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sexta-feira, 26 de abril de 2013

COTIDIANO - O GRANDE DESAFIO


Um dos maiores desafios de uma mãe é entender e respeitar a linha tênue entre estar certa e o filho também estar certo - dentro dos parâmetros dele - e, esclarecer para ele que o "certo" dele interfere nele e nos demais... Que socialmente o prejudica, bem como aos demais. E que ele entenda.

Esse grande mistério se torna maior a cada dia... ele cresce, entende e apreende muita coisa com tamanha sensibilidade que choca pela força da emoção, do sentido lindo e inovador e da consciência do seu papel e de que as estruturas demagógicas precisam ser abaladas, mas, por outro, apela para o "destrambelhamento" de se agir impulsiva e agressivamente... Onde encontrar o botão do equilíbrio.?Como proceder, sem ter que ser no nível de culpa, culpados, culpadores e vítimas?

Como manter parceria com a escola que, de cara, parte do princípio limitado de que os pais são os causadores de tudo. Isso é óbvio, todos os pais têm esse "quê" de culpa, sim. Qual não o tem? Mas, a maneira como colocam, esperando e idealizando que os pais sejam ricos - para bancar e custear tudo o que é "necessário" para o bom desenvolvimento da criança - e perfeitos - para que a criança possa se desenvolver melhor - é muito pesada e inflexível, ainda que com vozes suaves e discursos bem amarrados... 

Pelo amor de Deus, isso é tortura para os pais... essa condenação e limitação obstrutiva de visão onde apenas e somente apenas, os pais têm essa "culpa", caso o filho não se encaixe nos padrões. E, me pergunto: então, os pais das crianças padronizadas são exemplo de perfeição? E os reflexos de uma relação mal conduzida no ano passado, por eles, não interfere no hoje? E isso não faço em tom de "culpados" mas de algo a ser considerado, também.

Até onde é por falha dos pais, e a partir de onde é carga genética, reação social, característica própria, reação ao que fora vivido e como se estabeleceu essa relação criança-escola? Isso tudo compõe um ser humano, desde a gestação até sempre, todo dia a cada dia, todos os dias e em cada lugar.

Mas, essa espada apontada para a cabeça dos pais como únicos causadores dessas dores, é demais! Não estou, com isso, afirmando que o esforço dos pais - e leia-se pais como pais e mães - deva ser diminuído por qualquer outro fator. Somos responsáveis, sim, mas não milagreiros capazes de enfiar cabeça a dentro da criança que ela precisa se encaixar. E isso não quer dizer que não vejamos a necessidade de que algo seja feito e ir fazendo.

Ao menos, este ano, como nos anteriores - exceto ano passado, faço questão de registrar... também sou imperfeita e tenho minhas arestas a aparar, mas isso não me impede de ter lembrança/memória, ainda que contaminada pela raiva... - estamos tendo a colaboração da professora e a capacidade dela em assumir que, para ela, também existe um limite e não soa como "vocês é que são os culpados". Ela consegue expressar, simplesmente, como uma coisa direta: minha parte vai até aqui. E ela faz mmmuuuiiiittttoooo mais do que a parte dela, apenas. Lógico que nós, pais, é que temos a obrigação, no sentido de dever, mesmo, de responsabilidade, de se refazer e resignificar o tempo inteiro. 

É de suma importância que estejamos ao lado dos nossos filhos, abertos e honestos. Se, mesmo com todo empenho e com todo apoio que recebemos, trata-se de uma luta árdua, desafiadora e desgastante, imagina se cruzássemos os braços? Mas, para nós, também há um limite pessoal de força, mas que se recarrega rapidinho quando vemos que não estamos sós! De ver que ele responde positivamente em muitas coisas. 

Atire a primeira pedra aquela mãe, aquele pai... que NUNCA errou, mesmo querendo acertar?

Sou uma mãe de um filho mega capaz, mega inteligente, mega sensível e mega desrotulado. Ele não se enquadra em padrões existentes, mas a maneira como desafia o mundo é perturbardor, principalmente pelos ímpetos e reações agressivas. É bom ver que, cá fora, isso tem diminuído, porque, assim, é de se entender que algo foi transformado. Mas, na escola, existe um tempo e um ritmo que ele não quer seguir e se revela e se mantém com poucos avanços nesse sentido de se compreender e respeitar. 

Pois é... nem sempre saber o que é certo e errado pela cartilha que nos ensinaram a vida inteira é o certo e o errado mesmo... Como saber quem está certo e quem esté errado se, na cabeça dele, ele está certo? Como fazê-lo entender que o certo dele machuca as pessoas? Como fazê-lo entender que o certo dele pode ser perigoso?

Essa é a lição de sempre e mais forte, hoje, porque outras já alcançamos vitórias... mas, essa ficou. E é a hora e a vez de se fazer novos ajustes. E sempre será assim. Só não aceito ser culpada como errada. Eu tento e me doou. Se não é o suficiente, vou buscar mais forças e reforço. Mas, me tornar perfeita, ainda assim, não será o suficiente para transformar o outro - no caso, meu filho. 

Saudações maternais, de uma mãe que cansa, sim; que desanima, sim; mas que se recupera e nunca deixa de entender  e aceitar o papel de mãe, muito menos a minha responsabilidade. Já aprendi muito, até aqui e ele também, e todos nós - família, amigos, equipe profissional de apoio e que não deixam de estar envolvido com amor - porque nesses movimentos de abalos sísmicos, o que fica após a destruição é o esforço e a descoberta de um novo mundo, reconstruído. O novo, dentro do já existente!

Vivendo e aprendendo! Esse é o meu caminho.

Pat Lins.

domingo, 5 de agosto de 2012

COMO ENTENDEMOS "LIMITES"?


"O CÉU É O LIMITE". Essa questão sobre limites sempre rende pando para a manga. Isso porque, eu - Patricia - em minhas observações do cotidiano - ou, na prática diária da maternidade e/ou paternidade e/ou "avoternidade"... - que os "limites" não são muito bem definidos em nossas cabecinhas. A gente ou acredita que limite é medo, como os limites impostos com rigor e a disciplina militar; ou que limite é sempre berrar com a criança; ou, ainda, que limite é aquilo que só é necessário se a criança for agitada... onde, se a criança apenas for chorona e quiser muito uma coisa, é só dar o que ela quer que ela para...; ou, criança com limite nunca testa os pais e pede novos limites... Enfim, muito confundimos muito o que vem  ser limite porque nós mesmos temos medos dos nossos para nossa melhoria pessoal e muito nos foi imposto como limitação e não sabemos bem o que limite significa, daí, como dar aquilo que a gente não tem de verdade?

Uma amiga sempre me disse que eu deveria ser mais flexível com Peu e menos rígida, que para educar e dar bons limites é muito melhor e menos desgastante se for baseado em um movimento sincero, consciente, firme, com atitudes coerentes ao que "estipulamos" como limite e com amor. Ou seja, coisa simples, simples, mas que acaba sendo nada fácil. E, não é que é verdade? Como ela disse: "não fui eu quem inventou isso, basta ver como as coisas realmente são.". Bom, esse é o nosso ponto: a gente tem dificuldade em ver as coisas como realmente são. No geral, vemos aquilo que nossos olhos nos limitam a ver e acreditamos que somos capazes de enxergar - usando apenas um dos órgãos dos sentidos... sozinho, não faz tanto sentido assim... -. Nossa dureza pessoal dificulta essa processo. Nossas carências, nossos tabus, nossos pensamentos e mentes bloqueadas dificultam a simplicidade do processo. Ficamos presos ao fato de nos terem imposto e, por não conseguirmos nos esforçar em nos libertar e seguir nosso rumo, acabamos presos a esse dilema de "culpa e culpado" onde nossos pais são os algozes de nossas prisões emocionais. Como passar algo livre para os nossos filhos? Acabamos repetindo o molde de limitação, sem percebermos. Acabamos sendo levados muito mais pelo medo de ser julgado um pai ou uma mãe sem pulso, do que observar a real necessidade do filho.

Como dar limites se nós somos limitados?

