domingo, 24 de julho de 2011

DR PEU E SUA MALETA DE MÉDICO

Peu tem melhorado e muito seu comportamento. Como venho aprendendo, não mudamos o temperamento da criança, mas, podemos contribuir na formação do bom caráter. Com isso, os temperamento acaba sendo "adestrado" pelo tempo e pelo grau de consciência e compromisso com as responsabilidades de cada ação. Ou seja, se eu faço algo, esse algo acarreta em um tipo de consequência. Daí, pergunto: "você acha certo esse comportamento? É correto isso que você fez?..." E assim, além de ocupar o tempo dele com atividades ainda mais produtivas como os jogos educativos - quebra-cabeça; cruza palavras; revistinhas de pintura -; mantenho nossas leituras; tomei a cautela de sair para lugares menos movimentados e/ou agitados e com pessoas que gostam e sabem lidar com criança - isso é muito impotante... deixei de ir a determinados lugares onde as pessoas vivem de maneira superficial e repletas de ansiedade... o ambiente fica agitado, as conversas são agitadas e sem foco... isso atrapalha muito lidar com Peu nesses lugares, porque ele é elétrico e nesses lugares ansiosos, as pessoas não param de falar e fico em saber como lidar com ele e essas pessoas que são incapazes de perceber como estão agindo... em meio a essa aceleração, fica uma falação, só, uma barulhada e ele fazendo de um tudo para chamar a atenção. Num desses episódios, para terem idéia, ele pediu água para uma determinada pessoa e ela respondeu: "aqui não tem refrigerante, não!". Por Deus, se a pessoa não sabe nem como está agindo, alguém acha que que terá a capacidade de saber lidar com uma criança questionadora e esperta ao extremo como Pedro?. Não é que não frequentemos diversos lugares, vamos a shoppings, cinema, piscina, parques... e na casa dessas pessoas ansiosas e agitadas, também - que nem percebem que ele puxou esse mesmo agito... mas, tudo bem... cai para mim, que sou mãe, lidar com meu filho como ele é...

Bom, um dos brinquedos favoritos dele é a maleta de médico. Ele "cuidou" de mim, no início do ano, antes d´eu perder o bebê e estava enjoando muito. Pegava a maletinha e ia cuidar da mamãe e do irmãozinho. Uma graça. Hoje, o pai se machucou e ele saiu correndo em direção ao quarto. Prontamente, volrou e abriu sua bendita maletinha de médico e se jogou por cima do pai, dizendo: "fique tranquilo, pai, vou cuidar de você!". Muito lindo! Ah, não, não acho que ele vá ser médico ou qualquer outra profissão, deixo-o brincar sem cobrar: "você vai querer ser isso quando crescer, filho?". Ele gosta de montar prédios, de pintar com tinta, tocar, cantar e dançar, de encenar, de dublar... Ele gosta e faz tanta coisa que é difícil dizer o que ele vai ser. Mas, a reação dele de cuidar demonstra a sensibilidade que ele tem e o zelo que tem conosco - eu e o pai. Está cada dia mais carinhoso. Bom, continua teimoso e desobediente - não como quem não quer acatar o que falam os adultos, mas, por achar que ele é capaz de fazer e esse é um grande desafio, fazê-lo compreender que ele é criança e, por mais esperta que seja, é criança, sem podá-lo, a ponto de frearmos sua proatividade. Infelizmente, estava canalizando as investidas de limite da professora com agressividade... Hoje, está melhor, afinal, o tempo vai passando e o fato de mantermos a postura dia após dia, mesmo que ele resmungue, mantemos a coerência. Creio que isso, associado ao fato de procurarmos uma psicóloga fantástica e a escola e todos falando a mesma língua - inclusive, algumas atividades que faço com ele em casa, seguem a linha da escola - está fazendo com que ele veja - ainda que a longo prazo - e sinta que estamos acima dele e aceita, aos poucos, que ele não está no topo da hierarquia. Mas, um fato foi/é primordial e, esse sim, foi uma ajuda importante, porque era por onde ele encontrava a brecha para se sentir poderoso: o pai. O pai está mais firme com ele, sabendo que precisa ser firme e sem se sentir culpado em ser firme, já que passa a maior parte do tempo longe dele... Agora, fechada a brecha que ele escapava, o cerco foi fechado - risos - e estamos conseguindo fazer um trabalho disciplinar mais eficiente e o peso não está mais só em minhas costas, de ter que enquadrar e implorar as pessoas mais próxima que não cedam às chantegens dele... Sim, precisei me afastar de algumas pessoas. Como são de importante referência para ele, visitamos essas pessoas com menos frequencia, porque a idéia não é afastar ninguém de ninguém, mas dar espaço mais saudável para a formação de caráter desse mesmo menino que pega a maleta de médico para cuidar dos pais, mas, que, em meio a essas pessoas, só quer correr e gritar. Vi que ele ficava acelerado pela aceleração local e precisei manter uma distância ultra saudável. Bom, não pude, nem posso, explicar a essas pessoas as razões de minha conduta, mas, acreditem, para bem educarmos nossos filhos, até os 7 anos precisamos - penso eu - dar uma base muito sólida e, em meio a turbulência não é um ambiente apropriado... Não sei se estou certa ou errada, mas, eu também não sei lidar nesses ambientes com tanta informação desencontrada e tanta hipocrisia... assim, não poderia passar uma postura coerente a meu filho. Mais um belo motivo para me afastar. Não, não me acho melhor do que ninguém, mas procuro ser muito coerente em meu caminho e se me deparo com esses ambientes, me canso mais rápido.

Enfim, para propriciar a boa formação de caráter de um filho, precisamos buscar a nossa, também. Para que o menino Dr Peu possa expandir e firmar suas virtudes, é preciso que ele as conheça de perto, sem confusão, com cuidado. Por isso, me cerco cada vez mais de pessoas que sigam a mesma linha e, com esse apoio real e fundamental, fazemos que dele emane aquilo que há de melhor. Infelizmente, nos lugares de agito e ansiedade , só se via a correria dele e nada mais... Se uma pessoa é incapaz de se chegar a uma criança, o que faremos lá? Questão de respeito para ambas as partes. Aos poucos, com a energia acelerada dele acentando, teremos mais liberdade de entrar e sair desses lugares sem efeitos desgastantes ou abalos consideráveis. 

Educar um filho, formar, de maneira positiva, seu caráter, é ter além do zelo e do cuidado a consciência - ou a busca para acessá-la - de que formamos um indivíduo e que não podemos fazê-lo se não nos conhecemos. Precisamos resgatar nosso bom caráter - ou, em alguns casos, desvelá-los - para passarmos com verdade para o pequeno indivíduo em formação, não passarmos nossas frustrações ou taparmos nossos buracos e carências através da manipulação. Educar um filho requer muito mais de nós: requer a nós mesmos.

Ver o resultado positivo de maneira clara no comportamento dele é um estímulo para continuar no caminho e vivendo mais feliz, ao obter pequenas vitórias.

Saudações maternais,

Pat Lins.

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