quarta-feira, 20 de março de 2019

Desafios do mundo moderno: confiança, respeito e responsabilidade

Imagem: Google - pesquisando "mãos dadas"

Estamos vivendo numa era onde tudo é delicado, mas, o mais delicado é a revelação de que somos vulneráveis em inúmeras instâncias, só que não olhamos isso de frente e nos tornamos ainda mais vulneráveis pelo medo.

Existem notícias lançadas para sim, criar o pânico. Não estamos preparados e não temos interesse real em nos preparar para uma situação real e, aparentemente irreversível, que é o uso das redes sociais e de todo o mundo digital e virtual.

Apenas afirmamos o perigo dos nossos filhos usarem tecnologia, enquanto nós mesmos também estamos migrando para essa realidade sem admitir... No mínimo alegamos que usamos para o trabalho. Sim, somos hipócritas e espelho.

Eu venho tentando aprender a lidar com esse uso consciente e meu maior desafio é saber como orientar meu filho.

Trago uma reflexão sobre como alimentamos esse medo sem ir em busca de informações. Eu e meu filho procuramos esses vídeos com a "Momo", justamente para termos uma conversa clara com argumentos embasados, mas não achamos. Tivemos a conversa mesmo assim, porém o tema era "confiança na família x orientações e sugestões dos vídeos e seus perigos".

Se a gente continua repassando mensagens e alertando para algo sem embasamento e como se a pessoa tivesse realmente visto, a gente não está sendo honesto. A escola do meu filho enviou um texto fantástico! Ele não falava da "Momo", ele falava da nossa realidade atual e penso que todos devemos nos unir nesse vies, na perspectiva de fortalecer os vínculos e laços afetivos, de confiança, num alerta real de que não dabemosfazsab isso!

Os problemas dessa geração vão muito além do mundo virtual, são reflexos do estilo de vida que nós criamos. Não falo de valores de família enquanto pai, mãe e filhos, eu falo que faltam valores de família no sentido de sentir que ali se tem um núcleo de Amor, confiança e referência. Quantas famílias de "antigamente" só tinham o medo como fio condutor? Já faltava respeito e estímulo ao Amor desde muitos anos, com imposições e censuras. Essse foi o motivo de se lutar por "liberdade".

Entretanto, lutar por liberdade é saber ser livre e, nesse quesito, houve um exagero na falta de limites, como se ser livre fosse algo irresponsável. Não temos limite para ter tempo de estar em casa livre, o trabalho nos acompanha! Não temos tempo para ouvir nossos filhos e seus "dilemas", pois, "crianças não têm dilemas, têm mente livre e capacidade imaginativa... E meu tempo é curto".

O apelo do consumo, do poder de compra sempre existiu, problema é que, agora, as crianças pedem e recebem, porque nós sentimos culpa pela falta de tempo e muitos de nós compensa dessa maneira: pagando e dando tudo, para agradar as crias e pagam para não "ter problema", criando e enraizando um...

Nosss reflexão, gente, tem que ser mais ampla do que o medo do uso de tecnologias e internet, tem que ser mais ampla do que o poder e a força do consumismo. Nossas conversas precisam ser sobre como cada um de nós é, para que a gente se veja representado pelo todo que tá aí, os problemas que estão aí. Em vez disso, estamos espalhando medo, nos tornando reféns desse clima de pânico e nos encolhendo, como se não contribuíssemos para isso.

Não adianta a gente brigar com o mundo, o movimento é muito mais simples, porém muito mais desafiador: quem sou eu em meio a esse caos e onde me vejo responsável por isso? Como estar próximo do meu filho e estabelecer a confiança? Como acompanhar a vida virtual desses jovens, que, cada vez mais jovens acessam sem barreiras, sem senso de descoberta, apenas como algo quase que natural, esse mundo virtual que, para muitos de nós foi descoberta...?

São muitas perguntas que precisamos fazer, para obtermos a resposta certa! Está muito além de qual idade certa para ganhar celular ou negar a importância dessas plataformas virtuais. Precisamos descobrir como se pode ter o uso consciente. Sim, muitas "facilidades" vieram no combo mundo moderno e sim, toda causa tem efeito. Então, em vez de pânico e terror, como a gente pode lidar com isso sem negar? Afinal de contas, nós mesmos somos usuários e vivemos nesssa nova realidade e somos a referência para os mais jovens.

Minha preocupação vai também para essa necessidade de fakenews, de notícias de terror - que, sim, são reais e inacreditáveis, muitas vezes, mas são reais, infelizmente. Por que se perde tanto tempo espalhando essas notícias, propagando esse medo, e pouco se fala em ressignificar... Pouco se fala em: onde está o nó ou ponto central? Ou, como posso fazer para que meu filho confie em mim? Entender e aceitar que precisamos de uma ajuda profissional, fazer terapia e levar nossos filhos para fazer, afinal, somos todos pequenos e crescer requer esforço e muito autoconhecimento - isso independe de crenças religiosas, é possível amar a Deus e se conhecer num consultório...

Volto a falar e finalizo meu pensamento sem finalizar, porque não fecha ou para aqui: como ser, eu, uma boa referência para meu filho?

Sejamos mais reais do que o medo! E, sim, sei que não é fácil! Sim, vivo esse medo, vivo essa realidade, vivo toda essa angústia. Mas, sim, me esforço para ser referência, assumindo que também falho e erro e me vejo responsável nesse todo aí, mas, ao me reconhecer estou sendo honesta, assumindo que o adulto não tem todas as respostas, mas que sou capaz de me ver e deixo claro: estamos crescendo juntos, meu filho e vamos saber lidar com algumas coisas para saber como mudar nossa realidade! E creiam, não é fácil, porque ja existe um arquétipo de caos se firmando e a batalha é duríssima!

Fortaleçamos em nós, cada um em si, o valor de se reconhecer, se assumir, sendo honestos consigo e com nossos jovens, pois isso não é fraqueza! Eles podem confiar, porque vamos aprender a lidar com isso para saber bem orientar. O que não tem mais espaço é para tanta teoria com base em velhas formas... Elas já não existem como referência para a atualidade, apenas em nossa mente.

Vamos para frente! Sejamos a boa referência! E tenhamos consciência de que, mesmo assim, isso não é tudo, nem rápido e sem a ingenuidade de que o mal não existe. Ele existe, se adequa a qualquer realidade. Hoje, apenas temos mais acesso à informações... O mal sempre existiu e cresce na proporção que aumentamos o volume e quantidade de gente no planeta... Observemos o todo, vendo cada parte e entendendo os choques mais radicais de geração. Que a ciência olhe isso de frente e se abra para novos caminhos, porque de nada adianta referendar num passado que nada diz ao novo padrão...

Os desafios do mundo moderno vão além do mundo virtual... Estão em nossa fragilidade e vulnerabilidade pela falta de confiança, respeito e responsabilidade. Não que as gerações anteriores tenham feito algo melhor em relação a isso... Não, não fizeram! O caos não vem de agora, é uma consequência de uma história mal escrita. Agora, transbordou o lixo acumulado durante milênios.

Vamos falar! Vamos conversar! Vamos olhar de frente e abrir nossos corações! Vamos ser o movimento que nossos filhos precisam e merecem! Sejamos a paz que queremos que exista!

