sábado, 8 de setembro de 2012

O PODER DA VISÃO


Esta semana, mesmo em meio a tanta turbulência e pouco tempo cronológico, tive acesso a levantar de questões que me deram um gás e um impulso para que eu renovasse minhas forças.

Como mãe, somos tachadas de "chatas", por brigarmos por nossos filhos. E é aí que entra meu questionamento: "somos sempre chatas?". O grande desafio é dosar onde somos cegas, por estarmos muito envolvidas, e onde estamos vendo além, por estarmos muito envolvidas. 

Já deu para perceber que estou engasgada, não é? Pois é! Mesmo assim, tenho consciência de que isso não me faz bem e que não ajuda em nada no meu objetivo. Estou conversando comigo e com pessoas "qualificadas" para conseguir diluir essa situação e conseguir manter o foco onde devo: objetivo. E é isso que deixo claro agora: meu objetivo é ajudar meu filho a se desenvolver como pessoa. Para isso, estabeleço metas e as cumpro, as avalio e mensuro, ao final. O que atingiu o resultado esperado, me dá forças para continuar. O que não atingimos, ainda, revemos nossos conceitos e refazemos a maneira de fazer. Mudo de estratégia de tempo em tempo, tentando, sempre, para descobrir como melhor ajudá-lo, vendo-o como e quem é e fortalecendo sua base moral e de valores - eu acredito nisso! Pois bem, firmei boas parcerias - parece papo de negócio, não é verdade? - e muitos frutos estão brotando, agora. Não é fácil semear, regar e colher sozinha. Nada na vida se faz sozinho, apenas as decisões, as escolhas. Mas, o definir e o seguir pode ser fruto de trocas, de aprendizado. Vou conseguir me focar no objetivo com a emoção necessária: a fé! A fé de que tudo merece uma oportunidade para ser diferente. Pode até não ser, mas, se não tentar, como saber? Se não souber o que se quer alcançar, como saber como ir e onde chegar? Vou seguindo...

Pois bem, uma das mensagens de reflexão mais bonitas que tive foi esse "O Poder da Visão". No outro blog, o AQUI E AGORA, apresento outros que conheci esta semana e que me enriqueceu tanto os pensamentos.

Faz mais ou menos quinze dias que só recebo feedback positivo de Peu, com relação ao seu comportamento e seu desenvolvimento pedagógico. Milagre? Não. Teoria colocada em prática para se tentar algo novo e diferente. Se há uma suspeita e se havia sugestões para tentar comprovar ou refazer as hipótese, em prol do desenvolvimento de um pequeno ser em formação, não entra em minha cabeça a postura dos profissionais de educação envolvidos no "caso". Para mim, se trata de profissionais de educação, pessoas que foram lá, entraram numa faculdade, concluíram, fizeram suas titulações para cima e esqueceram de se perguntar: "essa é minha vocação?" ou "esse é o meu sonho?" ou "qual o meu sonho?". Enfim, a escola deu a chance, a oportunidade para essas profissionais porque percebeu algum potencial. Mas, eu, de fora e doída, questiono até onde esse potencial é real ou não... Puro julgamento meu, que pode ser desencadeado por diversos fatores e, com isso, estar "contaminado". Como elas assim fizeram com meu filho. 

Um resumo da situação inicial:

Meu filho sempre foi muito ativo. Como tudo que entra na "moda" das novas nomeclaturas de patologias, cai  na boca do povo e tendencia os diagnósticos, eu, assim como muitos outros leigos, achamos que ele poderia ser um TDAH - hiperatividade. A pediatra dele, da época, me dizia: "a hiperatividade não é só a agitação motora. Existem crianças hiperativas que não têm essas aceleração. É uma aceleração mental que faz com que a criança não tenha foco e passem mil informações ao mesmo tempo em sua cabecinha...Eles tê dificuldade em interagir com a realidade... Não é o caso de Peu. Ele interage e interage bem...". Fiz o tal do eletro e a neuro me disse que ele não era TDAH, que, possivelmente, tivesse inteligência acima da média associada a alguma outra característica, como ansiedade. Sugeriu que fizesse avaliação psicológica e psicoterapia, para ajudar. Ele tinha 3 anos, nessa época e estava entrando na escola. Como não tínhamos condição de pagar a psicoterapia, adiamos.

Quando ele estava com 4 anos, eu engravidei e perdi o bebê. Ele ficou mais agitado e desencadeou uma agressividade na escola - e que era uma nova escola. O que nos chamou a atenção, foi que ele sempre teve o mesmo comportamento em todos os lugares. Nessa época, na escola ele mudou o padrão de comportamento. Ficou agressivo e não aceitava os limites. Tudo bem que aqui fora ele também não aceita limite com facilidade, mas, ele tem e acaba, por consequência, se encaixando e sendo envolvido por eles. Pois bem, pedi a escola uma indicação e me deram. Estamos com ela até hoje. Primeiro pelo trabalho brilhante que desenvolve. Segundo, pelo compromisso que tem e o cuidado de observar e estudar com olhos abertos, sem fechar ou desconsiderar nada. 

