terça-feira, 31 de janeiro de 2012

QUAL A ESCOLA IDEAL? (parte 2 de 5)


QUAL O TIPO DE ESCOLA IDEAL?
                                                                     Rafael Reinehr Dom

A Escola é um produto da sociedade e de sua cultura e, como tal, deve, da melhor maneira possível, reproduzir os meios de comunicação utilizados normalmente entre as pessoas, desenvolver conhecimentos indispensáveis à evolução da sociedade e transmitir os valores culturais. A alfabetização deve ser considerada como um modo de preparar o homem para um papel social, cívico e até econômico, ultrapassando o singelo ensino da leitura e escrita. Em uma Escola ideal, o ensinamento de todos esses aspectos culturais e sociais e intelectuais devem levar a pessoa, com liberdade de pensamento, à melhor compreensão do mundo que o rodeia, abrindo assim, um caminho para o conhecimento humano básico, indispensável à vida e à evolução.

A Escola Ideal sob o Prisma da Psicanálise

Qual a Escola Ideal segundo a análise psicanalítica? Aquela que incita o aluno a aprender aquilo que não lhe é ensinado? Aquela que ajuda o aluno a superar ou alcançar o limite de suas aptidões? Aquela que consegue manter uma relação harmoniosa entre aluno e professor? Aquela que faz brotar algo novo a cada geração, gerando e não apenas transmitindo conhecimento? Tenha disciplina para que não se criem delinqüentes mas seja liberal para proporcionar ao estudante a liberdade de decidir por ele próprio o que é certo ou não? Sim, todos esses aspectos fariam parte dessa suposta Escola Ideal; mas, haveria mais um, e, talvez, o mais importante deles: uma Escola que desenvolva um método de controlar os efeitos que a educação produzirá no inconsciente dos alunos. A importância desse método seria o fato de que, na realidade, somos controlados em parte por nosso inconsciente, é ele quem realmente "manda" na pessoa, como sugerem os atos falhos. Neles, realmente demonstramos o que gostaríamos de estar fazendo. Atualmente, o que vemos é uma educação dirigida à consciência, já que é por ela que somos conduzidos a uma determinada direção. Outra mudança proposta dentro da mentalidade da Escola é em relação à repressão imposta aos alunos. Por que a Escola foi sempre tão repressora? Ora, para evitar que a juventude mude por completo um sistema que seus ascendentes imediatamente superiores lutaram tanto para colocar em prática. Na imaginária Escola Ideal, não haveria tal repressão de atitudes ou pensamentos, possibilitando radicais mudanças, o que, de certa forma seria o natural.

O Professor no Contexto da Escola Ideal

O Educador, segundo Freud 1, é aquele que "deve buscar, para seu educando, o justo equilíbrio entre o prazer individual do aluno e as necessidades sociais". São muito importantes as relações professor-aluno, visto que são elas que estabelecem as condições para aprender, não importando os conteúdos. Para uma perfeita harmonia entre o professor na Escola com aquilo que deve ser transmitido ao aluno, encontrarmos uma barreira: o professor deseja impor seu próprio desejo, sobrepondo sua autoridade ao aluno, dessa forma, poderá aprender conteúdos, gravar informações, espelhar fielmente o conhecimento do professor, mas não sairá desta relação como ser pensante. Em uma Escola Ideal, o professor deveria deixar de lado seu próprio desejo inconsciente, tornar-se uma pessoa esvaziada, mas isto parece praticamente impossível, já que é justamente este desejo que o impulsiona para a função de mestre.

A Importância do Ambiente

O ambiente de estudo deve possuir as dimensões adequadas (espaços amplos), materiais de trabalho e classes organizadas, número de pessoas limitado (cerca de 20 a 30 alunos), deve haver segurança, uma temperatura regularmente amena, luminosidade e higiene. Condições lógicas e básicas que deveriam existir em qualquer escola para proporcionar o máximo de aproveitamento por parte dos alunos. Deve haver possibilidade de movimento e até mesmo preocupação com as cores das paredes, que devem ser, de preferência, claras (para manter a atenção do aluno na aula). Seguindo estes princípios elementares, certamente o estudo renderá mais.

Um Porquê para a Necessidade de Crianças Diferentes em uma Classe

Às vezes pensa-se, e até se acha lógico que haveria um maior rendimento por parte dos alunos se todos fossem do mesmo nível social, raça, idade e até mesmo grau de deficiência física. Mas, ao contrário do que se pensa, as diferenças entre alunos da mesma classe são benéficas, já que dessa forma ocorre um contraste de conhecimentos e atitudes, o que permite ao nosso cérebro analisar as diferenças e dessa forma somar um ponto ao desenvolvimento, tanto social quanto intelectual. No momento em que se adere a um projeto em grupo onde os participantes são de diferentes tipos, e cada um participa ativamente de seu desenvolvimento, cada qual dele se beneficia, ou seja, encontra meios para seu próprio desenvolvimento. O que importa é que cada um tenha possibilidade de expressar-se e afirmar sua originalidade. Isto será tanto mais fácil quanto mais diferentes forem as pessoas e quanto mais forem os papéis percebidos como complementares. Um grupo composto de indivíduos diferentes é sempre mais dinâmico e imaginativo do que um grupo com indivíduos mais ou menos semelhantes.

