sexta-feira, 16 de abril de 2010

"EU FAÇO XIXI NA CAMA, É DIFÍCIL SEGURAR..."


"Eu faço xixi na cama
É dificil segurar
Sonho que tô no vazinho
E ele vem devagarinho

  
É quentinho, é quentinho,
É quentinho, é bem quentinho

Quando acordo na preguiça
Minha cama tá molhada
Não foi chuva lá do céu
Eu acho é que vazou da fralda



Todo mundo faz, todo mundo faz
A babá já fez e o vovô ainda faz

Não faça drama, porque eu fiz xixi na cama"
("Funk do Xixi", Música do CD "A Casa Amarela", de Ivete Sangalo e Saulo)



Pode parecer infantil - e é - mas, a letrinha dessa música mostra como a gente sempre fica apreensiva com o "xixi na cama".

Qual a fase certa para tirar as fraldas? Como e o que devemos fazer? O que esperar para medir se o método está certo ou hora de mudar a estratégia?

Mari Carneiro, uma verdadeira  MÃE NA PRÁTICA e profissional competentíssima, também blogueira  - Pequenópolis Crianças a Solta na Pequenopólis -, nos enviou essa sugestão de pauta e ainda colaborou com um texto riquíssimo sobre o assunto, que colocaremos no próximo post. Na prática é isso, toda mãe quer ajudar.

QUAL A MELHOR HORA PARA TIRAR AS FRALDAS? COMO FAÇO? A minha primeira "decisão" não partiu  de mim e, sim, das pressões dos/as "sabe-tudo" de plantão. Escutei histórias de que já tinham tirado as fraldas desde bebê. Bom, como eu falo, a gente escuta de um tudo, né?! Pena que tudo é uma palavra que só cabe nela mesma... O fato é que ativou meu complexo e me senti frustrada, por meu filhos ter pouco mais de 1 ano e ainda usar fraldas - aliás, como TODAS as crianças ao redor dele... Depois, outra veio me dizer que tirou as fraldas com 1 ano e 8 meses e que era a idade ideal... Conversei com a pediatra dele e procurei me informar - porque ela também tem filhos, o que quer dizer que ela é mãe, na prática, antes de ser médica - e ela me disse que "pelos estudos, o ideal era começar a mudança a partir dos 2 anos e meio. Por uma questão de controle do esfínciter, antes de 2 anos e meio eles não têm...e não é bom os estímulo precoce. Cada criança tem um ritmo que deve ser respeitado, para não causar problemas graves e para a vida toda... tipo prisão de ventre ou distúrbios na urina..." em suma, ela me explicou que podemos desencadear uma série de traumas que serão refletidos no organismo da criança/futuro adulto. Veja como somos essencialmente, o que aprendemos na infância... Na prática, nós, mães, pais, família, responsáveis, afins... precisamos tomar muito cuidado com nossas ansiedades.

Quando meu filho estava com 1 ano e meio, resolvi que "era a hora" - foi a "decisão por pressão". Independente da minha realidade à época - e isso interfere no processo, afinal, tudo está interligado, mesmo... - eu "decidi" tirar. Conversei com ele, expliquei que ele ia "fazer xixi e cocô igual a papai e mamãe, e que a gente não usa fraldas..." etc. Ele achou engraçado e entro no clima. Durante o dia, adotei a estratégia de deixá-lo só de cuecas e grudar nele para obseravar a hora de levar ao vasinho. Detalhe é que eu esperava o biquinho lindddooo que ele sempre fazia - quando bebê - e anunciava que o xixi estava saindo. Pois é, com a comodidade da fralda, eu nem reparava se ele ainda fazia o tal biquinho... risos. Molhava a casa toda e chorava. Eu me irritava, comigo, mas o beijava e dizia que ficasse tranquilo que mamãe ia enxugar. Mentira! Ele "via" que eu não estava satisfeita. Fora que eu dizia: "viu, filho, quando der a vontade, só ir para o banheiro. Chama a mamãe que a gente vai junto". Ou seja, ele associava, mais uma vez, apenas o "erro". Ele era o "errado". E não deve ser por aí. Fazer xixi no chão é falta do controle que é aprendido a medida que vai fazendo e no tempo certo. Já o cocô, ele corria, batia na porta do banheiro e falava: "cocô, mãe. Cocô". Eu o sentava no redutor e ele fazia. Foi uma fase estressante.