Pedro começa a dar sinais de melhora. Mesmo assim, é muita demanda. Uma coisa que todos concordam - todos, leia-se: amigos psicólogos que tenho, pedagogos e pessoas entendidas do assunto ser humano, além das professoras anteriores e da psicóloga dele - em uma coisa: ele tem uma inteligência acima da média. Isso, por si só, é um desafio gigantesco. Muitas mães se sentem envaidecidas, eu me sinto mais responsável pelo bom aproveitamento dessa inteligência. Ele tem um perfil de liderança, natural. O que aumenta o meu desafio e empenho. Me cuido, para cuidar dele. Isso não me torna perfeita, mas, uma mãe em constante busca e transformação, na prática. Este ano, com 5, ele continua na mesma escola, só que no prédio maior. O que melhorou um pouco, no ano passado, começa a desandar... Apenas, dentro da sala de aula. Eu, exclamo sempre - seja em reunião, seja em contato com a pró ou equipe de coordenação: "Isso é estranho! Ele tem melhorado tanto... Precisamos investigar o que passa na cabeça dele para agir assim dentro da sala...". Nem percebia que estava sendo "a chata". Meu objetivo foi mal explicitado: eu, naquela época, não duvidava do trabalho da equipe... eu tinha a referência da equipe anterior e estava com ela muito forte, portanto, para mim, o processo estava tendo continuidade. Na última reunião, no final do semestre passado, a coordenadora nos disse: "olha, eu não sei quem é Pedro. Outro dia que eu fui ver que ele sabia as vogais... Talvez, vamos observar durante o segundo semestre, ele tenha que repetir o grupo 5...". Eu, lógico, questionei: "Tem algo que possa fazer em casa para reforçar? Algo que ajude a desenvolver, tipo uma professora em casa, algo assim. Porque se mandarem pintar um ovo de rosa eu pinto, se vir que deu resultado positivo, compro uma dúzia. O que for preciso fazer para ajudar, contem comigo, porque sou a parte mais interessada nessa parceria em prol do desenvolvimento do meu filho...". A coordenadora apenas deu um meio sorriso, e diz: "Não, mãe, não precisa fazer nada. Apenas estabeleça mais limites para ele". Eu coloco: "se eu apertar mais, é capaz de romper...". 

Fui me abrir com a psicóloga dele: "Não sei, mas eu tenho a impressão de que tem algo errado na condução do processo com Peu, este ano... Durante todo o semestre, Peu não rendeu nada na sala e o comportamento dele lá, só piorou. Tem algo lá que preciso detectar... A coordenadora me disse que talvez ele tenha que repetir a grupo... O que me chama a atenção não é o fato dele ter que repetir, mas, o argumento de que ele não sabe nada... E que ela não sabia que ele sabia as letras... Concordo que o comportamento dele lá está complicando, mas, até essa agressividade, não sei, me soa como algo reativo... Como faço para entender melhor essa situação? Meu lado mãe coruja pode estar tentando tendenciar minha visão e me fazendo ver coisas demais, mas, eu sempre me esforcei para ver Peu como é e só assim comecei a saber lidar com ele... Eu preciso fazer algo para ajudar meu filho. Se ele tiver que repetir, ao menos, poderia ajudá-lo e não repetir seja lá o que for... senão, vai  ser esse mesmo estresse de novo...". Ela ouviu calada. Até que, por fim, me disse que havia tido uma reunião, antes da minha, com ela, e a professora do grupo anterior entrou com um dado que contradizia a opinião da coordenadora e, que ela mesma, a psi dele, já havia sugerido atividades diferenciadas para tentar atraí-lo pelo que ele tem mais afinidade e ir desenvolvendo. E ficou espantada em não ter sido ouvida e, muito menos, levada em consideração. Pois bem... nada feito. Semestre perdido. Em casa, via o progresso dele na escrita. Ele não queria parar para escrever e fazer as atividades, no início, depois, dentro da nossa rotina, ele não só fazia como fazia com mais segurança a cada dia. Os colegas pararam de reclamar dele. Esse indicadores informais me chamaram mais atenção e reforçaram minha intuição - que, considerei estar contaminada pela cegueira de mãe, mesmo, o que pode acontecer - e comecei a ver mais. 