Saudações maternais,

Pat Lins

#patlins

Abaixo, link da Folha de São Paulo que, se interessar, leis:

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/03/folha-busca-momo-por-dois-dias-no-youtube-kids-mas-figura-nao-aparece.shtml

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Primeiros passos

Imagem: http://bit.ly/2piYD0R

Retomando o blog. Um passo de cada vez.

Depois que nasci mãe, minha vida não ganhou mais brilho e sentido porque seria responsável por um lindo serzinho... ganhou brilho e sentido porque tive que ser ainda mais responsável por mim, enquanto um Ser ético, correto e, no mínimo, coerente.

Desafio? Pelo menos um por dia.

Agora, mais um, que encaramos com foco, fé e determinação: mudar.

Mudar de casa, de escola, de escolhas... mudar de cidade, mudar de Vida - resgatar a Vida e seu verdadeiro sentido. Faz sentido para você?

E estamos indo, rumo ao novo, desbravando, simplificando.

Estamos indo, deixando o excesso de bagagens, de peso, de tudo que seja contrário ao bem. Estamos indo, em busca, resgatando e permitindo viver uma realidade que já desacreditava. Conheci um lugar inacreditável, possível porque Rudolph Steiner concebeu a Pedagogia Waldorf.

Enquanto o mundo todo se fecha para caber numa lata gigante, eu me abro para caber num céu aberto, num solo fértil, na grama natural e limpa, no ar respirável.

A partir de agora, o Mães na Prática volta como o diário de uma mãe de volta à vida.

Mudando. Mudança. Novo. Nova consciência. Abertura. Seguindo o fluxo da Vida. Viva! Eu vivo!

Saudações materiais,

Pat Lins

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Diário de uma mãe de filho ligado no MineCraft


Oi! Quanto tempo sem falar aqui. Voltando hoje para trazer algumas reflexões após aprendizados com meu filho. 

Ele adora MineCraft, como milhares de crianças mundo a fora. Segue youtubers - inclusive, aprendi essa nomecmatura com ele... depois, começou a pulverizar e, hoje, todos reconhecemos esses "artistas" do mundo virtual com canais livres e gratuitos na web. 

Enfim, ele tem todos os "Diários" sobre minecraft e, agora, os livros do Authentic. Acho graça quando me dizerm que são livros que ensinam um monte de besteira. Não são clássicos da literatura, mas, também não são portas para o inferno. 

Os livros são, óbvio, altamente comerciais, mas assim como os filmes infantis enlatados que consumimos e achamos lindos - porque são mesmo - também trazem belas mensagens, neles também temos muito o que aproveitar. As situações descrevem contextos do mundo real, relações familiares, relacionamentos interpessoais, conflitos, dramas e tudo o que a gente vive no dia a dia, algo bem focado no cotidiano, com direito a escola e sua importância, porém, através de uma linguagem a partir dos personagens do jogo. Sim, uma inteligência óbvia de se falar na linguagem do público alvo, mas, existe esse cuidado real que precisa ser falado. Meu filho veio me mostrar uma parte - e ele sempre compartilha várias partes comigo e com o pai, demandando um diálogo, um bate papo e criou, a partir do seu mundo, esse intercâmbio com o nosso... me refiro às referências de cada geração, mas essa, como vem desafiar TUDO de TODAS as gerações anteriores... vamos voltar . Nessa parte, um "zumbi" queria saber como os zumbis nascem. Ele, com uns 4 anos ou menos, já trazia essa questão e curiosidade e conversamos, até onde eu julguei ser pertinente e passou. Quando nos trouxe essa demanda, revelou subliminarmente seu próprio interesse, que foi devidamente acolhido e conversado, de novo, dentro do que eu julguei estar dentro do seu "limite". E ele me diz: "você tá falando de sexo, né mãe?". Eu, disfarçando meu susto - sim, fui pega "despreparada", num alerta de que a gente nem sempre vai estar pronto para tudo, principalmente para o inevitável... e, eu, toda trabalhada no papo cabeça, toda descolada e mente aberta... ui! Sucumbi ao "sustinho" - gaguejei um pouco e me disse, nesses milésimos de segundos, diante daquele que confia tanto na franqueza da nossa relação, me olhando com olhinhos marotos e sorridentes, como quem fala claramente que só quer saber se eu vou honrar o compromisso de falar sempre a verdade, nada mais que a verdade, apenas a verdade, me disse que eu saberia como falar, só precisava sair do "medo" do que falar... ele segue:"então, mãe, pode falar". Expliquei que sim,  se tatava de sexo e devolvi: "o que você sabe sobre isso?". Ele me disse que sabia que era algo para gente grande, que ia além de beijo na boca. Perguntei se ele percebeu que o corpo dele tá mudando. Ele disse que sim. Conversamos muito a respeito, inclusive sobre algo que ele trouxe e disse "eca", como o beijo na boca e eu disse que não precisa ter nojo. Que, na idade certa ele vai entender o que é e o que significa, pois nada adianta eu explicar em palavras o que não se descreve, porque se sente. Não precisei adentrar em detalhes, mas a porta sempre tem que estar aberta, para não criar mais tabus, mas, também, não banalizar. Acho extremamente importante se falar naturalmente para que seja algo natural. 

Enfim, são muitas as situações que estão vindo através das inquietações da idade. Os livros não estimulam nada, falam dentro de uma linguagem simples, básica e honesta. 

Para finalizar, ele me trouxe um alerta que tem, ao final dos livros, e que todos os pais deveriam ler para saber como falar com seus filhos, sem querer "meter o pé na porta" para acessar seu mundo, sem invadir e construir mais pontes pela confiança, do que abismos da ignorância e arrogância... Precisamos de mais jogo de cintura, respeito e entendimento de que somos ignorantes diante das demandas dessa geração que está impondo o que quer porque a gente não assume que não sabe lidar e fecha qualquer abertura para troca saudável. Nessa guerra, eles estão vencendo e vamos perder feio, porque eles têm um ambiente propício e favorável para se firmar e reverter o jogo: nossos medos, barreiras, preconceitos, tabus...

Pois, vamos acolher primeiro e entender junto. Daí, a gente segue. Se nossos filhos não confiarem em nós, nossos piores medos ganham forma e se materializam com nosso aval, ainda que nem percebamos.



Saudações maternais,

Pat eterna aprendiz Lins 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A BOIADA MULTICOR - programação infantil no Pelourinho Dia e Noite

A criançada tem animação garantida nas tardes de domingo! 
programação infantil do Pelourinho Dia e Noite traz dia 21, às 16hA Boiada Multicor com atividades de artes integradas através de oficinas lúdicas e pedagógicas. 
As apresentações multilinguagens misturam diversos ritmos musicais (samba, samba-reggae, coco, xote, samba-chula, xaxado, baião, galope e outros), poesias para crianças, jovens e adultos, textos e artes plásticas com adereços do “bumba meu boi” no Cruzeiro de São Francisco
É só ir e levar a criançada! 
Saudações maternais,
Pat Lins

domingo, 8 de maio de 2016

PODER DAS MÃES : AMOR


Muitos de nós,  enquanto filhos, nem lembramos que mãe é gente, como a gente.

Mãe chora, ri, faz xixi, tem unha, tem medos  - e como têm... -, sente dor das mais diversas,  inclusive aquelas que não são catalogadas pela medicina convencional. Mãe grita, perde paciência,  xinga se topar numa pedra. Mãe se cansa, se estressa, tem preguiça, tem pressa.

