Meus olhos dizem aquilo que ninguém quer ver...
Todos alegam que eles mostram o que querem fingir ver.
Eu só os tenho e apenas vejo.
Me recortam em mil pedaços e não me enxergam em nenhum... vêem a si ou aos seus próprios dilemas e defeitos.
Meu todo se reparte em mil fragmentos que nada dizem isoladamente.
Meu todo só funciona e faz sentido para os que me sentem, me amam e me deixam amar.
Meu todo só é todo às vezes, apenas para quem eu quero mostrar!
Me divirto com os tolos que juram me identificar!
Me perscrutam vagamente e afirmam aprofundar!
Me ignoram, sim, eu sei.
Mas, se ignoram muito mais a si, eu sei! Eu, na verdade é que bem sei.
Aí, de um jeito tosco eu peço:
"dá para parar?".
Ninguém me ouve...
Todo mundo quer seguir o mundo que aí está.
Eu? Quero ir longe, para meu mundo
Mesmo estando aqui, fisicamente, no mesmo lugar.
Não adianta... não me tomes, não me sente.
Se não me ouvem, eu grito, berro, e me agito.
Culpam ao mundo e a todo mundo...
Só não são capazes de "se humilhar"
Reconhecer o quê?
Em sua arrogância diz:
"eu é que bem sei o que fazer!".
E me olham de novo, de um novo jeito... tudo balela
Apenas para se justificar!
Até quando essa arte da falta de arte de experimentar?
Onde está o novo? E o velho?
Onde estás tu, tatu, que nem me ouves, nem se ouves,
nada ouves além de um quase tu
que nem és tu de verdade...
apenas uma fraude do tudo que podes ser!
É... é bem assim comigo.
Não me olham,
porque mal desgrudam do umbigo
cego de quem ainda nem nasceu.
Eu?
Vou seguindo!
E vocês, me vendo e ouvindo pelas fragmentações desses outros alguéns!
Vai vendo, vai assim
Sei que um dia vão se encontrar contigo e consigo
Torço por isso
Rezo, por vocês!
Vão lá, voltem
Me olhem
Olhem em meus olhos e deixem
O meu olhar
Lhes guiar!
O que os meus olhos dizem?
Ah, fala sério!
É só para eles, de VERDADE, olhar!
Para os cegos, fica o tato,
para o tato no impalpável tocar.
Sim, é ele, ser maior!
Meu coração,
para quem vocês sempre disseram "não, não existe!".
Tanto existe que posso provar.
Não... não para vocês... vocês têm mais é que se enxergar!
Depois, quem sabe eu deixe me acessar...
E para o que vocês chamam de loucura
Talvez seja, simplesmente
a cura
do mal que na humanidade há!
Não sou bem eu quem deve se elevar!
O problema é esse:
só querem me julgar...
Bom seria se pudessem e quisessem me ajudar!
Pat Lins - inspirada em Pedro Henrique, no que senti que ele queria dizer... para algumas pessoas da escola. Publicado na "Cogito Antologia Poética", com o título: "Loucura que cura".
O Peu de fora fez o Peu de dentro da mãe gritar o que já não pode conter.
ResponderExcluirBelo desabafo da criança-mãe.
Beijos para a mãe e as duas crianças.
Com certeza, amiga! Ele está me dizendo o que nem eu queria ver...
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