Vi que ele não estava preparado e eu o estava forçando, para agradar uma única pessoa - eu mesma. Para que eu "mostrasse" a criatura que a-do-ra-va se gabar de ter tirado as fraldas dos filhos antes de 1 ano... Bom, segui meu coração - olha, tem horas que estamos em meio a tanto barulho que nem nos damos chance de parar e escutar a gente mesma... nosso coração e nosso bom senso - e conversei com Peu, perguntando se ele queria usar a fralda de novo? Ele assentiu e vi, naquela reação, que era tudo que ela queria! A gente tem mania de contar o tempo e cada fase como algo facilmente determinado e com uma lógica a seguir... as crianças não são só "faça o que estou te dizendo". São pessoinhas em formação.

Com pouco mais de 2 anos ele começou a demonstrar que a fralda incomodava. Aquele era o sinal. Eu estava numa fase exausta e como cuido da casa e dele em tempo integral - fiquei sem trabalhar por conta da Depressão Pós Parto - DPP - e minha vida era só eu e ele, na prática, ele, ele e ele - risos - não me sentia motivada a "começar tudo de novo". Pois, o estímulo veio dele mesmo. Começava a tirar a fralda e fazia o xixi no chão, por não conseguir segurar até o vasinho - ele não quis conta com penico. Uma outra amiga, que passava pelo mesmo dilema, contou com a colaboração da escola. Mas, em casa, ela não prosseguia e a escola, então, parou de tirar a fraldinha do menino, porque em casa ela não dava continuidade... Durante essa conversa comigo, achei que poderíamos nos ajudar.


Me esforcei e, dentro de minha rotina desgastante, precisava haver espaço, porque aquela era a hora de Peu e eu precisava respeitar o tempo das coisas e deixar de hipocrisia. Minha amiga relutou, relutou, relutou. Eu comecei e foi ótimo! No tempo certo é mais flúido, já que a predisposição dele significava seu preparo. Era o seu tempo. Foi maravilhoso e mais fácil que pensei. Ele tanto queria, que contribuiu. Raramente fez xixi no chão e nós estávamos juntos. Quando ele molhava o chão, me chamava, conforme combinamos, e, fora uma vez ou outra que ele decidia tomar a iniciativa de enxugar o chão, eu enxugava sorrindo - de verdade... mesmo cansada e com leve vontade de me fazer de vítma, por ter que "parar para", repetia para mim que fazia parte do processo e isso ia passar. E passou! Em alguns dias - dias mesmo - ele já tinha o controle e fazia seu xixi no vaso. Com 2 anos e meio ele já saía sem fralda, cochilava a tarde sem fralda... foi a liberdade! Mas, o cocô, que ele na primeira tentativa, fazia no vaso, com facilidade, hoje, regrediu e só quer na fralda... entre chateações e conformações, decidi deixar, por enquanto, até ele dar o sinal. Ele sabe usar o vaso, sabe colocar seu redutor... só não quer parar para fazer... a fralda segue ele nas brincadeiras, né?! Então, preciso respeitar mais esse tempo. Constantemente pergunto se quer fazer no vaso e me ofereço para ficar com ele, o tempo que precisar. Levo revistas - que ele pede... risos -, som, papel... quando estou com disposição isso dá certo, mas, quando estou cansadíssima, coloco a fralda e relaxo! A culpa também não me faria bem... é deixar passar, agora. Tento descobri mil maneiras. Um dia, dá certo!

