quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"O SEGREDO DOS 5 FURIOSOS" - Dica de Filme MÃES NA PRÁTICA


Para aprender o segredo dos 5 furisos, há de se aprender a arte do Kung Fu. Luta? Briga? Não! Sabedoria!

A animação mostra a ansiedade dos pequenos em achar que apenas pela força bruta se é vencedor e como os seus ídolos se tornaram mestres do Kung Fu, onde a luta é apenas uma parte - e a menor, como Pô deixa claro - dessa arte. Nas histórias ele mostra a importância de se conhecer, viver e praticar essas virtudes:

- PACIÊNCIA;
- CORAGEM;
- CONFIANÇA;
- DISCIPLINA;
- COMPAIXÃO.

Cada um precisou superar suas dificuldades e só assim puderam crescer e tornaram-se os mestres d Kung Fu! E o lindo é a maneira como Mestre Shifu leva Po para sua maior e mais difícil missão: ensinar introdução ao Kung Fu aos jovens aprendizes, aquelas "doces crianças"... risos.
Todas as virtudes precisam ser desenvolvidas e aplicadas em nossas vidas, só que umas mais do que outras. Vi que para mim, como mãe, mulher... pessoa, falta a paciência. Em Peu, ele precisa controlar a força do "tigre" e trabalhar a disciplina. Muito bacana, mesmo! Um filminho aparentemente para criança, que traz uma mensagem muito linda e vem de encontro a esses desenhos vazios de lutas e lutas sem controle, sem objetivo, sem trazer esse resgate.


"O segredo dos 5 furiosos" é um algo mais ao Kung Fu Panda, que nos mostra como cada um chegou onde chegou e a importância de uma educação firme e uma boa formação de caráter para os nossos pequenos que levarão para toda a vida! É lindo ver como o louva-Deus precisou aprender a ter paciência; como a pequena víbora sem presas aprendeu a ter coragem e ensinou que para se vencer é muito melhor agir com inteligência do que com força bruta; como a garça deixou de ser sem graça e, apesar de ser diferente do que os outros esperam, era capaz e só lhe faltava confiança - quebrando paradigmas e superando o preconceito; como a tigresa era tida como um monstro, apenas por não ter tido alguém que lhe ensinasse a lidar com sua força e era isolada... até receber a ajuda do mestre Shifu e com disciplina, concentração e coração presentes, aprendeu a controlar sua força, saindo do isolamento; e o macaco, que precisou aprender e receber aquilo que lhe negaram a vida inteira e por isso ela havia se transformado na maldade imposta da falta de compaixão. Só quando ele recebe compaixão, ele aprende a dar. E ele deixa de ser mau, para ser bom. A linguagem é jovial e arrojada, mas, não deixa de passar a mensagem positiva e profunda com extrema leveza!

Assitam com os pequenos e divirtam-se aprendendo algo construtivo!

Saudações maternais,

Pat Lins.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

MUTIRÃO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - SALVADOR

Reecebi por e-mail e repasso aqui, porque acredito ser um trabalho de utilidade pública e humana muito importante:


A CIPE / AssociaçãoBrasileira de Cirurgia Pediátrica todos os anos a nível nacional, realiza um mutirão de Cirurgia Pediátrica. Aqui em Salvador, a CIPE - BA, assume a direção do mutirão. Este ano o mutirão será realizado dia 22 de agosto.

Já estão confirmados para participar: o Hosp. da Criança de Irmã Dulce, o Hosp Martagão Gesteira e o HUPES (Hosp das Clinicas) da UFBA.

Gostaria de convidá-los como parceiros e contar com a colaboração de vocês para divulgação, pois realmente trata-se de um evento de utilidade pública. Muitas crianças que estão na fila aguardando cirurgias de hernias, hidroceles, fimose e outras cirurgias de pequeno e médio porte terão a oportunidade de serem operadas.

Os pacientes interessados deverão procurar os ambulatórios de Cirurgia Pediátrica:

Hosp. de Irmã Dulce
Segundas - pela manhã
Terças - tarde
Quartas - manhã e tarde
Quintas - manhã
Sextas - manhã

Hosp. das Clinicas (HUPES)
Quintas às 13h

Hosp. Martagão Gesteira
Pelas manhãs de segunda a sexta.


Atenciosamente,
Maria do Socorro Mendonça de Campos
Presidente da CIPE - BA / Associação Bahiana de Cirurgia Pediátrica

HORA DE DIVULGARMOS E PRATICARMOS - DICAS DE CIDADANIA


sábado, 6 de agosto de 2011

CONTROLE - perder e recuperar

Vez ou outra perco o controle com Pedro. O cansaço é meu argumento... Mas, eu penso ser desnecessário. Preciso ficar mais atenta a mim mesma. Ser mãe, na prática, é isso também, entender que de fato não somos perfeitas e errar faz parte do processo. Identifiquei mais um descontrole, chorei, chinguei, ofendi... me arrependei, pedi perdão e me policio para não fazer mais a mesma coisa. Falo para Pedro: "desculpa a mamãe! eu perdi a paciência porque você fica correndo para lá e para cá, sem parar e essa agitação, esses gritos, toda hora eu falo:'filho, para um pouco. senta, um pouco...' e você fica correndo, sem parar... mamãe errou por não saber te parar, e, por isso, peço desculpas, filho! Peço também que faça a sua parte. Não precisa viver na correria. Tem hora para tudo. Se um amiguinho não quer brincar, você precisa entender e não ficar em cima dele, enchendo o saco..." 

Não é fácil ser mãe - imagino que nunca tenha sido, em tempo algum - porque o desafio maior está em nos conhecermos e conhecermos o filho. Precisamos respeitar as peculiaridades de cada criança, sem deixar de dar o limite.

