quarta-feira, 26 de setembro de 2012

HOJE, COMPLETO 6 ANOS DE "MATER´N´IDADE"


Há exatos 6 anos, nasci para a maternidade. 

Me lembro do dia. Da falta de jeito. Da ansiedade. Da vontade louca de carregar meu pingo de gente no colo... Me lembro da angústia. Me lembro da frustração de não poder tê-lo tido como queria - parto normal e como algumas pessoas me cobraram por isso... Até hoje, não entendo o porquê... Mas, existe gente assim, e, hoje, após 6 anos, é que consegui começar a entender que essas pessoas precisam de auto-carinho, de auto-amor... ou amor próprio! Me lembro da calma do meu médico em me dizer: "Você vai ter seu filho e é isso que mais importa!". Me lembro da dor... Do medo... de todos os medos juntos e de vez. Me lembro dos tremores e temores. Me lembro do apoio, carinho e amor da minha família, que são meu tudo! E isso incluí meus grandes amigos! Me lembro de tudo que esqueci, naquele instante, onde tudo se tornou real. Um novo real. Me lembro do meu sorriso em lágrimas ao vê-lo, pela primeira vez e escutar o som do seu chorinho mais lindo! Me lembro da primeira mama. Daquela sensação sem explicação de poder amamentar. De dar o alimento àquele pequeno ser. Foi estranho. Estranhamente, estranho, mesmo. Sentir o leite sair e ele se saciar. Não me sabia capaz de ser capaz. De mim, jorrava aquele líquido que não existia antes e que, naquele momento saía. Me lembro da gente, naquele primeiro instante! Como eu queria te agarrar e te dizer tanta coisa, sobre o mundo que adentrava! Me lembro do seu olhar, dentro dos olhos e da enfermeira que disse: "Nossa, parece que ele está olhando minha alma!". Ali, você já dizia a que veio, e que não foi a passeio... Ali, você nos mostrou a sua marca registrada: "Ninguém que cruze meu caminho ficará estagnado!". Realmente, foi "para sacudir e abalar"!

Tive a sensação de ter colocado um mundo para fora. Pensei numa galinha, numa vaca, numa coruja, numa leoa... Pensei na sensação de cada ser vivo capaz de colocar um novo mundo, no mundo, através do seu mundo EU.

Me lembro de cada momento daquele dia, como hoje. Ops! É hoje, só que há 6 anos... De TU-DO. Tive vontade de apagar a parte ruim... os primeiros sintomas da DPP. De uma DPP que não me impediu de ser mãe. Nem me refiro aos erros. Afinal, toda mãe erra. Nem se iludam, amigas, amadas. Por melhor que sejamos e façamos, ainda assim, erros cometemos. E não só como mães, mas, como pessoas. Não tem como apagar. Foi real. Um novo real em meio àquela nova realidade. Uma realidade paralela de dor e amor. De caída e de vontade de ver aquela luzinha no fim do túnel e subir, emergir... Mas, que fim de túnel se o fim nunca chegava? Foi quando entendi que não havia fim. Havia um novo começo. Mudei o foco. Mudei o rumo. Mudou meu rumo. Mudei. Tive que mudar. Não sei dizer exatamente em quê, mas, mudei. A gente só descobre que mudou depois que muda. Quanta gente nem faz idéia do quanto tem para mudar e nem se mexe... Não se sabe, porque não se vê. Eu precisei me ver. Me vejo, Me verei.

Hoje, me vejo diferente. Me digo: "Se fosse hoje, eu agiria de outra maneira... Eu saberia e entenderia que era aquilo mesmo e que iria passar". Hoje, já passou. O tempo passou. O tempo fez tudo melhorar, mesmo aparentando ter piorado. Na vida tudo é lição. Eu aprendi isso vivendo. E vivo, cada dia!

Peu, você me trouxe um novo sentido: o sentido de entender que temos que descobrir o real sentido das nossas vidas. E que esse sentido não é apenas ser mãe. Não é o ato e fato de colocar um filho no mundo que nos torna MÃES NA PRÁTICA. É a jornada e a consciência alcançada, senão hoje, amanhã. É a descoberta de que sempre se tem algo novo a descobrir. É entender que se você exclama: "Filho, você não existe!" e ele te diz: "Mãe, você não queria ter tido filho, não, é? Você não queria uma filho? Você não me queria como filho?" você não deve repetir, ainda que lhe explique o que essa expressão quer dizer... ele não gostou. Eu repeti, tempos depois, sem perceber e ele me disse: "Mãe, se você me disser isso de novo, que eu não existo, eu sumo de sua vida!". Entendi que não tenho que me chatear e tentar explicá-lo, de novo, o que a expressão quer dizer. Ele entendeu a minha explicação, mas, deixou claro que não gosta dela... O que me cabe, não é afrontar e entrar numa de briga de ego, é respeitar aquele pequeno ser dotado de opinião própria e que merece ser levado a sério, mesmo em meio a um mundo lúdico e de fantasia.

