dizia/diz: "não precisa agradecer, Peu também é meu filho. Faz parte..." E fala de uma maneira muito legal. O que me fez ver que eu, sim, estava sendo "machista" em achar que só eu - mãe - posso e sei cuidar da criança. Não, os pais também sabem. Quando nasce a criança, nascem juntos o pai e a mãe. O que antes era o casal, e, aí dentro, já existem necessidades de ajustes permanentes, agora são: dois seres individuais + um casal + um novo ser individual + pai~e mãe + família + universo pluripeculiar  e só a equação RESPEITO + CONSCIÊNCIA + COMPREENSÃO + DIVISÃO JUSTA DE TAREFAS + EQUILIBRIO + HONESTIDADE + ENTREGA + AMOR (não o amor fantasioso e irreal de novelas e filmes... o amor em mais uma faceta... Imensamente maior e mais sublime. Um amor que ainda não aprendemos como viver...) = família feliz e em paz! Ou seja, base de bons valores!

Durante a gravidez ele enchia mais o saco do obstetra - e o meu... risos - do qeu eu! Era uma necessidade de saber o dia exato do nascimento... Não entrava que em gravidez e exames pré-natais, trabalha-se na escala das previsões, não certeza. A natureza é sábia e ciência alguma consegue exatificá-la. Ultrasson mostra o feto, e, em base a "médias", se calcula a provável data/expectatica para o nascimento. Para isso a velha margem de erro: pode nascer duas semanas antes ou duas depois da data "prevista". Ele me acompanhou em cada ultra, em cada consulta. Entrou - e não aceitaria um NÃO que o impedisse de ver o parto - e acompanhou todo o nascimento e grudou na enfermeira, levando Peu para o berçário. Foi me ver no quarto algumas vezes, mas, estava encantado com a "cria". É muito comovente e bonito ver a relação dos dois. Ele sempre se questiona como o pai dele não se permitiu ser assim com ele. "Assim" = amigo, pai, presente, companheiro firme. E Peu se entrega a esse amor.

Foi interessante o conselho que ele deu a um amigo, que é mais jovem, de que ele desse mais atenção à família; que estivesse mais presente, não só para o filho, mas, pela esposa. Se fazemos a opção de casar, é para estar juntos. O amigo ficou de pensar, mas, o argumento e a repatição dos arquétipos machistas estão impregnados nos DNA de muitos homens - e mulheres - o que nos serve como alerta na educação dos filhos - meninas ou meninos - para não alimentarmos essa corrente de perpetuação. Um casal amigo próximo, também mantém essa chama machista acesa. Ele só come se ela colocar... Pelo amor de Deus! Em pleno século XXI? Se fosse uma pessoa com limitação física, vá lá, mas, uma pessoa "inteira"... E ele acha o cúmulo a esposa não saber cozinhar e nem ter jeito para as "prendas" do lar... Ah, isso é característica pessoal. Mas, vamos deixar a vida dos outros, né?! Esses exemplos são só consternação de minha parte e alerta: por que isso continua? Como fazer para extinguir o machismo e estabelecermos a igualdade entre gêneros?

Eu penso que a educação da geração atual vai ser mais um aliado. Vejo os pais levando os filhos para a escola, dando afetuosos beijos de despedida e com muito carinho. Nas reuniões - foram poucas até agora - eles estão lá. Nas festinhas, também. Na festa em homenagem ao "Dia da Mães", meu marido foi e ajudou filmando e fotografando tudo. Qualquer decisão com relação a Peu é discutida entre nós dois. Pitacos externos a parte, dentro de casa a gente fortalece esse vínculo.

Ser pai é aceitar que a vida dele também muda. Meu marido não entende muito a fundo meus "recalques" com a mudança em meu corpo... mas, compreende e me apóia. Já erramos muito. Mas, mais conscientes, estamos no processo de auto-vigilância, num esforço mútuo de nos tornarmos pessoas melhores e, assim, sermos uma referência natural, espontânea e coerente para nosso filho. Isso é muito legal! E, escrever este post PARABENIZANDO-O por ser o paizão que ele é, para mim, é uma pequena homenagem! Não digo justa, porque não consegui expressar em palavras a alegria que tenho em enxergar essa realidade.

Pois bem, entraves e dificuldades naturais a parte, todos nós - mães, pais, avós, tios, tias... - todos, temos papéis importante na construção de um novo ser, sempre partindo de cada um de nós, através de entrega e esforço diário para melhorar como ser.