Idéias para um Melhor Aprendizado
Quais atividades deve-se propor à criança para que ela integre determinada noção ou conhecimento? Uma idéia proposta por Judith S. Engel ² demonstra a possibilidade de questionamento dos estudantes pelos seus próprios colegas ao invés do professor, como acontece usualmente. Dessa forma eles poderiam desenvolver a habilidade do pensamento crítico, imaginação, melhorar os conceitos do estudante e trazer boas relações sociais na classe. A teoria se baseia no fato de que estudantes, sendo parte da ação, no momento em que questionam seus colegas e são também questionados, eles tornam-se mais atentos à lição. Os estudantes são encorajados a escutar e aprender com seus melhores amigos. Essa é com certeza uma maneira criativa e muito útil, já que, assim, todos estudantes estarão aprendendo ao mesmo tempo e compartilhando seu conhecimento com seus colegas. Outra idéia do mesmo livro ², desta vez proposta por Robert J. Lacklen, propõe que os questionamentos devem ser a base do processo educacional, ao invés do estudo dos fatos - base atual do ensino. Pesquisas têm demonstrado que inquisições por parte dos alunos resultam em um aprendizado real muito maior do que oferece o atual sistema. Desenvolve-se assim o potencial íntimo, inerente de cada um. Além disso, deve ser dada mais ênfase na aquisição de habilidades necessárias em ocupações como leitura, escrita e matemática, que ajudam no desenvolvimento primário e, no caso da matemática, estimula o raciocínio lógico. Como motivar a criança para que se interesse pela atividade, para que mantenha sua atenção? Bem, na Escola Ideal, alternar-se-iam os tipos de ensino. Por exemplo: aulas teóricas e discussões sobre o assunto (no caso de jovens) ou brincadeiras (no caso de crianças) seriam dados na mesma aula, intercalados: - Crianças: 10 minutos de aula teórica, 20 minutos de brincadeira, 10 minutos de aula teórica, 10 minutos de brincadeira - Adolescentes: 15 minutos de aula teórica, 20 minutos de discussão, 15 minutos de aula teórica - "Adultos": 20 minutos de aula teórica, 10 minutos de discussão, 20 minutos de aula teórica Pelo visto, muito diferentemente do que temos hoje: aulas apenas teóricas e aulas especiais para discussões (tendo como exemplo o ensino secundarista). Outra sugestão seria o aperfeiçoamento dos programas, após estudos detalhados por pessoas da área. Em meu modo de ver, as atuais orientações de estudos não estão de acordo com as determinadas idades nem cumprem ao menos parcialmente os objetivos da Escola Ideal. Para afirmar isto, baseio-me no fato de que há muito não é feita uma revisão profunda dos programas escolares (cerca de 45 anos) e que há muito nossa sociedade se modificou e novos anseios devem ser preenchidos. A necessidade da computação nos dias atuais é visível. É importante também o desenvolvimento de dons artísticos, como música, pintura ou escultura (lembrando Howard Gardner e sua Teoria das Inteligências Múltiplas ³). Deve-se perceber a importância dos programas, como maneira de organizar o aprendizado, mas não se deve ser rígido quanto ao seguimento destes, cabendo ao professor e aos alunos decidir qual o melhor caminho a seguir.