Enquanto observava, também agia. Nova investida estratégica: EQUOTERAPIA. Um trabalho muito bonito e, não só pela beleza de ver, mas, de ver os resultados e a equipe multidisciplinar que toca o projeto. Um trabalho sério e bem estruturado. Fui em busca de informações, apesar de escutar: "ah, ali é para criança com doenças sérias: autistas, síndrome de down, paralisia cerebral...". Eu fui procurar informação na fonte: O QUE É A EQUOTERAPIA? "...a utilização do cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação para estimular o desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência... As técnicas da equoterapia promovem benefícios físicos, psicológicos e educacionais aos praticantes, além de propiciarem novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.". Ou seja, trabalha o comportamento, também. Mais um auxílio! Conversei com a psi dele, para alinhar as idéias e pedi um relatório. Feito. Começamos. Não sei como repercutiu em meio à equipe de coordenação da escola, mas, algo já estava em ebulição por lá. A Diretora é uma pessoa e profissional de VISÃO. Foi preciso incomodá-la, durante sua licença maternidade, para informar sobre as posturas de suas funcionárias e o que poderia ser feito, porque uma criança estava sendo subjugada. Abro parêntese aqui: se a professora do grupo mais avançado conseguiu identificar esse potencial, porque em vez de escutá-la, a desmereceram, afirmando que ela não tem "qualificação" para fazer esse tipo de avaliação? E quem tem, o que fez? O que era para ser um caso de estudo de "como e o quê podemos fazer mais para resolver" virou um campo de batalha de egos feridos: o meu de cá e o da equipe de lá. A parceria, mantida unicamente por mim e a psi dele, ficou, também, desqualificada pela equipe. Sabe Deus o que passou na cabeça delas...  Mas, bastou que ela voltasse e assumisse o leme, o barco voltou a andar. Ela foi observar por ela mesma. Como solução imediata, no começo do segundo semestre, contratamos uma estagiária de psicologia para fazer as intervenções em sala de aula, sem chamar a atenção de que estava ali por ele. A escola contratou uma segunda professora, duas na mesma sala. O cenário começava a mudar. Emperrava no mesmo lugar... Pois bem, fechando o parêntese, volto a EQUO. Pedro, após 1 mês e meio de atividade, melhorou ainda mais. Mudou 100%? Claro que não. É um trabalho de base e verdadeiro... essa de "mudo o seu comportamento em três dias" é algo superficial... O trabalho com Peu é a longo prazo. Isso eu tive que aprender, mesmo, na prática. Não adianta pressa. A ansiedade só me atrapalhava. Tudo andando. As queixas na escola - exceto dos alunos - sem parar. Pirei! "O que posso fazer? Ele melhorou muito mais em todos os lugares... agora, temos que ver o que ele entende aqui dentro...". Mais palavras bem colocadas: "Mãe, você tem que entender que...". Bom, eu tenho que entender que sou uma mãe. Um mãe humana. Uma mãe humana e com defeitos, como todo mundo. Uma mãe que pode cegar, as vezes, mas, que abre os olhos quando bem advertida... Uma mãe que também vê por si só. Então, eu entendi: "falha humana das profissionais de educação". Basta seguir o raciocínio lógico. O que elas fizeram durante o primeiro semestre, que, nunca me deram um feedback novo? Como os próprios colegas viam a melhora de Peu e elas não? Mãe pode ser um bicho chato e quando vira uma leoa, então... Mas, nunca me dei o luxo de perder a razão. Tento entender. Tento compreender e aceitar que elas, nada mais, nada menos, "comeram mosca", por conta de quê? Sei lá... já ia entrar com julgamento de valor. Mas, com certeza, por falta de VISÃO e de OBJETIVO. O meu era um, e o delas? Além de repetirem o mesmo discurso desde o início das aulas até as férias de junho, demonstravam cada vez menos paciência com ele... Meu marido presenciou uma cena da coordenadora sacudindo Peu e segurando-o firme no canto da sala e ele gritando como um bicho acoado no canto: "ah. ah. ah". É fácil esse ambiente de educação? 24 alunos na sala... Mas, quem entra nessa deve ter uma vocação bem definida. Tem que correr na veia. É como ser médico, policial... Tem que ser, não adianta cursar a melhor faculdade, aprender as técnicas mais modernas se não tiver sangue nas veias. É vocação, mesmo. Nasce para ser. Não dá para ser mediano em se tratando de educação, saúde e segurança.