Venho observando em meu dia a dia o quanto LIMITE tem muito mais relação com os valores éticos e morais do que com uma imposição de medo, em vez de respeito. Primeiro: o que vem a ser respeito? Nós colocamos muito o respeito como um medo disfarçado... Já perceberam isso? Ou, já se perceberam assim? Como respeitar algo se em nossa cultura vigora a "lei da vantagem"? Como ensinar "respeito" num ambiente onde se coloca que seres respeitosos são "otários", "maricas", "manés"... ou qualquer termo pejorativo incorporado ao nosso cotidiano? Os limites têm base no RESPEITO. É muito mais um trabalho a longo prazo, é um trabalho constante... demanda diária. Para mim é um trabalho de construção de base, de formação moral, mesmo. Se tivermos claros os bons valores, se isso fizer parte do nosso dia a dia, o limite será algo natural - e ninguém entenda "natural" como algo sem esforço, sem dificuldade. Senão, se ainda temos muito que entender e aprender, esse processo natural será mais lento, porque precisaremos reconstruir nossas próprias bases pessoais para termos a mínima condição de firmar essa base em nossos rebentos. Mas, somos reflexos de nossos arquétipos, digamos, confusos... mas, somos seres livres para buscar apoio - lógico, antes de tudo é necessário identificarmos em nós algo que requer atenção e mudança, senão, nos mantemos nesse ambiente e gravitamos nessa órbita sem sentido... - e transformarmos nossa condição. Eu admito: dói! Dói, muito! Mas, vale a pena. A dor vai passar, mas, o que fica de bom é para sempre. Assim, conseguimos nos focar no que importa: no limite natural pela moral e pela boa conduta, pela ação correta e pelos pensamentos elevados e as comparações com "os amiguinhos" ou com "os outros" - que não é, nem deveria ser critério para avaliação - deixa de existir

Ontem, voltando do aniversário vivenciei algumas situações conflitos com crianças, escutei algumas "conclusões" baseadas em julgamentos pessoais - aqui eu "julgo" baseado em minhas conclusões pessoais, mas, com uma diferença, estou refletindo... - e vi, mais uma vez o quanto a gente julga e o quanto se dividir gera um tipo de avaliação com dois pesos e duas medidas e o quanto isso é perigoso. Vou explicar: assim que chegamos, fui cumprimentar o aniversariante. Como já sei como ele é, o quanto é arisco, não forcei o contato e fiz um "venha de lá" e ele veio bater forte em minha mão. Eu apenas brinquei e disse: "cuidado, rapaz, com essa força toda você pode machucar a sua mão...". Ele quis testar e comprovou: a mão dele doeu - fora que eu estava com um anel e, diante da minha observação, troquei de mão para não ser mais dolorido para ele. Ele me pediu para fazer de novo e que ele faria mais devagar. Repetimos o cumprimento e foi beleza! Ele bateu mais devagar. Quando meu marido chegou, abraçou o menino e o carregou. Levou dois socos no rosto. Bom, criança toma susto. A gente tem que chegar de leve. Isso justifica os socos? Não. Até aí, tudo bem. O problema foi que, a criança quando viu que sua ação teve reprovação - os olhares ao redor o fizeram ver isso - se jogou no chão e começou a chorar. A avó e a mãe correram para vê-lo. Uma senhora que fora "testemunha", avisou a avó - que já fitava o filho com uma certa reprovação e condenação, onde, pelo olhar, ela dizia: "o que você fez com o seu sobrinho?"... ou seja, mãe que não conhece o próprio filho, pois ela sabe que o filho dela adora criança e tem um filho pequeno, também... - e a senhora explicou que o tio carregou o sobrinho, todo amoroso e o sobrinho o socou. Bom, a avó do menino sequer se aproximou, quando viu que havia sido injusta com o próprio filho, mudando de ambiente e optando por não ver e não fazer parte daquele momento... A mãe do menino foi escutar o filho e ele babava, gritava/berrava tudo muito embolado - dava para ver que ele queria confundir - e dizia: "ele me fez uma coisa... ele me fez uma coisa...". Quem estava de fora era capaz de acreditar que o menino havia sido machucado pelo adulto. Hoje em dia, é bom termos sempre "testemunhas", porque as crianças, sim, elas sabem "criar" umas "mentirinhas" para salvar a pele... Pois bem, a mãe teve a atitude de escutar os dois lados e advertiu o filho: "Meu filho, por que você fez isso? Peça desculpa ao seu tio.". O menino relutou, inventou mais uma desculpa... segundo ele: "eu não reconheci ele". Alguém falou, na hora e ele repetiu: "ele deve ter estranhado" e ele aproveitou e usou... Alguma criança é santa? Não. A gente já nasce sabendo sobre julgar e ser julgado... Está no ar que a gente respira desde o nascimento. Nós, adultos, é que precisamos ter mais "jogo de cintura" para saber lidar de maneira mais justa e imparcial.

Continuando: o aniversariante tem uma característica que os pais não dão importância. Ele costuma fazer o que quer. Se você o deixar fazer o quer, ele fica quieto no canto dele, o que, para eles é "não dá trabalho, nenhum...". Se você disser um "não" - ainda que não use a palavra "não", uma negatividade simples - ele se transforma, grita, chora, baba e, em alguns momentos, faz xixi nas calças - isso, para eles, é besteira...-. Durante a festinha, uma menina - que não deveria ter 2 anos - e não fala direito, se aproximava dele e dava um gritinho, tentando estabelecer contato. Ele chorava. Quando mais ele chorava, mais a menininha se assustava e se aproximava dele, como quem quer saber o que está acontecendo. Ele chorava mais. A avó estava nitidamente nervosa e culpando a menininha. E dizia: "ele tá chorando por causa dela. Ela grita e ele se assusta e chora...". Eu perguntei, para introduzir uma reflexão: "ele está com sono?", no que ela me responde: "Não. Ele está assustado é com a menina mesmo. Tem que tirar ela dali...". Ou seja, os adultos "compram" um briga que não existe e, em vez de ajudar a criança, a estabelecer o tal limite, alimenta uma limitação. A avó do menino não queria que nada fizesse o neto chorar, mas, em momento algum permitiu que o bom senso imperasse e sentou para abrir diálogo com o menino. Ele era a "vítima" e pronto. E o esclarecimento? Isso ajuda no limite, também. Quando a criança entender que aquilo não é um ataque, ele vai chorar? Resultado, nem deu tempo de tentar conversar com a criança, ela foi "arrancada" de lá e levaram-no para outro ambiente. Isso resolve? Mudar o ambiente, mudar de lugar, resolve? O que não soluciona, para mim, não resolve. O problema está lá. Houve ambiente para um crescimento aí? Os adultos demonstraram toda a fragilidade e falta de limite próprio. As carências e os medos falaram mais alto. O "resolver", explicar, nem passou perto.

Pois bem, já de volta para casa, estávamos levando a avó do aniversariante, quando o meu filho, diante de um comentário que fiz - sobre um parque que ele ia, todo ano, e fora vendido - não gostou e se irritou, arremessando o brinquedo no chão do carro. Quando eu fui começar a estabelecer contato com meu filho - lógico, uma atitude de demonstração de raiva com arremesso de objeto, para mim, não é uma boa atitude e, não é porque é meu filho que vou agir diferente -, de explicar para ele que isso era algo que estava fora do alcance dele e que a irritação não o ajudaria a resolver, ela falou: "Você precisa ser pró-ativo. Quando eu vou a praia, por exemplo, e vejo lixo no chão, eu cato. Não vou mandar o lixeiro catar, nem jogar na casa do prefeito...". Bom, sem saber como conectar uma coisa com a outra, eu tentei dar um sentido: "Nem jogar areia para o alto, ou chutar a areia... Porque não iria resolver. Agora, quem vai ficar sem o brinquedo é você e não mudou nada no parque...". Ela nos questionou: "Tem que ver. Ele arremessa as coisas assim, quando está irritado, é? Isso não é bom!". Lógico que não é bom! E a gente não deixa passar em branco. Estabelecemos o que chamamos de limite com o levantar de questões que façam Peu enxergar as próprias ações. De nada adiantaria eu agir como agia e reclamar com ele, dizendo: "Não faça isso, Pedro. Isso é errado! Coisa feia, ficar jogando o brinquedo no chão de raiva!". Era essa a minha tática. Hoje, o levo a refletir. E tem funcionado melhor. Sou uma mãe melhor do que as outras? Pedro mudou de uma hora para outra? Não. Estou aprendendo. Mudando em mim e observando mais. Vendo quem é meu filho e vendo qual a melhor maneira de ajudá-lo. Meu intuito é dar uma boa base de formação moral ao meu filho, para isso, tenho que me ver, o ver e nos ver. Como estávamos na frente dele, apenas agi como ajo e não dei grandes explicações para ela - não era o momento -, que me julgou uma mãe sem "pulso", por apenas dizer: "Meu filho, agora, quem está sem brinquedo é você. A raiva te fez perder e não resolver...". Primeiro, fui interrompida quando começava a falar com ele - detectei e agi - o que demonstrou a invasão e ela, sequer se deu conta de que eu tenho minha - nova - maneira de agir; muito menos, respeitou esse espaço mãe-filho... - fora que ficou evidente os dois pesos e duas medidas com a qual ela "julga"... Tentei não alimentar essa parte, para não perde o foco que era educar Peu. Quando eu vejo uma situação-conflito entre pais e filhos, me recolho a observadora. O primeiro contato é entre eles. Quando agi, não a satisfiz, onde ela nos contou: "Eu penso que o problema das  crianças, hoje em dia, seja o fato dos pais não saberem dar limites...". Pode parecer que tenha sido indireta, mas, não acho... Eu conheço a pessoa e sei que foi muito mais um pensamento desarticulado... Não creio que ela não tenha visto como ela agiu com o neto e como eu estava agindo com meu filho - eu vi que ele teve um comportamento ruim e ia agir, quando fui interrompida... Não ia brigar com ela, esperei ela concluir e continuei, com meu filho. Nem ela sabe o que quer dizer limite. Isso ficou nítido quando ela tirou o neto do ambiente, sem deixar a própria mãe do menino esclarecer - no episódio onde o menino chorava com o gritinho da menininha. Ou seja, é uma pessoa que não vê as próprias ações e age como a maioria de nós: o erro só está nos outros. Ela deu sequência: "Estava num ponto de ônibus e um pai e um filho mascavam chiclete. O menino terminou e jogou no chão. O pai chamou a atenção do garoto e o mandou jogar no lixo. O menino foi, jogou, depois, chutou o lixo, jogando-o no bueiro. Daí, eu me questionei: falta os pais darem limite as filhos, hoje em dia...". Bom, deu um leve nó em minha cabeça. Para mim, as coisas precisam ter um mínimo sentido lógico. Como não entendi indaguei - existe outra maneira de esclarecer uma dúvida? -: "Mas, o pai deu um 'limite' quando orientou que o filho jogasse o lixo no lixo. Pelo que entendi, o filho testou esse limite, criando uma nova situação. E o pai, como reagiu, diante desse teste?". Não obtive resposta, apenas um: "o lixo havia caído no bueiro, não tinha como fazer mais nada...". O que eu queria saber era: "como o pai conduziu, como agiu diante dessa nova investida do filho?". Então, coloquei: "...filhos, você bem sabe, porque tem 2, sempre testam nossos limites, quando tentamos 'dar-lhes' limites. O 'como' vamos agir ou reagir é que faz a diferença. Por isso que levo Pedro a refletir, para que ele entenda que o que ele fez é prejudicial. É a maneira que encontramos e tem surtido efeito, mesmo assim, ele não para de criar novas situações para nos testar...". A conversa parou aí, assim, mesmo. Outro assunto foi puxado e o "fim" fora imposto: "caiu no bueiro".

