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domingo, 13 de março de 2011

DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Laís Câmara

 Mais um depoimento surpreendente e lindo de uma mãe na prática que conheço desde infância - meu "biscuit", como a chamava e, hoje, tem uma linda princesa. Prova de que juventude não quer dizer descaso. Um texto lindo, profundo e que nos remete à maternidade consciente. Lai, muito obrigada pela colaboração com essa mensagem. 


 Semeando a verdade
- por Laís Câmara -

            "Difícil é saber por onde começar, mas vamos lá.....sempre lá, é assim que levo minha prática materna. 

            Pra começar nunca quis ser mãe, sempre soube o infinito tamanho da tal responsabilidade passada a mim por tantas pessoas. E como amava ser livre, queria mais era desfrutar ...

            Engravidei por causa desse desfrute, e foi aquele drama, junto com o fato do pai ter sido o ex de uma prima, mas a barriga cresceu e a responsabilidade já estava batendo na porta pra lembrar de tudo o que por vezes ouvi.  

            Lembro-me bem de minha mãe falando: - Mas nem dar banho em minha neta eu posso! Tudo tinha que ser eu, tudo tinha que passar por minha aprovação, eu já sabia de tudo ora! E assim foi, nunca gostei de babás, minha mãe e minha sogra só nas oras de necessidade mesmo, o pai teve que entrar na minha cartilha, 3 tipos de frutas pela manhã, almoço com verduras e legumes variados, a noite umas sopinhas, sempre variando (todos os dias, c eventuais exceções), sono na hora certa, e quando pequena sempre tive o prazer de acordar nas madrugadas para amamentar, etc.

            Mas, sabe de uma coisa, não me privei de ser livre, hoje não tenho medo de nada, estou separada do pai e ela esta percebendo, agora com quase 4 anos, me faz perguntas do tipo: - Por que papai não dorme aqui? E eu sempre muito sincera e tranqüila respondo: - Ele foi dormir com a mamãe dele, a sua mamãe vai dormir com você hoje, eu e papai não dormiremos mais juntos... Ela fica um pouco tristonha, mas a vida não é assim mesmo? 

            Júlia só me abalou no início da gestação, porque eu pensei que fosse perder minha tão amada liberdade, mas que nada, eu só recebi um presente de Deus, e uma mensagem, que diz: Não desperdice a experiência mais inexplicável de sua vida, a de sentir um amor que no próprio nome não se basta, que não encontra uma palavra que descreva o sentir.

            E vivo por ela, faço tudo mesmo, pensando sempre no 'lá' que citei no início, boa saúde, educação, responsabilidade, ..., mas também vivo por mim, pois os prazeres são inúmeros, e o de ser mãe é especial, mas não é o único. "

Laís de Almeida Câmara - amiga e mãe na prática



quinta-feira, 10 de março de 2011

DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Carolina Pombo

Carol, minha querida, muito obrigada pela sua participação. O WHAT MOMMY NEEDS é um blog muito rico, criado, editado, cuidado... gerado pela Carol que escreve muito bem e fala de assuntos sempre enriquecedores para nós, mãe e pessoas. 

Identidade Materna: real ou dissimulada?
- por Carolina Pombo -

"Diariamente, tento aproveitar os intervalos que Laura me concede para assistir alguns programas na televisão ou prosseguir em uma leitura de livro ou revista. Tenho minhas preferências, detesto ficar passeando aleatoriamente entre os canais da tv e divagando entre as capas nas livrarias e bancas. Já sei os horários de meus programas preferidos, já sei quando saem as revistas que gosto, já tenho meus autores escolhidos (apesar de que, para este item ainda me sinto muito crua e portanto procuro alimentar a paciência e a curiosidade). Assim, hoje, pela manhã, como Laura me deu uma rara e longa folga, enquanto dormia, me deparei com duas afirmações em dois programas, que a mim serviram de tremenda luz e inspiração!