Evito estimular Pedro com qualquer coisa que seja agitado. Os filmes que ele assiste, seleciono antes. Evito lugares muito agitados, principalmente, festa de adulto - que não é lugar, nem horário para criança -, evito casa de amigos e parentes que despertem essa agitação nele, pela agitação do próprio adulto - que, em muitos casos, são infatis e incapazes de perceber que estão atiçando uma criança e que quando esta reage, se fazem de vítma, dizendo que só estava brincando com a criança e esta não entendeu... Convivo com muitos "adultos" assim... - pois é, uso a "distância saudável" para Pedro, também. Adianta todo um trabalho para formar bem uma criança se algum adulto do meio ensina algo questionável? Por exemplo: fazer cocô de cócoras no vaso sanitário... Quando vi, estava Peu agachado em cima do vaso, se segurando para frente e para trás... Nem vou comentar o que pensei... Mas, o que pensam esses adultos? Já pedi, inúmeras vezes a minha irmã que pare de brincar de bater, de empurrar, de segurar a cabeça de Peu ou qualquer coisa desse tipo. Porque ele fica agitado e quer brincar igual... Graças ao bom Deus, ela, finalmente, tem visto que ele vem melhorando o comportamento e começou a colaborar. É preciso limpar o ambiente para a criança se desenvolver bem. Muitos adultos vivem num mundo teórico e cheio de frases de efeito, cheios de sugestões que alguma pessoa falou, que alguma corrente de psicologia afirma ser correta... e nunca abrem a consciência para a prática. Somos seres complexos e nossos filhos já nasem nesse ambiente complexo, assim como nós nascemos, nossos pais, também, etc. Engana-se aquele que diz: "a educação do meu filho só diz respeito a mim". Por melhor que façamos, nós não somos as únicas referências que eles têm. Até porque também somos imperfeitos e isso quebra as coerências necessárias para a base de uma educação sólida. Quantos pais e mães são presentes na vida dos filhos, sem perceber que não sabe se multiplicar entre eles e, associado a uma característica genética ou de temperamento, os filhos desenvolvem um ciúme grave um do outro e levam isso para a vida inteira? E, aí, os pais dizem: "eu sempre estive ao lado deles..." Mas, nunca se avaliou: como agia com os filhos? Se sentia culpada por dar uma coisa a um e tinha que dar ao outro? Não é fácil, não. Vivemos na luta: nossas, como pessoas e como pais e mães, responsáveis pela educação e formação de caráter de um novo ser. 

Tem horas que precisamos saber e lembrar que somos feitos de carne, osso e dia a dia. Mãe também pode cansar, até da repetição de ser mãe. Todo mundo precisa romper com a rotina para dar aquele gás. Ou, dar uma renovada. Uma revitalizada! O cansaço e a perda de controle me fizeram ver que pouco tenho me dado oportunidade de lazer e de momentos para mim, enquanto pessoa. Muitas mães, de gerações anteriores, não aceitam essa necessidade, porque, para elas, assumir algo assim, vinha uma gama de culpa que as diminuia, então, pensar nisso, nunca! O peso que colocam em cima das mães é desumano. Não fujo à minha responsabilidade como tal, nem quero que ninguém assuma o que eu tenho que estar a frente. Mas, momento a sós é importante para todo mundo: estudante tira férias; trabalhador tira férias... e mãe? Mãe abre mão da, vida, por um tempo, porque é necessário e com prazer. Mas, em algum momento, diante de tanta função acumulada - afinal, ser mãe não descarta o resto de nosso ser, apenas reorganizam a ordem de prioridade -, temos a necessidade de fazer algo individual. Nossa mente precisa de cuidado, para poder dar uma educação coerente para o pequeno ser em formação. 

Tenho me esforçado muito para lidar com o temperamento agitado de Peu e trabalhado cada atividade para ele, com zelo e objetivo. Essa é minha maneira de agir. Dou amor e amor para ele, em forma de carinho e limite, também. Por que o limite é tão temido e tão confundido com limitação? Por que tememos tanto sermos felizes e, com isso, não sabemos passar para os nossos filhos que eles nasceram para isso: ser feliz! Quando perdi o controle, há poucos dias, percebi que muita coisa não está bem resolvida em mim. Vi esse conflito do querer ser feliz e ter aprendido, como todo mundo, a temer esse estado de espírito. Vi que eu, também, não sei ser feliz e me cobro uma perfeição que não tenho. Vi que explodi porque estava cheia e a última gota d´água foi perder a paciência com Pedro, numa festa de criança, com muita agitação e algumas pessoas enchendo o saco... Não estou dizendo que ele não estava prontando - nesse dia ele aprontou e muito - mas, por saber que minha demanda com ele e seu temperatento é muito grande, eu preciso me propor um estilo de vida mais light. Eu preciso estar bem para lidar bem com meu filho e tudo mais na vida. Afinal, nada vai mudar se eu não me esforçar e trabalhar na prática para tanto. Comecei a observar as mães ao meu redor e vejo suas fragilidades estampadas nos filhos. Mas, por eles não serem acelerados como Peu, é possível estabelecer uma zona de conforto... isso me fez ver e agradecer a Peu por ele ser assim: eu estou sempre em movimento - seja caindo ou reerguendo - em busca de uma vida boa, bela e justa. Não posso cair na zona de conforto e, ainda, sou estimulada a todo instante a sair das outras de toda a minha vida. Ou seja, apesar do caminho exaustivo, estou aprendendo a todo instante. Sempre com prova de fogo. Provavelmente, eu disse a Deus que queria uma vida com emoção - risos.

