segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

DESABAFO DE UMA MÃE NA PRÁTICA


Pois é, 2013... muitos anos até aqui. Muitos desafios. Muita dor. Muitas perdas. Muitas alegrias. Muito aprendizado... Muito de tudo... que vai ficar por aqui. Não por uma questão temporal, por uma questão moral: chega de tudo igual! Já começamos a mudar.

Sabe, algumas vezes nos deparamos - não é bem essa a palavra... não é algo consciente ou que se escolha... é algo que vem, por algum motivo, só que a gente nem sabe, nem sabe como fazer e o que fazer... - com desafios tão grandes que esbarramos no desânimo do cansaço diário de uma prática desgastante por conta de tanta prova. "Prove que é capaz! Acredite, você é! E só há uma maneira de descobrir: passando por isso. Escolha como!". Geralmente, é isso que fica "entendido" diante da realidade.

Às vezes, me questiono se é falta de amor ou apenas desgaste... Não permitem às mães o cansaço. Se cansa, nos impõem que é falta de amor. Daí, vem o dilema: será? Discordo! Eu me canso e amo! E amo muito! Meu amor é humano, eu cobro, cobro que se ame, se cuide, se zele.

Às vezes, entender e aceitar que existe um limite de ação, que desafios que envolvem as "escolhas" do "outro", requerem do outro a própria força para transformar, ou, saber lidar. Quando essa dificuldade do outro vira um problema no coletivo, me pergunto: o que fazer? Mania de ser correta em tudo. Isso me cria um quê de inflexibilidade, me parece. 

Não é fácil fazer escolhas, muito menos, concretizá-las.

Não é fácil manter acesa a chama de uma esperança comprometida pela razão, pelas cobranças externas, e por obstáculos externos que pressionam os frágeis obstáculos internos. Essas provas de resistência diárias na vida de um ser humano já é puxado, imagina na vida das mães na prática atual de ser mãe?

Sim, não é falta de amor! É cansaço! É cansaço humano. É frustração diante de umas simples e "inocentes" expectativas: como ajudar o meu filho em seu processo de crescimento e desenvolvimento? Como ajudá-lo a ser uma pessoa melhor, mesmo sendo eu uma pessoa em processo de crescimento e desenvolvimento como todo ser humano? Como protegê-lo dele mesmo e das suas ações sem consciência dos atos e suas consequências? Como criar um ambiente limpo para um filho? E quando esse filho vem com uma energia inesgotável - e não se trata de hipérbole... - , como dar conta sem cansar? Como deixar solto? Como dar limite? O que é limite? O que é castração por pressão social?

Em meu caso: como não admirá-lo? Como não amá-lo? Como não sentir raiva? Como não deixar a raiva passar? COMO NÃO CANSAR? Como? O quê?

Meu Deus, muitas vezes me vejo fraquejar: não sei se dou conta. O tempo passa e: dei! Não sozinha. Não estou só. Não sou só. Muita gente ajuda. A educação de um filho é muito maior do que um casal de pai e mãe. Interessante, volto a questionar, como a sociedade cruel cobra tanto, tantos papéis a exercer, tantas regras castradoras, tantas exigências, tantas cobranças sociais e individuais e além de não ajudar, ainda cria um obstáculo muito maior para pressionar o que já é pressão por si só. Conto com apoio e colaboração de tanta gente, que motiva continuar. Em contrapartida, muita gente precisando de ajuda a atrapalhar... (feridas abertas e revolta... porque diante de tanto empenho, tanto esforço de anos e 1 ano e meio de destruição... ai, arrependimento! Vai passar!) retardou o que estava em progresso e, simplesmente, atrapalhou. Tudo tem conserto, eu sei. Mas, e o cansaço? E a indignação que causa um cansaço ainda maior? Passa. Passa. Passa. Até uva passa...

Certos desafios parecem, num primeiro, segundo, terceiro e muitos instantes, punição, castigo e, ao mesmo tempo, uma bênção, uma oportunidade para se melhorar. Profundo? Filosófico? Retórica? Real! Cai/levanta/cai/levanta. Impossível odiar o que mais se ama! Mesmo que se percam as estribeiras de tanta raiva, de tanta pressão, mesmo que caia no desespero de tanto cansaço, de tantas crenças limitantes - afinal, como humana, penso que minhas forças são esgotáveis e, quando a gente acredita, passa a ser - a vontade de continuar surge, emerge!

Estou já nem sei onde... porque já ultrapassei o meu limite do limite do limite, há anos.

Eu canso.

Assumo.

Eu grito!

Eu choro.

Eu brado!

Eu persisto!

Desabafo. Coloco para fora o peso do que não conheço, a dor do que não dou conta, o desespero de ter que entender e aceitar que eu só posso fazer o que consigo fazer, entendendo que sou pequena diante de quem sou, diante de tanta coisa que ainda tenho para viver!

Peço perdão a Deus por reclamar, por me enfurecer, por me cansar, por achar que não tenho mais forças, nem fé. Agradeço! Gratidão, meu Deus porque sei e confio, ainda que cansando, que em algum momento, ainda que não seja permitido o entendimento do porquê, saberei como lidar! Epifanias acontecem de tempo em tempo... chego lá!

É preciso ser livre para libertar!

Me libero da culpa e do culpar.

Cansaço de final de ANOS. Final de ciclo! Renovar!

Mães na prática, somos humanas, gente, de carne e osso, com demandas emocionais, sociais, profissionais, interpessoais, espirituais, culturais, políticas, econômicas, materiais... somos demais! Somos ultra mega super! Somos MÃES, NA PRÁTICA REAL DE QUEM EDUCA E AMA SEUS FILHOS!

Fácil? Difícil? Vou vivendo!

Saudações maternais,

Pat Lins.


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