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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

RETROSPECTIVA 2013 QUE VENHA 2014!



Pois é... este ano foi meio puxadinho para a mamãe aqui, daí o blog ter ficado meio que negligenciado... Foi fácil, não. EM NADA! Com relação ao âmbito mãe, tivemos - em família - que fazer grandes mudanças - inclusive, de casa... Limpamos o ambiente geral. Lógico que as consequências e os resultados se estabeleceram, mas, novas tentativas e novos sucessos. Fracasso? Lógico: a relação com uma escola que confiei tanto... que nos fez Experimentar o amargo e o doce de ter que ser muito firme e consciente num processo conturbado. Mas, está tudo melhorando e dando certo - ainda que muitas perdas sendo colhidas... mas, nada melhor do que reverter em ganho. Sem falso otimismo, com pés no chão e seguindo em frente, para frente! 

Essa geração de hoje em dia é um grande desafio a pais, amigos, educadores e coordenadores pedagógicos, também - aquelas que carregam a arrogância de saberem tudo, porque aprenderam em algum mestrado, essas acabam sabotando e muito essas crianças.

Mas, isso não é desculpa para não dar limite e ser firme, muito menos me impede de dar LIMITE com AMOR - mesmo que perca as estribeiras muitas vezes e fale "grosso", como diz Peu.


Eles são ávidos por viver. São ansiosos elevados à 18ª potência. Não desligam fácil. Geralmente, são arrebatados pelo sono. Acordam cedíssimo e sempre elétricos. Mas, quando bem conduzidos, usam seu potencial de segurança e autonomia, com capacidade de investigar e descobrir - Peu diz que vai ser cientista.

São artistas, EM TUDO. Sensíveis, ligados, antenados... porém, geniosos e prepotentes, porque acham que sabem de tudo. Eles vêm sabendo muito mais do que a gente sabia que sabia na infância.

As crianças de hoje em dia não apenas sabem o que querem, como sabem brigar por isso. Eles precisam de DIÁLOGO. Explicando eles COMPREENDEM. Mas, explicando com HONESTIDADE. A gente não convence essas crianças, elas já são convencidas de si... a gente expande consciência, com DIÁLOGO, sempre! E isso nos leva, algumas vezes a quase perda de auto controle... Toca fundo e não para. É um excesso de atenção e extrema vigilância que desgasta, sim. Eles, sim, nos ensinam o que a máxima "padecer no paraíso" quer dizer... a gente morre de cansaço. Mas, eles clamam por cultura, por arte, por beleza, por sol, por alegria! Eles clamam por CONTEÚDO! E um conteúdo que não seja estanque. Um conteúdo que se atualize e que considere que existe o "Muito mais do que isto aqui!"

Pois é, eles querem nos dizer algo. Eles querem nos fazer sair desse lugar chato e entediante, chamado de "zona de conforto". Na companhia deles, das duas uma: ou você ama ou você cai fora... É duro afirmar, até para uma pessoa autoritária, líder e firme como eu, mas eles SABEM o que querem e não aceitam ordens. Descobri com Peu que ele aceita orientação. Só que são crianças e também tem a questão da birra, da pirraça... do TESTAR LIMITES, como qualquer criança. A diferença? Eles só querem saber em quem confiar, porque, afinal, eles já sabem o que querem... 