Para Finalizar

Assim, fundamentada em uma relação professor aluno em que o professor permita ao aluno expor suas idéias livremente, em um ambiente de estudo saudável, com um método de ensino dirigido também para o inconsciente, formada por alunos de diferentes tipos de características e personalidades, encontraremos um protótipo muito próximo da Escola Ideal. A abertura de oportunidades de relações autênticas, humanizadoras, não depende somente de métodos pedagógicos sofisticados, da denúncia de ideologias embutidas nos conteúdos escolares, da grita por instituições mais livres e menos arcaicas. O que se deseja é sugerir aos pedagogos que não se preocupem tanto com os métodos que muitas vezes constituem tentativas de inculcar a todo custo, um conhecimento supervalorizado pelos professores. O encontro entre o que foi ensinado e a subjetividade de cada um é que torna possível o pensamento renovado, a criação, a geração de novos conhecimentos. Esse mundo desejante, que habita diferentemente cada um de nós, estará sendo preservado cada vez que um professor se dispuser a desocupar o lugar de poder em que o aluno o coloca necessariamente no início de uma relação pedagógica, sabendo que, se for atacado, nem por isso deverá reprimir tais manifestações agressivas. Ao contrário, saberá que estão em jogo forças que ele não conhece em profundidade, mas que são muito importantes para a superação do professor como figura de autoridade e indispensáveis para o surgimento do aluno como ser pensante. Matar o mestre para tornar-se o mestre de si mesmo. Ao professor, guiado por seu desejo, cabe o esforço imenso de organizar, articular, tornar lógico seu campo de conhecimento e transmiti-lo a seus alunos. A cada aluno cabe desarticular, retalhar, ingerir e digerir aqueles elementos transmitidos pelo professor, que se engancham em seu desejo, que fazem sentido para ele e o professor, que encontram eco nas profundezas de sua existência de sujeito do inconsciente.

Referências Bibliográficas

1. Kupfer, MC - Freud e a Educação - O mestre do impossível - Série Pensamento e Ação no Magistério número 14 - Editora Scipione

2. Seventh World Conference on Gifted and Talent Children - 1990 - Expanding Awareness of Creative Potentials Worldwide - Brain Talent-Powers Press

3. Gardner H - Estruturas da Mente - 1994 - Artes Médicas

Esse texto foi escrito em 1994 como trabalho de conclusão de uma cadeira da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul denominada "Desenvolvimento da Criança e do Adolescente", ministrada pelo Departamento de Psiquiatria da referida Faculdade. Apesar de bastante superficial, traz alguns aspectos psicopedagógicos que devem ser discutidos frente aos novos conceitos da área, incluindo a teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, que serão discutidas em uma edição vindoura do Simplicíssimo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

QUAL A ESCOLA IDEAL? (parte 1 de 5)



Se tem uma coisa que fazemos, com frequência, quando nascemos mães/pais é PERGUNTAR. Nos perguntamos tanta coisa, que a vida muda. Muda sim, porque mudamos muito. Muda, porque quando nos tornamos questionadores, impossível se manter estagnado. Já não nos ocupamos apenas conosco. Passamos a ser responsáveis – quando alcançamos esse grau, muitos pais/mães nem sempre se assumem responsáveis por si, quem dirá pela prole... – por alguém que nasce totalmente indefeso e que levará, pelo menos, 18 anos sob nossa tutela legal, fora o vínculo afetivo para toda a vida.

Pois é, nos primeiros anos dessas vidinhas, registram-se o que serão esses seres. Quando escutamos a frase: “o futuro é agora”, não temos noção de quão real e fato o é. Nos primeiros sete anos de vida de qualquer ser humano, acredita-se que seja a fase da formação de caráter do indivíduo. Não vamos confundir com o temperamento. É onde captamos os valores que nos são transmitidos. Infelizmente, minha geração – conhecida como geração Y, que se trata dos nascidos em meados de 1970 até meados da década de 1990 – entrou numa aceleração material, pautada na ênfase profissional, impressionante. Os valores de “ser” sucumbiram de um jeito ao “ter” que, agora, colhemos o que plantamos, uma geração X que nos questiona tanto e, na maioria das vezes, não sabemos o quê, nem como responder a demanda de questionamentos, idéias, argumentos e tudo mais, porque não tivemos tempo para nos desenvolvermos como pessoas, e ser cidadão passou a ser pagador de impostos. Independente da geração, filho é filho, pai e mãe são pai e mãe e isso, com certeza, não deve mudar! Ao menos no geral. Assumir-se hierarquicamente acima de um outro ser não é tarefa fácil, afinal, nossa responsabilidade vai muito além do banho, “pro neném ficar cheirosinho”; da alimentação, “pro bebê ficar com o barrigudo cheio”. Nossa responsabilidade é, simplesmente, muito maior. Somos responsáveis pela formação moral que esse indivíduo aprenderá. Ah, não seguindo os moldes “faça o que eu digo, mas, não faça o que eu faço”. Isso nunca colou. Toda criança aprende com o que vê, o que sente, não com ouvir os pais falarem uma coisa a fazerem outra. Toda criança aprende com a coerência. É só observar o quanto eles repetem o que fazemos e falamos. Coisas que a gente nem se dava conta de que eles eram capazes de perceber.

O papo tá bom, mas, isso tudo é para introduzir o tema dessa semana QUAL A ESCOLA IDEAL?

