quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SER MÃE É APRENDER... A CONSTRUIR CAMINHOS COM OS FILHOS!


Pois é, viver a cada dia é aprender. Reconhecer em si que é humano, é aprender. Dar tempo ao tempo é aprender. Ser mãe e saber qual dose certa do "quê" e "como" fazer é aprender. Para tudo isso, paciência e tempo. Para paciência e tempo: estar aberto.

Nada disse é fácil. Requer de verdade em nossos objetivos e foco.

Nesses últimos tempos estava chateada - ainda estou... não me furto ao direito de admitir minhas emoções para mim, muito menos, de permití-las serem guiadas por uma dose pesada de razão - e, segurei a onda. Tive vontade de "descer do salto". Minha sensação era de impotência diante da situação onde via meu filho sendo vítima de tamanho "descaso", na escola. Ainda não digeri muito bem o rumo que as coisas seguiram. Mesmo entendendo que o que importa é o daqui para frente, onde, finalmente, se fez o movimento de colocar as suposições em prática - única maneira de saber se era um caminho ou não... - e, assim, possibilitou a mensuração de um resultado positivo - poderia ser negativo, o que motivariam novas tentativas. Isso ainda não me desceu. Trata-se de um processo de auto conversação e um diálogo permanente de mim para comigo mesma de consciência.

Uma pessoa me sugeriu: "agradece a Deus por estar andando e rumo para frente!". Refleti, ponderei e vi que estava sendo hipócrita - humanamente hipócrita... vou amenizar para mim... pura defesa... - e deixei a raiva quase dominar. Voltei para mim e me perguntei: "qual o meu objetivo?" e me respondi: "o bom desenvolvimento de Peu". Por isso que é tão bom exercitar as coisas na prática, na hora em que acontece, vivendo, sentindo, pensando e admitindo para si suas limitações, enxergando que também é uma pessoa que tem muito a aprender - não estou dizendo "não agir". Falo em prudência, cautela e paciência, que nada mais é do que estar aberto para resolver o problema e não criar outro. É na prática, é se vendo que temos a capacidade de nos ajudar. Não foi fácil "segurar a onda". Respirei fundo, oxigenando o cérebro, trocando idéias com amigos, família e pessoas experientes que conhecem a mim, a Peu e alguns que conhecem a escola. Não queria ver o lado negativo e fechar minha visão como parte da equipe da escola estava fazendo. Também, não queria deixar a raiva e o orgulho me contaminarem. Bradei. Fiquei rouca de indignação - poderia ter o outro lado fazendo o que estivesse fazendo, eu estava ponderando e, determinei um prazo de tolerância para minha tomada de decisão, que seria tirar da escola caso nada fosse tentado. Como mãe e como pessoa, uma experiência altamente edificante. E com o estímulo de ter um saldo positivo e crescendo, que é ver, na prática, que está dando certo! Pedro voltou a render. Não do mesmo jeito que o grupo, mas, do jeito dele. Isso, para mim, é o construtivismo. Me fez aprender muito sobre a importância de uma gestão eficiente, eficaz e efetiva! E deu, acima de tudo, para entender que montar um equipe requer muito mais do que analisar curriculum. Perfil é algo de suma relevância para as funções. Olha, se as empresas bem soubessem, implantariam em suas organizações a Gestão por Competência. Não é demitir, é avaliar o que tem e redesenhar o quadro e relocar os colaboradores. Deixa esse papo organizacional para lá. Ele apenas ilustra que uma escola também é uma empresa e que tudo está interligado e interfere em tudo, bem como diz a teoria do caos - o efeito borboleta.

Bom, o saldo positivo está em minha postura, também. Compreender que errar é humano - bandeira que sempre levanto e estava agindo contrariamente - e que o reconhecimento desse erro só é efetivo quando se há redenção, ou, correção da falha com o que deve ser feito! O fato d´eu ainda estar doída me tendencia a dar uma alfinetadas... Já identifiquei isso em mim e vou me questionando, diluindo essas emoções pequenas e que não ajudam em nada. Mãe aprende o tempo inteiro e com tudo. Humildade em aceitar e seguir não é ofensa, nem "humilhação", é foco no resultado. O "se" não tivesse dado certo eu fecho com um verbo no futuro do pretérito: "teria trocado de escola". Reconhecer o que importa é que importa. Isso ainda não está fechadinho e redondinho em mim, ainda estou em processo de internalização e assimilação. Um passo de cada vez. Sou humana.