Quem me conhece de perto sabe que vivo às voltas com as questões da identidade materna, bombardeada pelas expectativas da família de meu marido de um lado e por minha tumultuada história familiar por outro. Soma-se a isso minha quase compulsão por sentir-me aprovada e reconhecida pelos meus pares e a surpresa de ter engravidado de repente! Por isso, quando escutei a resposta de Madonna ao David Latterman, esta manhã, sobre se teria melhor ofício no mundo do que ser mãe (tendo em vista que, sendo quem é, optou por ser mãe de três e ainda desejosa de adotar mais), fiquei tão empolgada. Ela respondeu com sua irreverência que, é claro que sim! Disse que não trocaria a maternidade por nenhum outro ofício, mas que esta é uma tarefa muito difícil. O mais interessante foi ter devolvido a pergunta com outra: 'Do que ser mãe? Apenas mãe?'. Confesso que uma afirmação tão contrária ao mito da maternidade perfeita / feminilidade ideal faz jus a persona polêmica que Madonna incorpora, mas agradeço sinceramente que ela possa dizê-lo com tanta honestidade o que para outras mulheres parece tão impróprio apesar de verdadeiro.

A segunda afirmação que me impactou esta manhã veio de Mônica Waldvogel, no programa Saia Justa, quando as apresentadoras discutiam sobre a dissimulação. Ela disse algo sobre a fragilidade do dissimulado. O dissimulado precisa sê-lo porque sente necessidade de impressionar o outro, e às vezes sua atuação é tão perceptível que é possível sentir pena dele. Uns sentem raiva e querem desmascará-lo, mas há quem enfatize sua fraqueza e se penalize. Não decido sobre que atitude é melhor diante de um dissimulado, porque há tantos de tantos tipos, que para cada um cabe uma sentença. Mas, esta afirmação veio ao encontro da questão sobre a identidade materna, com a qual tenho lutado tanto desde a gravidez. Tenho a impressão que muitas mulheres se acostumam a viver em busca da aprovação dos homens e das gerações anteriores, especialmente no quesito maternidade ideal. Elas se submetem com enorme investimento afetivo a um ideal de mãe que se satisfaz plenamente em suprir as necessidades de seus filhos e que supera de longe qualquer tentativa dos homens em participar do desenvolvimento deles. Se por um lado, 'não basta ser pai, tem que participar', por outro, 'mãe só tem uma'. Ser mãe já define tudo. Ser pai é uma construção. É como se já existisse uma fôrma na qual, nós mulheres, temos que nos apertar, ainda que para isso usemos a dissimulação.

Talvez por isso, quando uma mulher foge radicalmente do padrão ideal herdado por sua família e pela comunidade em que vive é penalizada. Talvez porque minha mãe tenha exercido uma identidade tão diferente, tão singular, um dia escutei a mãe de uma amiga da escola dizer 'Diana, você nunca podia ter sido mãe!'. Nunca esqueci dessa frase, fiquei muito intrigada com ela. Porque, se ao comparar com os padrões tradicionais, minha mãe se destaca negativamente, comparando nossa relação com a hipocrisia com que várias amigas se relacionavam com as suas mães, eu preferia ser como ela. Ela não se esforçava para dizer o quanto era maravilhoso ter filhos, nem se privava de desabafar, durante minha adolescência, que, depois de quatro filhas, já estava cansada e que nós tínhamos que amadurecer logo para sermos independentes. Seu afeto por nós é rasgado, livre e transparente. Ela foi deixando claro ao longo de nossa criação que ser mãe não é o melhor ofício do mundo, e que ela estava muito longe de ser o ideal que o mundo parecia pregar.

Existe uma dissimulação necessária, como discutido no programa Saia Justa, mas será que ao incorporar a identidade de mãe, precisamos dela? Será que não podemos, honestamente, abrir o verbo e dizer o quanto a maternidade nos priva de prazeres e nos invade sem pedir licença? Será que não é mais forte a mãe que sabe admitir que não pretende suprir todas as necessidades de seu filho, que tem suas limitações, e que apesar de assumir sim a responsabilidade de criá-lo, precisa da participação de um outro que assuma igualmente a tarefa? Penso que é mais saudável para mãe e filho terem a clareza de que há um mundo de possibilidades além dessa relação primordial, que ela não é a plenitude para a mulher nem a fonte única para a criança. Que é possível explorar formas diversas de ser mãe, sem impor privação irresponsável aos filhos, mas também sem oprimir e subestimar a identidade da mulher."



DESCOBRINDO A ARTE DE SER PAI NA PRÁTICA - por Renato Kaufmann

O texto abaixo é a declaração de um super pai, em seu blog DIÁRIO GRÁVIDO, e vale a pena ser lido. Seu blog é de uma sensibilidade incrível e muito bom de ser lido.