Na prática, ser mãe, pai ou afim é um "pouco" mais complexo do que ser pessoa, esposo, esposa... é ser um ser humano responsável por boa parte da formação de caráter de um pequeno ser em crescimento. Todos nós somos eternos aprendizes, mas, nessas horas, mesmo sem saber, somos um pouco "mestres" na arte de educar. Precisamos nos esmerar mais. E, PAIS, levem isso mais a sério. Hora de refletir mais sobre a divisão de tarefas, compreensão da pressão emocional nata da mãe - não endosso a justificativa de que devamos viver em surtos... mesmo que assim vivamos, cabe a nós mudarmos essa realidade e, com apoio externo, é uma coisa a menos que precisamos lutar. Para uma maternidade consciente, uma paternidade consciente, também.

Vamos fortalecer essa corrente.

Saudações maternais - inclusive aos pais,

Pat Lins - por um mundo mais justo!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

PIADINHA PARA REFLEXÃO - RISOS: "SOGRA DO GENRO E SOGRA DA NORA"

Gente, hilária e reflexiva!

Nossa, nós seremos/somos sogra... Meu filho de 3 anos já me disse que está apaixonado pela Dafne - do desenho animado Sooby Doo - e que tem três namoradas na salinha dele... Bom, ante minha preocupação com o futuro - risos - falei para ele que seria bom escolher uma, a não ser que elas concordassem em "dividí-lo" - risos. Brincadeira?!

Mas, diante do e-mail delicado que recebi, segue uma piada para aprendermos gargalhando, para que não sejamos assim - ahhhhhhhhhhhhhh - risos:

DIFERENÇA ENTRE SER SOGRA DO GENRO E SOGRA DA NORA


"Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo. Uma delas pergunta à outra:

- Como vão seus dois filhos, a Rosa e o Francisco?

- Ah! querida... a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso! É ele quem levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, lava as louças e ajuda na faxina. Só depois é que sai para trabalhar. Um amor de genro! Benza-o, ó Deus!

- Que bom, hein, amiga! E o seu filho, o Francisco? Casou também?

- Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal... Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, lavar a louça e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, para sustentar a preguiçosa da minha nora - aquela porca nojenta!"
Pois é, e assim somos nós, seres humanos...

Saudações - gargalhando - maternais,

Pat Lins.

terça-feira, 6 de julho de 2010

FALANDO UM POUCO SOBRE DPP - DEPRESSÃO PÓS PARTO

O depoimento abaixo escrevi para fazer parte da série "O Primeiro Ano de Maternidade Não é Um Carrossel" - ENQUANTO ESPERAMOS, um blog maravilhoso que a blogosfera me permitiu conhecer. Através do blog aliado ao universo materno, tenho conhecido pessoas lindas e fantásticas, sempre com algo de bom e edificante a acrescentar.

Foi com dor e prazer que escrevi o texto, para tentar levar a outras mães de primeira viagem a mensagem de que é difícil, sim, mas, a gente supera. Se a maternidade em si já é algo complexo, agravada por uma DPP é um buraco aparentemente sem fundo... Sei que muita gente não me compreendeu/compreende, mas, hoje, me esfoço para compreender que as pessoas são o que são e como podem ser, já sendo... afinal, se pudéssemos fazer/ser melhores, já o seríamos... podemos, sim, nos tornarmos melhores e, aí, seremos.

Enfim, vale a pena dar uma conferida no blog ENQUANTO ESPERAMOS e saciar-se um pouco com a sensibilidade e consciência da Carol - íntima, já - risos. E divulgar seu blog, que fala do quanto podemos aprender ENQUANTO ESPERAMOS.

Postei o depoimento aqui, porque devia isso ao "Mães na Prática", falar um pouco mais da minha prática em ser mãe e me aprender a cada dia, bem como do que foi para mim ter vivido a DPP. O depoimento é um resumo mínimo e com mais beleza do que a realidade foi...

Segue, agora, meu depoimento:

primeiro mês de Peu

Era uma vez um primeiro ano e, depois, apesar de tudo e muito mais, ainda somos felizes sempre!!!