Em geral, fazemos isso: mudamos o superficial - como tirar o menino do lugar, sem diálogo, sem esclarecimento... apenas afirmando para ele, em forma de ação: "faça o que quiser" - ou, mudamos de assunto, para não olharmos o que precisamos ver, já que "o lixo caiu no bueiro". O não pensar em soluções limita muito uma ação de "limite". Sem identificar o que corrigir, corrigir o quê? A diferença está na AÇÃO: NA CONSCIÊNCIA DE QUE UMA AÇÃO SE FAZ NECESSÁRIA  e na CONSCIÊNCIA DE QUAL AÇÃO TOMAR.

Quantos de nós já passou - em shoppings centers é muito comum, ambiente favorável para os pequenos testarem nossas forças mentais... oh, Deus! - por uma criança fazendo birra, se jogando no chão e dissemos: "Se fosse meu filho ele iria ver..." ou "Isso é falta de pulso dos pais, que não sabem dar LIMITE..."? E, quantos de nós, ao passar pela mesma situação nos arrependemos dos comentários cruéis e dizemos: "Ai, meu Deus, agora eu sei o que os pais que julguei passaram...".

Gente, educar um filho é brinquedo? Fale sério. Mas, falta um pouco de boa vontade da gente, falta não? Seria bacana se entendêssemos que, para começar, somos criaturas imperfeitas querendo ver a perfeição em nossas - que não são nossas, na verdade - criaturinhas. 


Estou revendo os meus próprios conceitos, mexendo muuiiitttoo em mim mesma, para saber ser um exemplo para meu filho. Isso é garantia de que ele siga o mesmo caminho? Não. Entretanto, ele saberá que pode escolher, assim como a mãe dele fez. E, finalmente, entendi que LIMITE é algo que se baseia nos bons valores - estes são os verdadeiros limites humanos e não limitações -, principalmente, com RESPEITO e na CONSCIÊNCIA DE QUE PODEMOS ESCOLHER SEGUIR UM CAMINHO MELHOR. O limite, para mim, tem muito mais a ver com o (re)conhecimento do DEVER. Falta em nossa cultura humana, o entendimento de que somos responsáveis por nossas ações e suas consequências e isso gera um dever para conosco e para com o outro.

LIMITE É SABER ATÉ ONDE PODEMOS IR, SEM INVADIR, MACHUCAR O OUTRO. Aqui, faço uma ressalva: machucar é algo questionável, porque tem gente que se dói por tudo e tem mania de perseguição, então, agir com uma pessoa dessas sempre será um risco... porque caberá a cada um lidar com os próprios melindres e tentar se livrar deles. Ou seja, se cada um fizer a sua parte de autobusca e reconhecimento dos próprios limites - ou, nesses casos, das próprias limitações - para estabelecer um caminho mais razoável e menos doloroso, abre-se caminho para o estabelecimento natural do LIMITE. Baseamos o limite em muita dor. Em nossas dores, em nossas vergonhas... em nossos medos de julgamento.

LIMITE é um desafio, porque não é fácil estabelecer o que não entendemos direito... O LIMITE - esse que tentamos conceituar - está diretamente ligado a LIBERDADE - não libertinagem -, onde CÔNSCIOS de nossos DEVERES e das nossas AÇÕES  e suas consequências, podemos agir, sabendo para onde e por onde ir. O LIMITE liberta. Ele norteia uma ação. A confusão com o podar como limite já deveria ter sido superada, mas, como ainda não foi, caba a cada um de nós ir construindo esse caminho do bem, pelo bem e para o bem! Só assim, seremos capazes de separar o "joio do trigo" de nossas ações.








Saudações maternais,

Pat Lins.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Modelo de Mãe #fail - mea culpa - Por Ingrid Strelow("Desconstruindo a Mãe")

O texto abaixo foi extraído do blog "Desconstruindo a Mãe":
"Quando pensava em que tipo de mãe eu gostaria de ser, não tinha dúvidas: a que daria conta de tudo. Que não precisaria cozinhar, mas o saberia muito bem; que teria tempo para brincar com os filhos sem deixar nenhuma de suas outras atividades mal-feitas, a casa ficaria organizada, que teria a paciência que faltou à minha mãe ou que seria tão boa quanto ela, porque a minha mãe é boa em muito do que faz. Seria a melhor amiga da minha filha.  Conseguiria trabalhar, estudar e ser mãe amorosa sem perder qualidade de vida. Seria "safa" e trocaria pneu, teria um corpinho de sílfide,  com tempo pra namorar o marido, enfim, seria um protótipo de perfeição.

http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/
Esse modelo de altíssima exigência é a minha cara. E cada vez mais tenho tentado refletir sobre até que ponto o modelo de mãe que criei pra mim tem sido útil.

Li vários dos livros de "sobre como" educar crianças, busquei nos mais experientes os caminhos para uma maternidade plena, feliz. Eles em parte muito me ajudaram. Em alguns momentos, atrapalharam bastante, porque as receitas não funcionam do mesmo modo com pessoas diferentes. Então me atrapalhei. #fail

Tive depressão pós-parto ("como assim, se ela queria taaanto ter filhos?"); estrias mesmo com tanto óleo de amêndoa e hidratantes; os partos não consegui que fossem normais apesar da dilatação de 9cm e das contrações induzidas porque as crianças ficaram em posições que poderiam prejudicar a saída; não conseguia relaxar e dormir mesmo quando a Larissa estava ressonando, porque tinha receio de não atendê-la e ela sentir que tinha uma mãe relapsa.

Com o tempo, o nível de exigência que eu tinha também estava sendo repassado à minha filha. Ela falou cedo, caminhou sozinha no dia do aniversário do vovô, adaptou-se em escola no priemiro dia, me dizendo que "escola era lugar de criança, que eu fosse embora" e nunca teve retrocessos nesse sentido.

Mas eu também sempre falei com ela de igual pra igual e dei muitas explicações; estive muito esgotada de tanta dedicação (será que ela já pediu por isso?); me comportei como uma mãe-missionária, como comentei no post da @ctlongo (Calu) na Rede Mulher e Mãe, que se via como o esteio da família, que colocava a família como prioridade e estava me posicionando do mesmo modo que sempre vi minha mãe fazer: eu que sei fazer isso ou aquilo, como cuidar das crianças e acabei em muitas ocasiões podando as iniciativas do Alemão.

Assim, me tornei uma pessOa ainda mais crítica do que já costumo ser. Fiz bullying comigo mesma, sempre achando que não era boa o suficiente. Insatisfeita, triste, tinha a sensação de não estar nunca no eixo e voltei a adoecer da alma. E banho tomado, dentes escovados, consultas médicas em dias tinha de ser o suficiente.

O tempo foi passando e eu fui me tornando cada vez menos mulher, esposa, companheira. E cada vez mais mãe. Até do marido, embora nunca tenhamos nos chamado de pai e mãe a não ser quando queremos nos referir um ao outro para as crianças. 




Fez falta ser mais mulher, profissional, mas posso dizer que não me lembro de ter deixado de ser amiga - pelo menos em alguma coisa eu posso dizer que me sentia estar "bem na foto".

Aí vem um outro post que complementa o da Calu, no mesmo site e, lá, a Glau (@BlogCoisaDeMae) fala que está em crise com ser "apenas" mãe e perder suas outras identidades. Já faz um ano que estou na batalha por resgatar todas as outras Ingrid que eu sou, através da terapia. E é uma luta constante, nada fácil. Em outros momentos fugi da terapia dando mil desculpas.


