segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

QUAL A ESCOLA IDEAL? (parte 1 de 5)



Se tem uma coisa que fazemos, com frequência, quando nascemos mães/pais é PERGUNTAR. Nos perguntamos tanta coisa, que a vida muda. Muda sim, porque mudamos muito. Muda, porque quando nos tornamos questionadores, impossível se manter estagnado. Já não nos ocupamos apenas conosco. Passamos a ser responsáveis – quando alcançamos esse grau, muitos pais/mães nem sempre se assumem responsáveis por si, quem dirá pela prole... – por alguém que nasce totalmente indefeso e que levará, pelo menos, 18 anos sob nossa tutela legal, fora o vínculo afetivo para toda a vida.

Pois é, nos primeiros anos dessas vidinhas, registram-se o que serão esses seres. Quando escutamos a frase: “o futuro é agora”, não temos noção de quão real e fato o é. Nos primeiros sete anos de vida de qualquer ser humano, acredita-se que seja a fase da formação de caráter do indivíduo. Não vamos confundir com o temperamento. É onde captamos os valores que nos são transmitidos. Infelizmente, minha geração – conhecida como geração Y, que se trata dos nascidos em meados de 1970 até meados da década de 1990 – entrou numa aceleração material, pautada na ênfase profissional, impressionante. Os valores de “ser” sucumbiram de um jeito ao “ter” que, agora, colhemos o que plantamos, uma geração X que nos questiona tanto e, na maioria das vezes, não sabemos o quê, nem como responder a demanda de questionamentos, idéias, argumentos e tudo mais, porque não tivemos tempo para nos desenvolvermos como pessoas, e ser cidadão passou a ser pagador de impostos. Independente da geração, filho é filho, pai e mãe são pai e mãe e isso, com certeza, não deve mudar! Ao menos no geral. Assumir-se hierarquicamente acima de um outro ser não é tarefa fácil, afinal, nossa responsabilidade vai muito além do banho, “pro neném ficar cheirosinho”; da alimentação, “pro bebê ficar com o barrigudo cheio”. Nossa responsabilidade é, simplesmente, muito maior. Somos responsáveis pela formação moral que esse indivíduo aprenderá. Ah, não seguindo os moldes “faça o que eu digo, mas, não faça o que eu faço”. Isso nunca colou. Toda criança aprende com o que vê, o que sente, não com ouvir os pais falarem uma coisa a fazerem outra. Toda criança aprende com a coerência. É só observar o quanto eles repetem o que fazemos e falamos. Coisas que a gente nem se dava conta de que eles eram capazes de perceber.

O papo tá bom, mas, isso tudo é para introduzir o tema dessa semana QUAL A ESCOLA IDEAL?

Daí, pergunto: o que entendemos por colocar um filho na escola? Nos abrimos para formar um vínculo de parceria com a escola? Sabemos qual o papel da escola e qual o nosso? Respeitamos o temperamento da criança para escolhermos a escola adequada – isso considerando a condição de escolha que está diretamente ligada a finanças... Afinal, alguns pais têm essa consciência, mas, o bolso não permite... Enfim, é preciso ir em busca de mais informações. Nossas experiências passam pelo que somos, o que lemos, com quem convivemos, onde estudamos, nossa família, o que escolhemos, o que nos é imposto - ainda que nem percebamos e sigamos numa lealdade invisível e desconhecida. Por que, então, esquecemos disso tudo quando vamos escolher a escola para nossos pequenos? Por que seguimos tanto a “onda do momento”, a moda? Por que vamos tanto pelo lado do conforto de mostrarmos para os nossos “amigos” que nossos filhos estudam na “Melhor” escola? Qual é a melhor escola, afinal? A mais cara? A mais famosa? A mais tradicional? A mais inovadora? A que trabalha a inclusão social? – um a parte: ao meu ver, é papel da escola trabalhar o desenvolvimento acadêmico do indivíduo, e, ao meu ver, todas deveriam, naturalmente, trabalhar a inclusão, sem precisar excluir ao assumir-se com “inclusão social”... mas, isso não cabe a mim mudar, infelizmente. - A mais próxima de casa? – isso conta muito, afinal, o desgaste de ir para lá, voltar para casa, pegar trânsito... interfere no aprendizado - A que prepara para o vestibular desde o maternal – ou G1, G2, G3?- A que vai preparar meu filho como pessoa, cidadão? A que vai preparar meu filho para o vestibular e vida profissional? A que estudamos? Etc, etc, etc. O que queremos afinal? Tapar nossos buracos e carências ou dar uma boa base acadêmica e social? Sim, porque, muitos de nós esquece e alega o ritmo diário, de que educação doméstica e formação de caráter é responsabilidade nossa, bem como a monitoração e desenvolvimento prático de tudo que eles aprendem na escola também.

Quando me veio a idéia desse post, me veio em mente esse alerta de desconstrução. Desconstruir tudo que nos impede de progredir e permitir esse progresso aos nossos filhos. Progresso pessoal. Por isso, um alerta aos pais e mães: a escola ideal é aquela que se encaixa em quê? A idéia é levantar questões. Coletei alguns textos que me parecem importantes. Nada é exato e fechadinho. Não existe A escola perfeita. Assim como somos humanos e falhos, assim é tudo aquilo gerido por nós, humanos.