Daí, pergunto: o que entendemos por colocar um filho na escola? Nos abrimos para formar um vínculo de parceria com a escola? Sabemos qual o papel da escola e qual o nosso? Respeitamos o temperamento da criança para escolhermos a escola adequada – isso considerando a condição de escolha que está diretamente ligada a finanças... Afinal, alguns pais têm essa consciência, mas, o bolso não permite... Enfim, é preciso ir em busca de mais informações. Nossas experiências passam pelo que somos, o que lemos, com quem convivemos, onde estudamos, nossa família, o que escolhemos, o que nos é imposto - ainda que nem percebamos e sigamos numa lealdade invisível e desconhecida. Por que, então, esquecemos disso tudo quando vamos escolher a escola para nossos pequenos? Por que seguimos tanto a “onda do momento”, a moda? Por que vamos tanto pelo lado do conforto de mostrarmos para os nossos “amigos” que nossos filhos estudam na “Melhor” escola? Qual é a melhor escola, afinal? A mais cara? A mais famosa? A mais tradicional? A mais inovadora? A que trabalha a inclusão social? – um a parte: ao meu ver, é papel da escola trabalhar o desenvolvimento acadêmico do indivíduo, e, ao meu ver, todas deveriam, naturalmente, trabalhar a inclusão, sem precisar excluir ao assumir-se com “inclusão social”... mas, isso não cabe a mim mudar, infelizmente. - A mais próxima de casa? – isso conta muito, afinal, o desgaste de ir para lá, voltar para casa, pegar trânsito... interfere no aprendizado - A que prepara para o vestibular desde o maternal – ou G1, G2, G3?- A que vai preparar meu filho como pessoa, cidadão? A que vai preparar meu filho para o vestibular e vida profissional? A que estudamos? Etc, etc, etc. O que queremos afinal? Tapar nossos buracos e carências ou dar uma boa base acadêmica e social? Sim, porque, muitos de nós esquece e alega o ritmo diário, de que educação doméstica e formação de caráter é responsabilidade nossa, bem como a monitoração e desenvolvimento prático de tudo que eles aprendem na escola também.

Quando me veio a idéia desse post, me veio em mente esse alerta de desconstrução. Desconstruir tudo que nos impede de progredir e permitir esse progresso aos nossos filhos. Progresso pessoal. Por isso, um alerta aos pais e mães: a escola ideal é aquela que se encaixa em quê? A idéia é levantar questões. Coletei alguns textos que me parecem importantes. Nada é exato e fechadinho. Não existe A escola perfeita. Assim como somos humanos e falhos, assim é tudo aquilo gerido por nós, humanos.

Existem jovens que estudam nas “melhores” escolas, sinônimo de mais caras, que nada desenvolvem: nem inteligência, nem intelecto. Apenas, passam de ano – de algum jeito. Recebem diploma. Concluem o segundo grau. Passam num vestibular. Cursam uma faculdade boa. Trabalham. E são infelizes. Como acontece o oposto, também: jovens que estudam nessas mesmas condições e se desenvolvem. Acontece, também, em menor escala, claro, de jovens em ensino público se sobressaírem, por conta própria, porque, cá entre nós, o ensino público, em todas as esferas, é muito fraco. Mas, como minha idéia aqui não entrar numa briga com o sistema educacional do nosso país – que é uma vergonha -, volto para o foco que é lembrar aos pais e mães que nossa responsabilidade não para, nem diminui porque o filho entrou na escola. Não penso ser certo colocar um filho na escola só para ter um tempo livre – ainda que seja um fato, não deve ser o fator preponderante.