Mãe é gente como a gente, só que com algo a mais: tem filho. Isso faz com que a mãe deseje ter super poderes, imortalidade, onipresença, oniciência, onipotência. Mas dói tanto quando precisa ver a realidade concreta e se depara com as humanas limitações... Dói ver filho doente, dói ver o filho crescer e sair de casa, dói ver filho morrer, dói ver filho sofrer. Dói. Tudo dói. Mas, sentir o filho, colocá-lo no colo faz passar a dor dele e a nossa. Passar,  passar... Não passa, mas que dá força, dá.

E aí, nós entendemos: não somos deusas, sim,  humanas; mas, temos poderes divinos: tansbordamos Amor. Tem força mais poderosa?

Feliz Dia diário das Mães.

Pat Lins.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Jesus está em qualquer lugar - Por Pedro Henrique Lins

Imagem: Pregações e Estudos Bíblicos

Jesus está em qualquer lugar
Por Pedro Henrique Lins - 9 anos


Ontem, fui na praça passear. 
Quando olhei para cima, vi uma luz,
era Jesus.
E eu perguntei:
"Não é legal a paz, Jesus?".
Ele me respondeu:
"Sim! A paz é importante para o planeta.".

Primeiro "poema" de Pedrinho!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

AUTS Aplicativo Educativo

Acesse: Eu Sou Auts

Dia 14 de abril de 2016, lançamento do projeto AUTSAplicativo Educativo, Teatro da UNEB - campus Salvador. 

No evento de lançamento, mesa de debate "Educação inclusiva, Autismo e Cultura Digital", com a participação de Renato Barreto (criador do personagem), Mônica Loiola (Ms. Em Educação/UFBA) e Sidenise Estrelado (Ms. em Educação/ Psicopedagoga, Especialista em Deficiência Intelectual), em parceria com o “I Seminário sobre Autismo da UNEB”, realizado pela Liga de Saúde e Educação.

AUTS AplicativoEducativo é uma proposta inovadora de interlocução entre audiovisual, cultura digital e educação. O aplicativo foi inspirado no universo de uma criança dentro do espectro autista, reúne animações da série AUTS e atividades educativas para serem trabalhadas com crianças em idade de primeira infância, dentro e fora do espectro.

A proposta foi contemplada no edital Arte em Toda Parte - Ano III, da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria de Cultura e Turismo do Município, Prefeitura de Salvador.

Serviço

Lançamento AUTS Aplicativo Educativo
Data 14.04.2016
Horário 11h
Teatro da UNEB (Av. Silveira Martins, 2555)

Contatos:
Daniela Fernandes (Produção Executiva)
Caio Requião (Produtor)
Takapy Digital Art

+55 71 3616 3272

quarta-feira, 9 de março de 2016

MÃE APRENDENDO NA PRÁTICA

Imagem: EFDreams

Gentem, estava bem paradão o blog, né?! A mamãe aqui estava vivendo um turbilhão de novidades, enquanto pessoa e mulher, e muito enquanto mãe de um menino mais que especial como Peu.

Em breve, volto com as novidades!

Saudações maternais,

Pat Lins

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

PROGRAMAÇÃO INFANTIL NO PELÔ COM CARAVANA DAS ARTES

Imagem: Fundação Gregório de Mattos

Hoje tem palhaçada? Tem, sim senhor! Hoje tem musicada? Tem, sim senhor! Hoje tem diversão? Tem, sim senhor!

É nesse ritmo que a Caravana da Arte anima a programação infantil do Pelourinho Dia e Noite, projeto da Fundação Gregório de Mattos, órgão da Prefeitura de Salvador, próximo domingo (06). 

A proposta do grupo é interagir com a criançada através de diversas linguagens como teatro, músicas irreverentes, brincadeiras e PALHAÇADAS! 

Domingo, às 16h, no Cruzeiro de São Francisco - Pelourinho. EVENTO GRATUITO!

Saudações maternais, 

Pat Lins

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

AMARELA DA SECA NA FLICA 2015

Foto: Camila Souza/GOVBA Camila Souza/GOVBA Camila Souza/GOVBA
Quando eu era pequena, sonhava em escrever e escrevia em qualquer pedaço de papel. 

Os papéis iam... as histórias, também. A mim, não preocupava onde estavam, ou a posse... As palavras saiam de mim, vivas aqui dentro, e nasciam, para viverem aqui fora. 

Sempre vi as palavras como "vivas" e como "vida". É vital, para mim, comunicar. E comunicar, para mim, é troca, via de mão dupla - ouvir, entender, falar, ser entendido e continuar girando esse ciclo.

E minha mãe dizia: "Guarda tudo para lançar seus livros ". Mãe,  nasceu o primeiro! 


Quando senti que poderia resgatar o sonho de infância e voltar a escrever, comecei a escrever em caderninhos. Depois, numa parta no computador. Depois, nos blogs. Depois, nas redes sociais. E escrevia. Escrevo.

Pequena, dizia que seria, quando grande, professora e escritora. Me graduei em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda e fui enveredando por essa área. Fiz especializações dentro da área de Comunicação - Teleradiodifusão e Relações Públicas com Metodologia do Ensino Superior. Um dia, uma amiga me convida para dar aula, numa faculdade no interior. No dia, me lembro como hoje, me questionei: "eu, em sala de aula? Nem tenho jeito para ensinar...". Peguei, de cara, quatro turmas... de sexto e sétimo semestres. Tremia. Sabia o assunto na teoria e na prática..., mesmo assim, como ordenar isso tudo? Como saber a hora de dizer o que, quando, como, onde e por quê? Foi um desafio que começou em 2005 e vibro, até hoje, por ter encarado! 

Eu era o tipo "tia legal". Toda criança gostava de brincar comigo e me ouvir contar historinhas. Uma prima me pedia para inventar. Ela não queria que eu repetisse o que já conhecia. E criei várias para ela - uma está saindo do forno, em homenagem ao nome da personagem que ela me deu há uns 20 anos... é... o tempo contado em números parece tão distante... para mim, foi agorinha. Interessante que meu filho, desde muito novinho, me pedia: "conta história de boca, mamãe", que vem a ser o que, hoje, ele chama de "histórias inventadas"... Afinal, todas as histórias nascem da invenção de alguém, né?! Mas, ele queria ouvir as da mamãe dele. Qual criança não pede isso?!

Criava peças, na infância e apresentava na frente de casa, com meus irmãos e vizinhos - éramos todos uma família só. Muito, muito divertido, mesmo!

Já adulta, continuava a escrever em papéis. Me dizia: "preciso direcionar minha atenção para o trabalho" ou para estudo, ou para preparar as aulas - que não via como trabalho e sim como prazer. Até que meu filho nasceu e minha vida mudou. Mudou mesmo! TUDO. Coisas muito ruins aconteceram e coisas muito boas, também! Era tudo "over". Até que, ele, que com dois anos soletrava, com 5 bloqueou e não queria ler, nem escrever nada. Entrei em pânico. Foi isso, mesmo: pânico! Fui em busca de orientação profissional e eram questões emocionais - inclusive, com a escola na época que era maravilhosa, mas, todo mundo erra, né verdade? Enfim, comecei a escrever... Criei o blog "A dor só dói quando está doendo", há alguns anos chamado de AQUI E AGORA. Na verdade, comecei a escrever nele, um pouco antes, mas o segundo nasceu desse dilema. E nasceu o "Mães na Prática". Chamei de escritoterapia. Falava sobre as questões, sem abrir minha vida. Meu objetivo era me ler, racionalizar.