Existem jovens que estudam nas “melhores” escolas, sinônimo de mais caras, que nada desenvolvem: nem inteligência, nem intelecto. Apenas, passam de ano – de algum jeito. Recebem diploma. Concluem o segundo grau. Passam num vestibular. Cursam uma faculdade boa. Trabalham. E são infelizes. Como acontece o oposto, também: jovens que estudam nessas mesmas condições e se desenvolvem. Acontece, também, em menor escala, claro, de jovens em ensino público se sobressaírem, por conta própria, porque, cá entre nós, o ensino público, em todas as esferas, é muito fraco. Mas, como minha idéia aqui não entrar numa briga com o sistema educacional do nosso país – que é uma vergonha -, volto para o foco que é lembrar aos pais e mães que nossa responsabilidade não para, nem diminui porque o filho entrou na escola. Não penso ser certo colocar um filho na escola só para ter um tempo livre – ainda que seja um fato, não deve ser o fator preponderante.

Quando meu filho entrou na escola, precisei optar por uma escola que fosse mais barata e próximo a casa da minha mãe, por conta dos meus horários e dos do meu marido e minha mãe era meu ponto de apoio numa urgência. Vi que se dizem construtivistas, mas, seguem mais a linha “tradicional moderna”, vamos dizer assim, na prática. Pedro é uma criança agitada de natureza. Hoje, com 5 anos, está melhorando. A escola para ele tem que ser atrativa. A que ele estuda hoje, trabalha de uma maneira muito interessante. Porém, assusta e gera crítica de quem não conhece e/ou não aceita. Inclusive, alguns pais colocaram seus filhos lá, pelo critério único: perto de casa e vivem insatisfeitos, por não concordarem com a metodologia da instituição. Sejamos razoáveis, escola alguma vai mudar por conta de um pai ou outro. Uma vez, perguntei, quando vieram me perguntar se eu concordava com a metodologia da escola, se eu achava que meu filho estava se desenvolvendo, afinal, um sobrinho deles, da mesma idade que meu filho e o deles, já sabe ler e os nossos não... Eu expliquei que entendo a proposta da escola e conheço pessoas que saíram de lá aptos a estudar, trabalhar e aprender qualquer coisa e em qualquer lugar e perguntei: “por que vocês ainda deixam seu filho lá? É o perfil dele? Ou apenas desagrada a vocês enquanto pais?” Ele enalteceu uma outra escola muito conhecida da cidade e sugeriu que colocaria o filho lá. Eu concordei. Estávamos num diálogo de amenidades, não num debate ou disputa. Disse apenas que é importante avaliarmos a característica da criança com o ambiente de ensino e que Pedro vem demonstrando grandes avanços – apesar de não saber ler, com 5 anos, como eu queria, pois, como eu, com essa idade já lia  e escrevia, criei essa expectativa que me virou uma frustração e hoje, é apenas uma questão de tempo e proposta da escola. – pois, na escola anterior ele não se sentia motivado. Já sabia todo o alfabeto, enquanto os colegas estavam aprendendo... Enfim, a questão de se trabalhar com os “cantinhos do conhecimento” me agradou. Meu marido é referência dessa escola, para mim, por ter estudado lá. Conversei com outros pais, antes, para saber como era. É muito fácil irmos pela “cabeça” de um ou outro. Quis escutar pais favoráveis e desfavoráveis e, se mesmo desfavoráveis, mantinham o filho na escola, algo de bom ela tem. Alguns pregam que não havia limite na escola. Mas, como não haver limite se tem hora e responsabilidade para tudo e para cada aluno? Eles têm tarefas a cumprir, acordos firmados que precisam ser cumpridos, se ajudam, desenvolvem a solidariedade na prática constante de se trabalhar em conjunto e em alguns momentos, individualmente. A proposta da escola é diferenciada a 46 anos, o que a faria tradicional, pela idade, é totalmente inovadora, porque trabalha a base do indivíduo, do ser. Os professores são qualificados e preparados. A maneira como estreitam o vinculo com os pais me deu muita segurança. Não acredito que reuniões e reuniões resolvam nada, apenas, creio que reuniões para se resolver devem ser feitas quando se tem algo a resolver, a passar e esclarecer, que é o caso deles.

Isso tudo precisamos levar em consideração: qual o perfil da criança? Para, a partir daí, tentar ajustar a escola ideal ao real.

A seguir, apresento uma sequência de matérias sobre os tipos de linhas pedagógicas; os prismas da psicanálise; etc. Não sei se vai facilitar, porque não é tão simples, assim. Outros fatores se sobrepõem, muitas vezes e são determinantes, como a disponibilidade financeira; o grau de esclarecimento e consciência dos pais e mães sobre o ver o filho como ele é e levantar suas necessidades... Vou colocar um por dia, por se tratarem de temas densos e cansativos para ler de uma vez só.

Mas, fica o questionamento: EXISTE ESSA TAL ESCOLA IDEAL? O que é o ideal, mesmo? A linha pedagógica, existe UMA perfeita? Existe escola perfeita? Existe ambiente perfeito? Do que nossos filhos precisam?
Boa leitura!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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