Quando meu filho entrou na escola, precisei optar por uma escola que fosse mais barata e próximo a casa da minha mãe, por conta dos meus horários e dos do meu marido e minha mãe era meu ponto de apoio numa urgência. Vi que se dizem construtivistas, mas, seguem mais a linha “tradicional moderna”, vamos dizer assim, na prática. Pedro é uma criança agitada de natureza. Hoje, com 5 anos, está melhorando. A escola para ele tem que ser atrativa. A que ele estuda hoje, trabalha de uma maneira muito interessante. Porém, assusta e gera crítica de quem não conhece e/ou não aceita. Inclusive, alguns pais colocaram seus filhos lá, pelo critério único: perto de casa e vivem insatisfeitos, por não concordarem com a metodologia da instituição. Sejamos razoáveis, escola alguma vai mudar por conta de um pai ou outro. Uma vez, perguntei, quando vieram me perguntar se eu concordava com a metodologia da escola, se eu achava que meu filho estava se desenvolvendo, afinal, um sobrinho deles, da mesma idade que meu filho e o deles, já sabe ler e os nossos não... Eu expliquei que entendo a proposta da escola e conheço pessoas que saíram de lá aptos a estudar, trabalhar e aprender qualquer coisa e em qualquer lugar e perguntei: “por que vocês ainda deixam seu filho lá? É o perfil dele? Ou apenas desagrada a vocês enquanto pais?” Ele enalteceu uma outra escola muito conhecida da cidade e sugeriu que colocaria o filho lá. Eu concordei. Estávamos num diálogo de amenidades, não num debate ou disputa. Disse apenas que é importante avaliarmos a característica da criança com o ambiente de ensino e que Pedro vem demonstrando grandes avanços – apesar de não saber ler, com 5 anos, como eu queria, pois, como eu, com essa idade já lia  e escrevia, criei essa expectativa que me virou uma frustração e hoje, é apenas uma questão de tempo e proposta da escola. – pois, na escola anterior ele não se sentia motivado. Já sabia todo o alfabeto, enquanto os colegas estavam aprendendo... Enfim, a questão de se trabalhar com os “cantinhos do conhecimento” me agradou. Meu marido é referência dessa escola, para mim, por ter estudado lá. Conversei com outros pais, antes, para saber como era. É muito fácil irmos pela “cabeça” de um ou outro. Quis escutar pais favoráveis e desfavoráveis e, se mesmo desfavoráveis, mantinham o filho na escola, algo de bom ela tem. Alguns pregam que não havia limite na escola. Mas, como não haver limite se tem hora e responsabilidade para tudo e para cada aluno? Eles têm tarefas a cumprir, acordos firmados que precisam ser cumpridos, se ajudam, desenvolvem a solidariedade na prática constante de se trabalhar em conjunto e em alguns momentos, individualmente. A proposta da escola é diferenciada a 46 anos, o que a faria tradicional, pela idade, é totalmente inovadora, porque trabalha a base do indivíduo, do ser. Os professores são qualificados e preparados. A maneira como estreitam o vinculo com os pais me deu muita segurança. Não acredito que reuniões e reuniões resolvam nada, apenas, creio que reuniões para se resolver devem ser feitas quando se tem algo a resolver, a passar e esclarecer, que é o caso deles.

Isso tudo precisamos levar em consideração: qual o perfil da criança? Para, a partir daí, tentar ajustar a escola ideal ao real.

A seguir, apresento uma sequência de matérias sobre os tipos de linhas pedagógicas; os prismas da psicanálise; etc. Não sei se vai facilitar, porque não é tão simples, assim. Outros fatores se sobrepõem, muitas vezes e são determinantes, como a disponibilidade financeira; o grau de esclarecimento e consciência dos pais e mães sobre o ver o filho como ele é e levantar suas necessidades... Vou colocar um por dia, por se tratarem de temas densos e cansativos para ler de uma vez só.

Mas, fica o questionamento: EXISTE ESSA TAL ESCOLA IDEAL? O que é o ideal, mesmo? A linha pedagógica, existe UMA perfeita? Existe escola perfeita? Existe ambiente perfeito? Do que nossos filhos precisam?
Boa leitura!

Saudações maternais,

Pat Lins.

domingo, 29 de janeiro de 2012

QUAL A IDADE IDEAL PARA IR À ESCOLA? (parte 4 de 4)


O começo de todos os anos acarreta um novato dilema a muitos pais: “Idade ideal para ir à escola”, ou seja, qual melhor momento para colocar os filhos pequenos na escola? Certamente muitos pais fazem este questionamento, e com toda razão de obtê-lo.
Quando a criança tem seus três anos de idade, elas necessitam ser matriculadas em creches. Um ano após, ou seja, com quatro, ou cinco anos as crianças freqüentam as pré-escolas, e nelas, fazem as preparações para a vida escolar futura. E aos seis anos é quando se inicia o ciclo básico do ensino fundamental.

Alguns especialistas pedagógicos defendem a tese, de que as crianças necessitam do ambiente escolar mesmo antes dos seis anos de idade. Uma dica interessante que os especialistas recomendam é que os pais fiquem sempre de olhos abertos no desenvolvimento da criança, se ela não estiver recebendo estímulos necessários, para seu desenvolvimento como: habilidades físicas, intelectuais, e sociais, realmente o mais viável é colocar a criança na escola, pois lá ela receberá todos os desenvolvimentos necessários para seu crescimento. Mas a escola escolhida pelos pais tem que ter uma equipe especializada em estimular as crianças durante estes desenvolvimentos. Além do mais, uma criança quando está na escola já começa a escutar o português correto.

O momento da escolha de uma escolha para o filho, também deve ser muito sério, pois os pais necessitam verificar as instalações da escola, se elas são adequadas para as crianças. Também a escola precisa ter no mínimo duas pedagogas para cada dez crianças, e nas creches no mínimo uma enfermeira para cada dois bebês. Então aos pais nesta etapa de procurar uma escolha para seu filho vale a pena muita atenção.