Bom, é isso: eu tenho que estar sempre em alta e, para isso, preciso me cuidar, afinal, é o que minha vida exige de mim - CRESCER!

Cresço junto com meu filho. Humildade é algo que tenho sido obrigada a saber o que quer dizer na prática, haja vista que sou muito julgada, por dar espaço, e o orgulho quer que eu finja ser o que não sou ou não estou ainda. O orgulho atrapalha tudo. Escutar que "meu filho é mais calmo..." Não pode me fazer achar menor... Meu filho é agitado e essa é minha realidade. Para quê vou comparar que além do agito ele tras outras características riquíssimas como simpatia, inteligência, sensibilidade, etc e que essa outra criança mais calma não tem... Dá vontade de listar as qualidade do meu e defeitos do outro - nesse caso, a mãe se queixa da falta de confiança do filho nela... e o menino é calmo... Depois, paro e penso: tenho que observar quem Pedro é. É com ele que lido. Ele é meu filho. Tenho que saber quem eu sou, para saber lidar com quem Pedro é. Há um caminho que nos une e é nele que caminhamos. Não vai me ajudar, em nada, lidar com Peu com quem eu queria que ele fosse... Como fazer para educá-lo assim? Depois de ter perdido o controle nessa festa, onde vi a hora de arrancar meus cabelos de desespero por Pedro não ser uma criança que me permitisse curtir a festa em paz, vi que infelizmente, eu teria que sair e abrir mão de estar num ambiente agitado e conturbado e que isso não é o fim do mundo. Em outras festas ele se comporta bem, nessa, não. E justamente quando eu quero "mostrar" para todos que meu filho é uma coisa que ele não é. Ser obrigada a rever os conceitos vem de várias maneiras. Aceitar, só depende de mim. E o mais difícil não é lidar com Peu e seu temperamento... é lidar com os adultos ao redor que além de não saber ajudar, ainda atrapalham. Então, me firmo em mim: hora de não dar ouvidos a essas pessoas. Porque eu vejo as aparências que querem mostrar e vejo que ao darem suas fórmula de sucesso que não existem, querem mesmo é se convencer de que agem de maneira certa... Ou seja, estão tentando se afirmar. Bom, no dia que entender isso de verdade, com certeza viverei melhor... Bom, meu processo de abrir minha consciência é meu e, lógico, vai incomodar quem não se permite e essas pessoas serão minha prova de fogo. E isso reverbera em meu universo materno, também, afinal, eu sou apenas uma com vários papéis. 

Ser mãe, na prática, é ser uma pessoa em busca de viver e ser uma pessoa melhor na prática, além do que li num livro ou escutei alguém falar. É ver e viver. É ler e viver. É sair do potencial e ir para o real. É SER. Apenas isso. Mas, ser de maneira legal, com verdade na entrega, na devoção, em busca de investigar, tirar aas dúvidas e servir! Quando alguém busca se melhorar e enche o saco dos outros, como ainda faço, é porque ainda não se conscientizou e precisa se auto-afrirmar pelos outros... É isso que eu também preciso superar: meu parâmetro sou eu mesma! A mãe ideal precisa dar lugar a mãe ideal real e isso só é possível me tornando uma pessoa melhor na prática diária da busca constante!

Saudações maternais,

Pat Lins.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DIA DOS PAIS - para os pais que são Pais na Prática - Por Pedro Henrique

Pedro me disse hoje: "Vai ser dia dos pais, mãe, sabia? Eu vi na televisão. É para isso que eles são criados, para ter filhos, sabia? Você sabia, mãe, que ser pai é para o filho não ficar só com a mãe? Todo filho tem que ter um pai, senão, só vai ter a mãe, já pensou? Os pais aprendem com os filhos, mãe..." E depois não consegui mais memorizar o que falava. Muito lindo!

Imagino que ele tenha visto a propaganda de uma marca de cosméticos - que, por sinal, achei o conceito perfeito! Onde o pai troca experiências com o filhos, e tem tudo a ver com o nome do produto, fazendo referência aos dois lados de uma mesma relação: pai e filho e como um aprende com o outro. Nossa, apesar do apelo comercial, não deixa de ser uma mensagem profunda... ou, melhor, apesar de uma mensagem profunda, foi bem utilizada no apelo comercial... enfim, ficou muito boa! - onde "aparecem" os pensamentos do filho e do pai - que vêm a ser o mesmo, mas, cada um do seu ângulo, dentro do seu contexto... mas, aprendendo um com o outro: "Ele me ensinou tudo. Me ensinou a ter coragem. A insistir! Me ensinou que não precisa se falar nada para dizer muito. Ele me ensinou que tudo que é bom, pode ficar 'bonzão'."


E, esse pequeno texto é para os Pais na Prática, que se vêm e assumem a importância dessa troca. Afinal, como sempre levanto a bandeira, para se educar um filho, antes de tudo, nos educarmos como pessoas. Para ajudar a eduzir da pequeno indíviuo em formação, muita coerência e humildade para reconhecer que não há uma guia prático, nem manual de como ser pai ou mãe sem falha. Somos humanos e trazemos essa condição em nosso padrão comportamental para aprendizado - risos. E como saber  a melhor maneira de educar um filho se nem sabem quem é esse filho/indivíduo/pessoa? Aprendizado é via de mão dupla! O que aprendemos, podemos ensinar.