Outro saldo positivo é que Peu está tendo uma outra relação com a coordenadora pedagógica e com a psi da escola. Ele sempre se referia a ambas com certa raiva e sem carinho. Diferente de como se referia a professora e a ajudante, que sempre falou com carinho e deixava claro o quanto gostava delas. Hoje, antes de ir para a escola, ele pediu para levar uns "balões" - bola de soprar, bexiga ou bola de festa - para algumas pessoas. Fez uma listinha e incluiu, pela primeira vez, o nome delas. Aquilo me chamou a atenção. Nesta semana, ele tem falado mais delas com "carinho". Ou seja, algo mudou mesmo lá. Isso, para mim, é uma lição de vida. Carinho não é algo que se imponha de uma hora para outra, mas, quando há um movimento sincero, ele desperta de uma hora para outra. Eu acredito nisso. Eu perguntei: "você gosta delas?" Antes, ele desconversava. Hoje, ele sorriu e afirmou: "Gosto. Agora elas são minhas amigas, também!". Ele se refere às pessoas que ele gosta como "amigas". Raramente ele trata um adulto como superior a ele... Ele chama de tia e avó apenas as pessoas da família. E chama as pessoas em geral de "senhor", "senhora", "senhorita", "senhorito" ou, pelo nome direto. Isso sempre me soou intrigante, porque eu falo: "vai falar com a tia, Peu" ou "dá um beijo na tia"... 

Enfim, vi que preciso acreditar de verdade na melhora do ser humano. Que todo mundo merece uma chance de se reajustar. Se alguém afirmar: "Ah, eu não tenho essa capacidade, não. Que nada! Eu já teria retirado...". Eu sugiro que repense. Raiva obstrui nossa visão. Manter-se calmo não é deixar de ver e de pensar em alternativas, mas, é manter o foco. Isso não impede que as outras emoções assumam seu posto. Afinal, somos ou não humanos? Não é fácil para meu lado afetado pela raiva, vaidade e orgulho aceitar essa minha maneira de ser e agir. Eles sentem prazer em dificultar. Mas, quando temos um objetivo, é bom lembrar a si: "o que eu quero mesmo?", "qual o meu REAL objetivo?". 

Peu está num ambiente que ele gosta, na escola que sonhávamos em colocá-lo. Muita coisa deu errado este ano. Ano passado foi difícil, mas, juntas, agimos, pensamos, fizemos e alguns bons furtos foram colhidos. Pesar na balança é ter que lidar com todas essas informações e comigo: "como eu me sinto diante dessas pessoas?" em contrapartida: "o que devo fazer para deixar em mim acesso livre para as virtudes e para a oportunidade de crescimento?". Amanhã posso chegar aqui e desabafar outras dores de mãe. Depois, desabafo o que concluí. Tudo se trata de um processo. Não existe a dose certa, na hora certa. Existe um caminho a ser construído.

Ser mãe é descobrir que desafios nos testam e devemos nos permitir solucionar de maneira holística - vendo o todo e todas as partes envolvidas, bem como suas interligações. 

Meu coração se apazigua, a cada dia. Isso é implantar, na prática, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade. 

Isso é aprender que em toda crise, algo bom pode emergir se estivermos abertos! Tudo está dando certo. Caso desande, vamos lá, o que podemos fazer?

Mãe tem que crescer e ser mais do que uma simples parte passional. Ser mãe é na prática! Ser mãe é se lançar de peito aberto! Ser mãe é aprender a ser grata. Um dia isso entrará em mim... Obrigada a cada dia por cada nova lição!!!

Saudações maternais,

Pat Lins.

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