Penei muito, ano passado, 2012, com relação à escola - ah, a propósito, precisei tirá-lo no meio do ano, mesmo confiando muito na professora deste ano, mas, existe uma coisa que se chama ranço e falta de humildade em (re)conhecer as próprias falhas da direção e coordenação e o quanto comprometeram o desenvolver de Pedrinho, apenas por não saberem que não sabiam o que fazer e duvidavam de quem o acompanhava, como a psi, uma equipe que trabalha com equoterapia, etc... Enfim, estávamos todos errados, apenas elas certas... e errando e eu, que precisei ser radical, pensei: "Melhor salvar meu filho! Limpar ambiente! Começar do zero!". Isso foi necessário, porém, tardio, porque o estrago estava feito. Mas, tudo ao seu tempo e sempre tem solução - e retomando sobre o início do parágrafo: e vi, na prática, o quanto a parceria com pessoas interessadas faz diferença. Tudo o que batalhamos, para lidar com o comportamento do meu filho - que é um grande desafio, diante de tamanha inteligência e capacidade de articular o que pensa e como pensa e do quanto ele entende o que acontece ao seu redor - foi comprometido em 2012 e início de 2013 por conta da falta de preparo e boa vontade da equipe da escola - que é muito boa, sim, porém, está comprometida pela cegueira e falta de humildade em assumir as próprias limitações... êta, que esse fechamento de ano está amargo... por enquanto. Pois sim, isso quer dizer que essas crianças atuais demandam de um tratamento igual, mas diferenciado... Falta equilíbrio, porque ainda não se sabe como lidar com eles, mas uma coisa já é comprovada: os métodos conhecidos não são efetivos de maneira positiva e construtiva... Caminhemos! A luta foi por compreensão e parceria... mas, virou briga e medição de forças, por falta de profissionalismo e humanismo. Para ser profissional, não tem que deixar de ser humano. E para ser humano não precisa ser cego e tacanho... Entende?! 

Um profissional seguro, aberto... é capaz de ter afeto, sim, mas isso não o impede de ser eficiente... já alguns que se gabam de "manter a distância" como sinônimo de frieza e incompetência, esses, perdem MUITO com essa nova geração, porque não conseguem fazer o que precisa ser feito e perdem a chance de conhecer um mundo novo que surge já, agora! Pena que nos faz perder, também...

Fazer escolhas conscientes e o processo constante de auto busca e autoconhecimento me ajudam muito a lidar com meu filho. A melhor maneira de ensinar é SENDO exemplo. Olha o verbo no gerúndio: é enquanto estamos crescendo e isso é todo o dia.

A nova escola me remete aos cuidados que ele teve com a equipe inicial da escola anterior: assume o desafio como desafio, assume o que se sabe até ali e assume que está ali, junto, em parceria, sem julgamento e condenação, com o tom pesado de culpa e culpado... retomamos, com essa parceria, o tom de "estamos juntos para ajudar!". 

A mudança foi positiva, apesar das consequências do que fora feito e os danos causados... daqui para frente é reconstruir. Melhor, construir. Precisamos derrubar as paredes tortas e erguemos novas e retas.

Estou escrevendo e preparando meus livros, para lançar ano que vem - assim espero!

O que mais aprendi, como mãe, é que filhos diferentes dão um mega trabalho, mas quando olhamos bem para eles e os sentimos, acredite, um mundo rico, lindo e novo é aberto. 

Para 2014? Desejo que os frutos, agora plantados, apareçam. Desejo a paz no mundo, começando pelos apaziguamentos dos mundos individuais de cada ser humano. Desejo desejar apenas o necessário! Nada de ilusão e fantasia que desviem do real. Consciência! Clamo pela consciência em todos nós!

Que 2014 venha com portas abertas para o apaziguar de ânimos. Que venha com AMOR, gente! Isso está sendo esquecido. Logo o AMOR... Desejo "queda aos rótulos"! Isso é para produtos, para nos orientar... não serve para nós, humanos!

Enfim, caso eu não consiga voltar no Natal, fica aqui o meu voto de um mundo mais acolhedor! Desejo acolhimento com consciência e amor!

Pois é: levanta, sacode a poeira e faz o que precisa ser feito!

Ano que vem, algumas novidades...

Saudações maternais,

Pat Lins.

sábado, 21 de setembro de 2013

APRENDENDO COM MARIA

Essa eu precisava compartilhar com todas nós!

Imagem: internet: http://giselefmaciel.blogspot.com.br/2011_09_18_archive.html

Uma colega da pós postou essa mensagem linda e que me tocou muito:

"Maria, 5 anos, gritou para mim em plenos pulmões: 'você não pode me testar (se referindo a minha tentativa frustrada de tentar faze-la comer o almoço todo) eu vou viver como eu quiser!' . Cinco minutos depois resolveu me dar novamente a flor que já tinha me dado e tomado de volta. Maria pergunta: 'Alana, você quer merecer a minha flor?'; Alana: 'Maria você já me deu, já tomou, o que é essa flor finamente?'; Maria responde: 'é uma especia de Amor! Alana!! Você tem que aceitar e cuidar dela!' ".