Na verdade, esse assunto é muito delicado. Envolve mais do que "mostrar para sua amiga que seu filho não usa fraldas... portanto, mais esperto que o dela..." Como costumo falar, TUDO está INTERLIGADO. O estímulo precoce é desnecessário e descabido. A questão é esperar a hora certa; conhecer seu/sua filho/filha; conversar; conversar com a (o) médica (o) pediatra. Manter a calma e tranquilidade, mesmo que esteja nervosa e descontrolada... puxa do útero que vem. Não se castigue remoendo "culpa por..." Identifique e assuma que está sem gás, mas, é preciso e pronto.
A decisão de que hora tirar a fralda é uma das mais delicadas que precisamos tomar e uma das mais libertadoras!

Esse tema é muito abrangente. Dessa decisão, e de como fazer, existem vários aspectos a serem abordados. Mas, o mais importante é RESPEITAR a criança e não dar ouvidos a sua amiga que já "desfraldou". Cada um em seu ritmo e a criança é um ser humano, não um atleta em competição.

Agora, nada de desespero. Ou, se ajudar, mesmo que esteja desesperada, repita em voz alta: "isso é só mais uma fase. passa!" e se permita acreditar, porque é verdade, passa. Não importa como a gente passe - quase uma uva passa... risos - mas, passa. E, para cada nova fase na vida do filho, a mesma mãe. A gente sempre estará lá, ao lado deles, mesmo que  já sejam pais, mães...  Cada nova fase, outra mudança... "mamãe"!

beijossss,

Pat Lins.

2 comentários:

  1. Parabens pelo excelente post!!!Tb vivia me cobrando sobre a hora de tirar as fraldas da minha filha do meio , hj com 2 anos e 10 meses..a minha primogenita deixou as fraldas com 2 anos e 3 meses ..eu tb havia tentado com 1 aninho e meio..nao deu certo..me frustrei e estressei a menina...aos 2 anos e 3 meses, ela pediu pra comprar a "cocinha" (calcinha)..tb quando largou, largou total..tanto a diurna quanto a noturna..A minha do meio , essa de 2 aninhos e 10 meses coitadinha ja sofria a pressao da louca da mae(eu) por conta da mais velha, hj com 8, ter largado aos 2 e 3 meses...quando me dei conta da piracao e do estresse que eu estava causando nela..sem a menor necessidade e por pura pressao minha e das tais "amigas" que vivem como a alice no pais das maravilhas..onde tudo eh extremamente facil...rsrs..qdo me dei conta disso desencanei..ainda por cima ganhei outro bebe nesse meio tempo, hj com 9 meses, e ainda tinha o tal do retrocesso q rola com a chegada de um novo bebe, pra eu me preocupar!Enfim, cansad e esgotada, confesso a vcs que agora aos 2 anos e 8 mesesque meu marido quem tomou a iniciativa de desfralda-la..e deu certo! Foi no tempo da pequena! Hj fopi o primeiro dia na escolinha sem fraldas! Estou muito feliz e concordo plenamente que quando nos desesperamos , o melhor eh pensar que vai passar logo..afinal eu nunca vi nenhuma crianca de 5 anos com fraldas!!rsrs Encarem como paciencia e como fase! e obrigada pelo apoio! bj a todas

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  2. Obrigada, Patty, pela sua participação. Imagino sua situação, viu? 3 filhos deve ser maravilhoso, mas, haja gás. Realmente, essa questão de tirar a fralda de Peu foi um dilemaço. Até para ele foi um fechamento de ciclo. Como se ele tivesse despertado para o crescimento. Muito lindo poder ver e sentir nosso filho e escutar o que ele diz, ainda que seja em ações, o que ele precisa. Parabéns por ter esse cuidado com seus pimpolhos e muita força para vcs. Quem sabe um dia eu crio coragem para ter outro. Beijos, Pat.

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