Saudações maternais,

Pat Lins.

domingo, 24 de julho de 2011

DR PEU E SUA MALETA DE MÉDICO

Peu tem melhorado e muito seu comportamento. Como venho aprendendo, não mudamos o temperamento da criança, mas, podemos contribuir na formação do bom caráter. Com isso, os temperamento acaba sendo "adestrado" pelo tempo e pelo grau de consciência e compromisso com as responsabilidades de cada ação. Ou seja, se eu faço algo, esse algo acarreta em um tipo de consequência. Daí, pergunto: "você acha certo esse comportamento? É correto isso que você fez?..." E assim, além de ocupar o tempo dele com atividades ainda mais produtivas como os jogos educativos - quebra-cabeça; cruza palavras; revistinhas de pintura -; mantenho nossas leituras; tomei a cautela de sair para lugares menos movimentados e/ou agitados e com pessoas que gostam e sabem lidar com criança - isso é muito impotante... deixei de ir a determinados lugares onde as pessoas vivem de maneira superficial e repletas de ansiedade... o ambiente fica agitado, as conversas são agitadas e sem foco... isso atrapalha muito lidar com Peu nesses lugares, porque ele é elétrico e nesses lugares ansiosos, as pessoas não param de falar e fico em saber como lidar com ele e essas pessoas que são incapazes de perceber como estão agindo... em meio a essa aceleração, fica uma falação, só, uma barulhada e ele fazendo de um tudo para chamar a atenção. Num desses episódios, para terem idéia, ele pediu água para uma determinada pessoa e ela respondeu: "aqui não tem refrigerante, não!". Por Deus, se a pessoa não sabe nem como está agindo, alguém acha que que terá a capacidade de saber lidar com uma criança questionadora e esperta ao extremo como Pedro?. Não é que não frequentemos diversos lugares, vamos a shoppings, cinema, piscina, parques... e na casa dessas pessoas ansiosas e agitadas, também - que nem percebem que ele puxou esse mesmo agito... mas, tudo bem... cai para mim, que sou mãe, lidar com meu filho como ele é...

Bom, um dos brinquedos favoritos dele é a maleta de médico. Ele "cuidou" de mim, no início do ano, antes d´eu perder o bebê e estava enjoando muito. Pegava a maletinha e ia cuidar da mamãe e do irmãozinho. Uma graça. Hoje, o pai se machucou e ele saiu correndo em direção ao quarto. Prontamente, volrou e abriu sua bendita maletinha de médico e se jogou por cima do pai, dizendo: "fique tranquilo, pai, vou cuidar de você!". Muito lindo! Ah, não, não acho que ele vá ser médico ou qualquer outra profissão, deixo-o brincar sem cobrar: "você vai querer ser isso quando crescer, filho?". Ele gosta de montar prédios, de pintar com tinta, tocar, cantar e dançar, de encenar, de dublar... Ele gosta e faz tanta coisa que é difícil dizer o que ele vai ser. Mas, a reação dele de cuidar demonstra a sensibilidade que ele tem e o zelo que tem conosco - eu e o pai. Está cada dia mais carinhoso. Bom, continua teimoso e desobediente - não como quem não quer acatar o que falam os adultos, mas, por achar que ele é capaz de fazer e esse é um grande desafio, fazê-lo compreender que ele é criança e, por mais esperta que seja, é criança, sem podá-lo, a ponto de frearmos sua proatividade. Infelizmente, estava canalizando as investidas de limite da professora com agressividade... Hoje, está melhor, afinal, o tempo vai passando e o fato de mantermos a postura dia após dia, mesmo que ele resmungue, mantemos a coerência. Creio que isso, associado ao fato de procurarmos uma psicóloga fantástica e a escola e todos falando a mesma língua - inclusive, algumas atividades que faço com ele em casa, seguem a linha da escola - está fazendo com que ele veja - ainda que a longo prazo - e sinta que estamos acima dele e aceita, aos poucos, que ele não está no topo da hierarquia. Mas, um fato foi/é primordial e, esse sim, foi uma ajuda importante, porque era por onde ele encontrava a brecha para se sentir poderoso: o pai. O pai está mais firme com ele, sabendo que precisa ser firme e sem se sentir culpado em ser firme, já que passa a maior parte do tempo longe dele... Agora, fechada a brecha que ele escapava, o cerco foi fechado - risos - e estamos conseguindo fazer um trabalho disciplinar mais eficiente e o peso não está mais só em minhas costas, de ter que enquadrar e implorar as pessoas mais próxima que não cedam às chantegens dele... Sim, precisei me afastar de algumas pessoas. Como são de importante referência para ele, visitamos essas pessoas com menos frequencia, porque a idéia não é afastar ninguém de ninguém, mas dar espaço mais saudável para a formação de caráter desse mesmo menino que pega a maleta de médico para cuidar dos pais, mas, que, em meio a essas pessoas, só quer correr e gritar. Vi que ele ficava acelerado pela aceleração local e precisei manter uma distância ultra saudável. Bom, não pude, nem posso, explicar a essas pessoas as razões de minha conduta, mas, acreditem, para bem educarmos nossos filhos, até os 7 anos precisamos - penso eu - dar uma base muito sólida e, em meio a turbulência não é um ambiente apropriado... Não sei se estou certa ou errada, mas, eu também não sei lidar nesses ambientes com tanta informação desencontrada e tanta hipocrisia... assim, não poderia passar uma postura coerente a meu filho. Mais um belo motivo para me afastar. Não, não me acho melhor do que ninguém, mas procuro ser muito coerente em meu caminho e se me deparo com esses ambientes, me canso mais rápido.

Enfim, para propriciar a boa formação de caráter de um filho, precisamos buscar a nossa, também. Para que o menino Dr Peu possa expandir e firmar suas virtudes, é preciso que ele as conheça de perto, sem confusão, com cuidado. Por isso, me cerco cada vez mais de pessoas que sigam a mesma linha e, com esse apoio real e fundamental, fazemos que dele emane aquilo que há de melhor. Infelizmente, nos lugares de agito e ansiedade , só se via a correria dele e nada mais... Se uma pessoa é incapaz de se chegar a uma criança, o que faremos lá? Questão de respeito para ambas as partes. Aos poucos, com a energia acelerada dele acentando, teremos mais liberdade de entrar e sair desses lugares sem efeitos desgastantes ou abalos consideráveis. 