Daí, sabe, me tocou e acabei embarcando. Maria me lembra meu filho Pedro, em sua maneira firme e assertiva em questionar. As crianças de hoje em dia, são crianças, claro, precisam de limites, claro, mas acima de tudo, o que Pedro vem me ensinando - e, agora, Maria - é que eles são diferentes da nossa geração. Não temos como negar. Como é tudo novo, estamos tateando em como educá-los da melhor maneira. Porém, quais são as nossas referências? Os padrões anteriores. Como usar algo que está aí, que já estava aqui... em algo que "acabou" de surgir?

Nenhum de nós - pais, mães... família, amigos, educadores, psicólogos... - está firme e convicto de que damos conta dessa geração. Estamos?! Mas, com base no que temos, damos sequência. Eu "penei" muito até começar a entender uma coisa. Conversando com uma senhora que tinha um filho diferente, por ter uma "patologia" - se é que existe isso... mas, é como a ciência ainda consegue afirmar... - que é o autismo, ela me disse uma coisa que me marcou: "precisamos entrar no mundo deles e não trazê-los para o nosso!". Daí, pensei: É ISSO!

Essa nova geração vem sem patologia - em geral -, no que se refere aos laudos médicos, mas com uma inteligência acima da média, que mais parecem mini adultos. Isso, ao meu ver - não sei se estou certa ou errada, mas estou aprendendo nesse tempo - não os torna adultos e nós precisamos agir como adultos e deixar claro que eles são crianças e, por mais espertas e atentas, são crianças... 

O que me levou a refletir mais foi o fato de como TODOS  eles - me refiro com que conheço com essas características ímpares e alguns que algumas mães me enviam relatos - clamam o AMOR. É como se eles dissessem: esse é o caminho AMAR. E o que vem a ser amar? É aceitar o outro como é e conviver com as DIFERENÇAS. Não é trazer ninguém para o nosso mundo, é estar no mundo. O Universo é tão vasto, se bem observarmos, e representa o infinito, em sua plenitude e harmonia, da diversidade. Tememos tanto as diferenças que se alguém fala que viu um ET, a gente ri... 

Não aceitamos as diferenças porque elas exigem ação - reflexão - ação - reflexão - ação... As diferenças nos fazem andar e movimentar. Essa nova geração traz isso: movimento. A acomodação, as velhas crenças - que não estavam nem erradas, nem  certas, era o que tinha em cada época - tudo isso precisa ser derrubado. Derrubar de vez? Não. Percebamos que eles chegam aos poucos e vão aumentando. Inevitável essa comparação entre gerações, mas no que se refere a atual, ela rompe com tudo e com todas as anteriores! Creio que isso esteja assustando muito, em vez de nos fazer aceitar! Por conta deles? Não, por conta da nossa limitação.

Quando Maria afirma - assim como Peu - que sabe o que quer e, depois, vem nos lembrar que aquilo é passado, agindo dali para a frente, a gente pensa que eles estão brincando ou zoando... Pedro, hoje em dia, me pergunta: "Ué! E o que foi que eu fiz de errado dessa vez? Como é o certo para vocês?". Eles se sabem e se vêm diferentes... sentem o baque, sofrem, agindo de maneira agressiva, muitas vezes, mas lidam com uma libertação e ruptura com o que prende que impressiona. Eles não guardam rancor. Isso me impressiona.

Me recordo dos problemas que tivemos, ano passado, com relação a antiga escola e, ainda que compreenda que eram humanos, e faziam o que davam conta - me incomodou, confesso, a falta de humildade e se reconhecerem como tal, agindo como juízes supremos e sábios plenos, em vez de assumirem que estavam tão perdidos como qualquer outro mortal, humano e aprendiz da vida - eles atingiram Pedro, a ponto de desencadear alguns bloqueios que, hoje, estão sendo tratados e trabalhados. Porém, ele não traz raiva, rancor ou qualquer sentimento assim. Ele sente carinho, inclusive, e fala dessas pessoas, como se me dissesse: "Mãe, deixa para lá! Passou! Agora, limpamos o ambiente e recomeçamos!". 

Ele me perguntou: "O que são emoções, mãe? É só tristeza?". Porque ele sentiu uma dor na barriga e eu perguntei: "Tem algo te inquietando, filho? Você está muito agitado, pode ser emoção, por conta do seu aniversário que está perto..." - ele a-do-ra festas e o aniversário dele, então, ele AMA! 

