quarta-feira, 12 de junho de 2013

"PRESS START" AND LET'S GO! - VAMOS DETONAR COM O QUE LIMITA E PRENDE!




Tenho gostado muito das produções/animações infantis! Me refiro aos que trazem algo de bom, ainda que através da indústria cinematográfica e com apelo comercial. Porém, mesmo assim, muitos estão trazendo belas mensagens e reflexões para os nossos pequenos sobre virtudes e valores; escolhas e consequências; bem e mal; desafios e superação; verdades e mentiras; ciúmes e admiração; poder e responsabilidade; respeito... entre outros.

Fora que são vídeos muito bem produzidos e de uma beleza estética que completa o quadro e agrada aos olhos. Para mim, tem que ser bonitinho, também.  

Hoje, Pedro locou "Detona Ralph", um dos filmes que ele mais gostou  de assistir, para ver de novo e de novo e de novo. Dentre seus preferidos, do cinema, estão: "Os croods" - foi duas vezes ao cinema ver e já quer locar, assim que sair e "A origem dos guardiões". 

Me encantei com "Detona Ralph". Lindo! Que mensagem belíssima!

Quantos de nós se questiona sobre nossas missões, nossos papéis? Pedro sempre me disse: "mãe, cada um de nós tem uma missão aqui na Terra, sabia? A minha vai ser descobrir um 'inatron' que cure as doenças..." - que seja!

Ralph é um vilão de um game, chamado "Conserta Felix Jr". Ele tem 3 metros de altura, 300 quilos, mãos enormes e pés gigantescos. Sua aparência é rude e grosseira. Cabelos assanhados, pés descalços, roupa suja e rasgada... Foi criado para destruir tudo, enquanto Félix conserta tudo com o seu machadinho dourado. Felix é pequeno, limpinho, branquinho, redondinho, todo bonitinho e bonzinho. É preciso que  Ralph destrua para Felix consertar... senão, o jogo não acontece... Terminado o jogo, quando a loja fecha, cada um dos personagens volta para casa, onde os vilões vivem na terra dos vilões, um lugar feio e sombrio - Ralph mora num lixão, onde são jogados os restos, o que sobra depois das destruições...  - e os "bonzinhos", vivem em lugares belos, casas limpas e com conforto e glamour. 

As reuniões entre os vilões, tipo terapia de grupo, são muito interessantes. Mostra que os vilões não precisam ser "maus", mas que precisam aceitar a missão deles, para que os heróis possam ser heróis, senão, como os heróis serão heróis? Têm como lema: "Sou mau e isso é bom. Nunca serei bom e isso não é mau. Não quero ser ninguém, além de mim!". Um deles, durante uma sessão desse grupo, grita: "Bom, mau... isso tudo são apenas rótulos!". E Ralph coloca o quanto desejaria participar das festas e dos bons eventos, como comer um bolo, receber carinho dos amigos, ser querido e não temido... como Felix. 

Ralph, então, vê a festa de comemoração de aniversário do game, do qual faz parte, e não é convidado. Decide ir até a casa do Félix, para comemorar, junto com os "bonzinhos". Interessante é que apenas Félix gosta dele... os outros personagens "do bem", são como as pessoas "normais" da vida real. Ali, a ficção mostra uma parte da realidade... dizem que realidade e ficção não se encontram, mas, quando a ficção mostra, ainda que de maneira lúdica, essa realidade, ali se faz um caminho de reflexão real. Ralph vive isolado. Só os mocinhos podem ganhar medalhas... os que não estão nesse padrão, são vilões malvados e que não merecem o convívio social com as pessoas "boazinhas". Cria-se um padrão de competição e uma falsa necessidade de se querer conseguir o que não tem para ser quem não é e agradar a quem não vale a pena... 

Voltando às minhas impressões sobre o filme, Ralph é mordido pela picadinha da subestimação. Ao ser subestimado, ele se sente desafiado e vê, ali, uma oportunidade de se "tornar" alguém bom. Ao contrário do Turbo - um herói de um game que fora desativado por obsolência - que alimentou a raiva e a inveja, abandonou seu jogo e se infiltrou num jogo mais modernos, destruindo ambos..., Ralph apenas quer revelar que ele é mais do que todos insistem em ver e fazê-lo ser. Ele quer ser parte do grupo.