Gera ansiedade sair do compportamento padronizado ao longo de 35 anos e que repassei à minha filha, que já está entrando no mesmo esquema de eterna insatisfação, de cobranças por uma dedicação ou comparações com outras pessoas que parecem não ter fim.



Por mim e por ela é que estou buscando fazer diferente e me sentir menos cativa das escolhas que fiz. Flexibilizar e remodelar as coisas. 



Nesse momento em que estamos todos nos readaptando a ter mãe que também trabalha profissionalmente, vejo que a minha pequena está dividida. Ela quer a mãe com 100% de dedicação, mas sente orgulho das coisas que compartilhamos sobre como é bom ter uma atividade que se goste de fazer, além de cuidar da família.



Imagem: http://www.pititi.com
Me sinto culpada, em alguns momentos muito impaciente e ansiosa, mas bem menos do que quando era só mãe. O desafio está posto, procurar um equilíbrio. "       

terça-feira, 1 de março de 2011

"QUEM NÃO TIVER PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA"

Fonte: JESUS UM AMIGO VERDADEIRO
Não tem frase mais "tapa na cara" do que essa: "QUEM NÃO TIVER PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA".

A gente esquece isso para criticar e quem nos critica, também. Ou seja, todas nós, sempre achamos que somos mães melhores do que a outra e a outra, sempre acha que é melhor do que a gente e parece que há uma competição, com forte apelo ao método comparativo entre os filhos - pobres vítmas da guerra dos egos mal resolvidos - para se medir o "mãeômetro". Lógico que essa característica não é apenas das "mães", é do ser humano. Desde sempre rezamos a cartilha do mundo das aparências. 


Toda criança tem seu ritmo e suas características. Os pais, mães, avós... também têm seu ritmo e características. E o ambiente em que se vive, interfere, influencia - apesar de não ser determinante -, enfim, o ser humano é muito complexo. Venho passando por uma situação muito chatinha, para não usar outro termo mais pesado, de gente mal resolvida que adora se meter onde não deve e nas horas mais inadequadas. Pedro está numa fase que, de repente, não quer comer nada. Sempre foi muito fácil para mim essa parte, porque ele comia tudo - até pedra, se amolecesse. Pois bem, pessoas que pouco convivem comigo - na verdade, UMA  pessoa, de grau de importância elevado na hierarquia familiar... - e pouco dou abertura em minha vida - haja vista o tanto que já tentou interferir, argumentando querer me "ajudar" e mal soube lidar com suas próprias intempéries pessoais e de vida, mas, queria "resolver" a minha vida... - esqueceram de que ele era - ou ainda é, afinal, crianças têm fases e fases, mesmo que fiquemos doidinhas... rs - "bom de boca" e só registrou o aqui e agora, generalizando essa fase de Peu como se sempre tivesse sido assim. Sou defensora do viver aqui e agora, mas, nunca disse que o passado não deva ser levado em consideração. Neste caso, em específico, SABER que meu filho sempre - quer dizer, sempre em seus 4 anos de vida... rs - teve um hábito alimentar maravilhoso e, há pouco tempo - quase 1 (um) ano - está cheio de "manias", "gostos" e "desgostos", é importante enxergar o panorama geral para saber que houve uma mudança - e significativa - em seu comportamento. Pois bem, pessoas movidas pela superficialidade e conveniências - na verdade, essa pessoa em específico - A-DO-RAM encher o saco, acreditando que estão ajudando, mesmo sendo alertadas DIRETAMENTE que não o está, e, já não basta meu dilema e minha dificuldade para tentar compreender o que acontece(u) para essa mudança radical no hábito alimentar do meu pequeno, ainda vem essa enchorrada de encheção de saco. Não adianta eu explicar que eu não sei lidar com isso e já tentei de um tudo, até obrigá-lo a comer e ele colocar tudo para fora - vomitando mesmo -, num ato desesperado e que a única coisa que não posso fazer é abrir a cabecinha dele, portanto, a mim cabe fazer o que venho fazendo: ofereço, coloco no prato, como na frente dele, converso - para saber o que está havendo... - eu deixo claro para Peu que ele pode contar comigo. Pois bem, diante da maneira insuportável dessa pessoa, aliada a minha raiva que vem crescendo por suas atitudes desvairadas e descompensadas de quem foge de si..., até eu estou quase deixando de comer coisas saudáveis - rs. Gente, vocês não têm noção do que é se deparar com essa criatura num almoço, por exemplo, e sentir seu olhar fixo e arregalado em meu filho e seus suspiros exagerados de "hummmm! que delícia! olha, que comida boa! hummmm!". Olha, um dia, dou um ataque de fúria e vomito nela - kkkkkkkkkkkkkk. Vamos ver para onde vão seus "hummmssss". Eu acredito que o movimento precise ser sincero. Se você come algo saboroso, é natural os "hummmmmmmmmmmmm". Ana Maria Braga que o diga - rsrsrsrs. Mas, a cada garfada forçar o diacho do "hummmm" para "estimular" a criança a comer, no caso do meu pequeno, não dá certo e ainda incomoda as pessoas ao redor. Por mais difícil que seja, preciso acreditar que trata-se de uma fase - bem difícil - mas, uma fase. Leve o tempo que levar. Vou rebolando sem baixar a guarda. Respeito o tempo dele, sem deixar de apresentar as opções e instruir sobre a importância de comer bem. Sei que vou errar - como devo estar errando - mas, faço o que está ao meu alcance e me esforço para fazer mais. Ouço algumas sugestões e tento inovar. Mas, sugestões produtivas e edificantes são uma coisa... "hummmmsss" de encheção de saco são encheção de saco e nada mais!

Fonte: MANIAS DE MÃE
Para piorar, ela foi inventar de levantar outra questão: as birras de Peu. Qual criança não faz birra? E, qual pai e mãe que gosta? Ele - Peu - tenta, é o que ele pode fazer e, genioso como é e esperto, como é, quer impor a vontade dele... Não vou negar que muitas vezes perco a paciência e dou uns gritos de "levanta, Peu, senão vai ficar de castigo" e dou aquele olhar de "mãedoida" - rs. Mas, na maioria das vezes, faço uma coisa que me corrói as entranhas, mas, faço das tripas coração e "ignoro", até ele perder a força - essa parte ainda é pior porque sou julgada como quem não tem pulso firme... É fico entre a cruz e a espada. Depois a gente senta e conversa. Algumas vezes, seguro-o firme, olho em seus olhos e chamo a atenção de maneira muito rísída e severa. Normalmente, são as três maneiras que lido com suas birras. Só que, quando ele vê "platéia", as birras extrapolam um pouco. Ele arremeça o que tiver em mãos no chão  e grita, para chamar a atenção. Bom, a depender do meu humor - isso eu não nego, sou humana e, muitas vezes, cedo ao cansaço - chamo a atenção de maneira "curta e grossa" e dou o ultimato: "Para com isso! Coisa mais feia! Parece menino bobo! Levante dái A-GO-RA!" E o "mando" fazer o que havia pedido antes da reação dele. Na maioria das vezes, a gente senta e conversa de verdade. Só que, na frente da pessoa em destaque no parágrafo anterior, parece que a coisa piora - ou, eu já ando tão pilhada que vejo mais do que de fato é... - e ele carrega nas tintas das birras. Então, a pessoa, delicadamente, chamou meu marido para conversar e disse que achava estranho ele agir desse jeito - como já disse, ela convive pouco com ele, portanto, bigbrothermente falando, qualquer atitude dele, é A atitude, não UMA atitude pontual... toma uma proporção muito maior do que de fato vem a ser - e o comparou com uma outra criança, a qual ela convive mais e, mesmo assim, pouco enxerga da criança. Primeiro, ela precisa se manter imparcial diante dessas duas crianças, haja visto que, em experiências anteriores, ela já despertou a inveja na relação de seus dois filhos e eles não se dão bem até hoje... Quando uma parte da relação tem essa característica da inveja é necessário saber lidar, para não alimentar... E, mãe - assim como o amor - precisa ser multiplicado, não dividido... Pois bem, a outra criança também faz birra e chora muito, quando contrariado. De fato, ele não arremeça coisas no chão, como Peu, ele joga direto em quem estiver a frente dele. Ao escutar isso, se calou, como quem opta por não falar mais, afinal, para ela, meu marido não soube aceitar o fato de que o que Peu faz é feio. Isso, a gente não só sabe, como, também, não gosta. Só que nós não negamos que Peu FAZ birra. A gente só não está sabendo como lidar com isso de maneira tranquila. Mas, a gente VÊ quem é o nosso filho, sem máscara porque é nosso filho. A raiva nem foi pela comparação em si, entre as duas crianças, mas, porque eu entendo comparação com critérios e um deles, para mim, é a afinidade. Pessoas diferentes não podem ser comparadas, justamente, porque são pessoas diferentes. Numa seleção de emprego, vá lá, mas entre duas crianças tão diferentes, chega a ser uma crueldade. Ainda mais na posição que ela tem... Mas, voltando ao detalhe pior da comparação é que a criança com a qual Peu foi comparado não é santo. Ele é uma criança como outra qualquer, só que tem um perfil de criança que faz tudo caladinho, mas, faz. E não gosta nem um pouco de ser contrariado, como qualquer criança. Aí, ela foi que  não gostou de escutar que comentar sobre o comportamento de Peu, tudo bem, demonstra preocupação, mas, compará-lo com outra criança, a qual ela encobre suas ações, vamos dizer, negativas, falando que ele não fez nada é que incomoda. Certa vez, ele chutou Peu e, mesmo o menino afirmando e confirmando o que fez, ela dizia: "não, você não chutou não". Onde se pode escutar uma coisa dessa pessoas e aceitar aquilo como "apoio"? Eu penso que quando as crianças se desentedem, cabe aos pais orientarem seus filhos a não repitirem certas ações e tentar explicar o porquê. Agora, negar o que a criança admite ter feito, remete a uma loucura de querer levar adiante a idéia de trabalhar a imagem do que ela quer passar que a criança seja, em vez de ver quem ela é... O problema é: quem vai ser essa criança, educada a esses moldes? Se ele fala: "eu chtei" e escuta de um adulto relevante em sua vida: "não, você não fez" e todo mundo viu que a criança fez, o que vai ser da cabeça dessa criança? Quando falo que nós adultos precisamos nos trabalhar mais para educar uma criança, falo sério. Nossas loucuras podem enlouquecer a criança. O meio pode não ser determinante, mas interfere.

