quarta-feira, 7 de março de 2012

APRENDENDO PARA ENSINAR UM ESTUDANTE


Pedro é um menino maravilhoso e inteligentíssimo - essa parte não é papo de mãe coruja. Só que ser sabido não é o suficiente. Ele tabém é teimoso e se coloca de igual para igual com os adultos. Lidar com isso dá um trabalhão, porque toda hora tem demanda para lidar.

Ele entrou na fase de ter que desenvolver a coordenação motora fina e, a mim, parecia um desafio sem fim. Mas, estou aprendendo a ver que ele é assim e, de alguma maneira, preciso saber como lidar e lidar. 

Ontem, tive o meu primeiro quase progresso ao sentar com ele para fazer o dever de casa. No início, eu segurava na mão dele e o ajudava a fazer. Me fora muito bem sugerido que não fizesse isso, para que ele desenvolva a autonomia e trabalhe a coordenação motora fina. Conversei com ele e, logo de cara, relutou e insistiu: "segura a mão do seu tchutchuco, mamãe". Como entendi que ele precisa superar esse desafio nele, reafirmei que não seguraria e que ele é capaz de fazer sozinho - falei com tom firme e com a segurança de que ele é capaz. Ele me disse: "tá feio, ó!". E eu lhe disse que todo começo é feinho, mas, com a continuação vai melhorando. Vi que criamos mais um vínculo onde eu tive que entender que isso é dar força ao filho e, para isso, preciso estar convicta. Creio que essa convicção que se instalou em mim favoreceu. Eu não me vejo como mãe má, mas, como mãe orientando e apoiando o filho a crescer. Ontem, ele se sentou para fazer a tarefinha e nem me pediu para dizer as letras, ou escrever num papel a parte para ele copiar. A professora dele me orientou que, durante a atividade, lembrasse a ele que ele preenche o cabeçalho todo dia e era só ele olhar o anterior para lembrar. Explicada essa parte, ele se virou, na dele. Já não estava sentada ao lado dele. Levantei e disse que iria ao sanitário enquanto ele fazia a tarefa dele e ele fez. No que ele não sabia, m chamava e perguntava: "você pode fazer um favor de me mostrar como é que eu faço o número 6? O meu tá saindo muito feio". Peguei minha agenda e deixei perto dele. Escrevi o "6" debaixo do "6" da data e ele só observou. Foi lá e fez sozinho. Ele conhece os números, mas, não conseguia fazer aquele número. Achei muito legal ele se mostrar querendo fazer. Teve interesse. Já não queria mais que segurasse sua mão. Levei quase um mês segurando a mão dele... e precisaram de dois dias para ele fazer sozinho e aceitou. Como a professora me explicou, ele precisa entender que ele é um ESTUDANTE e assumir esse papel. Pensei: "meu Deus, mais coisa!" e dei risada de meu pensamento bobo. De fato, muito mais coisa. 

Quando a getne quer que um filho cresça, a gente precisa crescer também. Cada novidade, cada novo desafio é difícil, sim, mas, estamos juntos. Porém, cada um com seu papel. Aos poucos, vamos aprendendo e ensinando, assim como nossos filhos estão aprendendo e nos ensinando.

Pat Lins.

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