sábado, 14 de maio de 2011

DECISÕES EM MOMENTOS DIFÍCEIS

O quê fazer? Como fazer? Qual a melhor opção?

Bom, já não basta a surpresa ruim de não encontrar batimentos cardíacos no bebê, vem o dilema de o quê fazer? Como agir? Esperar, leve o tempo que levar? Intervenção médica?

De acordo com a última ultra - fiz ontem, sexta-feira 13, em outro lugar, totalizando 4 ultras em 3 lugares diferentes - não há novidades com relação ao batimento, nem evolução de nada. Não há caminho de sangue. Olhamos por vários ângulos e instantes. Colo do útero bem fechado. Pela experiência da médica e, de acordo com o que o exame apresenta, pode levar mais 3 semanas para que o aborto aconteça. Bate com o que minha médica falou, que poderia levar 1 mês para que meu corpo "expulsasse" naturalmente o embrião. Trata-se de uma angústia terrível: não sinto nada  e fico esperando "o" momento da mudança de quadro. Isso dá margem para que escute de um tudo, desde pessoas que conhecem alguém que teve hemorragia e dores insuportáveis, a pessoas que optaram por apelar para a intervenção cirúrgica, não sentiram nada e engravidaram, logo depois, sem grandes problemas. 

Aí, fico sem saber o que fazer. Como tomar a decisão certa se nenhuma é errada? Nenhuma decisão dessa será errada. Mas, de fato, conviver com a idéia de que meu bebê está morto, dentro de mim, não é agradável. Mas, pensar que pode ser algo que a medicina não saiba, também passa pela minha cabeça. Farei outra ultra semana que vem... é o que me cabe fazer... Mas, não nego que crio expectativas - lembre-se, eu também sou humana e sonho com milagre, quem não sonha?! - de que tenha sido qualquer coisa e se escute os batimentos. Se ele crescer, semana que vem estiver maior, pode ser uma prova de que tem algo estranho, mas, que ele esteja vivo... Esperar o movimento natural me dará essa certeza, de que estava morto, mesmo. Mas, esperar tanto tempo, vivendo dia-a-dia com receio do que possa acontecer, mesmo que esteja vivendo normalmente, esse receio fica martelando, sim. Como negar? A diferença é que não faço disso um entrave. Apenas, lógico, tomo algumas precauções: evito ficar sozinha em casa, com Peu, por exemplo. Meio óbvio, né? Mas, há quem acredite ser exagero meu. Paciência, faço o que penso que deva fazer. Falo do que algumas pessoas falam para que se saiba que minhas decisões e a maneira como me esforço para ser melhor não se trata de um caminho livre de obstáculos e dificuldades. Mesmo assim, sigo em paz.

Apesar de todo dilema natural, visto o contexto, meu coração está em paz, de verdade. Minha mente, sim, esta está em trabalho constante. Preciso refletir e neutralizar a agonia, em forma de pensamentos e audições... Minha mente está voltada para manter tudo em ordem. Não entro em acelerações, evito discussões... Escuto o que me falam e pondero assim: "é o que a pessoa sabe falar... será que agiria assim? muito mais fácil falar do que fazer..." e tento compreender. Não me exijo a obrigação da compreensão... tem gente que eu não faço a mínima idéia do porquê agem como agem, mas, sabe de uma? O problema não é meu. Assim, minha mente deixa de lado. Não deixa de ocupar meu tempo, onde poderia estar pensando em algo melhor. Mas, a vida é assim. Pessoas são como são e só cada um pode se ajudar e melhorar - caso queiram, né verdade? Mudar dói e requer muito mergulho em si, sem deixar de viver o tudo mais.

Enfim, manter o equilíbrio - ou se manter na busca dele, como é o meu caso... rs - requer muito equilíbrio.

Semana que vem, volto aqui para atualizar.

Saudações maternais e fiquemos bem,

Pat Lins.

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