Daí, a saga começa! Ele vê a oportunidade de ganhar uma medalha - que apenas os heróis e fortes recebem - e, com isso, morar num apartamento, conforme foi proposto, ironicamente, pelo diretor do jogo. Entra num novo grupo, disfarçado de recruta, em outro jogo - o "Missão de heróis", que combate os "insetrônicos", que são invasores do mal no jogo. Com isso, ele não aparece no próprio jogo. Sem ele, os outros personagens percebem que o jogo não existe. Nada acontece! Felix dispara em sua procura. E o dono do "Fliperama"coloca o adesivo de manutenção, que é a ameaça maior para qualquer jogo - serão desligados, para sempre! Pois a razão de existir do jogo é divertir e entreter as crianças, sem funcionar, são desligados e deixam de existir.

Não posso contar o filme todo, senão, perde a graça. Mas, o desejo de ter a medalha de herói, apenas para provar que apesar de assumir o papel de vilão, ele não é mau, desperta em Ralph um desejo de provar algo a alguém e mordido por essa gana de ter que provar quem é, ele acaba se perdendo e ajuda, ainda que sem querer, a disseminar os "insetrônicos" em outro jogo... Se o vírus se espalhar, o jogo acaba e, com ele, uma bela menininha pode sofrer muito, graves consequências. Assim, diante de todas as aventuras que começam a viver - ele e Vanellope, a menininha que tem parte da sua memória apagada, assim como os personagens do seu game - um processo de busca e (re)descoberta. E as melhores lições e aprendizado brotam. Inclusive, como as crianças julgam o mundo adulto como algo chato e malvado, como se todo adulto que, ainda errando, tenta ensinar e proteger os pequenos, são vilões. É como se, sendo grande, tem que ser chato. Mostra a dor das perdas que carregamos e condicionamos nossas vidas. Meio que um alerta de que devemos aceitar as escolhas, bem como os acontecimentos da vida e viver a vida seguindo em frente e consertando o que tem conserto. O que não tem, refazer!

Só assistindo ao filme para se deixar picar pelo bichinho da reflexão. Uma corrida rumo ao auto conhecimento; um mergulho nos doces da vida sem preconceito - Vanellope aceita Ralph como ele é. Ela mesma, apesar de ser uma fofura e muito sagaz, é diferente e discriminada. Mesmo com seus defeitos, suas qualidades superam suas limitações -; uma viagem entre os mundos de possibilidade que podemos ser até nos encontrarmos de verdade com a nossa essência: quem e como somos!

O dever, a responsabilidade e o senso de justiça e equilíbrio permeiam toda a trama, com doçura, ainda que doces azedinhos, cores, alegrias e conquistas! Governar não é impor ou manipular, é administrar o bem coletivo! 

Cruzar a linha de chegada é entender que não se termina... se começa! Nem tudo que parece ser um bug precisa ser punido, ou banido. Devemos acolher as características de cada um e todos convivermos em harmonia!

Vence e consegue a medalha aquele que merece e entende que ser líder está além de comandar, está em colaborar! É escutar a voz interior que nos comanda e que tenta nos conduzir ao nosso encontro conosco! E os vilões grandes, feios e desajeitados, podem ajudar uma pequena princesa a conseguir recuperar o que lhe fora roubado: sua vida! 

Acima de tudo, Ralph ensina que ninguém precisa vencer sozinho e que, por amor, damos a nossa vida por quem amamos e, naquele momento, não morremos, mas abrimos as portas para que o milagre da vida aconteça e se faça VIDA! O AMOR liberta e cura! Ele é o equilíbrio real e natural para tudo!

Todos somos como somos e podemos ser melhores no que fazemos! Vamos detonar o que nos aprisiona! Vamos destruir o que nos prende! Vamos nos libertar e começar um mundo melhor, com menos competição e mais colaboração! 

Saudações maternais, detonando o preconceito, a mediocridade, a limitação e em busca de cruzar a linha de chegada da eterna partida de recomeçar a cada novo dia,

Pat Lins - press start and let's go!


sábado, 8 de junho de 2013

PEDRO E AS DELE...

- Mãe, você não está notando nada diferente, não?
- O quê, filho?
- Que eu estou diferente... estou mudando, mãe.
- Como assim, filho? 
- Você nem está vendo meu esforço? Eu quero ser um menino melhor, ouvir mais, entender mais... obedecer mais...

Lindo, meu amor! Eu vejo, sim! Eu sei que é verdade! 

Lógico que dei os parabéns, pelo empenho real dele. Como digo: educação é algo a longo prazo, é construção. Não falo em canonizar, mas ver o progresso que existe no tempo de cada um, ainda que tenhamos exigências reais no tempo cronológico... não estou alheia a essa realidade fantasiosa, limitada e ilusória que criamos e seguimos, como quem segue uma lista de procedimentos, mesmo sem ver sentido. 