Fonte: Minha história, minha vida!

Pois é, julguei essa outra mãe de mãe, mãe de filho, mãe de filha, pessoa, avó... como defesa, por ter sido tão mal julgada. Ridículo, porque, em geral, não me incomodo com críticas a Peu, porque, provavelmente, já as fiz antes de todo mundo e tento me resolver com ele diretamente. Mas, julguei a comparação mal feita, julguei a maneira injusta como ela age e pelo fato de ter comparado sem critério - rs. E, detalhe, me peguei dizendo: "e ela lá é exemplo para nada? O que ela disser, faço o contrário, para não ver meu filho igual aos dela...". Acho que é por isso que a gente julga tanto: a gente esquece que também erra e que errar faz parte. O problema é errar, comprovar que errou e continuar errando. Para piorar, querem levar seu erro tão adiante que levam para as novas gerações. Mesmo sabendo que acabo perpetuando meu erro, através de minhas ações, ao menos, admito que erro e abro para meu filho: "sua mãe não é perfeita. Eu erro, mas, é importante que você entenda que eu vou aprender. Eu quero muito que você entenda que como sua mãe, preciso te orientar. Quando você for grande, aí sim, você faz o que quiser...". Lógico que ele não entende, só tem 4 anos, mas, sei lá, eu sempre converso com ele sobre isso. São minhas dúvidas, são meus valores. Sou eu. Meu filho e eu temos uma relação muito firme e aberta. Sou a mãe dele e minha vontade é que ele cresça um homem cheio de boas virtudes!

Me sinto mal por ter julgado outra mãe... Mas, sou gente. Por mais que me esforce em ser uma pessoa melhor, é um caminho, é um caminhar... Levanto tanto a bandeira do respeito e feri minha própria "lei magna": desrespeitei e por razões tão pequenas. Bom, na prática, sou gente, de carne e osso. 

Refletindo, vejo que fiz mais tempestade em copo d´água. Um tsunami é preocupante, uma gotinha aqui pode fazer transbordar um cálice cheio, mas, só esvaziar e pronto. Um tsunami inunda e não temos opção. O copo d´água, eu bebo ou derramo. Liberar espaço. As pessoas são o que são, como são e como insitem em ser. Preciso me voltar para mim e deixar o outro ser quem e/ou como é. Na prática, mesmo errando, toda mãe só quer uma coisa: o melhor para seu filho. Só não temos a capacidade real de saber exatemente o que é esse melhor. É, acabei enveredando pelo desabafo que esqueci o real motivo desse post... Talvez este seja o real motivo... Enfim, aceitar as diferenças é mais complicado que realmente nos conscientizamos.

Vou concluir aqui esse post, afinal, ele é mais uma maneira d´eu refletir e ver que tudo isso é tão pequeno.

Para concluir, termino como comecei: 

"QUEM NÃO TIVER PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA"

Cuidado para não atiramos em nós mesmas...

Saudações maternais,

Pat Lins.
Fonte: POEMAS E ENCANTOS

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CRIANÇAS MAIORES E CRIANÇAS MENORES


Este post foi sugestão especial de uma amiga muuuiiiitttto querida - Catia Martins -, para começarmos bem essa troca em 2011.

Estávamos falando da relação entre crianças maiores e crianças menores. Das diferenças e de como a maioria das crianças maiores não gostam de brincar com as menores. A faixa etária que mais me chama a atenção são entre as crianças de 6, 7, 8 e 9 anos, mais ou menos, com os entre 3 e 4. Como se fosse uma necessidade de afirmar que já saíram dessa fase e, portanto, não têm mais a característica de criancinha... - risos.

Quando meu irmão caçula - hoje, já com quase 30 anos - era pequeno, os meninos maiores, nessa diferença que citei acima, o "ignoravam", ou, tentavam. Diziam que ele era "café-com-leite", só para ver se ele "parava de encher o saco, fingindo que brincavam com ele". Pior, que a gente sabe que é uma situação delicada. Cada fase tem sua característica, só que os menorzinhos precisam admirar os maiores e sentem uma vontade danada de estar com essas crianças maiores, que podem brincar como eles não podem. E como fazer para que haja equilíbrio? Deixar a criança menor ser rechaçada, aprendendo a se defender ou pedimos que os maiores - que também não têm consciência, ou maturidade, por ainda serem crianças, também - deixem a criança menor brincar um pouco? Voltando ao meu irmão, ele cresceu e passou a fazer parte desse mesmo grupo que o chutava para escanteio sempre... Como ele mesmo me disse: "depois que cresci, me vinguei..." - risos. Claro que era brincadeira, mas a "vingança" foi ver que depois dessa fase, as diferenças diminuem consideravelmente. 

Vi isso se repetir entre meus primos, os maiores queriam brincar entre eles. E, hoje, os que eram menores, são maiores que o meu pequeno e, hoje, Peu que é colocado de lado, quando lhes convêm. Sim, porque, por conveniência, eles sabem se "aproximar" de Peuzinho. Mas, Peu não conta conversa e faz seu espetáculo e, mesmo entre "bicos e resmungos", fora as caras feias, alguém o coloca no meio e ele se esbalda, seja num "playstation" - que ele nem sabe jogar direito -, seja num bate-bola, seja numa "pega-pega"... enfim, as mães dos maiores são de suma importância, nesse momento, para nós, mães dos menores - risos. O que é certo ou errado a gente não sabe. Eles - os maiores - se sentem injustiçados, não entendem, ainda, que as diferenças precisam ser respeitadas e para manter a paz, ceder um pouco ajuda. Por isso, a presença de mães mais conscientes ajuda. Nessas horas de impasse, o que mais falamos é lembrar aos maiores, que eles já forma pequenos e acontecia a mesma coisa e eles também agiam do mesmo jeito.

Sinceramente, eu não sofro ao ver isso acontecer, porque, dentro de mim rege a certeza de que daqui a alguns anos, Peu vai fazer isso com outra criança. Por mais que eu diga que a orientação que passo para ele não pé essa, parece fazer parte do "ser" criança - risos. Lógico que agirei dizendo a ele o mesmo que dizemos, hoje, aos maiores e por aí vai. Costumo dizer que quando os "assolans" chegarem - os futuros primos de Peu, que não vejo a hora de entrarem na barriga da mãe... risos - serão eles as vítmas,e, justamente, filhos do meu irmão caçula - ops! não, ele não está grávido, nem sua digníssima noiva, que tanto adoro! Mas, gosto tanta dessa cunha, que desejo muito a gravidez dela... Detalhe, bem provável que sejam gêmeos... Mas, gosto dela mesmo. Um amor de pessoa. Ticaaaaaa, amiga, amiga... risos. E aí?! Como será que ele agirá? Lembrará que passou por isso ou cobrará de Peu? Cenas dos próximos capítulos - kkkkkkkkkkk. Pelo que vejo das repetições, todos nós cairemos em cima de Peu, lembrando a ele que os "assolans" precisam da atenção do primo maior e que quando ele passou por isso, teve defesa, também. E a história continua. Mas, me refiro a diferenças de idade nessas fases, não as rixas e divergências comuns entre crianças dentro da mesma faixa. Para mim, depois dos três anos, as diferenças são muito poucas.

Bom, a vantagem é que Peu não fica muito preso a esses detalhes. Ele dá logo o jeito dele.

O mais legal é que depois eles crescem e tudo vira diversão. Passa tão rápido. Se nós, os adultos, não soubermos lidar com isso de maneira mais leve, sem entrar em atritos, sem acirrar guerras, podemos criar uma situação muito desagradável. Precisamos estar atentos a esses pequenos detalhes para ajudarmos nossos pequenos de hoje, se tornarem os adultos de amanhã, da melhor maneira possível. Não precisamos passar - já passando - nossos medos e angústias para eles. Nós precisamos nos melhorar e, naturalmente, eles aprendem que melhorar é possível.