Há seis anos, comecei a entender muito mais coisa que, só sendo mãe, para entender. Eu sei porque já fui "não mãe" e sei como a gente pensa, julga, condena e acha que sabe o que é ser... até ser, mesmo. Foi quando entendi que "só se é sendo". 

Já são 6 anos. E estamos apenas no começo. Já passamos por tanta coisa... e tantas mais por vir... Este ano foi especialmente penoso, mas, conseguimos dar o primeiro passo rumo à virada! Juntos! Ele nos mostrou que precisava muito mais de nós do que pensávamos. Nos diz, claramente, o quanto somos importantes para ele e o quanto nos ama! Isso é único! Isso é mágico! Isso é ser mãe! Isso é ser mãe de Pedro Henrique! Ele completa 6 anos de idade. Eu, 6 anos de "mater´n´idade". 

A cada dia, aprendo que a vida é feita de fases e que nenhuma delas tem um tempo cronológico e cartesiano de expectativas vãs. Fases constantes e novas. Algumas colidem, outras terminam, para novas começarem. O tempo não para! Sinto cada fase que descobrimos: desde o carregar ao nascer até o primeiro dente de leite trocado. Desde o se arrastar pelo chão, em busca de liberdade, até os passos seguros correndo solto, rumo ao desconhecido, destemido, corajoso e, acreditem, cauteloso! Custei a entender, mas, ele sabe até onde pode ir. Logico que isso não me exime a responsabilidade em estabelecer limites e estar atenta. Ele é independente, de natureza, mas, sabe que pode contar comigo! Isso é gratificante demais! Sou mãe chata e legal. Boba e boa! Sou mãe! Bruxa e fada. E vamos velejando pela vida! Aprendendo a aprender sempre e mais.

Parabéns, meu filho! Por cada avanço! Por cada lição que aprende e que nos ensina! Por ser capaz de, do seu jeito, nos - nós, adultos ao seu redor - fazer ver que nada é por acaso e que criança tem um jeito peculiar de dizer: "Ei, não é esse o caminho...Você pode fazer melhor!". Obrigada, por crescer cada dia mais lindo, por dentro e por fora. Obrigada, por me fazer entender o que quer dizer VIVER AQUI E AGORA! Se ontem agia de determinado jeito, hoje, vejo que não deveria ser bem assim, hoje mesmo começo a me vigiar, para amanhã, mudar. Tudo começa AQUI E AGORA, principalmente para as MÃES NA PRÁTICA! Que se houve um dia de sofrimento, angústia... ele não deve perdurar. Mudar não é motivo de vergonha. Manter-se estagnado o é. Seguir em frente é assumir o risco de um novo rumo, rumo à felicidade! Nem todo mundo entende. Nem todo mundo entenderá. Mas, ser feliz não requer magoar... requer apenas que aceitemos e sejamos. Essa é a luta mais legítima que conheço, hoje, na prática diária de ser mãe, que ser feliz vale a pena! Cansar é consequência natural do ser humano. Recarregar, também! Obrigada, meu Deus, por essa dádiva! Por essa oportunidade de gerar um outro ser fora e dentro de mim - Pedro e EU!

Pedro, parabéns pelos seus 6 anos!!!! Mãe te ama, filho! Quando você nasceu, um novo ser em mim nasceu, também!

E, pedindo licença a Roberto Carlos, posso resumir esses 6 anos com a frase: "SE CHOREI OU SE SORRI, O IMPORTANTE É QUE EMOÇÕES EU VIVIIII"  e vivo! E viveremos! Vamos que vamos!

Saudações maternais,

Pat Lins - mãe, na prática, a 6 lindos anos!

2 comentários:

  1. Lindo demais, amiga... Beijo!

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  2. Obrigada, Vi! Lindo é esse meu filhão, que tem me dado um novo e lindo sentido a vida!

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