O caminho é o de sempre: me manter firme, mesmo quando parece que tudo está errado e  muito estão contra, porque querem resultados imediatos e pré-estipulados... É continuar sempre, nunca sozinha, e buscar apoio - e tenho tido, graças a Deus e de muita gente. É recusar e brigar com alguns mundos que nos oferecem o caminho mais curto e digo: "Não! Se me disser que tem alguma patologia, medico, mas se for preciso que eu me dedique 200% para dar limite, com firmeza, amor e carinho, assim farei, leve o tempo que levar!" Assim faço! Me vejam como queiram... falem o que quiserem. Quem sabe de mim, sou eu. Quem sabe de Peu, além dele, sou eu e quem está próximo e convivendo com ele por inteiro, não com os recortes e estigmas criados, impostos e implantados - esse são os mais perigosos e os que me deram/dão muita dor de cabeça... não entendo determinadas posturas de profissionais de educação tão limitantes e limitadas... Isso não me irrita, me enfurece(enfurecia), o passado sempre chega, quando tem que chegar!

Pedro sempre foi muito traquina, teimoso e raramente reconhecia a autoridade de um adulto - ele se sentia no comando, quase sempre... só acatava a mim, basicamente - e se via de igual para igual e com argumentos muito fortes e precisos. Isso é um desafio constante para mim e para quem convive com ele. Escutei muito que deveria dar remédio apenas para me poupar... não quero facilidade, quero solução e dedico cada dia da minha vida a cuidar de mim e dos meus! Faço isso com amor, mesmo. Errando, acertando e seguindo para errar e acertar mais por aí. 

Não é escutar Peu me preguntar se percebo isso... no discurso é tudo muito belo, mas é ver seu empenho real. É estar ao lado dele e tentar ensinar que ele não tem que "obedecer" apenas, mas entender que os adultos, por terem mais experiência de vida, têm algo mais a passar e que ele, ao menos escute e reflita. Também não vou impor que ele acate a todo e qualquer adulto, ele também entende muito bem as coisas e existem alguns adultos que, francamente, parecem que nem sabem que são gente, de tão sem ética e moral. É me trabalhar, me conhecer sempre, porque o melhor limite é o da coerência!

Ver o crescer e aflorar de Pedrinho me ensina muito e ele mesmo me deu as deixas de como acessá-lo: com amor e verdade! Ele está cada dia mais encantador. Longe, muito longe de ser um santo - eu também não sou... - e perto, muito perto de ser um ser humano se descobrindo, se vendo diferente dos demais, mas que também não é doente, diferente desses, também... Ser diferente dos diferentes e dos iguais. É ele, como ele é e quem ele é! Dá para orientarmos a lidar com seu temperamento explosivo e canalizar essa fúria de outra maneira, mais produtiva e que não atinja ao outro. Dá para ajudá-lo a descobrir esses caminhos e alguns meios.

Pedro só é conquistado com AMOR. Quando entra a arrogância e a loucura, saia debaixo, que esse ser arrogante ou louco vai ser obrigado a se ver. Pedro tem isso, ele obriga que quem interage com ele se VEJA, de verdade. Ele vai na ferida, mesmo. Só dói em quem está doente, debilitado. Quem está sadio, forte e firme na verdade e coerência, ganha ele, porque ele rejeita a imposição do vácuo, do vazio, do dissimulado e do inventado!

Não tente ganhar Pedro, ele não se vende. Mas, está aberto para conquistar e ser conquistado. Ele tem seus dilemas e desafios e, aos poucos, consegue perceber mais as coisas - não de maneira seletiva, mas mais abrangente. Interage muito mais com seus dilemas internos, como um grande que é, mas, também tem suas "batidas de cabeça", quando perde as forças ou se sente cansado, irritado ou contrariado ao extremo. Por ser inteligente demais, é cobrado demais onde se mascaram as expectativas: "se é muito inteligente, tem que acertar sempre e aprender rápido, e a tudo!". Será que é assim?

Vou vivendo. Vamos crescendo, agindo, seguindo e aprendendo, a cada dia! E é isso que caracteriza a boa construção: objetivo - uma base sólida de formação ética, moral e educacional! Com saúde, amor, ambiente limpo e gente qualificada - no bem! 

Ele está cada dia mais gostoso, mais amoroso, mais dedicado - do jeito dele! Amo! Amo! Amo!

Pat Lins.

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