Pois é, a saga do filme continua, mas, melhorou. A estratégia da negociação foi surpreendente: ele não só concordou, como entendeu e, o melhor: aceitou. Melhor que isso, só dois disso! E, sendo assim, ele voltou a pedir os filmes que antes gostava tanto, como "A Era do Gelo", "Toy Story 1, 2 e 3", "Shrek", 'Lucas, um invasor no formigueiro" e etc - se eu for listar a dvdoteca dele, não termino hoje.
Com relação ao comportamento, normalizou. Ou seja, diminuiu o excesso do que já é excessivo. Graças a Deus, porque eu já estava esgotada e, confesso, sabe Deus de onde tirei forças, porque, minha gente, careca era só o começo dos meus problemas.
Visitando, como de costume, os blogs amigos - tenho uma lista aqui ao lado - li um texto emocionante da Sueli, - BLOG DO DESABAFO DE MÃE - e me vi ali. Só quem tem um filho de personalidade forte e dono de si pode imaginar o que passo. Por mais que eu escute e saiba que ele não é um menino ruim, afinal, não é malvado, "só" agitado, isso não diminui em nada meu desgaste. Todo dia eu vivo tensa e pressionada. Estou sempre alerta e tenho que ser flexível e legal; e ainda rigorosa e firme; carinhosa e amorosa; mãelimite no limite. Só por um tempo, queria refresco - risos. Sabe o que é pior - ou melhor ? Eu não resisto aquele safadinho lindo. Ele é elétrico, me mata de cansaço, mas, se não fossem as críticas que dou ouvido e reverberam em minha mente, talvez, quem sabe, eu me cansasse menos. Também, quem manda ser humana e dar ouvidos ao que não deveria ser escutado, já que se sabe que quem fala apenas extravasa sua própria dor, infelicidade, fraqueza e pequenez através da tentativa de diminuir o outro para se sentir maior?! E isso me incomoda muito: mania de me ocupar com a língua dos outros. Acho que sou assim por conta de minha mama querida. Ela é do tipo de pessoa que prefere se machucar a ter que dizer a verdade a alguém. Eu vivo uma contradição: quero falar - e, quando não dá para segurar, eu falo - e me sinto péssima por magoar alguém, ainda que esse alguém tenha me magoado. Aquela história da pessoa sacana que sacaneia, provoca e ainda sai como vítma, porque soube fazer seu lobby. Meu lobby é queimado, porque eu explodo mais do que me contenho e quem provoca fala baixo, com voz mansa e incubado. Odeio falsidade. Pois sim, o que isso tem a ver com Peu? Essas pessoas e lidar com isso me desgasta tanto, nesse embate que minha resistência diminui. E eu? Preciso estar sempre em alta, para conseguir lidar com Peuzinho.
É muito cansativo ter um filho ultra elétrico, que parece saber o que quer e só descansa quando consegue - leve o tempo que levar, ele consegue alguém que ceda... principalmente quando não está em minha frente - e tentar lidar com algo que já é desgastante por si só e ainda ter que lidar com gente desocupada e sem "setocômetro". Gente que, se estivesse em meu lugar, o que faria? Sim, porque essas pessoas são cheias de dicas, receitas, fórmulas de sucesso, "jeito", "ciência", técnica - diga-se de passagem, teoria da técnica -, de experiência - nos casos que me refiro, malsucedidas experiências, mas, como os filhos cresceram e não matam, nem roubam, acham que fizeram um bom trabalho... ainda que sejam pessoas problemáticas e difíceis, imaturas, infantis, egoístas... isso me incomoda mesmo e de verdade. Cuidar de Peu não é facil, mas, se ele é assim, eu tenho que encarar os fatos e lidar com isso. Quando consigo manter uma distância saudável - como me refiro a me afastar daquilo que me compadece, para o meu próprio bem e que não é tão bem visto pelos outros, mas, paciência para eles - eu mantenho minha taxa de resistência equilibrada e minha rotina cansativa é puxada, mas, "vivível" - risos. Infelizmente, algumas vezes essa distância saudável é quebrada e levo dias para me recuperar, até estabilizar. Bom é que cada vez que faço o esforço, assim que passa a fase crítica do estresse instalado, me sinto infinitamente melhor e mais forte e, detalhe, mais convicta de que estou certa em manter minha distancinha, viu? Sorte a minha que ainda posso e consigo fazer isso com, pelo menos, 90% dessas pessoas inconvenientes, mas, que fazem parte do ciclo social e familiar.
Essa questão do filme, mesmo, nem todo mundo acredita e acha que é proque ele é assim mesmo. Será? Não sei, acho que sou observadora demais, minha veia crítica e exploradora da alma humana me faz ser assim, de natureza. Isso faz com que eu me abra para as possibilidades, em vez de fechá-las e visualizar tudo de um panorama mais holístico - não como as pessoas dizem que fazem, sem fazer... eu sinto a dor de quem se esforça para colocar em prática o movimento de mudança, de observação, de planejamento e de desenvolvimento de estratégias e ações. Sou, praticamente, um plano de marketing - risos. Ou, uma monografia - risos. Nem por isso, obtenho sempre êxito... O empirismo me guia e entre tentativas e erros, vou chegando lá. Como sempre me falo: quem vai saber o que é certo ou errado no que tange a educação de um filho? O que deu certo para A - quando deu certo mesmo, ou seja, a criança cresceu e se tornou um adulto equilibrado, sensato, sereno... o que não quer dizer que seja apenas mérito dos pais, mas, do ambiente, da característica pessoal, do empenho individual, das oportunidades bem aproveitadas... Complexos é o que somos - não quer dizer que vá dar certo para B, C... Z. Cada um é um. Tem uma pessoa que vive pregando essa premissa e, na hora do "vamo ver" é a primeira a já estar comparando e, cá entre nós, sem critério algum... Comparar é necessário, para que tenhamos parâmetro, mas, o que é - ou quem é - o parâmetro para comparação, mesmo? Só Jesus, mesmo. Ou Gandhy, Madre Tereza... Pessoas que abriram mão de si, por já serem tão evoluídos que não tinham mais o que crescer, apenas orientar e facilitar crescimentos.