Portanto é na escola que as crianças aprendem muitas coisas. Então a idade ideal para ir a escola é aquela, quando a criança já desenvolveu várias características como: com dois anos de idade, a criança já deve ter desenvolvido: defesas físicas e sociais, para a vida numa sociedade, ter habilidade suficiente para lidar com outras crianças, daí este será o tempo ideal para a vida escolar.

sábado, 28 de janeiro de 2012

QUAL A IDADE IDEAL PARA IR À ESCOLA? (parte 3 de 4)

Outro ponto de vista, vem de um site, chamado GUIA BRASIL GRÁTIS:

QUAL IDADE IDEAL PARA COLOCAR SEU FILHO NA ESCOLA


A maioria das pessoas na hora de colocarem seus filhos na escola não sabe ao certo a idade, isso acontece pela diferença do mês em que nasce a criança, por exemplo, se o menino nasce de julho para trás ele deve entrar um ano antes da maioria, agora se já faz aniversário de agosto para o fim do ano deve esperar mais um ano para matriculá-lo na escolinha.

Uma pesquisa atualmente feita por especialistas aponta que a idade correta na verdade não existe, o que apontam é que quanto mais antes ela entrar na escola, melhor para essa criança irá ser.

Dentro da escola a criança se desenvolve com mais facilidade, porque através das brincadeiras feitas por professores e junto com os amigos, vai também já desde cedo desenvolvendo a personalidade dessa criança, sua capacidade e estimulação do raciocínio lógico, a adaptando melhor no mundo em que vive.

A pesquisa também aponta que a maioria das crianças que entram na escola com menos tempo, essas possuem melhores índices de aprendizagem em relação às outras.
No Brasil a maioria dos pais dá preferência a colocar seus filhos na escola a partir dos seis sano de idade, e quem trabalha opta por deixar seus filhos em escolinhas chamadas creches, onde lá já podem ficar a partir dos 6 meses.

Ideal mesmo é que você coloque seu filho numa escolhinha maternal a partir dos seus 3 anos de idade, porque também antes deste tempo a criança ainda necessita do convívio familiar além de um contato maior e individual, que apesar das ótimas escolas que há por aí, não se encontra toda atenção necessária que a própria mãe daria ao bebê, já que também nessas escolhinhas a média é de pelo menos 5 crianças para 1 inspetor ou professor, podendo aumentar conforme a escola.

Outro ponto importante é que a criança que estuda a mais tempo em algum local longe dos pais cria uma maior autonomia, que com certeza irá ajudá-la por toda a vida.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

QUAL A IDADE IDEAL PARA IR À ESCOLA? (parte 1 de 4)

Quando pensamos em colocar um filho na escola, nos questionamos:

- Qual a idade certa?
- Qual a melhor escola?
- Qual o melhor turno?
- etc. etc, etc

Enfim, entramos no velho looping que enlouquece toda e qualquer mãe/pai quando precisamos viver a nova fase que nosso filho está. Infelizmente, a gente não tem um manual da vida prática e a única maneira é vivendo e aprendendo. O que pode nos dar uma leve direção são as trocas de experiência. Temos que ficar atentos às características e realidades de cada um. Bom elevarmos nosso bom senso para estabelecermos nossos critérios e ponderar, sempre. Não existe verdade universal.

Quando Peu estava com 2 anos, pensei em colocá-lo na escola. Pelo fato dele fazer aniversário quase no final do ano, ele entraria com 2 anos e 5 meses, mais ou menos. Via e ouvia as mães dizendo que era ótimo, para ter um tempo livre e etc. Um outro questionamento me veio a mente: será que não é muito novinho para viver enfiado numa sala de aula, já que passará a vida quase toda entre paredes de escola, faculdade e trabalho? Me custa tanto segurar um pouco mais a onda e permitir que ele cresça um pouco mais?

Consultei o primo do meu marido – que é um pediatra altamente competente e humano – e a pediatra de Peu, que já tinha 3 filhos. Precisava de mais opiniões. Uma bobagem, pode parecer, afinal, quem decide são os pais... Eu sei, mas, fui e amei as opiniões. Ambos concordaram que a idade ideal é a partir dos 3 anos, por conta do sistema imunológico. Isso não quer dizer que pais que precisam colocar os filhos antes dessa idade estejam errados. Aliás, vamos começar a entrar em estado de vigilância e questionar sobre “certo” e “errado”, tudo DEPENDE. Tudo vai ter que ser de acordo com a realidade, segurança e necessidade de cada um. Falo da minha. Pois é, coloquei ele com 3 anos e 5 meses – um ano depois que comecei a pensar. Colocamos de maneira calculada, ajustando o orçamento apertado. Isso é importantíssimo, ao meu ver, programação, planejamento. Afinal, a escola trata-se de um investimento e mais uma conta fixa ao final de cada mês, fora os custos variáveis de presentes, eventos, etc. Tudo muito bonitinho, mas, precisa-se fazer um ajuste orçamentário.

Uma amiga, quando Peu entrou na escola, me perguntou, na época, o que eu achava dela colocar o filho dela, que havia completado 2 anos. Falei a minha linha de raciocínio e repeti o que os médicos alertaram, sobre o fato das crianças com menos de 3 anos serem ainda mais suscetíveis às viroses e que, bem provável, ele ficaria mais em casa se recuperando de uma virose do que na escola. Lógico que cada um tem seu ritmo de vida e isso é preponderante. Ela optou por fazer o teste e meses depois tirou o filho da escola, pelo fato de viver com virose.

É muito delicado estabelecermos a idade ideal para que uma criança entre na escola. Antes de tudo, conversemos em família. Hora de sentir a demanda da criança. Se é importante para a socialização, caso se trate de uma criança que só conviva com adultos. Ver a disponibilidade financeira. Conhecer as escolas que pretende colocar. Trocar idéias com os pais com filhos nessas escolas. Conversar com outros pais com filhos em idade escolar – ou pré-escolar. Se a família opta por colocar em escola em tempo integral, em vez de babá.

Uma coisa é “certa”: virose toda criança vai pegar, pelo menos duas vezes ao ano. Por mais saudável que seja.Vai ter uma febrícula, sem outros sintomas associados; tosse; espirro. Por isso é bom ter um vínculo bacana com o pediatra. Tudo se trata de zelo e cuidado, sem exageros ou faltas.

Agora, se dá para segurar, até completar 3 anos, melhor. Isso não quer dizer que ele não pegue ou leve virose na e para a salinha.  

Existem muitas escolas especializadas e competentes que já trabalham com crianças a partir de 1 ano e alguma coisa.

Outro aspecto que eu acredito que deva ser levado em consideração é a rotina da casa, com relação a horário de trabalho, quem leva, quem pega... Porque, esse compromisso será por todos os dias. Horário de acordar, de se arrumar. Para evitar o estresse. Por isso que é bom planejar – o que não anula alguns imprevistos. Faz parte da vida – para começar de maneira saudável. Melhor não ir pela cabeça de ninguém. Cada um, em seu ambiente familiar, íntimo, é que sabe a real necessidade. Se as pessoas insistem em ser inconvenientes e invasivas, bom trabalhar essa questão. A vida já anda muito agitada e movimentada – trânsito a qualquer hora; motoristas imprudentes; pedestres mal-educados... Hora para chegar ao trabalho... – para começarmos o dia com estresse e descarregarmos numa criança. Para ela, um mundo muito maior se abrirá, então, é bom levar em consideração a óticazinha do(a/s) pequeno(a/s). Ninguém merece começar seus primeiros passos de “independência” – risos – com essa carga toda. Que o mundo enlouqueceu, tudo bem, mas, vamos tentar viver sóbrios e ver se não entramos nesse jogo.

No próximo post, coloco a opinião de alguns profissionais, a respeito do assunto. Talvez seja interessante dar uma lidinha.

Boa sorte, nessa nova fase.
Ah, eu peço que, por favor, se puderem, registrem aqui, em COMENTÁRIOS, sua experiência. Ou, pode mandar um e-mail: linspat@gmail.com . Essa troca pode ser um norte para outra pessoa e por aí, vamos seguindo e construindo nosso dia-a-dia, na prática!

Saudações maternais,

Pat Lins.

QUAL A IDADE IDEAL PARA IR À ESCOLA? (parte 2 de 4)

Conheci um site muito bacaninha, chamado AMIGA PEDIATRA.

Achei super legal o que a Janaína B. Pereira  escreve. Dá dicas muito práticas para as mamães.

Eis o texto:

Por Janaína B. Pereira - AMIGA PEDIATRA

"amiga pediatra gostaria de saber com que idade vc recomenda colocar uma criança para começar a estudar. a partir dos 3 anos ou antes ? por favor me dê a sua opinião. desde já agradeço..estou aguardando a sua resposta."
BOA PERGUNTA!

Eu mesma tive essa dúvida com meus filhos. Minha filha coloquei com 3 anos e meio e não me arrependo, já meu filho foi aos 2 anos porque ele ia ver a irmã se arrumando, fazendo tarefas, etc, mas quase que volto atrás.

Pesquisei muito sobre esse assunto e a minha conclusão é a de que o melhor para a criança é após 3 anos de idade. Até esse momento a criança sente muita necessidade do carinho-aconchego-proteção da família. É normal a "insegurança " ou " dependência dessa idade. "Forçar" uma independência mais cedo pode trazer consequências futuras no desenvolvimento da criança.