DEZ DIAS DE VIDA
- por Renato Kaufmann -

"E é como se eu conhecesse a carinha dela há milhares de anos. Como acordar um dia e pensar 'eu era incompleto e não sabia'. Ela olha pra mim e sei que macaquinha e eu nos entendemos mais do que posso entender.

Eu sempre soube que isso era um tipo de imperativo biológico, que permitiu nossa sobrevivência como espécie - mas nunca pensei que esse tal imperativo fosse tão bom! Funciona por isso. Orgasmo, Doce e Neotenia e voilá! A espécie sobrevive. Claro que o lado negro dessa força é o choro - o negócio, sei lá, ressoa no sistema límbico de alguma forma muito louca. Se nem os homens das cavernas defenestraram seus bebês é pq aquele choro é uma lavagem cerebral da natureza, um comando hipnótico que é impossível de recusar. Você simplesmente é coagido a resolver. E é de partir o coração. Claro que o efeito é melhor com a própria cria, e sabemos, exceções abundam.

Enquanto isso, mamãe compete deslealmente pelo amor de lucia, através de uma tal 'mamada'.Compenso contando histórias engraçadas pra ela, o que admito, faz mais sucesso com a Maria.

Duro é a enxurrada de piadas envolvendo a Lucia - e eu estou do lado de lá da piada!! É como se um dia Gregor Samsa acordasse transformado em papagaio, ou um português. 

Lucia já tomou sol, foi duas vezes ao veterinário, digo, veterinário, digo, pediatra. O negócio preto que ela fazia já virou cocô de verdade, ser pai é ter orgulho até de cocô. Ela ri, faz caras engraçadas e umas caretas muito expressivas.

Lucia fez dez dias, e arre, como foram bons."
Renato Kaufmann - texto publicado em seu blog em 14/10/2008 - DIÁRIO GRÁVIDO.


A GRAVIDEZ DOS HOMENS - Por Luiz Toledo

Esse texto já foi publicado aqui e em meu outro blog - A DOR SÓ DÓI ENQUANTO ESTÁ DOENDO... DEPOIS, PASSA! -  e, como eu considero muito lindo e pertinente, desculpo-me pela repetição, mas, vale a pena ser lido:

A GRAVIDEZ DOS HOMENS
- Por Luiz Toledo -
"Eu sempre gostei de mulher. Mas um dia descobri que eu não sabia o que era isso: mulher. Nem isso: gostar.

Aconteceu quando eu fiquei grávido. Engravidei, óbvio, de uma menina.


Imagino que não deva ser surpresa para você: homens também engravidam. A gravidez masculina não só existe, como é necessária. Mulheres nascem mães, homens viram pais. Sem a gravidez eles são apenas dispersores de sementinhas.

Como não poderia dexiar de ser, a gravidez masculina tem muitas e importantes diferenças da feminina.


Para começar, a gravidez do homen é com a criança ao ar livre. Começa no exato momentos em que a criança nasce: ao sair da mãe, ela começa a entrar no pai. E a crescer dentro dele, dia-a-dia.


Nos primeiros meses, o homem perde a noção de tempo, deixa de ter a idade que tem e passa a ter a idade de quando ela, a criança, tiver 18, por exemplo.


O tempo é o tempo dela. A casa, sua casa, também deixa de ser sua. É como se ganhasse uma placa na porta - 'sob nova direção'.


Naturalmente essas mudanças espaciais e temporais provocam algumas vertigens, leves enjoos, sintomas típicos do início da gravidez. E desesjos estranhos, mas esses os homens sempre têm, grávidos ou não.


Então um dia a criança descobre que o pai existe. E sorri (quem diria, a mulher mais linda do mundo é banguela!). Nessa fase você começa a engordar, inflar é melhor. Mais tarde ela diz 'papa'...Você liga para a sua sogra (para sua sogra!):ela falou papai... Na verdade era 'papa', 'papinha', 'comida', mas você só saberá disso anos mais tarde.

Tarde demais.

Quando ela começa a andar, você cai de quatro, relinchando, e ela aprende a montar - dois dentes rindo. E é só você se distrair que sua bolsa (e normalmente o bolso também) estoura: ela descobre a vida, o mundo, as viagens. É hora do parto. Mas essa já é outra história.(...)" 
(TOLEDO, Luiz (29 de abril - 29 de maio de 2010) . A gradidez dos homens - fisiologia de um sentimento. 29 horas, p. 


DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Ana Paula Russo

Fico emocionada a cada texto que recebo das MÃES NA PRÁTICA. Este é de minha quase xará de blog - MÃE NA PRÁTICA -  e ela divide, generosamente, sua experiência pós-maternidade e como é prazeroso ser mãe e olhar para trás e dizer: "eu não sei me ver sem meu filho".


MINHA VIDA
- por ANA PAULA RUSSO -

"Minha vida,

Quando eu esperava pelo Artur li milhões de textos sobre maternidade, muitos me emocionaram e muitos conseguem transmitir realmente o que é ser mãe e como é a vida de uma mãe, mas o mais interessante na iniciativa da Pat, é que podemos fazer um depoimento real da vida "pós" maternidade. 

Então...vamos lá:

Me lembro da última noite que passei sozinha sem o Artur, me lembro de ter pensado: 'Nossa preciso dormir, pois essa será minha última noite de sono de verdade!' e foi mesmo, não que o Artur me dê trabalho, mas nunca mais vou dormir e desligar, pois passar pelo quarto dele na hora do xixi da madrugada ( na ida e na volta) mesmo que só para contemplar seu soninho vale muito  a pena.

Outro dia estava tentando fazer uma retrospectiva e tentando me lembrar de como era minha casa, minha rotina e minha vida, quando eu não tinha filho, e parece que ficou tãooooo lonnnngggeeee..... ( e olha que ele só tem 2 anos heeim?) e era uma vida tão sem graça, parece que eu não tinha nada pra fazer. Hoje não tenho tempo pra fazer as unhas, as vezes vou dormir as 4 h da madruga e as 8h escuto um: 'mânnnhêêÊ' e penso, não; é um sonho....sendo que na real; é verdade sim, e só serve a manhê, e começa o corre-corre pra ida a escola todaaaa a criatividade que eu nunca tive, pra variar no lanche e ño prepardo das refeições, depois, leva pra escola, volta pra casa, e tem casa, roupa, e uma baitaaaaa bagunça de brinquedos pra tentar encontrar, qual buraquinho da casa ainda cabe mais brinquedo, e opaaa ja esta na hora de ir  buscar o artur na escola e começa o 3º turno do dia, banho, janta, mamadeira, mochila para amanhã, e manhê, quero dormirrrr...ufaaaaaa acabou???? que nadaaaaaaaaaa....ainda tem o 4º turno...rsrs 

E finais  de semana? descansar? imaginaaa, eu tenho que inovar nas brincadeiras e passeios, a vida pós maternidade também dói; dói para amamentar, dói ver o filho chorar e não saber o porque, dói quando a gente erra e demora pra perceber que a fralda esta suja, que eles estão com alguma dor, dói quando eles estão doentes, dói quando percebemos que estão crescendo e estão se tornando independentes, dói quando eles nos testam e precisamos ser firmes e educá-los colocando limites, mas também dói o amor..ahhh esse dói tanto que nem cabe no peito, dói a paixão que sinto a cada instante que vejo meu filho, que descubro o mundo junto com ele, é uma dor de alegria, ouvir ele chamar manhêêê..as 8h da manhã mesmo que eu só tenha dormido 1, 2, 3 horas faz meu dia raiar com o maior entusiamo e a maior bom humor desse mundo, ouvir meu Artur dizer: 'MAMÃE, EU TE AMUUU',  faz tudo isso ser um nada, perto da imensa mudança que ele fez na minha vida, no sentido que ele deu a minha existência, na força que ele me mostrou que eu tenho e  o fato é que eu não trocaria jamais minha vida pós maternidade e nem a manhê ana paula, pela minha vida 'sem' maternidade e a simples Ana Paula!!!"


 

DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Adriana "Di" Matielo

Gente, a cada texto que recebo para comemorar o primeiro ano do "Mães na Prática", fico mais extasiada. Cada um mais sincero, enriquecedor e verdadeiro. Cada um mais lindo e emocionante. Este é o da "Di", do  blog que não só sigo e leio, como me identifico muito, MÃE BIPOLAR, FILHA JACARÉ.  Pois então, leiam e se deliciem:


A arte diária de se superar e ser mãe, na prática!
- Por Adriana "Di" Matielo -

"Ser mãe na pratica não é facil. É bom, indescritivel, mas não é facil.

São 21h43 de terça feira de carnaval e eu estou aqui, tentando fazer o maximo de silencio possivel pois minha filha esta dormindo em seu quarto e eu estou com medo que ela acorde, mais uma vez, com seus pesadelos e peça minha presença.