Ao descobrir-se grávida, imediatamente, a mulher se apresenta a uma nova mulher, uma nova realidade, um novo ser. Realidade esta que nos é apresentada como o auge, plenitude e máxima realização de e para toda mulher. Isso lá tem suas verdades... como tal, apresentam vários ângulos, nuances e outras verdades coexistentes. Uma delas é que para curtir o amor pela cria, o ambiente não se transforma em algo tão fácil, bonitinho e sempre perfeito. Associado ao ajuste de vida do rebento, vem nosso desajuste e reajuste... Costumo descrever esse “primeiro” “encontro” entre nós, as mães com o(s) filho (s) como uma colisão entre mundos, onde, por melhor, mágico e mais bonito que seja, geram alguns abalos.

Se para toda mãe esse momento sublime já vem acompanhado de dificuldade e só a força do amor indescritível pode explicar como “sobreviver” a tantas ambigüidades, imagine para as mães, que, como eu, deparam-se com um fator surpresa, nada gratificante, que é a DPP – Depressão Pós Parto. Céu e “inferno” se encontram e nessa berlinda, o caos impera e o desespero se manifesta em escalas macro e microamibientais. Nesse momento, apesar de toda alegria que se sente e quer explodir, uma tristeza amarga, crônica e, aparentemente, infinita se instala e domina o ambiente. Ver seu filho chorar de fome, porque está de cocô ou com a fralda molhada de xixi são tormentos insuportáveis, mesmo sabendo-se ser natural. Enquanto razão grita que “é assim mesmo, a criança está se ajustando ao mundo aqui fora. Vai passar”, o buraco escuro e íngreme onde estamos caindo sem parar dispara o alarme de incêndio e desespero, abrindo fogo cerrado e a guerra começa. Isso, só considerando o “meu” mundo interno. Tudo vira dor, culpa, amargura, escuridão, queda... infinita ausência de expectativa e destruição de tudo que havia, de tudo que há e de tudo que haveria... Todo instante se torna eterno instante de vazio. Um buraco se abre, se abre e se abre... Me questionava: “em meio a tanto amor que recebo, tanto amor que tenho para dar e que explode em meu coração, porque a dor é tão maior e mais forte?” E isso me gerava culpa e culpa. Precisei parar de amamentar e a culpa aumentava. Cada fase daquele primeiro ano foi marcada por lutas, quedas e subidas. Só quando aceitei “A” verdade de que estava “doente” – seja lá qual fosse a origem – comecei a entrar no processo de voltar a enxergar. Com muito pouca lucidez, cuidava do meu filho diretamente. O amava e me sentia tão pequena perto dele. Cada fase em que ele “crescia”, eu crescia junto, debaixo de lágrimas e dor intensa em cada esforço. Permitir que aquela luzinha da inocência, chamada Pedro Henrique, me iluminasse com toda sua perseverança – todo bebê vem com imensa força e capacidade de superação... são desbravadores natos e guerreiros naturais – foi uma escalada sobre as feridas abertas em minh´alma, que sangrava e gritava a cada vontade de me erguer. Não podia perder o foco de recuperar e reconstruir toda ruína que era EU, transferindo para aquele pequeno ser essa carga e responsabilidade.

O primeiro ano é o mais difícil, porque nele cada dia equivale a meses ou anos. Cada dia uma mudança, um aprendizado intensivo, uma nova fase para a criança e para nós, mães. Vivemos a linha limítrofe entre dor e superação a todo instante e cada vitória vem regada a satisfação de ver nossa sementinha germinar e crescer. Passamos a sentir cólicas que não doem em nosso corpo; a engatinhar com eles; a sentar; a andar; a encarar o novo a cada novo segundo. A minha primeira grande batalha foi superar as dificuldades naturais com as “impostas”, pelo acaso, destino, hormônios, genéticas, distúrbios... naquele primeiro ano. Hoje, digo que aquele foi o primeiro ano do resto de nossas vidas. A DPP não interferiu e machucou apenas a mim, mas, a todos os envolvidos, principalmente, ao filho recém-chegado ao mundo. Se uma mãe se emociona com o primeiro: “mama”, eu me emocionei ainda mais, porque “acreditava” que ele não me reconheceria como “mãe”, porque eu não era a imagem perfeita da Santa Mãe que a tudo suporta, supera e compreende. Eu era a imagem de um ser humano destruído e me colocava como “desqualificada”. Olhar para mim, naquele primeiro ano – até meados do segundo... como interrompi o tratamento, durou mais do que se “esperava”. Uma depressão mal curada é pior do que uma recaída – era o mesmo que ver uma cidade destruída por um tornado. Para meu filho, noites e dias eram apenas instantes entre acordar e dormir no claro e no escuro... Para mim, era a perpetuação da dor interminável – me permitam a redundância.