Aí, um dia, uma grande amiga e escritora, Morgana Gazel, me disse: "você tem muito jeito de escritora". Interessante é que, muitas pessoas me diziam isso, mas eu só dizia: eu gosto de escrever, para mim é um prazer! Só que, nesse dia, mesmo ela já tendo me dito a mesma coisa milhões de vezes..., eu escutei e deixei entrar.

Um dia, outro amigo me enviou o link da Secretaria de Educação do Estado, só que o prazo estava encerrando em uma semana. Corri! Um sufoco! Meu amigão Isac Kosminsky e Juliana Santos - preciso citar esses nomes, em especial - viraram noites para me ajudar na ilustração... Foi um sonho sonhado há seis mãos! Fiz a inscrição. Só de me inscrever, me senti  Escritora. Me inscrevi como Escritora. Assumi, aceitando que, sim, eu escrevo! 

Foto: GOVBA em 02/06/2014
Quando fui selecionada... tá, assumo: chorei, muuiittttoooo!!!! Eu, além de sentir, era "oficialmente" Escritora com livro publicado! E, que maravilha, para crianças do ciclo de alfabetização de toda a rede pública do Estado. Publiquei poesias, em antologias poéticas e isso tudo, em dois anos. Não. Não sou famosa, não saio em capa de revista... Mas, pude ver minha filhinha, recém nascida, "Amarela da Seca", ir para a FLICA - Feira Literária Internacional de Cachoeira/Ba. Pois é... ver os filhos crescerem. 

Foto: GOVBA em 02/06/2014
Outra coisa que muito me emocionou foi, quando recebi o prêmio, ano passado, meu filho estava nessa fase de desbloquear a leitura e escrita e ele ficou tão emocionado com a mãe escritora que, sabe o menino com dificuldade de ler e escrever? Escreveu - do jeito dele... - um livrinho com a psicóloga dele e levou no dia da premiação. TODOS os autores presentes tiveram o privilégio de ler seu manuscrito. Sim: MANUSCRITO. E com ilustração. Isso foi um estímulo tão positivo que me fez ver, ainda mais, a importância da leitura na vida das pessoas. Gente, ler é viajar por muitos lugares! É conhecer mundos novos e acreditar que isso não tem fim. 

Como ocorreram alguns probleminhas burocráticos, a publicação e o lançamento dessa coleção só saiu agora, em 2015. Mas, não foi por falta de vontade da equipe do projeto. Eles suaram e sofreram duplamente: por não conseguirem concretizar como idealizaram e por serem cobrados e condenados por nós, autores. Nada que com esclarecimento e boa vontade não se resolva. Disse para eles que foi um parto de fórcipes. Nós, autores, pudemos sair da maternidade com o filho no colo, pela primeira vez, tocá-los! Eles nasceram! A equipe que trabalhou para fazer o parto, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, puderam ter a sensação de dever cumprido! E todas as crianças do ciclo de alfabetização do Estado poderão viajar, dentro das próprias origens! Se identificam com os personagens, que podem ser qualquer um deles. E essa foi minha maior lição: entender, aqui e agora, que o que importa é o aqui e agora, sempre! E o propósito maior, de ver as histórias vivas, vivendo e sendo vividas, vívidas sob o sol e sob o luar, à beira de um rio, ás margens da fronteira do ir e vir, do partir e chegar, do, simplesmente, as palavras poderem chegar a qualquer lugar/gente, que possa ali passar e ler, em cada criança, professor, funcionário de escola pública que, ao receber, abrir e ler e ir, para onde cada história os conduzir. Ver meu filho querer concluir seu livro, junto comigo, gente, não tem preço! Aceitar que, mesmo com tantos obstáculos, esses livros nasceram é o que deve ficar; é o que fica; é o que é!

 
Fotos: arquivo pessoal

Fiquei muito feliz com o resultado! Muito feliz em ver cada criança, no stand, em meio à praça pública, poderem tocar e, sim, abraçar, como algumas crianças fizeram, os livrinhos da coleção PACTOS DE LEITURAS . Na Flica, foi apenas exposição. Os livros são destinados para as crianças das escolas públicas do Estado. Muita gente interessada em comprar a coleção, mas, por enquanto, nenhuma editora nos conhece - quem sabe, a partir de agora, os livros possam ir além? Olha, aí, Companhia das Letrinhas e outras... As histórias são lindas, bem escritas e falam com a criançada, numa linguagem limpa, clara e lúdica, sobre aceitação, respeito, cooperação, infância, história de alguns lugares... 

Estou feliz, por poder viver o aqui e agora e digo, bem como repito a todo instante: que bom que existe o agora!

A, a FLICA, acontece de 14 a 18 de outubro, na cidade de Cachoeira, Bahia. Os livros estão lá, todos pendurados para quem quiser ler, debaixo de lindas árvores, numa praça pública que simboliza a independência da Bahia - praça Dois de Julho. E leiam, leiam, leiam! Como cantam os personagens do "Circo de Só Ler" - espetáculo teatral de Salvador, muito bom e que meu filho ammaaaa e escuta as músicas diariamente: "leia, leia, leia, leia, porque quem lê clareia, clareia a visão...".

Pat Lins.


Foto: Noelia Barreto

Foto: Arquivo Pessoal -
Escritoras Noelia Barreto, Adelice Sousa, eu, o escritor homenageado - Antonio Torres -, Secretário de Educação do Estado da Bahia, Osvaldo Barreto e a escritora Vanina Cruz, em  Praça Dois de Julho - Cachoeira/Ba
15/10/2015


domingo, 27 de setembro de 2015

NIVER DE PEU - PRESENTES QUE EMOCIONAM ATÉ AS CRIANÇAS HI TECH

Imagem: Arquivo Pessoa Pat Lins

Bom, todo mundo sabe que vivemos numa realidade com quase que total dependência da tecnologia atual. Em todos os tempos, muitas tecnologias foram criadas, inclusive, base crucial, para toda essa "facilidade" que temos hoje. Prefiro dizer que apenas aprimoramos, pois criar e inventar mesmo, nossa geração fez nada; apenas demos seguimento.

Enfim, não é para falar sobre esse ponto. Mas, dentro desse contexto, existe um conflito de gerações com relação ao lazer, educação e, principalmente, com relação aos jovens e crianças que nascem e crescem dentro desse mundo informatizado - culminância do avanço tecnológico que interferiu negativa e positivamente em todos os âmbitos da vida e de todos os seres viventes, né verdade?! Vamos para frente. 

Pois sim, como agradar esse "povinho" tão "seguro" de si, por terem o mundo em suas mãos, em forma de nano chip - já me arrisco ao nano, pois ele já existe e algo ainda menor e mais potente, também... 

Simples!

Ontem, foi aniversário do meu filho - AÊÊÊÊÊÊÊÊ! Parabéns, filhão! - Já comemoramos como ele pediu: uma carta pelo correio, comer pizza com a família. 

Sim! Um menino hi tech, que adora tablets, computadores, XBOX, playstation... mas que não dispensa uma brincadeira de criança, nem pisar na terra, adora banho de mar; correr, pular, gritar - e como gosta... ai meu Deus! Pois é! Uma criança que joga "minecraft" e adora! Ele pediu uma carta pelo correio!

Fizemos uma surpresa para ele: enviei dois cartões de aniversário, escritos à mão. O pai me pediu para dar os parabéns pela rádio. Fizemos.