Mais uma vez, numa dessas conversas na chegada e na saída da escola, exponho que ele melhorou muito na Equo. A mãe de um colega, que além de tudo é vizinha aqui, me disse que o que chamou a atenção dela foi que o filho sempre chegava em casa relatando as artes de Peu. Fazia um bom tempo que ele não relatava mais nada. Diante dessa observação, ela perguntou ao filho porquê ele nunca mais havia falado de Peu, no que ele diz: "minha mãe, ele é outra criança!". Vou buscá-lo na sala e sua dupla de terror - nunca deixei de ver que ele tocava o terror na sala... a diferença é que buscava soluções para resolver esse comportamento, não alimentá-lo... - me diz: "tia, seu filho está diferente. Ele nem apronta mais...". Falou Caio em tom de desolação, como quem diz: "agora estou sozinho...". Isso não deve ser levado em conta? Tá, tem a parte pedagógica. Em casa, faz as atividades com muita facilidade e rapidez. Cenário mudando consideravelmente, ainda mais. Só não vê quem é cego e incapaz de, mesmo cego, ao menos, escutar, sentir, tocar. Ah, uma observação: no ano passado, detectamos que a brecha de Peu poderia ser a falta de pulso firme do pai... Este, hoje, faz terapia e tem se esforçado muito e se empenhado bastante. Pedro sentiu mais limite nas ações do pai. Ou seja, não medimos esforços, mesmo e com consciência, com um fim específico; com um propósito.

A surpresa - situação atual:

Por volta do dia 22 de agosto, uma quarta-feira, fui buscá-lo na escola. O que seria uma fase "crítica" - ele havia arrancado o primeiro dente de leite, teve que ir ao dentista, pois, quando o dente começou a amolecer , o outro já nascia atrás e estava bem avançado...; o pai estava viajando e passaria 10 dias fora; ele estava fazendo xixi a cada segundo... depois de exames feitos e descartada a infecção urinária, ficou a suspeita de ansiedade pela volta do pai... o que assim que o pai voltou, dias depois, normalizou... a escola colocou como "possível mania dele" e eu, apenas dizia: "lido com várias hipóteses... observo tudo e vou agindo" - ele até que reagiu e agiu melhor do que o esperado. Pois, grande foi a minha surpresa quando a professora, que estava conversando com a bendita coordenadora, vem a mim e afirma, extremamente feliz: "Olha, começamos, na segunda, com atividades diferenciadas para ele e ele vem surpreendendo! Está rendendo mais do que rendeu o semestre anterior todo!". Se ela estava feliz, imagina eu. Mas, não me contento com essa felicidade. Essa sugestão veio desde o início do ano. Graças a Deus, a Diretora voltou. Porque eu já estava entrando em contato com outras escolas. Pesquisei algumas montessorianas. Mas, em tempo, ele foi inserido e se deixou inserir no contexto. No ritmo dele, no tempo dele e sendo inserido começando pelo individual ao coletivo. Depois de quadro mudado, tudo parece muito fácil. Simples, já era, bastava terem feito antes. Mas, foi assim de graça? Elas tiveram essa VISÃO? Não. Foi preciso ajuda e muito apoio. Não bastava a professora do grupo 6 ver, a psicóloga ver - mãe, não conta... também, tem tanta mãe e pai chato lá, que brigam por cada futilidade que compromete a imagem do que vem a ser "visão de mãe" - foi preciso ter uma liderança capaz de validar e agir: a Diretora. Daí, me pergunto: com Pedro é porque ele é agitado e agressivo - até essa agressividade precisa ser melhor avaliada... é mais reativa... vamos deixar para mais para frente, porque essa é outra demanda, mais uma... - e com relação ao outro colega que era quieto e retraído demais? E o outro que toca o terror, e a mãe não sabe como agir?

Talvez, a minha prática da maternidade seja diferente. Assim como eu sou diferente. Pedro é diferente. Meu marido é diferente. Todo mundo é diferente. Talvez seja igual a outras mães, que defendem sua prole com toda força que só um útero pode dar - e não me refiro apenas ao útero como quem gerou nele... conheço mães de filhos adotivos que sentem muito mais terem gerado dentro delas a criança, pelo coração, do que mães que geraram e não sabem seguir uma direção... e nem a si são capazes de ver.

Eis o motivo desse vídeo no início, para aumentarmos o nosso poder de ver; de questionar; de investigar; de refletir; de ponderar; de avaliar; de objetivar; de conduzir; de agir! De mensurar; de recomeçar; de rever; de mudar as estratégias... de sempre seguir e ir. De quebrar com paradigmas que nos engessam e nos impede de crescer e ir além.

A criança não precisa ser donte para ser diferente. E ser doente diferencia em suas limitações que, mesmo assim, devem ser estimuladas da maneira certa. Foi na Equo que uma profissional de lá, que, além de psicopedagoga e trabalhar com inclusão, é mãe de uma criança especial, com síndrome de down e que, antes de sonhar ter filho, já exercia a vocação como educadora de inclusão com amor, empenho e dedicação e me disse: "não tem como ensinar uma pessoa a nadar numa pista de corrida". É difícil agir diferente, ainda mais quando temos pensamentos limitadores, estagnados. Mudemos o jeito de pensar. Pensemos melhor! Agiremos melhor!

Saudações maternais,

Pat Lins.


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