Educar um filho, formar, de maneira positiva, seu caráter, é ter além do zelo e do cuidado a consciência - ou a busca para acessá-la - de que formamos um indivíduo e que não podemos fazê-lo se não nos conhecemos. Precisamos resgatar nosso bom caráter - ou, em alguns casos, desvelá-los - para passarmos com verdade para o pequeno indivíduo em formação, não passarmos nossas frustrações ou taparmos nossos buracos e carências através da manipulação. Educar um filho requer muito mais de nós: requer a nós mesmos.

Ver o resultado positivo de maneira clara no comportamento dele é um estímulo para continuar no caminho e vivendo mais feliz, ao obter pequenas vitórias.

Saudações maternais,

Pat Lins.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DICA MÃES NA PRÁTICA - TEATRO: ANACLETO - O PORQUINHO POLITICAMENTE CORRETO

Para a criançada rir, se divertir e aprender!

"MÃE, COMO FOI VOCÊ, HOJE, EM CASA?"

Normalmente, eu perguntava a Peu, ao pegá-lo na escola: "e aí, filho, como foi na escola hoje?" E ele respondia o que fez. Parei um tempo de perguntar, seguindo o conselho da coordenadora pedagógica, que me disse que isso poderia causar uma certa ansiedade nele e ele se sentiria sempre na "obrigação" de fazer algo para ter o que falar. Não que seja errado, mas, deixar que ele manifestasse a vontade de falar. Bom, eu costumo perguntar, agora: "oi, filho! como foi sua manhã?", ou, quando o peo na casa da avó: "como foi o seu dia, meu bem?". 

Hoje, quando fui buscá-lo, viemos conversando no caminho, como sempre fazemos e, ao chegar na porta de casa, ele me perguntou: "e você, mãe, como foi você hoje em casa?". Foi tão lindo! Parece bobagem! Pode até ser, mas, a cada dia ver o quanto ele é sensível e atento por trás do agito todo é uma sensação que só eu sei... Vê-lo crescer e mudar - isso não quer dizer, em momento algum, menos trabalho... estamos nos referindo a um pequeno ser humano e sua educação é a longo prazo... por mais trabalhoso que seja, me trabalho muito para que ele aprenda com exemplo real... não perfeição, mas, busca constante. Sempre digo para ele, quando se comporta "mal": "eu sei que você pode fazer melhor, proque está dentro de você!" É como lido comigo mesma... sempre em busca - me toca tão profundamente que nem sei explicar.

Meu filho que você se torne, cada dia mais, um ser virtuoso! Que a serenidade seja seu estado de espírito constante - apesar de hoje ele ser agoniado e acelerado, aos poucos está diminuindo consideravelmente e se mostrando cada vez mais uma pessoinha linda e com bons sentimentos. PS - nunca falei perfeito... portanto, que fique claro que sim, Pedro, você apronta muito, mas, faz parte do caminho de aprendizagem, né não? Essa é a fase de fazer besteira e ser orientado.

Filho, aprendo muito com você mesmo, para te ensinar, viu?

Saudações maternais, 

Pat Lins.

terça-feira, 12 de julho de 2011

MEU FILHO, VOCÊ NÃO MERECE NADA - Por Eliane Brum



A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
 
Eliane Brum - REVISTA ÉPOCA
 
   Divulgação
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista.
Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e 
internacionais de reportagem. 
É autora de  
Coluna Prestes – O Avesso da Lenda
  (Artes e Ofícios),
A Vida Que Ninguém Vê
  (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e 
O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras, na Revista Época)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

INTERAGINDO COM O MUNDO DAS LETRAS


Peu, mais ou menos com 1 ano e pouco, nem falava tudo muito claro, mas, já conhecia o alfabeto todo, incluindo K, W e Y. Já citei, em alguns posts, um certo "preconceito", quando um casal de paulistas me perguntou, à época, se ele era baiano; se eu e meu marido éramos baianos... e exclamaram, diante de Peu tentando ler, com 1 ano e 5 meses, uma placa em frente ao restaurante onde estávamos: "eles são baianos? Inteligentes!" Foram tão espontâneos que nem tivemos como responder... Engraçado foi com dois anos, quando a avó bordou um livro lindo, de pano, com todas as letras e figuras que começavam com elas. Pois, ela havia deixado de colocar o K, W e Y e ele foi em cima: "cadê K, 'babiu' e 'ispion'?"

Não vou mentir que aquilo me assustava... Não o fato dele ter uma curiosidade aguçada, mas, pela exposição e a possível cobrança e expectativa em cima dele. Cada criança desenvolve uma parte da inteligência. Em compensação ele não tinha paciência para sentar e desenhar, só riscava; sabia quais eram as formas, mas, não queria desenhá-las, nem pintava dentro dos contornos... Ou seja, ele é um ser humano como outro qualquer: desenvolve umas coisas mais rápido e outras a desenvolver... Para mim, isso é natural. Ele tem uma sensibilidade aguçadíssima, parece um radarzinho ultrassônico - risos. Muito interessante como ele percebe as expressões das pessoas.

Enfim, quando entrou na escola - ano passado, com três anos -, ele se viu diante de muitas novidades e esqueceu de ligar as letrinhas, apenas as identificava, além dos números de 1 a 15. Parou por aí e não o estimulei a voltar. Como procuro fazer, sempre, respeitei o tempo dele, sem forçar nada. Também, não deixava de apresentá-lo as letras através das leituras de nossos livros. 