Poxa, mas ser mãe não é indescritivelmente bom? Sim, é. Mas é cansativo, pra caramba. E muito complicado quando seu filho sofre de alguma coisa, como pesadelos, que não existe nada que voce possa fazer pra impedir. Pelo menos não mais do que ja faz.

Eu estou cansada, sofro de bipolaridade e estou vivendo um momento misto, depressivo, e estou resfriada. Nada, nada disso faz diferença quando minha pequena acorda no meio da noite e chora, choraminga,quando não faz isso dormindo mesmo. E tudo que eu tenho a oferecer é um colo, que não soluciona o problema, mas o remedia até que ela cresça o suficiente pra conseguir racionalizar o que sente, possa verbalizar seus medos e ai sim, juntas, nós possamos trabalha-los. Enquanto isso, eu, resfriada, meio deprimida, engulo isso e muito mais, pra dar um colo. Por que, depois de passar o dia com ela, dar um xarope calmante para que a agitação do dia fique pra tras, nina-la e dar-lhe de comer, esse colo, com ela dormindo mesmo, é tudo que eu posso fazer pra aplacar sua 'dor'.

E ainda sim, padecendo de cansaço e outras lamurias, acredito que ser mãe é o melhor que ja me aconteceu. Que proporciona um sentimento e momentos inigualaveis. Como hoje...

Rebeca estava cansada, querendo colo. O pai dela acabara de chegar, cansado do trabalho mas disposto a esquecer isso e passar tempo com ela e me dar um tempo pra mim.

ficamos um tempo juntos na sala, ele brinca com ela de cavalinho, ela ri, uma risada gostosa que so uma criança e capaz de dar. Daquelas sinceras, mas sincera mesmo. Ela pede mais, ele continua. Então, ela se lembra de mim, e fala rapido 'mamãe' e me procura, encontrando logo no sofa ao lado. ela sai do colo dele e vem pra meu, subindo no sofa atras de mim.

Nisso ele levanta, diz que esta cansado e vai sair pra descansar. Rebeca animada, apesar de cansada, repete: 'mamãe' e depois  'papai'. E ai, ela nos surpreende com um ato singelo: me da um abraço, gostoso, apertado, dizendo 'mo mamãe' sai do meu colo, e abraça o pai  dizendo 'mo papai' (minha mamãe e meu papai).

Ai o cansaço parecia pequeno perto de um amor tão grande, tão puro, tão... assim."

 

DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Cris Kulik

 O texto abaixo é uma declaração da querida Cris Kulik, do MÃE DE ADOLESCENTE, um blog delicioso para uma fase que ainda estou longe, mas, como o tempo passa rápido, já, já serei uma mãe de adolescente - risos. Obrigada, Cris!


A arte de ser mãe de um adolescente
- por Cris Kulik -

"A maternidade aconteceu na minha vida como que um susto, nada foi planejado, sempre sonhei em ter um menininho, é incrível mas nunca nem me passou pela cabeça ser mãe de menina, eu já tinha na minha cabeça as cenas acontecendo na minha vida sempre com um menino. Bom, foi o melhor e maior susto da minha vida. No momento em que soube da gravidez eu já sabia que iria ser um menino e sabia inclusive o dia do nascimento dele, minha médica me disse que eu era louca e que estava equivocada quanto a data.

Ele nasceu na data que falei. Não me pergunte como eu sabia, eu simplesmente sabia.

A minha vida  mudou COMPLETAMENTE, em todos os sentidos.

Uma transformação na alma, um encontro de almas eu diria. Sempre fomos só nós dois para tudo.

Ele é tudo que sempre sonhei, eu melhorei como pessoa por ele e para ele, conheço seus sentimentos só pelo olhar, não preciso perguntar nada. Tenho verdadeira loucura por ele, minha vida não teria o menor sentido sem ele.

O momento em que mais somos um do outro é na hora de dormir, temos como que um ritual, nossas mãos ficam se acarinhando, um afago nos cabelos, eu o abençôo com o 'nome do Pai', ele me beija a face e eu retribuo, todos os dias, sempre a mesma coisa, seja qual for o horário em que vamos dormir.

Hoje ele já é um adolescente, tem as atitudes de um adolescente, mas vai sempre continuar sendo meu menininho."
Bejokas
Cris - cris-Mãe de Adolescente.


DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Giuliana Vaia

Ju, obrigada por sua colaboração, aqui - além da que você nos dá em seu blog lindíssimo e irreverente LULU NÃO DORME, onde nos brinda com lições de humor, acima de tudo. 


Para Anna Luísa
- por Giuliana Vaia -

"...Você pousou em mim tão silenciosa, tão tranqüila, tão luminosa! Você habitou em mim por nove meses, foi minha inquilina e eu nem te cobrei por isso, pelo contrário; ainda te devo e vou dever e dever e dever pra sempre.

Quando ouvi de uma pessoa querida que foi você que me escolheu, eu não consegui conter as emoções e chorei. Um choro meio envergonhado, sim, por estar me debulhando em lágrimas diante de olhos curiosos, até reprovadores diria, e não sozinha no meu quarto como sempre fiz. Chorei, porque aquelas palavras me tocaram; tocaram lá no fundo do meu coração, num lugar que eu ainda não tinha visitado, num lugar que ainda era misterioso pra mim, num lugar onde você já morava e eu não sabia. E continua morando e vai morar enquanto eu respirar e minha alma viver.

Quando estamos grávidas, as emoções ficam gigantes, e tudo te faz chorar, sorrir, sorrir e chorar ao mesmo tempo. Tudo passa a fazer sentido e nada mais faz sentido. É contraditório, é intenso. É medo, é amor, é ansiedade e felicidade tudo junto misturado. Os sons amplificam, os ruídos ficam audíveis até pra quem é surdo. O eu te amo baixinho, falado diretamente à barriga, vira um EU TE AMO do tamanho do mundo! Por que ser mãe é isso. É tudo exagerado é tudo urgente e tudo apaixonado. Cada minuto vira um segundo e o tempo passa muito depressa. Quero que você cresça mas não quero que te ver crescer. Quero você assim criança, bebê . Quero você só pra mim e não pro mundo. O mundo é cruel demais pra você. Quero você guardadinha aqui comigo e que não saia do meu lado nunca, nunca, nunca. Mas não posso. Só quero você feliz! E por essas e outras desisti de ser a razão e agora , por você, eu sou toda coração.

... Daí a vida me sorriu, assim sem mais. Como se eu fosse merecedora desse prêmio , como se esse prêmio tivesse reservado pra mim há séculos e de um dia pro outro e sem aviso...pufff materializa bem na minha frente e numa hora inimaginável, quando eu estou no avesso. As flores, sem mais nem porquê desabrocharam no meu quintal, e agora eu tenho você. Alguém que eu nunca sonhei nunca imaginei e nunca pensei que fosse ganhar, assim dos céus. Ainda tenho minhas dúvidas, me belisca?

...E até onde vai nossa capacidade de amar ?? Achava que meu amar era profundo, mas quando achava isso ainda tava no raso, cada dia eu amo mais e mais e mais. E me pergunto: esse presente é meu mesmo??Nao se enganaram??Nunca me imaginei capaz de cuidar de uma criaturinha tão pequetica, tão dependente, tão precisada de mim, do meu amor do meu calor.E sou capaz ! Para minha surpresa eu sou capaz, sim . E isso é o que me faz lutar a cada dia, que me faz buscar forças lá no útero da alma, que me faz aprender, decorar, acostumar com coisas novas. Coisas que eu tenho, eu preciso, pra poder cuidar de você, minha Anna, minha Luísa, minha luz. Será que vocezinha não se enganou e escolheu a mãe errada? Porque eu te amo tanto que até dói. Amo como se amanhã o mundo fosse acabar. E se for mesmo e eu não tiver te amado o suficiente? Então eu amo por hoje, por amanhã e por todo sempre. Só pra garantir."

Giuliana Vaia - Lulu Não Dorme

DESCOBRINDO A ARTE DE SER MÃE NA PRÁTICA - por Pat Lins


Descobrindo a arte de ser mãe na prática
- por Patricia Lins -

Pois é, eu não resisti e cá estou, falando sobre essa a arte de ser mãe na prática, aqui, no MÃES NA PRÁTICA.

Lendo essas histórias belíssimas, vi que eu, também, sou como todas as mães, na prática diária de se superar. Cada uma de nós tem uma história, um caminho e um caminho comum: a maternidade. A maternidade é uma arte. Descobrir-se nessa arte e ver-se nessa arte diária de redescobrir-se, redefinir-se, redesenhar-se, refazer-se, reorganizar-se, revirar-se... ser-se em vários seres, vários papéis e, ainda, sermos nós mesmas.

Eu falo arte, porque sim, é uma arte, exige sensibilidade, técnica, trocas, conhecimentos, informações, quebras de barreiras, criatividade... A gente precisa decodificar vários sinais em diversas esferas e interagir com uma gama de informação, processando cada dado como importante. É valorizar cada instante e sonhar com tantos outros ainda melhores, como um futuro brilhante para nossos filhos.

Quando eu me descobri mãe, girei, como o mundo gira e me tornei outra (s) pessoa (s). Sou a mesma, depois de ser outra, sendo outra e eu mesma. Descobri que ser mãe não é só prazer e plenitude e é muito prazer e plenitude.

Nos dizem a vida toda que SER MÃE É PADECER NO PARAÍSO e o é! A gente ri, a gente chora... a gente se dobra e se diverte.

Várias mães relatam que apesar dos desafios, no momento em que recebemos um carinho puro, sincero e singelo, tiramos força "sabeDeusdeonde" e estamos inteiras. Quando estou para pirar de cansaço, ele me abraça e diz: "mãe, isso vai passar" e, creia, na mesma hora PASSA. Passado. 

Lindo é receber um beijo e um abraço quando vou buscá-lo na escola e vejo que ele sentiu minha falta, como eu a dele, mas, que não deixou de curtir seu espaço e seu momento sem mim. Lindo é escutar um: "mãe" e se sentir especial apenas por ser mãe, por ter um filho amado. Ah, amar e ser amado da maneira mais pura e sublime. Isso é lindo, é maravilhoso, é... é... é... original, único...

Lindo é escutá-lo bradar e resmungar porque eu chamei sua atenção por algo que julguei errado e precisava alertá-lo e, mesmo assim, ele deixa claro que me ama, aprendendo desde pequeno o que e como ajo: amar é amar com os defeitos e qualidades e chamar a atenção, um atrito é situação pontual e amor, está aí, também.

Lindo é aproveitar cada instante. Como sempre falo, é cansativo, mas, prazeroso. Não é só o filho que cresce, nós, quando nos conscientizamos, também crescemos. 

Obrigada a cada mãe que participou desta festa em comemoração ao primeiro ano do blog. Obrigada a cada pessoa que lê este espaço feito com tanto carinho. Obrigada, meu filho, porque eu só sou mãe porque você existe! Porque ser mãe, só se é sendo!

Parabéns ao MÃES NA PRÁTICA, pelo seu primeiro ano! 

Saudações maternais,

Pat Lins - MÃES NA PRÁTICA.


1 ANO "MÃES NA PRÁTICA"

1 aninho! Primeiro ano deste espaço tão caro e estimado para mim.

Obrigada e parabéns a cada "mãeamiga" que me lê, que eu leio, que é MÃES NA PRÁTICA, essa prática tão sublime e preciosa de SER MÃE.

Obrigada a meu filho lindo e amado, porque ele me fez ser mãe; ele me faz querer ser ainda melhor do que eu sempre quis ser!

Desta vez, farei algo diferente: segue uma sequência com textos de MÃES NA PRÁTICA, falando sobre a DESCOBERTA DE SER MÃE, NA PRÁTICA! Afinal, este blog é no plural e mãe é plural.

Saudações maternais e obrigada a cada mãe e a todas as MÃES NA PRÁTICA,

Pat Lins.

sábado, 5 de março de 2011

QUASE 1 ANO

Oi, amigas e amigos!

Nosso cantinho está quase completando 1 ano! O aniversário é dia 10 de março e eu quero pedir às mamães e papais que acompanham o "Mães na Prática" que me mandem um texto sobre a experiência pós nascimento do (a)  filho (a). 

Dia 10, os textos serão publicados aqui, com muito carinho.