Vamos compreender mais e, com isso, ajudar mais nossos pequenos de hoje. Alguém já parou para pensar em quanto repetimos muito do que criticamos dos nossos pais? Não necessariamente da mesma maneira, mas, o contexto. Por exemplo, minha mãe sempre foi muito zelosa e nos super-protegia - não é uma crítica, era como ela sabia agir - e isso nos bloqueou um pouco. Claro que podemos mudar, depois de adulto e donos da nossa vida. Mas, eu, por exemplo, já tive vontade de morar fora, quando mais jovem, e nunca investi nesse sonho, por temer ficar sem a proteção dela. Com Peu, acabo sendo controladora. Ela - minha mãe - era mais suave, eu, sou mais intensa. Mas, de qualquer maneira, o zelo dela era uma tipo de controle sobre nós - eu e meus irmãos - e eu, o repito em Peu. Muitas mães dizem: deixa o menino solto, o que é que pode acontecer? E me vem mil respostas na cabeça, como argumento ou como réplica... Na verdade, eu o deixo ficar solto, desde que dentro do meu ângulo de visão. Nesse caso, penso o seguinte: o juízo da criança é o adulto responsável... Ou seja, um adulto sem juízo, que responsabilidade ele tem e qual passará. para que o pequeno de hoje já comece a entender e internalizar que para tudo há uma consequência? Isso, para muitos é controle, para mim, é zelo... Viu, repito até a justificativa. Estou certa? Errada? Minha mãe, certa ou errada? Deus é quem sabe. De resto, nenhuma mãe deve julgar a outra, muito menos querer impor a sua maneira de educar como a melhor. Isso não existe. A melhor, para mim, é aquela onde passamos nosso amor, sem podar a criança e passar limite sem limitaçõe. Alguém? Alguém? Alguém tem esse equilíbrio perfeito aí? Não. Mas, com certeza, educamos nossos filhos com o amor que temos e da maneira que conseguimos. Fora que entra aí, também, um lance deveras importante: valores, ética, relações familiares, exemplos, educação social, educação acadêmica, meio social, crenças, etc. Ou seja, muita coisa. Somos infinitamente complexos, portanto, quase impossível estabelecer certos e errados. Mas, sempre existe um "bocão", descompensado e sem "sitocômetro" que insiste em estabelecer seus próprios paradigmas como um norte... E, na maioria dos casos, trata-se de alguém que a maioria das pessoas "condena"... Bom mesmo é "se tocar" e se for para ajudar, fale algo que ajude, mas, se for para se colocar como "a boa" ou "o bom", cai fora. Como exemplo, tem uma pessoa próxima a mim que vive dizendo: "deixa o menino solto, Patricia. Os meus cresceram, aí, oh, e eu, nunca deixei de curtir. Tem que deixar a criança livre..." O detalhe: quem disse que os filhos dela lá são referência para algo? Pois é, melhor não sair atirando pedra no telhado dos outros, porque todos nós temos nossas telhas de vidro. Duro é segurar a língua. Porque, se eu ceder a tentação de "jogar na cara" da pessoa as verdades que vejo do meu ângulo... vai doer. Mas, isso é bom? É nesse sentido que me esforço para ser alguém melhor? O meu "não saber ouvir" também já não denota em mim uma fraqueza que precisa ser trabalhada: mania de me preocupar com o que os outros acham?! Um "que se dane" é infantilidade, então, um "deixa para lá" casa melhor. Portanto, nós, mães mais conscientes do nosso papel e de nossas imperfeição humana, "DEIXEMOS PARA LÁ E SIGAMOS EM FRENTE", porque, literalmente, atrás - ou, ao lado - vem gente: nossos pimpolhos e pimpolhas. Na prática, só o que fica é aquilo feito de coração aberto. o resto que vá para onde tem que ir... Não, não fica bonito dizer aqui neste espaço tão legal - risosssss. Bom, as crianças crescem, né?! Ao menos, é o que se espera... Outras congelam a idade mental e só crescem a idade cronológica...

Então, deixemos que a compreensão seja algo mais forte do que a dor do sofrimento e da auto-punição. Nos libertemos em cada conflito desse. E, com relação às crianças, elas é que sabem nos conduzir. Observemos para agir. Porque, o instinto de sobrevivência permite que a criança cresça, mas, como nós queremos e o que oferecemos para que elas não seja mais um adulto "criança sobrevivente" e sim, um adulto com bons valores?

Saudações maternais e, até os próximos capítulos,

Pat Lins.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

MÃE SEMPRE TEM CULPA POR TUDO?

Nos últimos tempos, Pedro tem se machucado muito mais... pancadas, esbarrões... E, mesmo assim, ele não para.

Bom, graças a Deus, vou começar um trabalho e terei grana para pagar uma atividade física para ele - e vou seguir a orientação super dez de meu amigo André Leitte - cito-as em "HIPERATIVIDADE OU HIPER ATIVIDADE?".

Sei que existe muita mãe/pessoa imprudente por aí - isso não vai mudar com a maternidade, só pela maternidade... só mudamos nossas características com consciência, entrega, esforço e dedicação - o que não é o meu caso. Beiro mais a neurose do zelo, do que a imprudência. Fora que tenho uma grande bússola de 3 anos e 10 meses em minha frente que se mostra como é e ele é ligado no 220 - risos.

Pois bem, eis aqui meu questionamento/desabafo: MÃE É CULPADA POR TUDO? Lógico que sei e concordo completa e plenamente, que somos responsáveis e que criança pensa que tem sapiência de tudo, mas, ainda falta aprender muito; que são indefesas; que por mais inteligentes que sejam, são CRIANÇAS. Mas, não é disso que falo. Me refiro a eterna atmosfera de crítica pela crítica - sem intensão de contribuir. Levantar uma polêmica sem propor solução. Isso é leviandade.

Olha, vou falar da minha prática, que, talvez, seja mais comum do que se pensa. Como sei que Peu é como é - já que já nasceu assim - eu redobro minha atenção. Mesmo me esforçando para "respeitar" sua individualidade, estou sempre por perto, numa "liberdade vigiada" - como sempre fez minha mãe - para, justamente, ele continuar sendo um indivíduo vivo e inteiro. Ah, mas, essa é a maior queixa contra mim e minha maior "condenação": não deixar Pedro sozinho. Os sábios ignorantes ao meu redor repetem isso insistentemente. Como já estou saturada e não sou uma florzinha de pessoa, dou uma amostra grátis: vou ao sanitário mais próximo - xiii, entreguei o ouro... risos - e peço que olhe meu tesouro - porque Peu é meu tesouro,sim. Sua eletricidade não diminui suas qualidades, muito menos, meu amor por ele - e "batata", ou a pessoa se cansa ou deixa Peu solto e prestes a se machucar... Santo Deus que já o salvou de poucas e boas - e, a mim também... - até de pular de uma varanda num primeiro andar... Como essas pessoas não têm uma capacidade de análise auto-crítica, tenho que que ser "a chata" que não confia neles - "eles", não são todos... são pessoas específicas - e, por uma questão de proteção, mantenho minha postura e me trabalho para compreender que eles são como são e eu como sou... E Peu... é como é!

Retomando minha linha de raciocínio, quando, mesmo assim, ele consegeu furar o cerco - afinal, toda criança é sagaz e inteligente - e se machucar, sou condenada - muitas vezes pelas mesmas pessoas que me culpam pela vigilância - por não ter prestado MAIS atenção. Em substituição ao "deixa o menino, Pat", vem "Pat, não pode vacilar. Olha, criança requer atenção constante...Com fulano de tal foi assim, ela virou as costas e..." É, mas, isso só acontece com o filho dos outros, porque com os de quem levanta a crítica destrutiva, os filhos nunca se machucaram...deviam viver "dopados", então. E aí, a mãe é falha e culpada. Quando iremos compreender que nem sempre o binômio "culpa/culpado" precisa existir? Que acidente já se auto-define: a-ci-den-te. Dói, machuca, a gente sofre, se preocupa, pensa horrores, entra em pânico... enfim, aquele "Deusnosacuda", mas, não necessariamente, alguém causou aquilo ou tenha sido descuido ou desatenção. Me refiro a acidente, não a descaso e afins.

A última dele foi quase quebrar o nariz, da maneira mais boba, tropeçando no vento e caindo "de cara" no pé da cama. Houve culpa, intensão ou descuido, aí? Mas, o que já escutei de gente que nem ouve o que diz - sabe como é? Daquelas pessoas que falam se contradizendo, achando que estão cheio de moral - risos - me dizer que eu deveria ter mais cuidado, que criança nessa idade cega a gente... tudo que já sei, que já evito e, mesmo assim, aconteceu. Então, penso: reajo ou ignoro? Não é fácil, mas ignoro, engolindo a seco... Detalhe maior é que eu sempre fui "manteiga derretida", mas, tem horas que sangue frio é necessário - e, só Deus sabe o quanto é penoso para uma mãe se manter "fria" para socorrer o próprio filho - e, ainda me vem uma "cobrança" subliminar, em forma de alfinetada do tipo: "ela nem chorou..." Eu me esforço para segurar o choro e manter um pouco de racionalidade em alta e, ainda assim... deixemos para lá. Nós temos mania de procurar "culpado" - de preferência, culpando...