As oscilações de humor doíam como facas apunhalando meu coração e minha mente disparava uma condenação perpétua por cada momento mal vivido... Mas, algo aconteceu naquele ano, que me tocou tanto e me ajudava muito, a alegria pura de Pedrinho. Parecia que ele não se deixava atingir pela angústia e reagia com a mais pura demonstração de leveza: seu sorriso e olhar brilhante. Então, vi que eu não era só lado ruim, eu ainda carregava em mim minha essência, a “Patricia” que sempre fui e que queria emergir nova e renovada. Essa “Patricia” precisou reaprender a engatinhar, andar, falar e, acima de tudo, SORRIR. Não foi a melhor aula que tive em minha vida, ao menos, não através da didática imposta pela dor, mas, com certeza, aquele primeiro ano foi a maior lição de toda a minha vida.

Se alguma mãe ou pessoa envolvida num processo similar estiver lendo este depoimento – não muito específico, porque ainda carrego muita dor... algumas feridas/seqüelas foram abertas e hoje, após 3 anos e 9 meses do parto, estão sendo devida e conscientemente bem tratadas – por favor, redobre a força do amor e compreensão – nada é exato e linear – e se esforce para “calar” a boca do orgulho, do julgamento, da razão sem razão... lembre-se de deixar passar, aceitar-se doente e, por isso, terapia – com profissional competente e humano - é um bom caminho, e, acima de tudo, repita para si: A DOR SÓ DÓI ENQUANTO ESTÁ DOENDO... DEPOIS, PASSA! E deixa a dor passar. Talvez nunca vá saber, exatamente, o ponto, a origem da DPP, mas, mesmo em busca constante para essa resposta, me entrego ao esforço diário de viver cada instante e aprender mais sobre mim, em busca de me libertar e redefinir como ser humano, resgatando os bons valores e levando-se a sério e como possíveis de viver, sim. Tudo passa! E o que a gente não deixa ir, vai passando e levando mais do que deveria.

Saudações maternais,



Pat Lins.

sábado, 3 de julho de 2010

MANIFESTANDO PELAS MÃES - GRUPO CRIA - manifesto pelas mães I


Engraçado o quanto somos seres amados e especiais, mas, curioso como há um estereótipo irreal e inatingível de que MÃE é perfeita, sempre!

Este post é de caráter de divulgação. Um dos papéis da blogosfera é esse, levar, trazer, misturar... propagar a corrente do bem que o universo materno é capaz de desenvolver.

Eu costumo falar que nossa perfeição está em nossa imperfeição e, ainda assim, assumirmos um papel de super, sem super poderes. Nossas forças, muitas vezes, emergem da falta de força. Parece que no limite, a gente ultrapassa, até, nossas limitações. Mesmo que através de gritos, desgastes e empurrando com a barriga.

O "MANIFESTO PELAS MÃES" é mais um movimento do GRUPO CRIA, pela propagação da importância e necessidade da maternidade consciente.

Acontece, muitas vezes, que não temos consciência do que é m(p)aternidade e a real importância enquanto educadores e "gestores" de um novo ser. Desse ser, carregamos parte da responsabilidade por sua formação, desenvolvimento do "bom caráter" e propagação de valores como base.

Seguem abaixo as imagens da "campanha" para nós, mães, reafirmarmos que temos importância por sermos mães, mas, acima de tudo, por sermos HUMANAS:









No site do GRUPO CRIA tem um texto/manifesto lindo e digno de ser lido pelo maior número de pessoas possível. Visite e leia!

O "Mães na Prática" assinou o manifesto e publica aqui, no blog, o material de divulgação da campanha.

Na prática, toda mãe merece muito mais do que carinho, merece apoio e compreensão como todo ser humano! O "Mães na Prática" acredita que educar e "construir" um novo ser, só faz sentido real, na prática, se houver coerência e honestidade no que passamos. Portanto, nós, mães, pais e afins, precisamos redefinrmos a nós mesmos, para dar o tom de verdade, através da verdade.

Infelizemente, não existe fórmula mágica e certa para tudo, para conduzir nossas ações, mas, nosso caminho e esforço já é uma fórmula, a NOSSA FÓRMULA e, cada uma, tem a sua.

Saudações maternais,

Pat Lins.


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