segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MÃE, FILHA DA MÃE... NATUREZA!

Imagem: Freeimages - Flower Series 1 - by flaivoloka's

Estava, hoje, refletindo sobre nós, mães... me deu uma vontade de ser piegas...

Somos babonas, bobonas, fortes matronas, somos guerreiras, somos frágeis, somos doces, somos brutas, somos azedas... somos gente e somos bicho!

Somos razão e emoção, todo dia, na corda bamba.

Somos capazes de compreender tudo, menos ataques gratuitos aos nossos pequenos, né assim? Em geral, carregamos nas tintas, mas somos capazes de ser uma fera quando precisamos proteger nossa prole. Discordo do discurso de que toda mãe deve passar a mão pela cabeça do filho e deixá-lo fazer tudo o que quer... meu filho além de não ser santo, dá um trabalho danado, mas isso não dá direito a ninguém de maltratá-lo, né assim?! Precisamos ser capazes de ponderar mais o real com as surtadas... Manter sempre a razão como norte e a emoção como combustível - e isso não quer dizer "não sentir", apenas que precisamos ser capazes de sentir sem perder o foco, tipo soldado na guerra, sabe, que mesmo machucado, luta pela vida sem se jogar no fogo cruzado ou agir sem estratégia... mais ou menos assim.

Pois é, a minha reflexão é sobre o desgaste natural do cotidiano. Hoje em dia, estamos assumindo um papel muito estranho... tudo tem que ser orientado por uma "super nanny" que entende de tudo. Sei que os estudos ajudam no direcionamento, mas há o que surge de novo e não foi estudado, porque, simplesmente, não existia. Há o que não se enquadra no estudo, porque este se baseia numa média, numa amostragem, ou seja, numa ínfima representação de um todo gigantesco. E me pergunto: quando nossos filhos estão fora da média - além ou aquém do padrão, ou ambos concomitantemente - quem pode socorrer, sem dar um soco em nossos estômagos já magoados por sermos humanas e trazermos nossas próprias demandas e por nos depararmos com críticas severas e sem fundamentos, apenas situações intimidatórias de pessoas pequenas que tentam mascarar suas própria incompetências.

Tanta coisa agindo sobre nós: cobrança, realidade, dia a dia, trabalho, contas, relacionamentos, família, sonhos, frustrações nossas, características individuais de cada filho, etc, etc, etc Pretérito mais que perfeito que somos e que já éramos antes de nascermos e que paira por aí, como inconsciente coletivo, como características das famílias das quais originamos... e, de vez em quando, vêm nos assombrar como uma explosão de emoções sabe Deus vinda de onde, no presente simples... Tudo tão vasto e complexo que ciência alguma é capaz de assegurar, com plena e convicta certeza o que é Ser Mãe. Um ser sem explicação. Fora os hormônios, o corpo modificado, a cabeça que se torna nossa e deles, que somos um portal aberto. Tanta coisa que somos para administrar sozinha o "peso" que nos dão ao nascermos mães. E, ao mesmo tempo, tão simples e belo, quando nosso fruto apenas sorri e diz:"mãe, eu te amo!". Nossa, o mundo muda de cor!

Vivemos em tantos ambientes, falamos tantas línguas, fazemos tantas viagens - sem sair do lugar. Precisamos nos especializar em tanta coisa, desde identificar o choro de sono, de fome ou de fralda suja e/ou molhada, até as sessões de psicoterapia em altos papos cabeça com essas criaturinhas - que sempre serão "inhas", mesmo vendo-os, com os olhos da realidade, crescer, sem podá-los, sem infantilizá-los, mas cá dentro de cada uma de nós, são aqueles pequenos que carregamos quando mediam o tamanho do nosso antebraço. 

Fiquei pensando, se até a Mãe Natureza cansa, sofre e se desgasta com os ataques incessantes que direcionamos - nós, seres humanos em geral - para ela, imagina nós, mães filhas e parte dessa mesma natureza? Sim, somo animais, somos natureza, somo mais e muito mais! Mas, também somos o menos, o que perde, o que acumula resíduos tóxicos de dor e lamento, do "eu não consigo" até entender o "não depende de mim". Somos nossas partes que não se renovam e somos as partes renováveis do novo que surge agora!

Somos muito massa, velho!

Detalhe que somos mães, mas nunca deixamos de ser filhas! Por isso, deveríamos entender mais nossas mães e nossos filhos e a nós mesmas!

Não somos mágicas, mas parece que sem ela, não funcionamos: a magia da vida!

Somos uma combinação dual e concomitante de dor e alegria, tudo ao mesmo tempo, agora!

Somos trágicas e somos comédias! 

Somos o colo que acolhe e a cara a tapa para vivermos o dia a dia!

Somos o ouvidos que tem que escutar que somos inconvenientes - quando somos e, francamente têm mães que exageram nisso e não cuidam das próprias carências... se não cuidam, a tendência é piorar e envelhecer assim... depois, não cobrem dos filhos aquilo que nem você é capaz de ser: melhor!

Somos olhos para ver as quedas, as superações, as marcas e arranhões e as cicatrizes que sabemos muito bem, para sempre, como e quando aconteceram, enquanto eles apenas têm uma vaga lembrança ou sabem porque contamos, né assim?

A gente tem que lembrar do que importa e esquecer do que não vale a pena!

Essa é minha rotina de mãe, uma mãe especial, de um filho mega especial!

Essa é a minha rotina de gente que sou.

Somos humanamente heroínas, porque com um limão, se não der para fazer limonada, fazemos água aromatizada!

Somos PhD em tentar entender, meu filho! Mas, e quem nos entende? Somos o que a ciência não explica, mas a Mãe Natureza e o Pai do Céu nos entende!

Saudações maternais,

Pat Lins.



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