É claro que depende muito da escola, profissionais, etc; mas vamos ser realistas, por melhor que seja a estrutura física e profissional da escola com 2 anos as necessidades da criança são enormes para serem supridas pelas "tias" . Nessa idade eles ainda precisam de atenção especial na hora da alimentação, na higiene (ainda estão na idade das fraldas), na prevenção de acidentes, sem contar com a necessidade de colo mesmo (afeto).

Por outro lado se a criança não vai ficar em casa com a mãe, pai, avó mas sim com uma babá ou vizinha o caso deve ser repensado. Muitas vezes no consultório orientei mães de pacientes a colocarem mais cedo em escola -creche pois em casa a criança ficava com uma pessoa despreparada, que colocava a criança o dia todo na TV , alimentava com lanches e mamadeira,etc. Existem babás que balançam insistentemente -"forçam" - acostumam crianças a dormirem o dia todo. Outras carregam demais a criança no colo com medo que elas se machuquem e a mãe a demita. Existem aquelas que simplesmente assistem a criança sem criar nenhuma brincadeira, sem estimular seu desenvolvimento.

Se a criança não ficar com um adulto capaz de dar amor e estimular o seu desenvolvimento, então é melhor a escola. Pelo menos lá o horário será preenchido com atividades educativas e a companhia de outras crianças e professoras capacitadas será com certeza mais saudável.
Também recomendo que não coloque em meio de ano. Conversei com algumas professoras que me confessaram que faz sim diferença para a adaptação.

Entenda que cada caso é diferente. Você precisa colher informações e depois interpretá-las na sua realidade.

Um abraço

Janaina.
AMIGA PEDIATRA

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MÃES NA PRÁTICA DE CARA NOVA E DE VOLTA AO AR!

Mais um ano começando! E, mais uma vez, a gente se ajustando.

Pois bem, o MÃES NA PRÁTICA está de volta. Diferente, no layout. Mas, igualzinho na porposta de trocar idéias sobre como ser uma mãe na prática e na arte diária de educar, cuidar, ser, proteger, zelar, brincar...
As sugestões ainda estão valendo. Amanhã, falaremos sobre "QUAL E IDADE IDEAL PARA ENTRAR NA ESCOLA?"

Na segunda, teremos "QUAL A ESCOLA IDEAL?"

Afinal de contas, basto o ano começar para novos pais e mães fazerem a mesma pergunta. Então, fomos em busca de um norte. Espero que seja útil.

Falaremos sobre DESMAME, QUAL A HORA IDEAL? ; BULLYNG; O QUE ENTENDEMOS POR EDUCAÇÃO; AUTISMO E VIDA LÁ FORA... muita coisa bacana, tudo sugestão de outras mães. Por isso, somos MÃES NA PRÁTICA, porque não se trata apenas de uma mãe, mais de um universo materno!

Agora, só voltar a acessar, porque estamos de volta! 

Saudações maternais,

Pat Lins.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MÃES NA PRÁTICA TÁ QUERENDO MUDAR, NA PRÁTICA

O "Mães na Prática" está querendo mudar, na prática!

Esse periodo de pausa foi extremamente importante para a mamãe aqui, em diversos sentidos de ajustes e reajustes - e outros desajustes no caminho... Conversei com algumas pessoas e sempre os blogs surgiam como tema e com sugestões. Escutei algumas. Ponderei outras... Refleti, refleti, refleti e agora, hora de agir.

Sua ajuda será muito importante. Uma amiga me pediu que começasse a escrever sobre temas sugeridos por outras mães, através de entrevistas a profissionais de psicologia, outras mães, pedagogos e afins. Comecei a refletir. Vou tentar. Estou com alguns temas sugeridos, mas, ainda é pouco. Pretendo publicar um tema por semana, a partir da primeira semana de fevereiro. 

Minha idéia, em princípio, era trocar idéias sobre a arte de ser mãe, no dia a dia. Mas, sempre partia de minha experiência com a maternidade. Para ser "Mães na Prática", de verdade, é preciso de "mães", não da visão de UMA mãe... Bom, não sei se vou conseguir deixar de falar do meu ponto de vista, mas, vou arriscar e encarar esse novo desafio. Afinal, como mães, vivemos desafios constantes em nosso dia a dia. Não penso em coloca nada formal. Os textos contnuarão como bate-papo e sem compromisso com algum estilo. Por isso, não penso em torná-lo comercial... Um dia, se mudar de idéia, aviso antes - risos.

Peço que me envie, por e-mail linspat@gmail.com com o assunto MÃES NA PRÁTICA. Conto com esse universo materno e com nossas dúvidas - que não são poucas - para criarmos esse ambiente que me foi proposto.

Um grande abraço! Um 2012 maravilhoso para todas nós!

Pat Lins.

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