quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"MÃE, NÃO QUERO MAIS ESSE PAPO DE DEUS..."

A gente não tem idéia do que são as nossas expressões para as crianças.

Quando perdi o bebê, ano passado, Peu sofreu muito. Para amenizar seu sofrimento, as pessoas, em geral, diziam:

- Foi papai do céu que levou seu irmãozinho, Peu, para ficar pertinho dele...

Passou e ele não tocava mais no assunto do irmão - exceto, quando o pegava chorando à noite, sozinho em seu quarto e falava: "estou com muita saudade do meu irmãozinho" - e nem orava mais. Dei um tempo para ele. Como eu tenho o hábito de sempre orar, principalmente, antes de dormir, mantenho meu hábito, mas, ele que espontaneamente orava, parou.

Há algumas semanas, não me recordo o que aconteceu, eu disse:

- Ore e peça a Deus, meu filho, que Ele te ajude e dê forças para você conseguir.

Pronto, ele abriu o verbo:

- Eu não quero mais saber desse negócio de Deus - colocou a mão no pulso, como quem marca o tempo no relógio e diz: - até hoje ele não mandou meu irmãozinho de volta. Ficou para ele... Estou com raiva de Deus, não quero mais falar nesse assunto, até ele me devolver meu irmão!

Pois é... nem toda criança aceita ser enrolada. Algumas ouvem o que a gente diz e levam a sério...

Tive que explicar que, na verdade, não era a hora do irmãozinho dele nascer e que na hora certa, ele virá. E expliquei que não depende dele decidir isso, que é assunto de papai e de mamãe, que a gente vai ver e decidir se e quando teremos outro filho. Não gosto de dizer: "te dar um irmãozinho", porque não será um presente para ele. Lógico que ter um irmão é maravilhoso - para quem tem irmãos-amigos, como eu, é - mas, não planejamos isso pensando em agradar a Peu. Isso é decisão do casal. Com conversa e franqueza tudo se esclarece. Tirei de Deus o que colocaram Nele. E ensinei a algumas pessoas a dizerem: "Peu, quando seus pais acharem que está na hora, seu irmão vem.".

Sorte que ninguém mencionou a cegonha... Mas, a pergunta de como nascem os bebês ele já me fez e deixou claro: "nem tente me enganar...".

É isso!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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