Liguei para uma amiga radialista, pois estou fora dos microfones, doida para voltar... - muito grata, Nardele Gomes e a rádio Metrópole! - pedindo para dar os parabéns, no horário que ele saía da escola. Sim! Em pleno século XXI, numa grande capital do Brasil, o alcance do rádio ainda é fantástico! Pois, Pedrinho escutou e ficou, sabe como? Emocionado!

Emoções, gente! As crianças têm emoções que desprezamos! Nós alimentamos esse mundo que está como está. Nós desejamos isso e nós impusemos esse ritmo enlouquecedor para as "futuras" e atuais gerações.

Voltando: quando ele escutou os parabéns pela rádio, nossa! Foi incrível!

Quando chegou em casa e viu a carta, como ele falou, secando os olhos, "carta com selo..."... vi que nada mudou! As crianças são como sempre foram: crianças! Leu a mensagem dos cartões e me abraçou, com tanto carinho, que vi que ele foi tocado pela emoção que escrevi. Parece que as palavras escritas a mão se tornam toques carinhosos em quem lê. 

Lógico que adorou os presentes que recebeu, como os bonecos Star Wars, os que fez com a avó paterna, os bombons que a vizinha deu, mas se emocionou, como um adulto, como um ser sensível, com os parabéns pela rádio e pelo correio, e o amigo que foi de surpresa. Foi lindo. Este ano, não teve festa,  mas foi celebrado como ele gosta: com família. Almoço casa da bisa e jantar. Pronto. 

Isso nós podemos fazer. Isso custa pouco, em relação à dinheiro, mas de um valor inestimável, em relação a VALOR HUMANO!

Pois é, amigas mães na prática, isso é real! Isso é possível. Não precisamos frear o avanço tecnológico, só precisamos criar condições e ambientes para que nossos filhos possam sentir suas próprias emoções e conseguirem administrar isso. Não vai transformar ninguém em santo, nem resolver todos os problemas, mas, ao meu ver, são caminhos simples para reformarmos ou redesenharmos o design atual. Podemos apresentar um novo, que não é novo.

Podemos ser mais. E permitir que eles sejam, também. A ideia deste post é apenas ser simples. Só isso! 

Saudações maternais, de uma mãe na prática totalmente imperfeita, mas que segue dia a dia como pessoa, mãe, mulher, filha, amiga, consumidora, profissional...,

Pat Lins

sexta-feira, 8 de maio de 2015

MÃE NA PRÁTICA, CADA VEZ MAIS NA PRÁTICA... FELIZ DIA DAS MÃES!


Todo ano, me pego às vésperas do Dia das Mães, pensando: o que escrever?

Daí, me pergunto: o que sinto e senti como aprendizado nesse ano que passou?

E sai alguma coisa...

Sou filha e mãe.

Sou humana, sou pessoa, sou mulher, sou pequena... sou mãe em processo de separação!

Pois é... muitas emoções. Já pari, já perdi filho... Agora, sigo uma nova etapa... como será? Sei lá!

Mas, o que tem a ver isso com "mães na prática"? Nossas escolhas atingem quem está ao nosso redor, principalmente um filho com 8 anos e tão especial como Pepeu.

A primeira coisa que ele perguntou:

"Quando nós três vamos voltar a morar juntos?"

E expliquei:

- Não vamos, filho. Você agora vai morar com a mamãe e com o papai em casas separadas.

Nem preciso relatar que a emoção jorrou entre nós.

De todas as intempéries que passamos juntos, desde que ele nasceu - e quem acompanha minha vida e quem acompanha este blog... sabe que não foram poucas, muito menos convencionais e simples... - foi a primeira vez que vi um menino maduro ou a amadurecer.

Pedro chorou e me disse:

- Eu vou me acostumar, um dia. Hoje, eu posso chorar?

E chorou! E choramos!

A separação é inevitável... não foi sem lutas, nem sem esforço... mas, a relação desgastou de um jeito que somente a amizade pode salvar. E sim, esse amor entre amigos cresceu e fortalece tudo. Estamos juntos na separação.

Explicar que "a gente se separou, mas não se separou de você!", depois de um "mãe, você disse que ficaríamos juntos a vida toda" e lembrar: "o que falei, amor, foi que eu sempre estarei ao seu lado, e estarei com VOCÊ  a vida inteira! Eu e seu pai nos amamos como grandes amigos e como seu pai e sua mãe!".

Nossa! Logo eu que sempre me vi buscadora e com palavra certa para colocar... Me vejo gaguejar. Não por insegurança, mas porque mesmos segura e consciente da escolha, as consequências parecem ter vida própria. Como Pedro regirá?

Nesse dia das mães, serei uma mãe diferente! Uma nova mulher - igual, mas diferente.

E como será meu filho? Como o impacto lhe tocará?

Tantas novas perguntas... tantas novas respostas... Uma vida nova, de novo!

Filho, como gosto de deixar claro: TE AMO! Ser sua mãe é uma honra dual. Hoje sei o que é padecer e renascer no paraíso!

Para você, mamãe - seja mãe biológica, do coração, avó-mãe, pãe, avô-mãe, tia-mãe, tio-mãe.... - um FELIZ DIA DAS MÃES!

Todos os dias são nossos dias, todos sabemos e não canso de lembrar... Mas, ter um dia para parar e refletir: "QUEM SOU EU?" E aprofundar: "QUE MÃE SOU EU?" tem sua  força. E toda força impulsiona!

Impulsão para mudar e transformar!

FELIZ DIA DAS MÃES!

Saudações maternais,

Pat Lins.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Mãe, Papai Noel existe ou é mais uma história para criança?"


 Mãe, papai Noel existe mesmo ou é mais uma história para criança?

- O que você acha, Peu?

- Acho que ele pode existir.

- É importante para você que ele exista?

- Um pouco...

- Então, ele pode existir. Uma grande escritora, chamada Clarice Lispector, num livro dela que li, dizia assim: "ela acreditva em anjos. E porque acreditava, eles existiam.".

- Hummm. Tá bom.

Diálogo nas primeiras horas da manhã do dia 25/12... Eu e Pepeu - Pepeu e Eu.

Saudações maternais,

Pat Lins.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

INTOLERÂNCIA À INTOLERÂNCIA!


Ontem, no "Encontros,  com Fátima Bernardes", mostrou a atitude de um casal com bebê de 8 meses e iam viajar de avião.

Eles distribuíram  saquinhos com balas, chocolate, um fone de ouvido e um bilhetinho onde "a bebezinha" pedia desculpas,  com antecedência,  caso ela chorasse durante o voo, principalmente na decolagem e na aterrissagem. Daí,  explica que o fone é para quem se sentir muito incomodado com o choro e os doces para que todos tivessem uma boa viagem com doçura. Coisa mais linda!

Mas, me espanta ver que bebê não pode mais chorar... Gentileza gera gentileza e foi o que o casal de pais tentou fazer: despertar a nobreza da gentileza antes da contaminação doentia que é a intolerância.

Me preocupa o rumo das coisas. Não falo em perfeição,  ninguém é. Falo em, mesmo que irrite ou assuste momentaneamente, um grito de criança,  aquilo não se torne uma resistência à liberdade da infância. Não falo em falta de limite, mas em permitirmos que criança seja criança na infância.