Saudações maternais,

Pat Lins.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Modelo de Mãe #fail - mea culpa - Por Ingrid Strelow("Desconstruindo a Mãe")

O texto abaixo foi extraído do blog "Desconstruindo a Mãe":
"Quando pensava em que tipo de mãe eu gostaria de ser, não tinha dúvidas: a que daria conta de tudo. Que não precisaria cozinhar, mas o saberia muito bem; que teria tempo para brincar com os filhos sem deixar nenhuma de suas outras atividades mal-feitas, a casa ficaria organizada, que teria a paciência que faltou à minha mãe ou que seria tão boa quanto ela, porque a minha mãe é boa em muito do que faz. Seria a melhor amiga da minha filha.  Conseguiria trabalhar, estudar e ser mãe amorosa sem perder qualidade de vida. Seria "safa" e trocaria pneu, teria um corpinho de sílfide,  com tempo pra namorar o marido, enfim, seria um protótipo de perfeição.

http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/
Esse modelo de altíssima exigência é a minha cara. E cada vez mais tenho tentado refletir sobre até que ponto o modelo de mãe que criei pra mim tem sido útil.

Li vários dos livros de "sobre como" educar crianças, busquei nos mais experientes os caminhos para uma maternidade plena, feliz. Eles em parte muito me ajudaram. Em alguns momentos, atrapalharam bastante, porque as receitas não funcionam do mesmo modo com pessoas diferentes. Então me atrapalhei. #fail

Tive depressão pós-parto ("como assim, se ela queria taaanto ter filhos?"); estrias mesmo com tanto óleo de amêndoa e hidratantes; os partos não consegui que fossem normais apesar da dilatação de 9cm e das contrações induzidas porque as crianças ficaram em posições que poderiam prejudicar a saída; não conseguia relaxar e dormir mesmo quando a Larissa estava ressonando, porque tinha receio de não atendê-la e ela sentir que tinha uma mãe relapsa.

Com o tempo, o nível de exigência que eu tinha também estava sendo repassado à minha filha. Ela falou cedo, caminhou sozinha no dia do aniversário do vovô, adaptou-se em escola no priemiro dia, me dizendo que "escola era lugar de criança, que eu fosse embora" e nunca teve retrocessos nesse sentido.

Mas eu também sempre falei com ela de igual pra igual e dei muitas explicações; estive muito esgotada de tanta dedicação (será que ela já pediu por isso?); me comportei como uma mãe-missionária, como comentei no post da @ctlongo (Calu) na Rede Mulher e Mãe, que se via como o esteio da família, que colocava a família como prioridade e estava me posicionando do mesmo modo que sempre vi minha mãe fazer: eu que sei fazer isso ou aquilo, como cuidar das crianças e acabei em muitas ocasiões podando as iniciativas do Alemão.

Assim, me tornei uma pessOa ainda mais crítica do que já costumo ser. Fiz bullying comigo mesma, sempre achando que não era boa o suficiente. Insatisfeita, triste, tinha a sensação de não estar nunca no eixo e voltei a adoecer da alma. E banho tomado, dentes escovados, consultas médicas em dias tinha de ser o suficiente.

O tempo foi passando e eu fui me tornando cada vez menos mulher, esposa, companheira. E cada vez mais mãe. Até do marido, embora nunca tenhamos nos chamado de pai e mãe a não ser quando queremos nos referir um ao outro para as crianças. 




Fez falta ser mais mulher, profissional, mas posso dizer que não me lembro de ter deixado de ser amiga - pelo menos em alguma coisa eu posso dizer que me sentia estar "bem na foto".

Aí vem um outro post que complementa o da Calu, no mesmo site e, lá, a Glau (@BlogCoisaDeMae) fala que está em crise com ser "apenas" mãe e perder suas outras identidades. Já faz um ano que estou na batalha por resgatar todas as outras Ingrid que eu sou, através da terapia. E é uma luta constante, nada fácil. Em outros momentos fugi da terapia dando mil desculpas.


Gera ansiedade sair do compportamento padronizado ao longo de 35 anos e que repassei à minha filha, que já está entrando no mesmo esquema de eterna insatisfação, de cobranças por uma dedicação ou comparações com outras pessoas que parecem não ter fim.



Por mim e por ela é que estou buscando fazer diferente e me sentir menos cativa das escolhas que fiz. Flexibilizar e remodelar as coisas. 



Nesse momento em que estamos todos nos readaptando a ter mãe que também trabalha profissionalmente, vejo que a minha pequena está dividida. Ela quer a mãe com 100% de dedicação, mas sente orgulho das coisas que compartilhamos sobre como é bom ter uma atividade que se goste de fazer, além de cuidar da família.



Imagem: http://www.pititi.com
Me sinto culpada, em alguns momentos muito impaciente e ansiosa, mas bem menos do que quando era só mãe. O desafio está posto, procurar um equilíbrio. "       

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