Pois bem, aqui fica meu questionamento/desabafo/alerta: MÃE SEMPRE TEM CULPA POR TUDO????

Saudações maternais,

Pat Lins.

terça-feira, 6 de julho de 2010

FALANDO UM POUCO SOBRE DPP - DEPRESSÃO PÓS PARTO

O depoimento abaixo escrevi para fazer parte da série "O Primeiro Ano de Maternidade Não é Um Carrossel" - ENQUANTO ESPERAMOS, um blog maravilhoso que a blogosfera me permitiu conhecer. Através do blog aliado ao universo materno, tenho conhecido pessoas lindas e fantásticas, sempre com algo de bom e edificante a acrescentar.

Foi com dor e prazer que escrevi o texto, para tentar levar a outras mães de primeira viagem a mensagem de que é difícil, sim, mas, a gente supera. Se a maternidade em si já é algo complexo, agravada por uma DPP é um buraco aparentemente sem fundo... Sei que muita gente não me compreendeu/compreende, mas, hoje, me esfoço para compreender que as pessoas são o que são e como podem ser, já sendo... afinal, se pudéssemos fazer/ser melhores, já o seríamos... podemos, sim, nos tornarmos melhores e, aí, seremos.

Enfim, vale a pena dar uma conferida no blog ENQUANTO ESPERAMOS e saciar-se um pouco com a sensibilidade e consciência da Carol - íntima, já - risos. E divulgar seu blog, que fala do quanto podemos aprender ENQUANTO ESPERAMOS.

Postei o depoimento aqui, porque devia isso ao "Mães na Prática", falar um pouco mais da minha prática em ser mãe e me aprender a cada dia, bem como do que foi para mim ter vivido a DPP. O depoimento é um resumo mínimo e com mais beleza do que a realidade foi...

Segue, agora, meu depoimento:

primeiro mês de Peu

Era uma vez um primeiro ano e, depois, apesar de tudo e muito mais, ainda somos felizes sempre!!!



Ao descobrir-se grávida, imediatamente, a mulher se apresenta a uma nova mulher, uma nova realidade, um novo ser. Realidade esta que nos é apresentada como o auge, plenitude e máxima realização de e para toda mulher. Isso lá tem suas verdades... como tal, apresentam vários ângulos, nuances e outras verdades coexistentes. Uma delas é que para curtir o amor pela cria, o ambiente não se transforma em algo tão fácil, bonitinho e sempre perfeito. Associado ao ajuste de vida do rebento, vem nosso desajuste e reajuste... Costumo descrever esse “primeiro” “encontro” entre nós, as mães com o(s) filho (s) como uma colisão entre mundos, onde, por melhor, mágico e mais bonito que seja, geram alguns abalos.

Se para toda mãe esse momento sublime já vem acompanhado de dificuldade e só a força do amor indescritível pode explicar como “sobreviver” a tantas ambigüidades, imagine para as mães, que, como eu, deparam-se com um fator surpresa, nada gratificante, que é a DPP – Depressão Pós Parto. Céu e “inferno” se encontram e nessa berlinda, o caos impera e o desespero se manifesta em escalas macro e microamibientais. Nesse momento, apesar de toda alegria que se sente e quer explodir, uma tristeza amarga, crônica e, aparentemente, infinita se instala e domina o ambiente. Ver seu filho chorar de fome, porque está de cocô ou com a fralda molhada de xixi são tormentos insuportáveis, mesmo sabendo-se ser natural. Enquanto razão grita que “é assim mesmo, a criança está se ajustando ao mundo aqui fora. Vai passar”, o buraco escuro e íngreme onde estamos caindo sem parar dispara o alarme de incêndio e desespero, abrindo fogo cerrado e a guerra começa. Isso, só considerando o “meu” mundo interno. Tudo vira dor, culpa, amargura, escuridão, queda... infinita ausência de expectativa e destruição de tudo que havia, de tudo que há e de tudo que haveria... Todo instante se torna eterno instante de vazio. Um buraco se abre, se abre e se abre... Me questionava: “em meio a tanto amor que recebo, tanto amor que tenho para dar e que explode em meu coração, porque a dor é tão maior e mais forte?” E isso me gerava culpa e culpa. Precisei parar de amamentar e a culpa aumentava. Cada fase daquele primeiro ano foi marcada por lutas, quedas e subidas. Só quando aceitei “A” verdade de que estava “doente” – seja lá qual fosse a origem – comecei a entrar no processo de voltar a enxergar. Com muito pouca lucidez, cuidava do meu filho diretamente. O amava e me sentia tão pequena perto dele. Cada fase em que ele “crescia”, eu crescia junto, debaixo de lágrimas e dor intensa em cada esforço. Permitir que aquela luzinha da inocência, chamada Pedro Henrique, me iluminasse com toda sua perseverança – todo bebê vem com imensa força e capacidade de superação... são desbravadores natos e guerreiros naturais – foi uma escalada sobre as feridas abertas em minh´alma, que sangrava e gritava a cada vontade de me erguer. Não podia perder o foco de recuperar e reconstruir toda ruína que era EU, transferindo para aquele pequeno ser essa carga e responsabilidade.

O primeiro ano é o mais difícil, porque nele cada dia equivale a meses ou anos. Cada dia uma mudança, um aprendizado intensivo, uma nova fase para a criança e para nós, mães. Vivemos a linha limítrofe entre dor e superação a todo instante e cada vitória vem regada a satisfação de ver nossa sementinha germinar e crescer. Passamos a sentir cólicas que não doem em nosso corpo; a engatinhar com eles; a sentar; a andar; a encarar o novo a cada novo segundo. A minha primeira grande batalha foi superar as dificuldades naturais com as “impostas”, pelo acaso, destino, hormônios, genéticas, distúrbios... naquele primeiro ano. Hoje, digo que aquele foi o primeiro ano do resto de nossas vidas. A DPP não interferiu e machucou apenas a mim, mas, a todos os envolvidos, principalmente, ao filho recém-chegado ao mundo. Se uma mãe se emociona com o primeiro: “mama”, eu me emocionei ainda mais, porque “acreditava” que ele não me reconheceria como “mãe”, porque eu não era a imagem perfeita da Santa Mãe que a tudo suporta, supera e compreende. Eu era a imagem de um ser humano destruído e me colocava como “desqualificada”. Olhar para mim, naquele primeiro ano – até meados do segundo... como interrompi o tratamento, durou mais do que se “esperava”. Uma depressão mal curada é pior do que uma recaída – era o mesmo que ver uma cidade destruída por um tornado. Para meu filho, noites e dias eram apenas instantes entre acordar e dormir no claro e no escuro... Para mim, era a perpetuação da dor interminável – me permitam a redundância.

As oscilações de humor doíam como facas apunhalando meu coração e minha mente disparava uma condenação perpétua por cada momento mal vivido... Mas, algo aconteceu naquele ano, que me tocou tanto e me ajudava muito, a alegria pura de Pedrinho. Parecia que ele não se deixava atingir pela angústia e reagia com a mais pura demonstração de leveza: seu sorriso e olhar brilhante. Então, vi que eu não era só lado ruim, eu ainda carregava em mim minha essência, a “Patricia” que sempre fui e que queria emergir nova e renovada. Essa “Patricia” precisou reaprender a engatinhar, andar, falar e, acima de tudo, SORRIR. Não foi a melhor aula que tive em minha vida, ao menos, não através da didática imposta pela dor, mas, com certeza, aquele primeiro ano foi a maior lição de toda a minha vida.

Se alguma mãe ou pessoa envolvida num processo similar estiver lendo este depoimento – não muito específico, porque ainda carrego muita dor... algumas feridas/seqüelas foram abertas e hoje, após 3 anos e 9 meses do parto, estão sendo devida e conscientemente bem tratadas – por favor, redobre a força do amor e compreensão – nada é exato e linear – e se esforce para “calar” a boca do orgulho, do julgamento, da razão sem razão... lembre-se de deixar passar, aceitar-se doente e, por isso, terapia – com profissional competente e humano - é um bom caminho, e, acima de tudo, repita para si: A DOR SÓ DÓI ENQUANTO ESTÁ DOENDO... DEPOIS, PASSA! E deixa a dor passar. Talvez nunca vá saber, exatamente, o ponto, a origem da DPP, mas, mesmo em busca constante para essa resposta, me entrego ao esforço diário de viver cada instante e aprender mais sobre mim, em busca de me libertar e redefinir como ser humano, resgatando os bons valores e levando-se a sério e como possíveis de viver, sim. Tudo passa! E o que a gente não deixa ir, vai passando e levando mais do que deveria.

Saudações maternais,



Pat Lins.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"EU FAÇO XIXI NA CAMA, É DIFÍCIL SEGURAR..."