Era como se o mundo das letras fosse familiar e ele fica muito à vontade com elas. Este ano, com 4, ele voltou a querer ler. E parece que está com pressa - risos. Já não basta querer que eu apresente um zilhão de palavras para ele, e pergunta: "mãe, com que letra começa torneira? E vaso sanitário? E pia? E chão? E teto? E sandália?..." E por aí vai, o que ele vê, quer saber com que letra começa. Bom, o detalhe é que ele nunca se contenta com uma resposta dada... Sempre foi questionador e esta ainda mais... Haja paciência - mesmo sendo bonitinho, o excesso me cansa... risos. Sabe a fase do "por quê?", a dele foi antes de 2 anos e, logo depois, vinha um "e se...?". Só responder "porque..." para ele não dizia nada. E isso cresce junto: "mãe, e se sandália começasse com a letra de torneira?" Eu trocava as letras e dizia como seria. Uma prima me disse: "Por que você não deixa ele fazer a troca sozinho?" nem havia me tocado de que ele precisava de mais... não só das minhas respostas, mas, que ele fosse instigado. Pois, lancei de volta. Ele me pergunta: "mãe, se Pedro começasse com O seria como?" Eu devolvi e ele me disse: "OPedro" - kkkkkkkkkk foi muito engraçado! E, daí, ele desenvolve. 

Minha preocupação é que, como toda mãe, mesmo que tente manter o respeito ao tempo dele, eu "queria" que ele fizesse o que os coleguinhas fazem - e todos são muito espertos, na sala dele, também - como sentar e desenhar, treinando a coordenação motora. Eu "queria" que ele seguisse os outros, porque, para mim, ele não fazendo essa parte, ele estaria "para traz"... Me vi, hipocritamente, forçando a barra. Enquanto as mães mostravam orgulhosas as retas, os quadrados... os desenhos dos seus filhos, o meu fazia uns riscos... Muita bobagem de minha parte. A pró disse que ele já estava começando a sentar para escrever e já pedia o lápis... Aquilo me animou. Às vésperas de entrar de recesso junino, ele me pediu um quadro branco com piloto para escrever. Comprei um na hora - ele é pequeno, 25 X 35 cm - e ele amou! Tanto que a oralidade serviu de base para a escrita. Como já identificava seu nome, começou a pedir que escrevêssemos para ele copiar. E já escreve sozinho. Em dois dias ele, que não queria fazer um A, já escrevia PEDRO, lógico, sem controle dos tamanhos e algumas letras espelhadas. Vi que o melhor é deixar a criança seguir o próprio ritmo, mesmo, sem deixar de apresentar as novidades e estimular no que eles pedem e no que eles precisam, também. 


Detalhe que essa entrega o fez querer fazer coisas que ele não se interessava, como montar quebra-cabeça e montar os blocos. Normalmente, ele pegava os blocos, montava qualquer coisa e saia para correr ou brincar com algo que desse vazão a sua energia física. Aproveitei, comprei outro joguinho educativo, onde temos uma gravura com o nome correspondente embaixo e um mini tabuleiro, para que ele forme a palavra. Pois, está amando! E eu, também! Amando duplamente: por ele parar para se concentrar e por estar envolvido no mundo das letras, ávido para querer ler sozinho. É lindo como ele "viaja" nas historinhas. Ele interpreta, com direito a mudar a voz e tudo mais. Até a lembrancinha da amiguinha ele fez questão de escrever seu nome:


O mais importante de tudo isso é o quanto eu tenho aprendido com ele. O quanto percebo como nossa relação é importante e o quanto ele confia em mim. Essas coisas seguem para sempre. Lembra que sempre falo que a educação de Peu é a longo prazo? É isso, a gente "ensina" hoje, para ele apreender amanhã. Um exemplo clássico é como ele reproduz como ajo com ele e o que falo para ele, como não encher o copo, evitando derramar... Ele, em casa, reclama e pede o copo cheio. Na "rua", ele pede: "tia, por favor, você pode me dar um copo com água? Mas, não encha, não, viu, coloque aqui, ó - e marca o meio do copo - para não derramar, viu?". Se alguém quer avaliar como e quem é o seu filho, deixe-o em outros ambientes e observe. Mas, não tem só o lado bom, na escola, ele aprende muito, mas, estava batendo nos coleguinhas... Ou seja, ainda tem algo nele que o incomoda e ele não sabe como lidar... E esse é mais um trabalho juntos que estamos fazendo: eu, a escola, agora a psicóloga e o pai - ah, e Peu, lógico!

Tempo, tempo, tempo! Tudo ao seu tempo, no tempo certo.

E "tempo" começa com que letra? E se cmeçasse com L? "Lento!" E se começasse com "Rápido"? Acelerado demais! Tempo começa no tempo certo e segue no tempo certo, sempre! 

Ensinar não é só escrever num quadro branco, é trocar e aprender a cada nova lição. O mundo das letras é mais do que saber o alfabeto e ligar cada letrinha para formar palavras: trata-se de um mundo vasto com outros mundos a explorar. É interpretar, questionar, pesquisar, desenvolver... criar e recriar! É arte! Na prática, ser mãe é aprender mais e ensinar mais, ainda! Vamos ler o melhor da vida, ao lado dos nossos pequenos, porque essa troca é mais do que mágica, ela é REAL! Realmente, linda!

Saudações maternais,

Pat Lins.

terça-feira, 21 de junho de 2011

FESTEJOS JUNINOS E OS FOGOS - VAMOS ESTOURAR DE ALEGRIA, NÃO ESTOURAR A ALEGRIA!