Daí, expliquei para ele, do meu jeito, pega de surpresa, como sempre, e sem tempo de racionalizar para enrolar, apenas com tempo de raciocinar o que senti e elaborar uma maneira de explicar honesta: "Filho, emoções são essas coisas que a gente sente e não sabe explicar muito bem, como quando ficamos alegres demais; ou tristes demais; ou pensativos demais; ou querendo ficar sozinho, de vez em quando, sem saber o motivo... é quando a gente sente tocar no coração e na barriguinha, bem no estômago e a gente só sente, mas nem sabe o que sente, apenas reage!". E ele entendeu.

Desde que eu "entrei" mais no mundo dele, diminuindo julgamentos, me vendo, honestamente, mesmo, como pessoa que ama, mas que também cobra com base nos padrões sociais - e reafirmo: não entro, aqui, no mérito de certo ou errado - vigentes, e falando sempre às claras com ele, estabelecemos uma parceria mais vibrante, mais forte e mais livre, também. Imponho os limites, a rotina, me canso - porque preciso estar "sempre alerta!" - mas, me renovo com essa relação, e isso vem dando sinais mais positivos!

Hoje, ao ler o relato de Alana sobre sua pequena cunhada de apenas 5 anos, provar que amor é ir e vir várias vezes, sem reclamar, apenas aceitando e cuidando, recomeçando..., agindo e não reagindo, vi um filme em minha mente, desde o dia em que Peu nasceu, de como ele iluminou tudo a sua/nossa volta e de como foi/é difícil, para mim, entrar nessa frequência e isso sacudiu, para valer, e me fez querer ser uma pessoa melhor do que eu já vinha tentando ser minha vida inteira. Me senti num intensivão. Vi o quanto eu reagia, muito mais por medo de exposição ao social, de como as pessoas menos abertas e mais cruéis - hoje, entendo que são as mais presas e sofredoras - necessitam saber se ele é doente e, convivendo, apenas vêm que ele é "normal" - de acordo com os exames neurológicos e afins - porém, diferente. Como me disse uma vizinha querida e que me ajudou muito nesse processo de aceitação da realidade - Sandra Márcia - ele é "diferenciado, nitidamente!". 

Pedro se ofendeu, esta semana, porque foi chamado de criança e disse: "Nunca fui tão ofendido em minha vida!". Mas, ele É criança. Por mais esperto que seja, é importante que ele se veja como tal. E é aí que porca torce o rabo, mesmo!

Hoje, entendo de que não precisamos temer essa geração... devemos temer a nossa geração, quando fica presa aos velhos padrões.

Que muitas Marias e Pedros e outros nomes - coisas que eles exigem que seja proferido, seus nomes, Pedro não gosta muito que outras pessoas o chamem por apelidos ou nome trocado... e faz questão de chamar as pessoas pelo nome... até os tios... - espalhem essas flores de amor, com firmeza e determinação; ensinando e aprendendo, sempre! Eles estão trazendo um novo "paradigma" - sem rotulações, apenas por ser a palavra mais próxima, dentre as que conheço até aqui, do que pretendo dizer - para nossas vidas. Aceitemos e entremos em nossos mundos, nos aceitemos para, depois, adentrar e aceitar o mundo do outro! Se não houver essa honestidade - ou auto honestidade, inclusive em reconhecer nossas limitações, até para superá-las - essa fase atual será de lamentos e sofrimentos! 

Eu mudo a cada dia. Cresço e aprendo, e ensino para aprender ainda mais com ele. Isso, sim, me ajudou a tomar melhores decisões e ir em frente - e não, atrás - dos meus sonhos! De tanto ensinar a Peu que ele é capaz de ser e fazer mais, desde que pelo bem dele e de todos, estou eu aceitando isso em mim, também. Juntos, crescemos e aprendemos, e ensinamos e seguimos!

Então, aceitemos mais e cuidemos mais! Lógico que as flores irão murchar, um dia, assim é a vida tal qual conhecemos, mas isso, um dia, vai mudar: em vez de dor, entendimento e aceitação - não acomodação ou submissão, aceitar, como entender que é assim e pronto!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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