Não aguentar ouvir choro de bebês e criticar um bebê que chora, uma mãe que amamenta,  uma criança que corre brincando é desejar não viver mais o natural ; é viver o artífice da vida moderna com culto ao caos; é falar num futuro de robôs, sem humanos,  sem contatos, sem DIVERSIDADE,  sem, sequer,  diversas idades.

Como consequência da nossa "modernidade"   com todo avanço tecnológico e científico, pouco evoluímos de fato e em valores. Já roubamos os espaços das crianças,  agora, estamos por roubar seu tempo...

Criança feliz é criança criança.

Pat Lins

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

APRENDENDO E ENSINANDO - ENSINANDO E APRENDENDO



Meu filho me perguntou: 

- Mãe, por que fala "reunião de pais e mestres" e não de "pais e professores"?

Olha como as coisas mudam, né?

Antes, ser professor era uma maestria! Só exercia quem tinha amor a profissão. Hoje, só mudou o nome, pois mestre só quem tem mestrado; doutor, quem tem doutorado... a titulação passou à frente do conhecimento. Sou super a favor de nos titularmos - principalmente aqueles que, como eu, vêm de uma área profissional e engaja como passador de conhecimento do que aprendeu conciliando a técnica e teoria da faculdade com a prática da atividade.

A busca pelo conhecimento não pode, nem deve ter fim. Infelizmente, não é isso que vemos por aí. Para alguns, basta o título e pronto, não tem mais o que aprender, só ensinar, porque já é "mestre".

Um mestre de verdade traz em si a sabedoria e sabedoria envolve humildade. Compreende entender que já sabe muito, mas muito ainda tem a aprender, ainda que tenha que repetir a mesma lição, só que para uma nova turma. Tudo é desafio, tudo é aprendizado. Em todo lugar tem algo novo a aprender. Aprendido, podemos ensinar. Costumo dizer que antes de ensinar, aprender, porque só creio ser possível passar o verdadeiro conhecimento, conhecendo-o. Ademais, é "ctrl c" e "ctr l v". 

Pois é... desde que migrei da área de Comunicação para ministrar aulas, aprendi muito mais! Amo as duas áreas. Mas, a docência em encanta. 

Pois é! Sou grata aos meus alunos, pela constante oportunidade de aprender. E sou grata a Marcos Carvalho e Cintia Moreno, por terem insistido tanto que entrasse nesse caminho. Desde 2005 que entrei e só saio se me tirarem... 

E sou grata a meu filho, que foi e é meu maior mestre e aprendiz!

Ensinando e aprendendo; aprendendo e ensinando! Sempre! Isso é a verdadeira maestria da vida e da profissão: professor!

Pat Lins - aprendiz da vida, mestre de saber que tenho muito a aprender!


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PARA PEU. COM AMOR, MAMÃE. 8 ANOS DE UMA VIDA COM MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR!





PARA PEU:

Filho, como são as coisas... há 8 anos meu mundo mudou por completo - tá, até aqui, tudo igual ao que toda mãe diz...

Bom, na verdade, mudou há 8 anos e 9 meses, quando eu descobri que estava grávida. Tá, mudou em 4 de fevereiro de 2006, quando fiz o beta HcG e deu: "gonodotrofina corionica plasmática: POSITIVO". Chorei e sorri, tudo ao mesmo tempo. 

Liguei para marido - que nem sabia que eu havia ido fazer o teste... - e precisei pedir que ele parasse de gritar em meu ouvido..."Uhu! Uhu! Uhu!". 

Enviei um SMS para minha mãe: "Vovó, já estou a caminho daqui a 7 meses eu chego, viu? Não sei se sou menino ou menina, mas sei que já sou muito amado ou amada.". O silêncio do não retorno me deixou curiosa, mas, como estava saindo sozinha do laboratório e em estado de choque - é, não sei explicar, mas meio que fiquei boba, né? - não liguei logo de cara. Dei alguns segundos de vantagem e a manteiga - interessante, nós baianos falamos tanto "mantega" que Peu veio me dizer: "Mãe, engraçado, nas embalagens só vejo escrito 'manteIga' e a gente só fala 'mantega'..." é isso mesmo... voltando: - derretida  #minhamãe  nada de dar sinal de vida. Não resisti e liguei: "Mãe, você recebeu minha mensagem?", no que ela responde apenas uns sons de "snif snif" e soluços: "Recebi, sim. (soluço)" e derreteu! 

Dia seguinte, fui encontrar meus pais em Guarajuba, curtir o carnaval por lá e, quando chego, pensei que entrava num buffet infantil: bolas, bolo, doces e salgados! A festa estava pronta para comemorarrrr, tchanran: ele, o inigualável PEDDDRRROOOO HENRRRRRRIQUEEE! Que ainda não era chamado assim, porque eu só tinha 2 meses de gravidez e nem sabia o sexo do bebê, mas já era ele!

Foi muito massa!

Estava previsto para nascer dia 13 de outubro, mas dia 24 de setembro ele encaixou e apenas dia 26 ele nasceu. Um lindo! Aliás, a mesma cara da US 3D que havia feito - impressionante! É a mesma cara até hoje! Lindo demais!

A cada dia, naquele primeiro ano de vida, muitos desafios - e quando falo muitos, ainda é pouco... 

A cada ano, mais encanto. E muita danação, misericórdia!

Entre todas as intempéries, duas características dele sempre se mantiveram: a alegria e a amorosidade - apenas demonstrada para pessoas transparentes... seu detector de "nuvens carregadas à frente" é aguçado. Pedro é muito especial! E ele tem me feito querer ser cada dia uma pessoa melhor - até aí, toda mãe também diz isso, né?... - porque perto dele, pessoas comuns não aguentam e se deparam com sua própria nudez e pequenez, e, para alguns, isso machuca... poucos querem se ver e ele se mexe e em cada mexida, grandes revelações! Ele é a clara expressão da dualidade. Ele é como o Planeta: vive entre os pólos! 

Segundo me disse - com uns 4 para 5 anos -, "veio das estrelas e nasceu de uma estrela cadente, como um ovo de dinossauro, só que em forma de estrela!" e, há um ano, o que motivou a mudar de casa, de extremidade da cidade, de escola e etc, foi ele me dizer: "No planeta que vim não tinha esse sofrimento todo, não! Lá, todo mundo era igual. Ninguém me via como diferente... Todo mundo era feliz!". Hoje, esse diferente continua diferente, querendo ser parecido, mas sem se preocupar em ser diferente, porque já sabe com todo amor que posso passar para ele, que a diferença dele pode ser algo muito bom! Meu - que nem é meu de verdade, porque não somos proprietários dos nossos filhos - pingo de ouro, pingo de gente, é capaz de me fazer rir e chorar diante da sua grandeza e nobreza. Ele, em sua inquietação e energia, libera tudo que seja raiva, tristeza ou medo... de tanto se agitar e ser feliz, ele, simplesmente, não tem tempo a perder guardando rancor - até hoje, só vi rancor por uma pessoa... e espero que passe. Mas, ao explodir de raiva, libera e não guarda. Hoje, aprende que existem outras maneiras de colocar essa raiva para fora. E tudo isso, apenas, porque ele tem ESPAÇO para SER ele mesmo. E esse espaço dele tem aberto espaço para as pessoas ao seu redor, como eu, como o pai e como tanta gente.



Pedro está crescendo e puxando uma leva de gente junto! Só falta dizer: "sigam-me, os bons!".

Hoje, sou uma mãe mais segura do meu papel e feliz em ver que todo meu empenho e dedicação - como toda mãe, né? Só que não... coloco, como algumas poucas mães, em prática o discurso bonitinho! - têm dado certo! Que potencial a gente pode morrer tendo se não colocar para fora, morre com ele dentro e, aquele que diz: "você não tem potencial para ser desenvolvido", diz a si mesmo isso, refletido no outro. Para Pedro eu digo: "Que bom que existe o agora! Que bom que você é capaz de fazer, agora, o que ainda não fez!" e "Você é capaz! Você é capaz de fazer isso e muito mais!". E ele, em seu lindo e puro coração, sabe! Apesar da mente inquieta e do corpo que não para, traz em si uma luz e uma beleza cativantes. Tem paciência com crianças menores e adora conversar com pessoas idosas, de igual para igual, muito engraçado, isso. 

E, hoje, mais um ano dessa parceria, dessa amizade, dessa cumplicidade com esse ser tão especial e que me tirou de muita zona de conforto! Sua chegada me sacudiu e me lembrou de me lembrar quem eu sou, quem eu sempre fui antes de me tornar uma adulta que seguia pelo mesmo caminho que todo mundo, na normose - uma doença que leva todo mundo como uma massa cheia de fermento e pouco amor.

Peu, meu amor, agradeço a Deus por você estar aqui comigo! Agradeço por ver, a cada dia, seu brilho aumentar - e, graças a Deus, a aceleração diminuir... penso que, agora, ele sabe que o tempo passa correndo ou andando...

Peu, cientista!

Deus, dá sabedoria, discernimento e capacidade de realização a esse menino lindo que, ao ver a tia com câncer de mama disse: "Vou ser um grande cientista e achar a cura para essa doença de tia Nice" e, no enterro dela, disse: "Vou fazer uma fórmula que traga ela de volta!". Não que ele crie a fórmula, ou encontre a cura do câncer, mas que tenha sempre ideais e sonhos a seguir e vá, viva! Pedro não tem medo de viver. Nem medo de ser ele mesmo! Isso ele tem me ensinado muito! E seu carinho por mim cresce a cada dia de uma maneira tão linda que nem sei explicar o quanto é bom, porque não há medida de referência.

Pois é, Peu, grata por você ser uma parte de mim tão linda! Grata, por me fazer ver e entender que somente aqui e agora é possível realizar - ou começar! Grata, por me fazer voltar a ser criança e recuperar meus sonhos de verdade, aqueles que dizem quem eu sou e que não vim aqui a passeio, mas para ser feliz!

Grata, por você fazer parte e me fazer, a cada dia, mais feliz!

Grata, porque a gente se constrói a cada dia!

Porque, meu amor é grande demais! E eu te amo, muito, muito muitão!

Que seu mundo se revele ainda mais brilhante e lindo, filho amado!

Com amor,

Mamãe - Pat Lins.

Peu com 3 anos - outro dia...

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MÃE, FILHA DA MÃE... NATUREZA!

Imagem: Freeimages - Flower Series 1 - by flaivoloka's

Estava, hoje, refletindo sobre nós, mães... me deu uma vontade de ser piegas...

Somos babonas, bobonas, fortes matronas, somos guerreiras, somos frágeis, somos doces, somos brutas, somos azedas... somos gente e somos bicho!

Somos razão e emoção, todo dia, na corda bamba.

Somos capazes de compreender tudo, menos ataques gratuitos aos nossos pequenos, né assim? Em geral, carregamos nas tintas, mas somos capazes de ser uma fera quando precisamos proteger nossa prole. Discordo do discurso de que toda mãe deve passar a mão pela cabeça do filho e deixá-lo fazer tudo o que quer... meu filho além de não ser santo, dá um trabalho danado, mas isso não dá direito a ninguém de maltratá-lo, né assim?! Precisamos ser capazes de ponderar mais o real com as surtadas... Manter sempre a razão como norte e a emoção como combustível - e isso não quer dizer "não sentir", apenas que precisamos ser capazes de sentir sem perder o foco, tipo soldado na guerra, sabe, que mesmo machucado, luta pela vida sem se jogar no fogo cruzado ou agir sem estratégia... mais ou menos assim.

Pois é, a minha reflexão é sobre o desgaste natural do cotidiano. Hoje em dia, estamos assumindo um papel muito estranho... tudo tem que ser orientado por uma "super nanny" que entende de tudo. Sei que os estudos ajudam no direcionamento, mas há o que surge de novo e não foi estudado, porque, simplesmente, não existia. Há o que não se enquadra no estudo, porque este se baseia numa média, numa amostragem, ou seja, numa ínfima representação de um todo gigantesco. E me pergunto: quando nossos filhos estão fora da média - além ou aquém do padrão, ou ambos concomitantemente - quem pode socorrer, sem dar um soco em nossos estômagos já magoados por sermos humanas e trazermos nossas próprias demandas e por nos depararmos com críticas severas e sem fundamentos, apenas situações intimidatórias de pessoas pequenas que tentam mascarar suas própria incompetências.

Tanta coisa agindo sobre nós: cobrança, realidade, dia a dia, trabalho, contas, relacionamentos, família, sonhos, frustrações nossas, características individuais de cada filho, etc, etc, etc Pretérito mais que perfeito que somos e que já éramos antes de nascermos e que paira por aí, como inconsciente coletivo, como características das famílias das quais originamos... e, de vez em quando, vêm nos assombrar como uma explosão de emoções sabe Deus vinda de onde, no presente simples... Tudo tão vasto e complexo que ciência alguma é capaz de assegurar, com plena e convicta certeza o que é Ser Mãe. Um ser sem explicação. Fora os hormônios, o corpo modificado, a cabeça que se torna nossa e deles, que somos um portal aberto. Tanta coisa que somos para administrar sozinha o "peso" que nos dão ao nascermos mães. E, ao mesmo tempo, tão simples e belo, quando nosso fruto apenas sorri e diz:"mãe, eu te amo!". Nossa, o mundo muda de cor!

Vivemos em tantos ambientes, falamos tantas línguas, fazemos tantas viagens - sem sair do lugar. Precisamos nos especializar em tanta coisa, desde identificar o choro de sono, de fome ou de fralda suja e/ou molhada, até as sessões de psicoterapia em altos papos cabeça com essas criaturinhas - que sempre serão "inhas", mesmo vendo-os, com os olhos da realidade, crescer, sem podá-los, sem infantilizá-los, mas cá dentro de cada uma de nós, são aqueles pequenos que carregamos quando mediam o tamanho do nosso antebraço. 

Fiquei pensando, se até a Mãe Natureza cansa, sofre e se desgasta com os ataques incessantes que direcionamos - nós, seres humanos em geral - para ela, imagina nós, mães filhas e parte dessa mesma natureza? Sim, somo animais, somos natureza, somo mais e muito mais! Mas, também somos o menos, o que perde, o que acumula resíduos tóxicos de dor e lamento, do "eu não consigo" até entender o "não depende de mim". Somos nossas partes que não se renovam e somos as partes renováveis do novo que surge agora!

Somos muito massa, velho!

Detalhe que somos mães, mas nunca deixamos de ser filhas! Por isso, deveríamos entender mais nossas mães e nossos filhos e a nós mesmas!

Não somos mágicas, mas parece que sem ela, não funcionamos: a magia da vida!

Somos uma combinação dual e concomitante de dor e alegria, tudo ao mesmo tempo, agora!

Somos trágicas e somos comédias! 