As festas juninas são divertidas e deliciosas - as comidas típicas, então... huuummmm - para adultos e crianças.

Entretanto, precisamos tomar muito cuidado com os fogos. A gente sempre acha que não tem problema algum, que estamos "de olho", até acontecer e lamentarmos o "incidente" ou a imprudência...

Existe tempo e idade para tudo. Ontem, vi uma amiga chamar a criançada, em meio a uma festa de aniversário de criança, para "soltar" os traques - aqueles que parecem um palito de fóforo. Primeiro, tratava-se de um condomínio fechado e de apartamentos, ou seja, a área da festa era uma área de circulação - não só dos convidados, como dos moradores - e com muitas crianças de diversas idades. Todo cuidado é pouco. Não temos a menor capacidade de antever o que uma criança fará. E elas têm ações e reações muito rápidas, exceto para defesa dos fogos.

Vi crianças maiores aproveitando a presença de um adulto - essa amiga - para legitimarem suas ações de, também, soltarem os fogos inadequados. Uma situação delicada, porque se um adulto toma a iniciativa de fazer o "errado", as crianças começam a acreditar que podem fazer tudo, sim. É o que falo de limite: muitos adultos não têm. Muitos demoram a crescer - e não falo crescer no sentido de ser sisudo e sério... muita gente adulta séria são apenas pessoas sérias, mas, em muitos casos, imaturos, no sentido de que não têm consciência do que fazer com o que aprende e vive... 

Pois, por pouco, uma dessas brincadeiras "inocentes" de soltar fogos que explodem do tipo "o que é que tem demais?" quase atinge um menininho pequeno, com menos de dois anos, que passou correndo na hora que soltaram uma bombinha "inocente" dessas. Para ele, se a mãe não alcança, não seria nada inocente e sim, um acidente.

Existem maneiras de curtir sem abrir mão dos fogos: traques de massa, por exemplo. Faz barulho e anima a criançada do mesmo jeito. Criança se diverte com o que tem e o que não tem, eles inventam. Não podemos passar nossas falsas necessidades para eles. Diversão, - como ensino a Peu - brincadeira é algo que não machuque. O que machuca é cosia séria! Quando não chega a ser séria e complicada.

Portanto, papais, mamães, vovós, vovôs, titios, titias, amigos, primos... adultos em geral, criança é criança e, por mais espertas que sejam, são crianças. Observar os espaço ao redor, avaliar - com bom senso - o que pode e o que não deve ser feito. Criança quer fazer qualquer coisa e limitar a se fazer o cabe a idade de cada uma - respeitando a presença das menores - não é diminuir, nem desmerecer ninguém, é agir com responsabilidade. E, cá entre nós, falta responsabilidade em muitos adultos! Ou, falta uma capacidade de se saber o que vem a ser responsabilidade!

Dá para curtir sem exageros, afinal, todo exagero é sobra e, normalmente, sobra para os inocentes de verdade...

Bons festejos! Divirtam-se TODOS, com prudência - que não é chatice, é zelo e cuidado para evitar que se aconteça alguma besteira e a lamentação não faz o tempo voltar para se corrigir o problema causado!!! Responsabilidade é coisa séria, sim, mas, a falta dela é muito mais sério!!!

VAMOS ESTOURAR DE ALEGRIA, NÃO ESTOURAR A ALEGRIA!

Saudações maternais, "sô" e "êta São João, bão da gota!" "vamo se diverti nesse arraiá"!!!

Pat Lins.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

COISAS QUE NUNCA SAEM DE MODA - Barquinho de Papel


Gentem, vocês já perceberam que existem maneiras de distrair nossos filhos, tão simples e que nunca saem de moda?

Pedro vive pedindo para que eu faça barquinho de papel. Eu havia me esquecido e passava a bola para outras pessoas. Pois, fui em busca do "paidosburrosdainternet" e coloquei: COMO FAZER BARQUINHOS DE PAPEL  e eis que fizemos juntos! Estamos com uma frota sem fim e muita diversão!


Olha, diversão não tem preço - ou, pode custar bem pouquinho... risos.

Quem tiver mais dicas, só enviar. Volta e meia eu vou aos KIDS INDOORS que sempre tem dicas legais para aqueles dias que precisamos ficar em casa com os pequenos.

Divirtam-se!

Beijos e saudações maternais,

Pat Lins.

domingo, 5 de junho de 2011

FILHOS EM FÉRIAS - dicas de Maria Irene Maluf


 Estamos próximo as férias de meio de ano - também conhecidas como férias juninas. Além dos cuidados com os fogos de artifício - para regiões onde se comemora o São João - e os acidentes que o uso indevido e irresponsável deles pode causar, as férias requerem muitos outros cuidados; precisamos estar atentos, também, a lembrança de que férias não é só programar uma viagem e vamos "esquecer" as "chatices" e os "problemas do dia-a-dia". Os bons valores precisam ir junto a qualquer lugar que se vá. A educação dos nossos filhos não precisam entrar de férias.


Acima de tudo, vem a explicação da importância em se entrar de férias nessa fase escolar - haja visto muitos pais e/ou responsáveis questionam: "não fazem nada e ainda tiram férias..." - Muitos adultos acreditam que "coisa séria" é só trabalhar e "ganhar" dinheiro. Leiam e aproveitem a leitura.

Segue abaixo a dica da Maria Irene Maluf - que é Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial, Editora da revista Psicopedagogia da ABPp e Coordenadora/SP do Curso de Especialização em Neuroaprendizagem do Instituto Saber/FACEPD. 

Obrigada a Mariana Carneiro e Denise Monteiro pelo texto da Maria Irene Maluf.