"Eu faço xixi na cama
É dificil segurar
Sonho que tô no vazinho
E ele vem devagarinho

  
É quentinho, é quentinho,
É quentinho, é bem quentinho

Quando acordo na preguiça
Minha cama tá molhada
Não foi chuva lá do céu
Eu acho é que vazou da fralda



Todo mundo faz, todo mundo faz
A babá já fez e o vovô ainda faz

Não faça drama, porque eu fiz xixi na cama"
("Funk do Xixi", Música do CD "A Casa Amarela", de Ivete Sangalo e Saulo)



Pode parecer infantil - e é - mas, a letrinha dessa música mostra como a gente sempre fica apreensiva com o "xixi na cama".

Qual a fase certa para tirar as fraldas? Como e o que devemos fazer? O que esperar para medir se o método está certo ou hora de mudar a estratégia?

Mari Carneiro, uma verdadeira  MÃE NA PRÁTICA e profissional competentíssima, também blogueira  - Pequenópolis Crianças a Solta na Pequenopólis -, nos enviou essa sugestão de pauta e ainda colaborou com um texto riquíssimo sobre o assunto, que colocaremos no próximo post. Na prática é isso, toda mãe quer ajudar.

QUAL A MELHOR HORA PARA TIRAR AS FRALDAS? COMO FAÇO? A minha primeira "decisão" não partiu  de mim e, sim, das pressões dos/as "sabe-tudo" de plantão. Escutei histórias de que já tinham tirado as fraldas desde bebê. Bom, como eu falo, a gente escuta de um tudo, né?! Pena que tudo é uma palavra que só cabe nela mesma... O fato é que ativou meu complexo e me senti frustrada, por meu filhos ter pouco mais de 1 ano e ainda usar fraldas - aliás, como TODAS as crianças ao redor dele... Depois, outra veio me dizer que tirou as fraldas com 1 ano e 8 meses e que era a idade ideal... Conversei com a pediatra dele e procurei me informar - porque ela também tem filhos, o que quer dizer que ela é mãe, na prática, antes de ser médica - e ela me disse que "pelos estudos, o ideal era começar a mudança a partir dos 2 anos e meio. Por uma questão de controle do esfínciter, antes de 2 anos e meio eles não têm...e não é bom os estímulo precoce. Cada criança tem um ritmo que deve ser respeitado, para não causar problemas graves e para a vida toda... tipo prisão de ventre ou distúrbios na urina..." em suma, ela me explicou que podemos desencadear uma série de traumas que serão refletidos no organismo da criança/futuro adulto. Veja como somos essencialmente, o que aprendemos na infância... Na prática, nós, mães, pais, família, responsáveis, afins... precisamos tomar muito cuidado com nossas ansiedades.

Quando meu filho estava com 1 ano e meio, resolvi que "era a hora" - foi a "decisão por pressão". Independente da minha realidade à época - e isso interfere no processo, afinal, tudo está interligado, mesmo... - eu "decidi" tirar. Conversei com ele, expliquei que ele ia "fazer xixi e cocô igual a papai e mamãe, e que a gente não usa fraldas..." etc. Ele achou engraçado e entro no clima. Durante o dia, adotei a estratégia de deixá-lo só de cuecas e grudar nele para obseravar a hora de levar ao vasinho. Detalhe é que eu esperava o biquinho lindddooo que ele sempre fazia - quando bebê - e anunciava que o xixi estava saindo. Pois é, com a comodidade da fralda, eu nem reparava se ele ainda fazia o tal biquinho... risos. Molhava a casa toda e chorava. Eu me irritava, comigo, mas o beijava e dizia que ficasse tranquilo que mamãe ia enxugar. Mentira! Ele "via" que eu não estava satisfeita. Fora que eu dizia: "viu, filho, quando der a vontade, só ir para o banheiro. Chama a mamãe que a gente vai junto". Ou seja, ele associava, mais uma vez, apenas o "erro". Ele era o "errado". E não deve ser por aí. Fazer xixi no chão é falta do controle que é aprendido a medida que vai fazendo e no tempo certo. Já o cocô, ele corria, batia na porta do banheiro e falava: "cocô, mãe. Cocô". Eu o sentava no redutor e ele fazia. Foi uma fase estressante.


Vi que ele não estava preparado e eu o estava forçando, para agradar uma única pessoa - eu mesma. Para que eu "mostrasse" a criatura que a-do-ra-va se gabar de ter tirado as fraldas dos filhos antes de 1 ano... Bom, segui meu coração - olha, tem horas que estamos em meio a tanto barulho que nem nos damos chance de parar e escutar a gente mesma... nosso coração e nosso bom senso - e conversei com Peu, perguntando se ele queria usar a fralda de novo? Ele assentiu e vi, naquela reação, que era tudo que ela queria! A gente tem mania de contar o tempo e cada fase como algo facilmente determinado e com uma lógica a seguir... as crianças não são só "faça o que estou te dizendo". São pessoinhas em formação.

Com pouco mais de 2 anos ele começou a demonstrar que a fralda incomodava. Aquele era o sinal. Eu estava numa fase exausta e como cuido da casa e dele em tempo integral - fiquei sem trabalhar por conta da Depressão Pós Parto - DPP - e minha vida era só eu e ele, na prática, ele, ele e ele - risos - não me sentia motivada a "começar tudo de novo". Pois, o estímulo veio dele mesmo. Começava a tirar a fralda e fazia o xixi no chão, por não conseguir segurar até o vasinho - ele não quis conta com penico. Uma outra amiga, que passava pelo mesmo dilema, contou com a colaboração da escola. Mas, em casa, ela não prosseguia e a escola, então, parou de tirar a fraldinha do menino, porque em casa ela não dava continuidade... Durante essa conversa comigo, achei que poderíamos nos ajudar.


Me esforcei e, dentro de minha rotina desgastante, precisava haver espaço, porque aquela era a hora de Peu e eu precisava respeitar o tempo das coisas e deixar de hipocrisia. Minha amiga relutou, relutou, relutou. Eu comecei e foi ótimo! No tempo certo é mais flúido, já que a predisposição dele significava seu preparo. Era o seu tempo. Foi maravilhoso e mais fácil que pensei. Ele tanto queria, que contribuiu. Raramente fez xixi no chão e nós estávamos juntos. Quando ele molhava o chão, me chamava, conforme combinamos, e, fora uma vez ou outra que ele decidia tomar a iniciativa de enxugar o chão, eu enxugava sorrindo - de verdade... mesmo cansada e com leve vontade de me fazer de vítma, por ter que "parar para", repetia para mim que fazia parte do processo e isso ia passar. E passou! Em alguns dias - dias mesmo - ele já tinha o controle e fazia seu xixi no vaso. Com 2 anos e meio ele já saía sem fralda, cochilava a tarde sem fralda... foi a liberdade! Mas, o cocô, que ele na primeira tentativa, fazia no vaso, com facilidade, hoje, regrediu e só quer na fralda... entre chateações e conformações, decidi deixar, por enquanto, até ele dar o sinal. Ele sabe usar o vaso, sabe colocar seu redutor... só não quer parar para fazer... a fralda segue ele nas brincadeiras, né?! Então, preciso respeitar mais esse tempo. Constantemente pergunto se quer fazer no vaso e me ofereço para ficar com ele, o tempo que precisar. Levo revistas - que ele pede... risos -, som, papel... quando estou com disposição isso dá certo, mas, quando estou cansadíssima, coloco a fralda e relaxo! A culpa também não me faria bem... é deixar passar, agora. Tento descobri mil maneiras. Um dia, dá certo!

Na verdade, esse assunto é muito delicado. Envolve mais do que "mostrar para sua amiga que seu filho não usa fraldas... portanto, mais esperto que o dela..." Como costumo falar, TUDO está INTERLIGADO. O estímulo precoce é desnecessário e descabido. A questão é esperar a hora certa; conhecer seu/sua filho/filha; conversar; conversar com a (o) médica (o) pediatra. Manter a calma e tranquilidade, mesmo que esteja nervosa e descontrolada... puxa do útero que vem. Não se castigue remoendo "culpa por..." Identifique e assuma que está sem gás, mas, é preciso e pronto.
A decisão de que hora tirar a fralda é uma das mais delicadas que precisamos tomar e uma das mais libertadoras!

Esse tema é muito abrangente. Dessa decisão, e de como fazer, existem vários aspectos a serem abordados. Mas, o mais importante é RESPEITAR a criança e não dar ouvidos a sua amiga que já "desfraldou". Cada um em seu ritmo e a criança é um ser humano, não um atleta em competição.

Agora, nada de desespero. Ou, se ajudar, mesmo que esteja desesperada, repita em voz alta: "isso é só mais uma fase. passa!" e se permita acreditar, porque é verdade, passa. Não importa como a gente passe - quase uma uva passa... risos - mas, passa. E, para cada nova fase na vida do filho, a mesma mãe. A gente sempre estará lá, ao lado deles, mesmo que  já sejam pais, mães...  Cada nova fase, outra mudança... "mamãe"!

beijossss,

Pat Lins.

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