segunda-feira, 1 de abril de 2013

DIFERENTES MAS IGUAIS



Crianças diferentes precisam ser reconhecidas como diferentes, não classificadas como diferentes!

Elas não são mais, nem menos, elas são, cada uma, como cada uma é!

Entender isso nos ajuda a parar de querer equiparar todas as crianças. Isso não altera a relevância do limite, de uma rotina prazerosa, porém com tarefas definidas e responsabilidades.

Nós precisamos parar de estigmatizar a tudo e a todos e cada um. Nós, enquanto pais dessa nova geração, ou apenas geração atual, podemos desempenhar um papel edificante na construção dessa nova era que surge, através de bons valores - não me refiro a valores subjetivos, como gostos pessoais... mas a valores, mesmo, aquele lance que todo mundo sabe o que é e nunca coloca em prática, na prática, como respeitar as diferenças, sem anular-se, onde respeito entende-se por saber que as pessoas são como são e não como nós queremos que elas sejam e respeito é algo que não invade o espaço do outro, não manipula, nem ofende ou se ofende. 

Nós, enquanto pais e mães, temos em nossas mãos, parceiros de construção. Toda criança traz o novo, a novidade do inesperado e sem fórmula pronta. Mas, a cada geração, novidades surgem e temos que nos adaptar, aprender. Eles nascem já conhecendo como algo comum o que nos é novidade. Nós, inclusive os educadores, que são nossos colaboradores nessa missão de educação, precisamos estar mais abertos ao novo, ao diferente. Romper paradigmas é desafiador, porém, necessário! Desafio maior é acatar e acolher as diferenças adentrando o mundo de cada um e agindo através do que se tem, para descobrir o que não tem e fomentar. É um trabalho de crescimento e aprendizado juntos. 

Meu filho tem me ensinado muita coisa nova e interessante. Inclusive, que eu não tenho que ficar preocupada por ele ser diferente... essa é a maior qualidade dele. Para quem convive com ele e percebe o progresso, consequência de uma parceria bacana entre nós, família, amigos e terapia, entende o que quer dizer: diferença não é doença. Ser mega inteligente não o impede de ser apenas uma criança. Sabe o que eu não faço? Não o forço a ser adulto antes da hora. Aprendi a permitir que ele seja, sim, uma criança feliz, para crescer um adulto saudável. Isso não me impede de errar, de muitas vezes não saber o que fazer. Mas, a confiança que ele tem em mim, quando alguém pergunta algo e ele fala: "pergunta para minha mãe, que ela sabe muitas coisas. Se ela não souber, ela te ajuda a procurar!" isso é conquista, é mérito da nossa relação franca e firme. 

Pedro tem sido o meu maior desafio e a minha maior fonte de inspiração e motivação para refazer minha vida, refazer meu caminho, refazer minha carreira profissional, acreditar que dá para ir em frente, sim e enxergar mais o que deve ser feito do que os obstáculos e que se realizar é fazer o que dá prazer, não o que arranca o couro e o sangue e o tempo e a vida! E isso, não tem preço! Ele se revela, a cada dia, uma surpresa. Nada convencional. Nada normótico. Apenas um ser em formação, como nós, adultos, pais e mães. 

Para ser mãe dessa criança, também eu tive que resgatar a  minha criança e lembrar do que era ser criança, do que era pensar como criança... do que era não ter noção do tamanho infinito do mundo, mesmo vendo tudo grande, é muito maior! 

O que adoece os adultos é esquecer que foram crianças - felizes ou não - e entender que, hoje, na fase adulta, deveria era se encontrar, não se perder!

Meu filho, muito obrigada por ser igual a todos nós, humanos e falhos! Mas, muito obrigada por ser tão, tão diferente e capaz de nos fazer entender que se erra, mas se pode acertar quando bem orientado!

Hoje, ao ver você, na ginástica, brincando com o professor que te amarrou todo, com aquela corda, de barriga para baixo e preso pelos pés e mãos para ver você escapar em alguns segundos e você, nem piscou, simplesmente, sabia o que fazer e fez, apenas sabia que era para se libertar e se libertou rapida e criativamente, vi que eu não devo ficar presa nas cordas da vida que a gente se enrola. Comecei desatando os nós mais próximos e soltando os braços e a cabeça. Não sou tão rápida como você, porque fui contaminada pela normose - ô palavra que uso e abuso e adoro usar - e tento me curar desse mal que padece a humanidade. Mas, assim que soltar a cintura, os pés se soltarão sozinhos e começarei a caminhar com muito mais gosto por essa vida de meu Deus!

Obrigada, filho! Obrigada pela parceria! Obrigada pela amizade! Obrigada por ser um ser surpreendente! Isso sim, encarar as situações como desafios e superações é que vai salvar a humanidade! Resgatar valores humanos, aprender a lidar com a dor... seguir em frente e deixar passar. Pedro apronta, aprontam com ele, ele lembra mas sem rancor. Ele sabe é ser feliz! Meu desafio é educar sem castrar. Dar o limite, sem podar. Nós nos ajudamos, nos multiplicamos e contamos com uma equipe multi pluri inter disciplinar com muito amor e boa vontade!

O que falta nesse mundo é AMOR! Aliás, o que falta na maioria das pessoas desse mundo é AMOR. É amar! É na união que se faz a força, não na separação! Iguais e diferentes, todos nós somos!

Saudações maternais,

Pat Lins.


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