 Filhos em Férias
- Por Maria Irene Maluf -

As férias escolares trazem às famílias muitas dúvidas em relação ao que proporcionar às suas crianças nesse período. A primeira idéia é quase sempre planejar uma viagem, mas a realidade é que, hoje, com pai e mãe trabalhando fora, tornou-se difícil fazer coincidir o período de férias do casal junto com o dos seus filhos.

Além disso, o ônus financeiro que viajar em família representa para o orçamento doméstico já é um impeditivo importante para muitos e há também outro fator a ponderar: quando nossos filhos são pequenos, é muito fácil escolher o local onde passaremos as férias, porém cada vez mais cedo as crianças demonstram a sua vontade de experimentar como é ficar longe dos irmãos e dos pais por alguns dias, seja em um acampamento ou na casa de coleguinhas. Conforme vão crescendo, começam a querer cada vez mais viajar com os amigos, ir para a casa de parentes onde há outros jovens e até descobrirem sozinhos novos percursos.

De toda forma, acompanhados ou não, crianças e adolescentes, assim como os adultos, terão que se hospedar em algum lugar, seja um hotel, seja a casa de amigos ou de parentes. Nessa hora é que devemos nos lembrar que muitas coisas devem ir na mochila e na mala de nossos filhos, além das roupas apropriadas ao clima e aos programas, os brinquedos preferidos, os joguinhos eletrônicos, os tênis, os remédios, o celular... 

É preciso ir junto com eles, ainda, a conduta, os valores e a educação que lhes transmitimos ao longo da vida, não só para representarem bem toda a família, mas até para serem bem recebidos e convidados para voltarem mais vezes! Há necessidade de preparar nossas crianças que seguem em passeio ou viagem com ou sem a nossa presença, para o que significa esse novo desafio em suas vidas, que é o de ser hóspede de alguém. 

Por melhor que seja o local e o acolhimento das pessoas, elas têm que ter consciência de que não estão na sua casa e que devem cuidar sozinhos de si, de suas coisas e manter com as demais pessoas um relacionamento respeitoso e cordial: é para dar "bom dia", pedir licença, dizer "obrigada", se oferecer para ajudar no que for possível... 

Ensinar tudo isso exige a atenção constante dos pais e uma supervisão permanente da prática diária desses costumes ao longo dos anos, pois só assim é possível criar filhos autônomos, capazes de respeitar pessoas e costumes diferentes, hábitos e limites familiares novos e de aproveitar as possibilidades da sua nova experiência.

Crianças que em sua casa são excessivamente barulhentas, que não estão acostumadas a separar sua roupa usada em um cesto especial para isso, que desmontam um armário inteiro em busca de uma camiseta, que atiram pelo chão as meias, os tênis, que não conseguem manter o banheiro em ordem depois do uso, que não guardam suas coisas depois de utilizá-las, que não ajudam nas tarefas do dia a dia, como colocar e tirar a mesa das refeições, arrumar sua cama de manhã, etc , com certeza não conseguirão adquirir esses hábitos na véspera de uma viagem e muito menos será durante esse período que aprenderão novos costumes, sem passarem e nos fazerem passar por muitos momentos constrangedores.

Tudo que diz respeito à criação de nossos filhos é, sim, nosso problema e somos responsáveis por eles e por seu comportamento até que atinjam a maioridade: está até na lei! Orientá-los diariamente nas tarefas mais corriqueiras, dando-lhes responsabilidades, exigindo que se comportem adequadamente em todas as situações, não é uma questão de "etiqueta", mas sim de respeito ao próximo, às normas sociais e de civilidade.

Para termos confiança no comportamento que nossas crianças terão nesta ou naquela situação, é imprescindível ensiná-las desde cedo que, para poderem gozar de um privilégio, antes devem aprender muitas normas e limites e demonstrarem sua capacidade de se sair bem em sua própria casa!

Nossos filhos podem e devem viajar vez ou outra sem a família, desde que bem acompanhados, para um local conhecido e seguro. Podem gradualmente ir dispensando nossa vigilância, mas não prescindem nunca de nossa orientação e de uma educação responsável desde muito cedo.

Algumas regrinhas podem ajudar todos, sejam crianças ou jovens, a serem hóspedes muito queridos: 

- Procurar não falar alto demais, assim como respeitar o sono dos outros não fazendo barulho à noite;
- Jamais interromper a conversa de adultos;
- Procurar conhecer e seguir as normas da casa onde estiver hospedado, ainda que estas sejam mais rígidas do que as de seus pais;
- Lembrar de ser cordial e respeitoso com todos os membros da casa, com os outros hóspedes, funcionários, animais de estimação etc;
- Discussões: devem ser evitadas a todo custo na casa dos outros. As conversas devem ser cordiais e é obrigatório seguir aquelas regrinhas básicas como pedir licença para levantar, respeitar os horários etc;
- Na mesa: não falar com a boca cheia de comida, usar devidamente o guardanapo, lembrar de que talheres não são armas, sentar-se corretamente nas cadeiras e conservar os cotovelos fora da mesa;
- Mostrar respeito pelo gosto e escolhas dos seus anfitriões, aceitando com carinho a presença de pessoas idosas e crianças pequenas: críticas jamais!;
- Ao se despedir, deixar uma boa lembrança, agradecendo sinceramente a hospitalidade e já se preparando para um novo convite! 

Boa viagem!





 * Maria Irene Maluf é Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial, Editora da revista Psicopedagogia da ABPp e Coordenadora/SP do Curso de Especialização em Neuroaprendizagem do Instituto Saber/FACEPD
Site:
www.irenemaluf.com.br  


 Saudações maternais e boas férias!

Pat Lins.

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