sexta-feira, 5 de maio de 2017

Primeiros passos

Imagem: http://bit.ly/2piYD0R

Retomando o blog. Um passo de cada vez.

Depois que nasci mãe, minha vida não ganhou mais brilho e sentido porque seria responsável por um lindo serzinho... ganhou brilho e sentido porque tive que ser ainda mais responsável por mim, enquanto um Ser ético, correto e, no mínimo, coerente.

Desafio? Pelo menos um por dia.

Agora, mais um, que encaramos com foco, fé e determinação: mudar.

Mudar de casa, de escola, de escolhas... mudar de cidade, mudar de Vida - resgatar a Vida e seu verdadeiro sentido. Faz sentido para você?

E estamos indo, rumo ao novo, desbravando, simplificando.

Estamos indo, deixando o excesso de bagagens, de peso, de tudo que seja contrário ao bem. Estamos indo, em busca, resgatando e permitindo viver uma realidade que já desacreditava. Conheci um lugar inacreditável, possível porque Rudolph Steiner concebeu a Pedagogia Waldorf.

Enquanto o mundo todo se fecha para caber numa lata gigante, eu me abro para caber num céu aberto, num solo fértil, na grama natural e limpa, no ar respirável.

A partir de agora, o Mães na Prática volta como o diário de uma mãe de volta à vida.

Mudando. Mudança. Novo. Nova consciência. Abertura. Seguindo o fluxo da Vida. Viva! Eu vivo!

Saudações materiais,

Pat Lins

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Diário de uma mãe de filho ligado no MineCraft


Oi! Quanto tempo sem falar aqui. Voltando hoje para trazer algumas reflexões após aprendizados com meu filho. 

Ele adora MineCraft, como milhares de crianças mundo a fora. Segue youtubers - inclusive, aprendi essa nomecmatura com ele... depois, começou a pulverizar e, hoje, todos reconhecemos esses "artistas" do mundo virtual com canais livres e gratuitos na web. 

Enfim, ele tem todos os "Diários" sobre minecraft e, agora, os livros do Authentic. Acho graça quando me dizerm que são livros que ensinam um monte de besteira. Não são clássicos da literatura, mas, também não são portas para o inferno. 

Os livros são, óbvio, altamente comerciais, mas assim como os filmes infantis enlatados que consumimos e achamos lindos - porque são mesmo - também trazem belas mensagens, neles também temos muito o que aproveitar. As situações descrevem contextos do mundo real, relações familiares, relacionamentos interpessoais, conflitos, dramas e tudo o que a gente vive no dia a dia, algo bem focado no cotidiano, com direito a escola e sua importância, porém, através de uma linguagem a partir dos personagens do jogo. Sim, uma inteligência óbvia de se falar na linguagem do público alvo, mas, existe esse cuidado real que precisa ser falado. Meu filho veio me mostrar uma parte - e ele sempre compartilha várias partes comigo e com o pai, demandando um diálogo, um bate papo e criou, a partir do seu mundo, esse intercâmbio com o nosso... me refiro às referências de cada geração, mas essa, como vem desafiar TUDO de TODAS as gerações anteriores... vamos voltar . Nessa parte, um "zumbi" queria saber como os zumbis nascem. Ele, com uns 4 anos ou menos, já trazia essa questão e curiosidade e conversamos, até onde eu julguei ser pertinente e passou. Quando nos trouxe essa demanda, revelou subliminarmente seu próprio interesse, que foi devidamente acolhido e conversado, de novo, dentro do que eu julguei estar dentro do seu "limite". E ele me diz: "você tá falando de sexo, né mãe?". Eu, disfarçando meu susto - sim, fui pega "despreparada", num alerta de que a gente nem sempre vai estar pronto para tudo, principalmente para o inevitável... e, eu, toda trabalhada no papo cabeça, toda descolada e mente aberta... ui! Sucumbi ao "sustinho" - gaguejei um pouco e me disse, nesses milésimos de segundos, diante daquele que confia tanto na franqueza da nossa relação, me olhando com olhinhos marotos e sorridentes, como quem fala claramente que só quer saber se eu vou honrar o compromisso de falar sempre a verdade, nada mais que a verdade, apenas a verdade, me disse que eu saberia como falar, só precisava sair do "medo" do que falar... ele segue:"então, mãe, pode falar". Expliquei que sim,  se tatava de sexo e devolvi: "o que você sabe sobre isso?". Ele me disse que sabia que era algo para gente grande, que ia além de beijo na boca. Perguntei se ele percebeu que o corpo dele tá mudando. Ele disse que sim. Conversamos muito a respeito, inclusive sobre algo que ele trouxe e disse "eca", como o beijo na boca e eu disse que não precisa ter nojo. Que, na idade certa ele vai entender o que é e o que significa, pois nada adianta eu explicar em palavras o que não se descreve, porque se sente. Não precisei adentrar em detalhes, mas a porta sempre tem que estar aberta, para não criar mais tabus, mas, também, não banalizar. Acho extremamente importante se falar naturalmente para que seja algo natural. 

Enfim, são muitas as situações que estão vindo através das inquietações da idade. Os livros não estimulam nada, falam dentro de uma linguagem simples, básica e honesta. 

Para finalizar, ele me trouxe um alerta que tem, ao final dos livros, e que todos os pais deveriam ler para saber como falar com seus filhos, sem querer "meter o pé na porta" para acessar seu mundo, sem invadir e construir mais pontes pela confiança, do que abismos da ignorância e arrogância... Precisamos de mais jogo de cintura, respeito e entendimento de que somos ignorantes diante das demandas dessa geração que está impondo o que quer porque a gente não assume que não sabe lidar e fecha qualquer abertura para troca saudável. Nessa guerra, eles estão vencendo e vamos perder feio, porque eles têm um ambiente propício e favorável para se firmar e reverter o jogo: nossos medos, barreiras, preconceitos, tabus...

Pois, vamos acolher primeiro e entender junto. Daí, a gente segue. Se nossos filhos não confiarem em nós, nossos piores medos ganham forma e se materializam com nosso aval, ainda que nem percebamos.



Saudações maternais,

Pat eterna aprendiz Lins 

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