Somos o colo que acolhe e a cara a tapa para vivermos o dia a dia!

Somos o ouvidos que tem que escutar que somos inconvenientes - quando somos e, francamente têm mães que exageram nisso e não cuidam das próprias carências... se não cuidam, a tendência é piorar e envelhecer assim... depois, não cobrem dos filhos aquilo que nem você é capaz de ser: melhor!

Somos olhos para ver as quedas, as superações, as marcas e arranhões e as cicatrizes que sabemos muito bem, para sempre, como e quando aconteceram, enquanto eles apenas têm uma vaga lembrança ou sabem porque contamos, né assim?

A gente tem que lembrar do que importa e esquecer do que não vale a pena!

Essa é minha rotina de mãe, uma mãe especial, de um filho mega especial!

Essa é a minha rotina de gente que sou.

Somos humanamente heroínas, porque com um limão, se não der para fazer limonada, fazemos água aromatizada!

Somos PhD em tentar entender, meu filho! Mas, e quem nos entende? Somos o que a ciência não explica, mas a Mãe Natureza e o Pai do Céu nos entende!

Saudações maternais,

Pat Lins.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

ESCOLA - UM MUNDO DE APRENDIZADO PARA PAIS, FILHOS E PROFISSIONAIS


HOJE, eu tive o prazer de vivenciar uma coisa que sempre desejei!

A diretora da escola do meu filho - não posso falar o nome, apenas por questão de preservação e segurança mesmo, afinal, este blog é aberto... e não podemos ser tão ingênuas - me fez ver que ainda existe escola que preza pelo aluno, sem medo dos pais - hoje em dia, com um perfil altamente consumista e de cobradores radicais e egocentrados... Muitos de nós está assim, mesmo... num exagero de discurso da era do consumo que, pelo amor de Deus! - e com zelo pela qualidade da instituição.

Há dois anos, vivemos uma situação - que cheguei a postar aqui - onde vi que a professora estava com problemas na sala de aula - fui investigar, fazendo hidroginástica na academia ao lado -, e a hiperatividade dele catalisava, ou seja, aumentava o que já estava fora do lugar e entendi que ela estava nervosa por conta de muitos problemas de ordem pessoal. Com isso, meu filho, além das próprias demandas e falta de apoio da coordenação, represou e bloqueou ainda mais seus conhecimentos e piorou seu comportamento. Levei o que pensava e observava à Direção, não pedindo a cabeça da professora, mas pedindo que olhassem para e por ela, porque ela não estava sabendo administrar a docência com o fato de ser professora da filha... Enfim, eu penso assim: ninguém consegue apertar um botão de liga e desliga e se tornar um profissional perfeito e equilibrado emocionalmente a ponto de nunca ser afetado. Mas, em se tratando de trabalho com criança, o cuidado com esses profissionais devem ser mais efetivos. No caso, era só trocar a professora de turma, pelo bem dela e da turma - detalhe: vários pais, inclusive os pais de filhos "padrão", se queixaram, mas nenhum levou à Direção, pois diziam que a equipe de coordenação era tão fraca que não valia a pena, afinal, eles reforçavam em casa e a criança aprendia do mesmo jeito. Passado para mim, mas, na instituição, se mantêm esse formato de trabalho, outras crianças perderam a oportunidade de se revelar. Tiro isso por meu filho, que entrou na escola numa crescente no comportamento e regrediu drastica e irresponsavelmente.

Pois, HOJE, tive uma surpresa belíssima, ao entrar na reunião e ver uma postura da Diretora segura, firma, competente e consciente do seu papel enquanto empresa e enquanto  educadora. Isso é colocar em prática os discursos teóricos que tantos outros profissionais e escolas renomadas pregam mas não praticam. Identificou um problema com a professora, por não estar respondendo ao padrão da instituição e não se adaptar aos ajustes propostos pela coordenação. A Diretora falou, clara e calmamente, que demitiu a professora e estava apenas participando aos pais que estava tudo sobre controle. Os pais a agradeceram - claro que, em se tratando de pais e mães, isso é algo preocupante, porque existe um padrão atual de exigência consumista que beira a insensibilidade e um quê de egocentrismo que, misericórdia! Os pais pensam que escola é um produto que vende ali no mercado e que seu filho é o rei e centro do Universo, onde ninguém pode chegar perto para não contaminar... - porque perceberam o impacto das atitudes da professora numa queda de rendimento dos filhos. Interessante que a postura da Diretora Pedagógica - sou muito fã dela - foi: "Eu assumo!" e está assumindo, mesmo se recuperando de um problema de saúde - ela quebrou o pé e ainda está de moleta - e acumulou a coordenação de toda a escola, com a sala de aula! Isso é ou não é motivo para agradecer a essas profissionais por me fazerem reacender a fé de que existem pessoas profissionais competentes e comprometidas?! Isso casa com o que sempre acreditei: é preciso identificar a questão no aluno e "furar o cerco" que eles criam no ambiente escolar. Não falo de milagres ou algo similar, falo de que quando se quer, se faz, porque tem VALORES organizacionais e humanos, acima de tudo, firmes e sólidos! Isso tem refletido diretamente, ainda que em pouco tempo, no comportamento de meu filho. Ele está fazendo as atividades com mais segurança, com mais vontade. Ele, agora, foi acolhido e isso tem dado o espaço para ele crescer e florescer - sem ter que virar santo ou estátua e sem elas deixarem de nos acionar. Isso é PARCERIA. Isso é reflexo de pessoas equilibradas, competentes, qualificadas e conscientes do papel que desempenham, sabendo-se e colocando-se em cada lado para avaliar a melhor decisão!

Parabéns Tiana e Mariana! Vocês são exemplo que levo no coração! Exemplo de caráter, personalidade, competência, vocação e segurança!

Não existe perfeição - nem eu sou, nem meu filho é, nem ninguém é - mas, esforço, gente, é fundamental! Responsabilidade! Elas foram extremamente responsáveis. Não se omitiram e nem foram influenciadas pelos pais cobradores - e, olha, é de enlouquecer... eu bem vejo e escuto as exigências estapafúrdias.

Esse é o papel da escola enquanto escola, enquanto instituição de ensino. A demissão foi o último recurso e não foi leviano, ou caminho mais curto para a empresa... foi consequência de um processo onde cada um deve saber qual o seu papel e cumpri-lo. 

Isso bate com uma tese que pretendo desenvolver - e vou conseguir - sobre a qualidade dos profissionais "super qualificados" que entram no mercado de trabalho, sem alma, sem sangue nas veias. Não basta ser profissional, tem que entender que se trata de uma pessoa que trabalha! Não basta ter mestrado, doutorado ou cursos e cursos. É preciso ter, antes de tudo VOCAÇÃO. E a vocação faz com que você se canse, sim, mas tem em si motivação para refazer, para transformar!

Nós, mães e pais, precisamos ter mais CONSCIÊNCIA, também, do nosso papel e da nossa VOCAÇÃO. Não basta colocar filho no mundo, tem que se abrir para o aprendizado. Temos que entender que não é só colocar no mundo que nos tornamos mães e pais, nos construimos diariamente! Nem cobrar, nem relaxar. 

Lá, com essa equipe, vejo na prática o que também preso e vivencio: caminho do meio! 

É isso que o Mundo precisa, de um mundo de pessoas conscientes do seu papel e das consequências dos seus atos. Só assim podemos ter base sólida para construir um mundo novo, renovado!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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