Ai, quero vomitar minha irritação, para que essas reverberações me deixem em paz. Eu já vivo uma vida desgastante - não, eu graças a Deus não passo fome, nem sede... mas, a educação de Peu requer um ritmo em mim que não é o meu e exige um estado mental sempre alerta que, de vez em quando, pede descanso e não encontra. Tudo seria menos pesado se as pessoas se tocassem e, se querem ajudar, ajudem. Porque, muito ajuda quem não atrapalha, já dizia minha avó. Ajudar colocando mais pedra para a pessoa carregar a sadismo, né ajuda não, viu?
Meu filho é agitado, sim, mas a "culpa" não é minha. Ele é como é. Não é por falta de diálogo, nem de limite - ou tentativa de dar alguns. A educação de Peu é a longo prazo. Já percebi isso. Essa natureza geniosa dele insiste e testa meus limites, mas, eu quase sempre estou lá, segura e firme. Caio, por diversos motivos, porque, apesar de ser mãe - e todo mundo exige perfeição sem o ser - eu sou gente e vivo outras coisas além da maternidade. Caio, por diversos fatores pessoais e íntimos. Caio como qualquer pessoa. Mas, o que mais me derruba, com relação a lidar com Peu são essas intromissões descabidas, desorientadas e sem sentido, que invadem como uma chuva ácida - não comparao com acidentes naturais, porque acidentes naturais são reações da natureza gritando socorro. A mãe natureza pede socorro para que nós, filhos, vivamos melhor e nós, filhos, somos extremamente desobedientes e impetuosos, como Peu é comigo... - e terminam por alterarem o rumo de meus afazeres, do meu ritmo... Tanta cobrança. Todo mundo devia fazer terapia. Tantas ações infantis, de adultos que não se desenvolveram e cresceram em idade, mas, não em identificar sua identidade... Tanta gente que briga por tão pouco. Tanta gente que se diminui em vez de crescer. Tanta gente que cria situações sem necessidades. Tanto malentendidos, por falta de uma coisa simples, chamada "comunicação" - falar, ouvir e entender. As pessoas têm má vontade em compreender. Em aceitar. Em respeitar.
Difícil! Mas, vou indo, porque, como disse a própria Sueli, mãe nunca desiste. E, acabo sendo mãe de mim, porque não desisto de mim, nunca! Nem quando penso que assim o fiz.
Vou terminar aqui, senão, uma coisa puxa a outra e este post era só para dizer que educar um filho é zelar por tudo que o envolve, sabendo que não temos controle total do que eles captam, mas, temos co controle total de fazê-los entender que por mais legal que uma mãe seja, ela precisa ser respeitada e reconhecida como tal. Só para dizer que eu luto todos os dias para que meu filho cresça um homem virtuoso, de bem, mesmo que hoje ele brade com os limites, que teste os meus limites, amanhã, seja ele o que for, eu fiz o que pude, com a melhor intenção. Só para dizer a mim mesma que eu preciso recarregar e triplicar minhas forças. Só para me dizer que educar um filho é identificar os sinais - quando problemas - e se abrir para as soluções, porque não existe um única solução, mas, sim, uma que dê jeito.
Depois, talvez, volte a extravasar de novo. Afinal, na prática, somos isso: gente querendo ser melhor, mesmo sem se dar conta e sem se dar conta dos caminhos que seguimos para tal. E, no filme de nossas vidas, tudo deve ser dirigido por nós mesmos e com ajuda, sim, porque ninguém vive sozinho, mas, ajuda é uma coisa, manipulação, controle e intromissão é outra...
Saudações maternais,
Pat Lins - uma mãe na prática diária de se construir e desconstruir; num desabafo de mãe e que só coisa de mãe pode entender. E, fica a pergunta: "what mommy needs?" Afinal, somos mãe e muito mais, não é não?! E sempre em mãetamorfose. E haja inventando com a mamãe para alegrar a filharada. Principalmente os kids indoors da vida moderna, de crianças que não dormem e vivem acesas, como se não tivessem tempo a perder. Que um dia vão virar adolescentes - e, alguns saírão dessa fase... Afinal, todas vivemos um sonho de ser mãe e, no final, toda mãe é igual! A cada mãe, mãeblogeira, bipolar ou não, aqui, meus parabéns! Fui tecendo o fio de ariadne para agradecer com este último parágrafo, a maioria dos blogs que sigo, por conta desse meu pequeno, nessa pequenópolis. Para quem não entendeu, vide a lista de blogs que sigo, porque este blog é para mães de ninas e ninos do meu coração. Minha homenagem a cada uma de vocês! Beijos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário